(...) Alunos e professores no Liceu em Moçamedes — com Maria Almeida, Prof.Amélia V Pereira, Nela Mendes, Marieta Correia, Prof Neto, Nela Oliveira, Maria Paula Mendes, Margarida Veiga, Luisa Nascimento, Padre Menezes e Laura Victória Pereira. (Foto e legenda: reproduzidas com a devida vénia...)
(...) De Angola até África do Sul. Fuga de muitos portugueses, em 1975, pelo deserto da costa dos Esqueletos, as dificuldades. (...) (Foto e legenda: reproduzidas com a devida vénia...)
(..) "A geração que fez a luta está em vias de extinção. Quer queira, quer não, vai acabar, mas o país não vai acabar. A estas novas gerações que lhes interessa o colonialismo, interessam-lhes é como vão sobreviver amanhã" (Júlio de Almeida) (...)"
(...) Quem nasceu no sul de Angola, que fosse branco, em 1940, pensava que em 1960 era facílimo fazer daquelas terras um paraíso, se o "colon", naquele caso o "caputo" ou "chicoronho", se voltasse para a sua terra e os deixasse a eles mandar naquilo.
Isto era a conversa de alguns, não muitos, embora naquelas regiões de Namibe (Moçâmedes) e Lubango (Sá da Bandeira) houvesse muita descendência de "chicronhos".
2. O que dizer "chicoronho" e "caputo", com referència aos habitantes (brancos) do sul de Angola, na época do colonialismo ? (**)
21. O que o Gemini IA / Google respondeu à minha pergunta:
O termo "chicoronho", aplicado aos habitantes brancos do sul de Angola na época do colonialismo, é uma corruptela da palavra umbundo "tchi-kolono".
Em umbundo, "tchi" é um artigo definido (semelhante a "o", "a", "os", "as" em português) e "kolono" significa "colono". Portanto, "tchi-kolono" significa "o colono".
Com o tempo e o uso informal, especialmente pela população local, esta expressão terá sofrido alterações fonéticas, resultando em "chicoronho".
Assim, "chicoronho" era uma forma como os habitantes locais, falantes de umbundo, se referiam aos colonos brancos na região do sul de Angola. É importante notar que, dependendo do contexto e da entonação, este termo podia ter uma conotação neutra, informal ou até mesmo ligeiramente depreciativa, marcando a distinção entre os colonizadores e a população nativa.
22. E sobre "caputo":
Em Angola, a palavra "caputo" era utilizada de forma depreciativa para se referir à autoridade administrativa portuguesa, ao chefe de posto ou a indivíduos brancos com poder ou autoridade, especialmente nas zonas rurais.
A origem mais provável do termo "caputo" deriva do quimbundo e de outras línguas bantu locais, a partir da junção de:
- "Kapita": adaptação bantu da palavra portuguesa "capitão" ou "cabeça", significando guia ou líder.
- "Putu": abreviação de "Portugal".
Assim, "caputo" pode ser interpretado como algo como "o chefe de Portugal" ou "a cabeça de Portugal", referindo-se à figura da autoridade colonial. O seu uso tinha frequentemente uma conotação de distância, estranheza ou mesmo antagonismo entre a população local e a administração colonial.
O comentário do António Rosinha ilustra bem o sentimento de alguns angolanos nativos em relação aos colonos brancos ("colon", "caputo" ou "chicronho") no sul de Angola por volta de 1960. A frase expressa a crença de que a região se tornaria um "paraíso" se os colonos regressassem às suas terras e permitissem que os próprios angolanos governassem.
O texto também confirma que nas regiões do Namibe (Moçâmedes) e Lubango (Sá da Bandeira) existia uma significativa população de descendentes de "chicronhos", ou seja, de colonos brancos.
Este excerto oferece uma perspetiva sobre as tensões e as diferentes visões sobre o futuro de Angola no período que antecedeu a Guerra Colonial. Reflete o desejo de autodeterminação por parte de alguns angolanos e a perceção de que a presença colonial era um obstáculo ao desenvolvimento do país.
(Revisão / fixação de texto: LG)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 17 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26812: Agenda cultural (883): "Livros a Oeste, Festival do Leitor", 13ª edição: "Chegados Aqui Para onde Vamos ? " - Conversa com os escritores Miguel Szymanski, Júlio de Almeida (o antigo comandante do MPLA, "Juju") e Luís Reis Torgal... Sábado, 17 de maio, 17:00,