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quarta-feira, 5 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24451: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (37): A batatada de peixe seco... da Marquiteira, Lourinhã


Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4

  

 Vídeo (0' 46''). Alojado em You Tube > Luís Graça

Lourinhã > Marquiteira > Festa em Honra do Senhor Bom Jesus do Carvalhal  > 3 de julho de 2023 > A tradicional batatada que já atrai muitos forasteiros, além dos habitantes locais... É um prato como a lampreia: ou se adora ou se odeia...

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2023). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Não, não é nenhum batalha campal. Há terras que fazem festas mais aguerridas, coloridas e concorridas, com a tomatada... Toneladas de tomate são destruídos, por pura diversão, nas ruas de Buñol, na província de Valência, na Comunidade Valenciana, na vizinha Espanha. É a célebre "tomatina".

Aqui, não, o povo é mais pacífico, ninguém anda a guerrear-se com tomates nem muito menos com batatas... Aqui dá-se ao dente... A batatada (de peixe seco) é um prato tradicional, rústico, pantagruélico, primitivo, dos povos da beira-mar do concelho da Lourinhã, muito apreciado ainda hoje em terras como Atalaia, Marquiteira, Ribamar, Ventosa... Era comida do inverno, quando faltava o peixe fresco. Mas também se cozia e servia no "campo",  quando os trabalhos agrícolae exigiam mais mão  de obra.  É  pena que ainda não haja, na Lourinhã, uma confraria da batatada de peixe seco (*). 

A Marquiteira (sede da freguesia de Santa Bárbara, com pouco mais de 2 mil habitantes) celebra  a sua festa anual no primeiro fim de semana do mês de julho (Fotos nº  1 e 2). O santo da devoção dos fregueses de Santa Bárbara é o Senhor Jesus do Carvalhal.  Um dos pontos altos da festa é o círio da Marquiteira ao Santuário do Senhor Jersus do Carvalhal, no Carvalhal, Bombarral (cerca de 25 km). Não faltam os comes & bebes, os gaiteiros e os fogueteiros.  Que o círio é devoção e folguedo. E que a vida são dois dias e a festa são três. ..

O outro ponto alto foi,  anteontem, segunda feira, dia 3, a tradicional batatada de peixe seco: batata cozida (Ãgria), cebola inteira e peixe seco, muito peixe a transbordar da travessa (raia, sapata, cação, safio, etc.) (Fotos nº 3 e 4). A comezaina juntou centenas de comensais, que a batatada da Marquiteira tem fama e tradição, sendo inclusive considerada a melhor do concelho, rivalizando com a da Ventosa...

Fui lá com a Alice, com um grupo de amigos e um camarada, o Jaime Silva, ex-alf mil paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72). A jantarada (devia ser almoçarada, por causa dos problemas de digestão...) foi abundante e animada, com gaiteiros e tudo... 

Confesso que já tinha saudades, que a pandemia de Covid-19 privou-nos destas coisas boas que não há no céu... e sobretudo do convívio que proporciona a batatada da Marquiteira (bem como a da Ventosa). Já não ia lá há uns anos... (**)



Bombarral > Carvalhal > Recinto do Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal > 29 de junho de 2021 > O 1º "círio" da Tabanca do Atira-te ao Mar... e Não Tenhas Medo (Porto das Barcas, Lourinhã) >  Altar campal no sítio das antigas cocheiras > Painel  da Marquiteira (Lourinhã), Adão Lobo (Cadaval), Campelos (Torres Vedras), Cabeça Gorda (Lourinhã e Torres Vedras)
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(**) Último poste da série > 7 de junho de 2023 > 7 de junho de 2023 > Guiné 61/74 - 24376: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (36): As ostras do nosso (des)contentamento (Hélder Sousa / Luís Graça / José João Domingos / Valdemar Queiroz)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Guiné 61/74 - P21808: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (17): Batata raiz-de-cana com 'arraia' seca (Luís Graça)



Foto nº 1 > Lourinhã > 25 de janeiro de 2021 > Batata raiz-de-cana, feia, sem grande valor comercial,  insuscetível de "normalização", difícil de cascar, gastronomicamente valiosa, consistente, saborosa... Acompanhava tradicionalmente os pratos ligados à matança do porco e, claro, o peixe seco, que era o "governinho" dos povos ribeirinhos no inverno nas terras da Estremadura...



 Fpto nº 2 > Lourinhã > 20 de janeiro de 2021 > Batatada de peixe seco: batata raiz-de-cana, raia (ou "arraia") seca, ovo, grelhos,  azeite, vinagre e alho... [A receita original é só peixe seco, muito e variado (raia, sapata, safio, cação, etc.), batata, cortada ao meio, e cebola, muita, inteira...]


Fotos (e legendas): © Luís Graça(2021). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


 1. A ideia da criação da Confraria da Batata Raiz-de-Cana e a Confraria do Peixe Seco (ou da Batatada de Peixe Seco) já andavam no ar, antes da pandemia de Covid-19... 

 Uma e outra, juntas ou separadas,   a criarem-se, podem ter uma papel (pedagógico) na defesa e promoção de um produto gastronómico que continua a ser muito popular, tem tradição na Estremadura  (e nomeadamente em povoações ribeirinhas da Lourinhã como Ribamar, Porto Dinheiro, Ventosa, Marquiteira, Atalaia, etc.) e raízes fundas na nossa alimentação, cultura e convivialidade... 

Seria uma pena perder-se ou adulterar-se tanto esta variedade de batata (foto nº 1) como o peixe seco (foto nº 2). Fico impressionado com o número de "apreciadores" desta "iguaria" que dantes era dos "pobres"... 
 
Em 2011, um grupo de lourinhanenses da Marteleira (onde se inclui o nosso camarada Luís Mourato Oliveira, lisboeta, com raízes aqui na terra, e agora cá a viver, há pouco tempo)  já elaborou uns primeiros estatutos de uma Confraria Gastronómica da Batata Raiz de Cana e Peixe Seco. (*)

Há tempos, ainda antes deste segundo confinamento geral, o Luís teve a gentileza de nos oferecer dois ou três quilinhos da batata raiz-de-cana que, dizem por aqui,  deixou de se cultivar por falta de "valor comercial"... 

Creio que essa confraria não saiu do papel, se bem que o grupo da Marteleira continuasse a conviver, a juntar-se, etc., pelo menos até ao início desta maldita pandemia. E alguns cultivam a batata raiz-de-cana, tendo sido um deles a dispensar as batatas que chegaram a minha casa. Estou-lhe grato!

Há dias a "chef" Alice quis experimentar a batata raiz-de-cana, que se coze com a pele. Mais dura, leva mais tempo a cozer. Juntou-lhe duas boas postas de "arraia" seca, grelos e um ovo... 

Cinco estrelas!... Recomendo... É comidinha boa para aguentar o inverno e sobreviver ao confinamento (**)... 

Foi pena o Luís Mourato Oliveira, por causa do confinamento,  não se ter podido juntar a nós: a batatada de peixe seco comida à volta de uma mesa grande tem outro sabor,  o da fraternidade, o do companheirismo!...Mas oportunidades não faltarão, lá mais para a frente, se a gente escapar desta, como escapámos... da Guiné!
 
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Notas do editor:

(*( Vd. poste de 30 de julho de 2019 > Guiné 61/74 - P20022: Os nossos seres, saberes e lazeres (346): Viva a confraria da batatada de peixe seco (Luís Graça)

(**) Último poste da série > 12 d dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21636: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (16): Repetindo o prato típico da terra fria transmontana, o "Butelo com casulas...anti-Covid-19", à moda da "Chef" Alice

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17624: Convívios (819): Estão convocados os camaradas e amigos da Tabanca de Porto Dinheiro para atacar a monumental "batatada tradicional de peixe seco" no dia 31 de julho, segunda feira, com concentração por volta das 19h, na Associação Cultural e Recreativa da Ventosa (do Mar), Lourinhã.... E, já agora, sabem porque é que as tropas de Junot perderem a batalha do Vimeiro em 1808 ? É porque não sabiam que o peixe seco da Lourinhã era um produto "gourmet"... (Eduardo Jorge Ferreira, o régulo)



Associação Cultural e Recreativa da Ventosa (ACRV), Lourinhã > Cabeçalho do programa das comemorações do 35º aniversário > Dia  31 de julho, segunda feira, o prato forte do jantar é a "tradicional batatada (peixe seco)"... Para quem só conhece o bacalhau (da Noruega) e o carapau (da Nazaré), este "restaurante gourmet", da ACRV, é um sítio a descobrir... Mas não é todos os dias que há "batatada"... Tomem nota na vossa agenda: Ventosa (do Mar),. Lourinhã, 31 de julho de 2017, 19h00...



1. Manda o régulo da Tabanca de Porto Dinheiro,  Lourinhã, Eduardo Jorge Ferreira [, sargento do RI 19m noutra encarnação], através do seu secretário e editor deste blogue, Luís Graça, convocar os tabanqueiros do costume, e mais outros camaradas e amigos da Guiné, atabancados ou não, que se queiram juntar, para no dia 31 de julho de 2017,  a partir das 19h, dar início à Operação " Batatada Tradicional de Peixe Seco", com que se encerram as cerimónias do 35º aniversário da sempre ativa e simpática Associação Cultural e Recreativa da Ventosa, Lourinhã, onde somos sempre bem acolhidos, acarinhados e tratados. As suas iniciativas são abertas ao público em geral.

Não há inscrições prévias... Há uma fila democrática para a inscrição no jantar, por ordem de chegada... A caixa deve abrir por volta das 19h30. A Tabanca de Porto Dinheiro vai ver se "reserva" uma mesa para os seus apreciadores deste produto "gourmet" da região atlântica da Estremadura (Oeste)... (Felizmente que o Junot não sabia da sua existência...).

A Ventosa (do Mar), que pertence à freguesia de Santa Bárbara, concelho da Lourinhã,  rivaliza com as vizinhas localidades da Marquiteira e do Porto Dinheiro, na confeção desta iguaria...

Esperamos por ti, camarada!  E divulga o evento!
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Nota do editor: