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domingo, 8 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23243: Convívios (924): A Tabanca de Matosinhos, que tem um historial de convívio entre combatentes, está vivinha da costa como a sardinha. Está a comemorar 17 anos de vida (José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro)

1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro da CCAÇ 2381, Buba, QueboMampatá e Empada, 1968/70) com data de 6 de Maio de 2022, trazendo-nos notícias da Tabanca de Matosinhos:

Meus caros amigos editores.

A Tabanca de Matosinhos está vivinha da costa como a sardinha. 
Está a comemorar 17 anos de vida.
Tem um historial de convívio entre combatentes que merece ser lembrado.

No seu seio nasceu a Associação Tabanca Pequena - Grupo de amigos da Guiné-Bissau, que tem desenvolvido um trabalho de ajuda às populações na Guiné. Num próximo poste daremos informações sobre o trabalho desenvolvido nos últimos temos.

Abraço fraterno
José Teixeira



A Tabanca de Matosinhos comemora 17 anos de vida

Como os combatentes leitores do nosso Blogue sabem, todas as Quartas-Feiras do ano, quer chova, haja ventania ou faça sol (e nem o Covid nos assustou), marcamos encontro para almoçar e conviver no Restaurante O Espigueiro em Matosinhos.

Uma fonte inesgotável para criar laços de amizade, ou estreitar os laços que já existiam; falar das nossas aventuras, desventuras, alegrias e tristezas vividas na Guiné em tempo de guerra; falar das terras por onde passamos, das pessoas que se cruzaram connosco na vida militar; falar daquela gente que tão simpaticamente nos acolhiam nas suas tabancas, nas suas casas. Contar estórias que nos marcaram para a vida toda; mazelas que em alguns de nós ficaram para sempre; viver a saudade de tempos que não voltam mais...

Outras tabancas foram aparecendo, e ainda bem, depois da Tabanca de Matosinhos ter surgido muito naturalmente, sem qualquer plano ou projeto. Simplesmente porque três carolas tinham voltado à Guiné por terra, atravessando meia África em romagem de saudade e quiseram encontrar-se com os pés debaixo da mesa da Casa Teresa em Matosinhos para saborear uma sardinhada em jeito de festejar e avaliar a sua aventura. A necessidade de se reencontrarem mais vezes falou alto e marcaram novo encontro para a semana seguinte, mas já não vierem sós… e marcaram novo encontro para a semana seguinte. Depois deixaram de marcar, simplesmente apareciam à quarta-feira e já eram tantos que até o dono do restaurante não tinha mesas para tanta gente. Mudamos de poiso e continuamos pelo tempo fora, até hoje.

Mudamos para o Milho Rei, que se transformou em Espigueiro, mas lá está à espera dos combatentes da Guiné e porque não toda a gente que goste de comunicar, conviver e apreciar um bom petisco, sobretudo se passou pelas terras da África que foi portuguesa.

Muitos dos nossos tabanqueiros já voltaram à Guiné e alguns mais que uma vez, em romagem de saudade, ao encontro dos lugares por onde passaram, onde sofreram e lutaram para sobreviverem e regressarem a casa e porque não, aos lugares onde se sentiram felizes, porque também os houve. Foram à procura de pessoas africanas com quem conviveram e em muitos casas a sorte foi-lhe madrinha. (Pessoalmente sinto-me um felizardo, pois não só reencontrei amigos como fiz mais amigos – os filhos, os netos e muitos mais.)

Através do convívio, das conversas e das vivências em grupo; através do regresso aos locais que mais nos marcaram na dura luta que travamos na flor da idade, fomos fazendo a catarse. O nosso estado de espírito mudou, tornou-se mais aberto, correram-se os fantasmas que nos atrancavam a mente

Sentimos que a velhice continua a ser um posto, mas agora está a tornar-se um empecilho que nos assusta. Alguns camaradas já partiram para o eterno aquartelamento contra a sua vontade; outros há que a doença os marcou e sofremos com eles a dua dor e o seu afastamento.

… E há sempre gente que vem pela primeira vez, trazidos por um camarada amigo ou da Companhia a que pertenceram. Outros vêm por simples curiosidade, porque ouviram falar e…voltam. Às vezes vêm em magotes e há sempre lugar para mais um.

É assim a vida na Tabanca de Matosinhos.

Ainda na última quarta-feira éramos 21 convivas. Talvez porque chegou a bela e saborosa sardinha de Matosinhos.

Esta é a história da Tabanca de Matosinhos de que muito nos orgulhamos.

Mas, se a necessidade de nos reencontrarmos foi um fator de união, outro fator nos uniu – a solidariedade.

No seio da Tabanca de Matosinhos nasceu A TABANCA PEQUENA DE MATOSINHOS – Grupo de Amigos da Guiné-Bissau.

Sobre a sua ação nos últimos tempos falaremos no próximo poste.

José Teixeira


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Nota do editor

Último poste da série de 23 DE ABRIL DE 2022 > Guiné 61/74 - P23192: Convívios (923): XII Almoço/Convívio do pessoal do BCAÇ 2893 (Nova Lamego, 1969/71), dia 28 de Maio de 2022 em Venda da Serra-Mouronho-Tábua (Constantino Neves, ex-1.º Cabo Escriturário)

sexta-feira, 25 de março de 2022

Guiné 61/74 - P23111: Ser solidário (243): Vamos ajudar a Ajuda Amiga a realizar agora o Projeto Água e Energia para a Escola de Nhenque, Bissorã




Guiné-Bissau > Região do Oio > Bissorã > Nhenque > 15 de agosto de 2021 >  Complexo Escolar de Nhenque: uma Sala Polivalente com uma pequena Arrecadação, duas Salas de Aulas, dois Depósitos em Cimento para fornecerem àgua às Latrinas, duas Latrinas, uma para os meninos outra para as meninas e um Contentor que serve de Armazém de ferramentas e materiais.

Terminado o projeto de construção das salas da Escola Ajuda Amiga de Nhenque e estando a escola já a funcionar no ano letivo de 2021/22, decorre agora o projeto de fornecimento de água e energia à escola, através de uma bomba eletrica a funcionar com painéis solares. É um projeto feita em parceria pela Ajuda Amiga e a Tabanca Pequena (de Matosinhos).

Fotos (e legenda): ONGD Ajuda Amiga (2022). Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.




23-01-2022 - Projeto Água e Energia para a Escola Ajuda Amiga de Nhenque

Este projeto tem por objetivo o fornecimento de água e de energia à Escola, o que implica uma zona vedada com rede, a abertura de um poço, a construção de uma base para colocar um depósito de 2.000 litros, o fornecimento do referido depósito, a construção de uma estrutura para colocar painéis solares, a instalação dos painéis solares, a criação de um espaço para os equipamentos (controlador, baterias, inversor, quadro elétrico, distribuidor, lâmpada e tomadas), a fim de suportarem o funcionamento de uma bomba submersível e o carregamento de telemóveis, eventualmente depois poderão ser ligados outros equipamentos.

O fornecimento de água irá permitir deitar nas latrinas e para as crianças se lavarem, o que é fundamental estar assegurada, assim como a água para beber. O poço vai ter 23 m, a água apenas aparece a 19 m de profundidade.

Não existe qualquer fonte de energia na zona, pelo que o carregamento de telemóveis será um serviço a prestar à comunidade local, deixando de terem que se deslocar a outra localidade para o fazerem. As receitas deste serviço revertem para a escola, ajudando à precária sustentabilidade da mesma, pois o valor do pagamento das propinas é quase simbólico e não existem quaiquer apoios do Estado. A Escola é uma escola comunitária, portanto pertence à comunidade e é a comunidade é que suporta as despesas da mesma.

Mais detalhes na nossa página de Noticias.

Todos os donativos feitos são integralmente utilizados nos projetos. Os membros da Ajuda Amiga que se deslocam para apoiar os nossos projetos suportam eles próprios as suas despesas, e as despesas de funcionamento da Ajuda Amiga são pagas com as quotas dos sócios.


2. Vamos ajudar a Ajuda Amiga: com pouco podemos ajudar muito

Donativos em Dinheiro

Conta da Ajuda Amiga

NIB 0036 0133 99100025138 26

IBAN PT50 0036 0133 99100025138 26

BIC MPIOPTPL

Declaração de IRS Solidária

Caro/a leitor/a: O Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné é solidário com organizações não-governamentais para o desenvolvimento que trabalham na Guiné-Bissau,  como a Ajuda Amiga.

Podes fazer uma declaração de IRS solidária,  não tem quaisquer encargos para ti.

A Ajuda Amiga é uma Pessoa Coletiva de Utilidade Pública e são muitas pequenas ajudas que lhe permitem realizar a sua Missão.

Ajuda Amiga ONGD > NIF  > 508 617 910

 
Donativos em Espécie

Os bens em espécie que a Ajuda Amiga valoriza, prioritariamente, neste momento, são:
  • Dicionários de português;
  • Gramáticas básicas de português;
  • Material escolar;
  • Computador portátil;
  • Impressora laser;
  • Bolas de futebol.
3. Ajuda Amiga > Contactos:

J. Carlos M. Fortunato
Presidente da Direção da ONGD Ajuda Amiga
E-mail jcfortunato2010@gmail.com | E-mail jcfortunato@yahoo.com
Telem. +351 935247306

Escritório > Ajuda Amiga – Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento
Rua do Alecrim, nº 8, 1º dtº
2740-007 Paço de Arcos

Sede > Ajuda Amiga – Associação de Solidariedade e de Apoio ao Desenvolvimento
Rua Mário Lobo, nº 2, 2º Dtº.
2735 - 132 Agualva - Cacém

Armazém > Centro de Atendimento da União das Freguesias do Cacém e São Marcos
Rua Nova do Zambujal, 9-A, Cave
2735 - 302 - Cacém

NIPC 508617910
ONGD – Organização Não Governamental para o Desenvolvimento
Pessoa Coletiva de Utilidade Publica

Sítiohttp://www.ajudaamiga.com

sábado, 6 de outubro de 2018

Guiné 61/74 - P19076: In Memoriam (329): A Tabanca de Matosinhos vai promover uma homenagem ao João Rebola (1945-2018) no almoço da próxima quarta-feira, 10 de Outubro, às 12h30 no Restaurante Espigueiro (antigo Milho Rei), em Matosinhos (José Teixeira)

A TABANCA DE MATOSINHOS 
VAI PROMOVER UMA HOMENAGEM AO 
JOÃO REBOLA

Dia 10 de OUTUBRO às 12,30 
Com almoço

Restaurante O Espigueiro - Antigo Milho Rei, em Matosinhos



O João foi um frequentador assíduo da Tabanca de Matosinhos desde o primeiro dia em que tomou conhecimento da sua existência. Foi um elemento dinamizador e tesoureiro da Tabanca Pequena - Grupo de Amigos da Guiné-Bissau.
A sua passagem por estas instituições criadas por ex-combatentes a Guiné, foi profundamente marcada pelo seu carácter, pela sua forma de estar e pela sua forma de agir ao serviço dos mais frágeis.

Merece uma justa homenagem.
Contamos com a presença de todos os seus amigos no dia 10 de Outubro no Restaurante O Espigueiro (ex restaurante Milho Rei)

A Tertúlia da Tabanca de Matosinhos
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Nota do editor

Último poste da série de 5 de outubro de 2018 > Guiné 61/74 - P19072: In Memoriam (328): Homenagem da Tabanca de Matosinhos ao João Rebola (1945-2018)... O toque de silêncio e o poema com que nos despedimos dos heróis (José Teixeira)

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Guiné 63/74 - P16752: Convívios (774): Almoço de Natal dos associados e camaradas da tertúlia da Tabanca Pequena ONGD, a levar a efeito no próximo dia 11 de Dezembro (domingo), a partir das 13 horas, em Leça da Palmeira (Álvaro Basto)



Mensagem do nosso camarada Álvaro Basto (ex-Fur Mil Enf da CART 3492/BART 3873, Xitole, 1971/74), dirigente da Tabanca Pequena ONGD, com data de 22 de Novembro de 2016, dando conta do Almoço/Convívio de Natal dos seus associados e camaradas da tertúlia:

Caros associados e camaradas da tertúlia da Tabanca Pequena ONGD 

Vamos este ano, e uma vez mais, realizar um almoço convívio de Natal para nos revermos e convivermos em sã camaradagem. 

Para que tudo corra o melhor possível, precisávamos que se inscrevessem com a antecedência necessária para que o planeamento do almoço possa agradar a todos. 

Para isso, deverão usar os telefones do Zé Teixeira (966 238 626) ou do João Rebola (919 082 512) para se inscreverem indicando quantas pessoas irão comparecer e se irão preferir a carne assada ao bacalhau. 

Claro que todos gostaríamos que o almoço corresse o melhor possível pelo que acreditamos que este apelo terá da vossa parte o melhor acolhimento. E já agora, e porque estamos todos em família, se quiserem trazer uma sobremesa ela será muito bem vinda. 

Não deixem de comparecer para celebrar mais um ano da nossa longa camaradagem.

Um grande abraço 

Pela TERTÚLIA DA TABANCA PEQUENA ONGD 
Álvaro Basto
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Nota do editor

Último poste da série de 22 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16748: Convívios (773): 28º convívio da Magnífica Tabanca da Linha: 40 convivas no último encontro do ano, no restaurante "O Nosso Cantinho", Alvide, Cascais (Manuel Resende)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Guiné 63/74 - P15522: Ser solidário (192): A Associação Tabanca Pequena de Matosinhos - Grupo de Amigos da Guiné-Bissau continua a sua ação de apoio às comunidades locais (José Teixeira)

1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux. Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), falando-nos da Associação Tabanca Pequena - Grupos de Amigos da Guiné-Bissau, que não desarma na sua missão de ajudar as comunidades locais daquele país tão pobre, logo bem necessitado da ajuda de todos:


A Associação Tabanca Pequena – Grupo de Amigos da Guiné-Bissau, continua a sua ação de apoio às comunidades locais da Guiné-Bissau. São muitas as necessidades e muitas as formas possíveis para as minimizar, com a nossa ajuda e com a participação ativa dos povos autóctones.

Há diversas Associações no terreno, cada qual com as suas especificidades. A Tabanca Pequena voltou-se para a saúde e bem-estar, o apoio à infância e o desenvolvimento local, entre outras formas de agir em prol do desenvolvimento local.

Apostou na qualidade da água e sobretudo em “trazê-la” para a tabanca. Na realidade ela anda por perto, mas a cerca de vinte metros abaixo da superfície e as populações vão buscá-la, por vezes a três/quatro quilómetros de distância. A solução foi abrir poços nas Tabancas. Abrimos seis e estamos a caminho do sétimo.

Outra aposta foi a fixação da juventude na sua terra, através do investimento local em formas de desenvolvimento. Uma das soluções foi enviar máquinas de costura e fomentar a criação de pequenas associações de mulheres nas tabancas do interior para a aprendizagem da arte de costurar. Já lá estão trinta e três máquinas tipo Singer. Dinamizaram-se associações de jovens bajudas em Iemberém, Catesse e Cabedú. Fomentou-se a criação de uma escola de costura em S. Domingos e estão previstas a abertura de uma escola de tinturaria artesanal e costura em Bissau e outra em Varela. Colocaram-se máquinas em Colibuia, Gandembel, Gadamael, Sangonhá e Djabicunda

No apoio à educação, apoiamos com material pedagógico, brinquedos, livros, mesas e cadeiras um infantário. Enviamos milhares de livros para as bibliotecas escolares, livros escolares e material escolar e pedagógico para diversas escolas.

Fizemos parcerias com outras ONGD nacionais e locais para melhor atingirmos os projetos de interesse e envolvimento comum.

Partimos agora para uma experiência nova – A BIBLIOMOTA.

Em parceria com a ONGD Na Rota dos Povos que tem desenvolvido um excelente trabalho no campo de apoio ao ensino nas Tabancas do Sul da Guiné, vamos dinamizar um projeto de leitura “todo o terreno”.

Uma das grandes dificuldades das crianças, jovens e mesmo até os adultos é ter livros de qualidade para ler. Foram-se criando bibliotecas numa ou noutra escola, mas as tabancas são muitas, algumas não têm escola e as que têm essa sorte, deparam-se com muitas dificuldades desde o espaço físico à falta do mais diverso material e livros. Urge dinamizar a leitura de português.

Nada melhor do que em parceria com a Rota dos Povos e uma ONGD local, pôr no terreno uma moto adaptada, para alguém andar de tabanca em tabanca, em circuitos devidamente organizados e levar e recolher livros de leitura em português.

O Plano está em marcha e a mota já seguiu para a Guiné.

Juntamos fotografias de alguns dos trabalhos desenvolvidos pela ONGD Na Rota dos Povos e naturalmente algumas fotos da “menina dos nossos olhos - a BILBLIOMOTA













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Nota do editor

Último poste da série de 20 de dezembro de 2015 Guiné 63/74 - P15512: Ser solidário (191): Agora quem ajuda a "Ajuda Amiga"? (...) "Vamos ficar sem armazéns na Amadora, procuramos um novo espaço, não paramos... Seguem em janeiro de 2016, para a Guiné-Bissau, dois contentores com mais de 1400 volumes, são cerca de 22 toneladas... Com este envio ultrapassamos as 200 toneladas de bens enviados, e entre eles mais de 200 mil livros"... (Carlos Fortunato / Carlos Silva)

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14500: Efemérides (185): Tabanca de Matosinhos, 10 anos de convívio fraterno e solidariedade que merecem ser festejados, com um almoço especial, animado com fados e guitarradas, na 4ª feira, dia 29 de abril, no sítio do costume, o Restaurante Milho Rei, Rua Heróis de França 721, Matosinhos, telef 22 938 5685 (José Teixeira)

O Zé Teixeira com o régulo de Medjo, em 2013
1. Mensagem, com data de 16 do corrente,  do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º cabo aux enf,  CCAÇ 2381,Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70):



Assunto - 10.º Aniversário da Tabanca de Matosinhos

... A festejar no dia 29 de Abril, com o regresso de mais uma equipa de trabalho enviada à Guiné-Bissau.

Decorria o mês de Março de 2005, quando um grupo de aventureiros partia do Algarve, por terra, com destino à Guiné-Bissau. Entre eles iam quatro ex-combatentes; o Xico Allen, o Santos, o [António] Camilo e o Zé Teixeira, desta vez voluntários.

Uns dias depois do regresso, mais propriamente no dia 23 de Março os três membros deste Grupo, oriundos do norte de Portugal, decidiram proceder à avaliação da operação e comemorar o regresso com uma sardinhada na Casa Teresa em Matosinhos, e gostaram.

…E, marcaram novo encontro para a semana seguinte, e gostaram.

Seguiram encontros semanais sem interrupção até á data.

A partir de então os nossos amigos Santos, da Póvoa de Varzim, Xico Allen, de Canidelo / Vila Nova de Gaia, e o Zé Teixeira, de Leça do Balio / Matosinhos, abriram a porta da Tabanca de Matosinhos e nunca mais a fecharam.

Passado pouco tempo, começou a aparecer gente nova, ex-combatentes amigos que quiseram experimentar e a palavra foi passando. O Marques Lopes, o Pimentel, o João Rocha, o Pires, o Custóias, o Álvaro Basto e o Sr. Rolando, seu pai, de saudosa memória… E tantos outros.

Em 2008, a Tabanca de Matosinhos teve de mudar de poiso, porque a Casa Teresa não tinha capacidade para comportar tanta gente. Foi quando assentou no restaurante Milho Rei.

Continuou e continua a crescer. Quase todas as semanas aparecem caras novas à procura do convívio e de amigos para recordar e reviver os tempos que passaram na Guerra da Guiné.

Muito mais de um milhar de ex-combatentes cruzaram as portas do Milho Rei para almoçar. Reencontraram-se amigos de longa data perdidos no tempo. Criaram-se e desenvolveram-se grandes amizades que perduram.

Fomentaram-se, indiretamente, a criação de outras tabancas.

Organizaram-se viagens de visita à Guiné. Combateram-se e destruíram fantasmas que navegavam nas nossas mentes. Contaram-se histórias de vida. Histórias de sangue, suor, lágrimas e dor; reviveram-se e recontaram-se de excelentes momentos que são suporte positivo na velhice que nos invade.

Daqui nasceu a ONGD Tabanca Pequena – Grupo de amigos da Guiné-Bissau. E a solidariedade ganhou asas em benefício dos povos da Guiné:

(i) Organizaram-se convívios e festas de angariação de fundos e recolhas de artigos e livros escolares, medicamentos, roupas para crianças, livros para bibliotecas etc.;

(ii) Apoiou-se a saúde e a maternidade, enviando medicamentos e equipamento para apetrechar dois Centros Materno-infantis. Apetrechou-se a maternidade e sala de partos do Hospital da Cumura com luz solar;

(iii) Apoiou-se a pré-infância no Jardim Escola Flor d’Arroz em Ingoré, com mesas, cadeiras, jogos e brinquedos e roupas;

(iv) Apoiou-se o ensino primário nas EVA - Escolas de Valorização Ambiental,  com livros e material escolar para milhares de crianças e promoveu-se a educação para a higiene oral com o envio de 3000 pastas de dentes e escovas e 9000 frascos de elixir;

(v) Levou-se água de melhor qualidade a seis Tabancas abrindo poços de água nos centros das tabancas fazendo-a subir a um depósito através de bomba movida a energia solar e daí para uma torneira que dá de beber a cerca de quinhentas pessoas em média; assim libertou as mulheres e crianças da marcha diária de três a quatro quilómetros para captar água de duvidosa qualidade em poços naturais na mata e ao mesmo tempo libertou-as no tempo a gastar com o transporte de água, proporcionando-lhe bem-estar e tempo para se dedicarem às lalas (campos) e à família;

(vi) Dinamizou-se s várias escolinhas de costureiras nas tabancas do interior com o envio de 28 máquinas de costura tipo Singer, com o objetivo de promover o desenvolvimento local e fixar as jovens bajudas nas suas tabancas de origem natal;

(vii) Apetrechou-se a Tabanca de Elalab com um barco para tirar esta Tabanca do isolamento.

…E continuamos.

No dia dezassete de abril, sexta feira, partiu uma equipa para verificar no terreno o trabalho desenvolvido e recolha de dados para novas aventuras de solidariedade.

A Tabanca de Matosinhos celebra dez anos de convívio fraterno e solidariedade, que merecem ser festejados.

No dia 29 de Abril, vamos comemorar, com o almoço habitual, das quartas-feiras no Restaurante Milho Rei [, Rua Heróis de França 721, 4450-159 Matosinhos, Telef 22 938 5685], animado com fados e guitarradas, com a presença dos tertulianos entretanto regressados da Guiné.

sábado, 10 de janeiro de 2015

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P12981: Agenda cultural (309): Reportagem do Porto Canal feita com a Tabanca Pequena será emitida hoje, dia 14 de Abril, depois do Jornal Diário das 20 horas

1. Mensagem da jornalista Joana Almeida Silva do Porto Canal, chegada ao nosso Blogue através da Tabanca Pequena:

Boa tarde,
a reportagem que realizámos convosco sobre a guerra colonial vai ser emitida amanhã, dia 14 ABRIL, no Porto Canal, depois do Jornal Diário, em "40 ANOS DEPOIS"

O trabalho ficará na terça-feira (15 Abril) disponível em:


Além da reportagem podem encontrar no site excertos extra das entrevistas que gravámos e conteúdos adicionais.

Os meus melhores cumprimentos,
Disponha sempre,
Joana Almeida Silva
Jornalista Porto Canal
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Nota do editor

Último poste da série de 10 DE ABRIL DE 2014 > Guiné 63/74 - P12962: Agenda cultural (308): O livro de Francisco Henriques da Silva e Mário Beja Santos, "Da Guiné Portuguesa à Guiné-Bissau: Um Roteiro" vai ser apresentado em Tomar no dia 12 de Abril

terça-feira, 25 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12899: Agenda cultural (306): Relatos de investigação na Guiné-Bissau - Da Água à Saúde, a cargo do Professor Adriano Bordalo e Sá, dia 28 de Março de 2014 no Salão Nobre do Clube Fenianos Portuenses, Rua do Clube Fenianos, 29, Porto

1. Da Tabanca Pequena ONGD, recebemos hoje, 25 de Março de 2014, a seguinte mensagem:


C O N V I T E 

RELATOS DE INVESTIGAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU: DA ÁGUA À SAÚDE



Subordinada ao tema RELATOS DE INVESTIGAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU: DA ÁGUA À SAÚDE, o Professor Doutor Adriano Bordalo e Sá do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto (ICBAS-UP) e investigador do Ciimar, irá proferir uma palestra no próximo dia 28 de Março, às 18 horas, no salão nobre do Clube Fenianos Portuenses, à Rua do Clube Fenianos, 29, (ao lado da Câmara Municipal do Porto).

Serão relatadas experiências do trabalho levado a efeito na Guiné-Bissau nos últimos 7 anos.

No final, está previsto um debate com a assistência.

A conferência tem o apoio da ONG Mundo a Sorrir e a colaboração do Clube Fenianos Portuenses.

Aproveite e passe em www.facebook.com/clube.fenianos.portuenses.oficial e faça um Like
E visite o nosso sitio em www.clubefenianos.pt

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Nota do editor

Último poste da série de 21 DE MARÇO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12870: Agenda cultural (295): O camarada "pifaniano" Silvério Dias, ex-1º srgt, locutor do PFA - Programa das Forças Armadas, e "poeta todos os dias", convida os poetas da Tabanca Grande para a sessão de hoje, "Há Poesia no CASO", ou seja, no Centro Acção Social de Oeiras, às 17h00

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12740: In Memoriam (179): Carlos Schwarz da Silva (1949-2014)... Pepito ca mori! (José Teixeira): A AD está de luto. Caminho silenciosamente ao lado de tantos amigos que fui ganhando nesta família – a verdadeira família do Pepito e da Isabel e sofro com eles esta tremenda perda.



Lisboa > Campus da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Liosbnoa > 6 de setembro de 2007 >  Engº Agrº Carlos Schwarz da Silva, 'Pepito', (Bissau, 1969-Lisboa, 2014). "Tive a felicidade de caminhar várias vezes a seu lado pelo interior da Guiné. Impressionava-me vivamente a forma como era acolhido em festa. Como os mais velhos e os mais novos se acercavam dele, em grupo ou isoladamente, para lhe darem conta dos resultados dos projetos em desenvolvimento", escreve o José Teixeira,dirigente da Tabanca Pequena ONGD, e seu grande amigo e admirador. "Havia sempre razão para um sorriso de esperança. Havia sempre uma mão estendida num cumprimento afetuoso. Havia sempre uma palavra amiga e de estímulo. O Pepito acreditava naquela gente, mais que ninguém porque conhecia pessoa a pessoa e chamava-a pelo nome."

Foto e legenda: © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados.



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Medjo > 2 de maio de 2013 > O nosso querido Zé Teixeira com o régulo de Medjo, na sua última  viagem à Guiné-Bissau.









Guiné-Bissau > 2012 > Imagens do Pepito e dos filhos do Zé Teixeira, Joana e Tiago. O Tiago, que é médico, esteve em missão humnitária a trabalhar no Hospital de Cumura.

Fotos: © José Teixeira  (2014). Todos os direitos reservados


1. Mensagem do Zé Teixeira, da Tabanca Pequena ONGD, publicada ontem na página do Facebook da AD - Acção para o Desenvolvimento

A Guiné-Bissau acaba de perder um filho e eu acabo de perder um amigo que,  sendo dos mais recentes, era dos mais queridos que eu tinha e o último a querer perder.

Marcou-me pela positiva logo no primeiro encontro em 2008 no Simpósio de Guiledge, onde nos conhecemos. A sua presença com uma alegria esfuziante, uma esperança profunda no povo da Guiné e nas suas capacidades para concretizar os sonhos de bem-estar. A sua forma de ser e estar no meio daquele povo que o idolatra porque sente o Pepito a caminhar a seu lado, a viver os seus problemas, a procurar de mãos dadas com esse povo as soluções ideais e possíveis num país continuamente adiado. 

Em suma cativou-me pela sua forma de pensar, ser e estar com os povos da Guiné-Bissau e eu deixei-me cativar.
Obrigado, Pepito,  pelas grandes e inesquecíveis lições de amor e dedicação à causa de um povo, que recebi de ti.

Entregou toda a sua vida num projeto para ajudar os mais frágeis da Guiné-Bissau, nas tabancas mais afastadas dos grandes centros, no sul e no norte, sem olhar a etnias, raças ou credos.  Entrava pelas Tabancas dentro. Dialogava com as pessoas sobre as suas carências. Estudava com os habitantes os seus problemas e formas de os solucionar. Envolvia-os nos projetos de mudança ou valorização. Empenhava-se em arranjar as verbas necessárias. Organizava as populações em associações locais, para gerir os seus próprios projetos e com elas avançava apoiado na sua equipa técnica.

Ainda há dias me dizia já com uma voz cansada pela doença que o minava velozmente que precisava de vir a Lisboa para festejar os 99 anos da sua mãe a D. Clara e ser internado para os médicos se debruçarem sobre a sua doença, mas antes ainda tinha de ir ao Sul ao Cantanhez levar máquinas costura e dinamizar o projeto de Associação de bajudas em várias tabancas para promover a aprendizagem de costurar roupa. Um dos objetivos da AD com o apoio da Tabanca Pequena para ajudar as populações do interior. Ainda tentou, mas teve de regressar no mesmo dia. Creio que foi o último esforço e que enorme esforço !

Tive a felicidade de caminhar várias vezes a seu lado pelo interior da Guiné. Impressionava-me vivamente a forma como era acolhido em festa. Como os mais velhos e os mais novos se acercavam dele, em grupo ou isoladamente, para lhe darem conta dos resultados dos projetos em desenvolvimento: 

(i) eram as rádios locais; (ii) as Tvs locais; (iii) as Escolas de Valorização Ambiental [EVA]; (iv) as escolinhas de pré-primário; (v) as mulheres das salinas; (vi) os homens e mulheres dos projetos agrícolas; (vii) as comissões de mulheres que geriam os Centros Materno-infantis; /viii) era a dinamização de projetos de desenvolvimento local para melhorar a produção; (ix) a promoção de feiras e intercâmbios com os povos vizinhos; (x) era os acampamentos das crianças das escolas, (xi) era a assistência á população nas mais variadas vertentes.

Havia sempre razão para um sorriso de esperança. Havia sempre uma mão estendida num cumprimento afetuoso. Havia sempre uma palavra amiga e de estímulo. O Pepito acreditava naquela gente, mais que ninguém porque conhecia pessoa a pessoa e chamava-a pelo nome.

Para todos levava uma palavra de estímulo, um gesto de carinho, um sorriso. O Pepito acreditava nas pessoas, nas suas capacidades e potencialidades, mas mais que acreditar, desafiava-as e estimulava-as a caminharem a seu lado. Muito conversamos sobre este tema- pôr as pessoas a agir, a dinamizar os seus projetos e ajudá-las, mas não as substituir nunca.

Em Abril de 2013, estávamos eu, a minha esposa, o Dr. Francisco Silva e esposa em Iemberém a jantar com o Pepito, quando um grupo de mulheres da Etnia Tanda, silenciosamente nos rodearam e quando acabamos de jantar uma responsável do grupo pediu a palavra. Era só para agradecer as quatro máquinas de costura que tinham recebido e para dizer que se tinham organizado em Associação para dinamizar a escola de costura para as bajudas da tabanca e já tinham 36 associadas. Depois fizeram 
festa, houve ronco, como só o povo da Guiné sabe fazer.
Foi esta uma das últimas e maios belas imagens que me ficou do Pepito na sua ligação ao povo da Guiné. Povo que com ele aprendi a amar.

Hoje sinto-me perdido. Mal souberam em Bissau do infausto acontecimento, ligaram-me para chorarem comigo a perda deste grande amigo. A Guiné-Bissau ficou mais pobre.

A AD está de luto. Eu caminho silenciosamente ao lado de tantos amigos que fui ganhando nesta família – a verdadeira família do Pepito e da Isabel e sofro com eles esta tremenda perda.

À Isabel.  sua esposa e suas filhas, à sua mãe D. Clara que fez há dias noventa e nove primaveras, quero expressar os meus mais profundos sentimentos de pesar. 

José Teixeira
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