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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Guiné 61/74 - P21508: Efemérides (344): No dia de Finados, lembro os meus camaradas Manuel Gaio Neto, Joaquim Pinto de Sousa, Gabriel Pereira Bagaço e João Fernandes Caridade (Abel Santos, ex-Soldado At Art da CART 1742)



1. Mensagem do nosso camarada Abel Santos, (ex-Soldado Atirador Art da CART 1742 - "Os Panteras" - Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69), lembrando a memória de 4 camaradas caídos em campanha, a propósito do Dia de Finados que hoje se celebra.



DIA DE FINADOS


As lembranças que tenho de vocês sempre vão secar as minhas lágrimas e me fazer sorrir
Saudades eternas, amigos e camaradas, descansem em paz, e um até já


Manuel Gaio Neto, Soldado At Art - CART 1742
Prado - Santa Maria - Vila Verde
Falecido em combate em 8 de Novembro de 1967 na Tabanca de Ganguiró

Joaquim Pinto de Sousa, 1.º Cabo At Art (MG-42) - CART 1742
Verride - Montemor-O-Velho
Falecido em combate em 19 de Dezembro de 1967 em Sinchã Jobel

Gabriel Pereira Bagaço, Soldado Apontador Morteiro 81 - Pel Mort 1191
Ribeiro do Melo - Lages do Pico - Açores
Falecido em Combate em 29 de Julho de 1968 - Ataque IN ao aquartelamento de Buruntuma

João Fernandes Caridade, Soldado At Art - CART 1742
Vitorino de Piães - Ponte de Lima
Falecido em resultado de acidente de viação em Buruntuma

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Nota do editor

Último poste da série de 1 de Novembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21502: Efemérides (343) : No dia de Finados, lembremos os nossos queridos mortos da Tabanca Grande: já lá vão 82 em 820

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18660: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXIII: as colunas logísticas até Madina do Boé



Foto nº 101


Foto nº 102


Foto nº 103


Foto nº 104


Foto nº 105




Foto nº 107 > A formação da coluna de várias viaturas à saída do aquartelamento, a caminho de Madina do Boé [Fotos, de 101 a 107]



Foto nº 121 > Pel Rec Daimler 1129 [Nova Lamego, 1966/68]... O Virgílio Teixeira aparece, à civil, de camisa branca, de óculos escuros... O cmdt do Pel Rec Daimler 1129, deve ser o da esquerda, também à civil, com a esposa ao lado. O pessoal parece estar a num churrasco... "Não tive grandes afinidades com o Alferes do Pel Rec Daimler 1129, porque ele tinha lá a mulher, e por isso vivia quase em separação...O pessoal das Daimlers era um grupo que eu apreciava muito, pelo apoio que davam nas colunas para Madina do Boé... Sei que fizemos mais confraternizações, com o esta, mas eles eram um pelotão independente e tinham as suas próprias instalações."




Guiné > Região de Gabu  > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem jámais de meia centena de referências no nosso blogue.

Recorde-se que o Virgílio Teixeira, de acordo com o seu CV militar (agora corrigido e atualizado):

(i) assenta praça, em Mafra, na Escola Prática de Infantaria (EPI), em 3 de janeiro de 1967, ainda antes de completar os 24 anos de idade; jura bandeira em finais de março desse ano; 

(ii) como habilitações literárias, tinha já os dois primeiros anos da Faculdade de Economia do Porto (, licenciatura que viria a completar  depois da tropa); tinha um irmão, velho, que era  militar de carreira;

(iii) é enviado para a EPAM [Escola Prática de Administração Militar], em Lisboa, no Lumiar; acaba em junho a especialidade de Serviço de Administração Militar (SAM); promovido a aspirante, tem uns dias de estágio, que acaba por não fazer por ter ido para o HMP, na Estrela, fazer fisioterapia por causa de um acidente sofrido  em fevereiro desse ano;

(iv) é mandado para o BC 10 em Chaves, onde deveria também fazer um estágio no CA, em julho, (que não faz, "pois não havia lá ninguém para me orientar; desenfio-me então porque não estava lá a fazer nada");

(v) é mobilizado para a Guiné em 10Ago67 - curiosamente dois anos depois em 10Ago69 chega a Lisboa a bordo do T/T Uíge -, "mas ninguém sabe de mim; encontraram-me, fui a Chaves levei uma piçada do comandante, e só me disse que não me castigava porque já tinha um 'castigo maior', que era a Guiné...

(vi) vai com Guia de marcha paro Campo Militar de Santa Margarida fazer o IAO,  e parte de Figo Maduro, em Lisboa, em 20 de setembro de 1967, num avião militar, com o comando avançado do BCAÇ 1933, para render o outro batalhão, o BCAV 1915, que segue para Bula ("embarco em 20 de setembro em Figo Maduro, chego a Bissau em 21, avanço para Nova Lamego em 24 e regresso a Bissau em 27 de setembro, com objectivo de ir aprender mais alguma coisa na Chefia de Contabilidade, mas vou mais vezes para o Pilão e para a Piscina do Club em vez de ir para CC; depois tenho de aprender sozinho, e cumpri as minhas funções sem nenhuma mácula."

(vii) faz o serviço no CTIG como alferes miliciano, sendo a sua especialidade o serviço de administração militar (SAM); nessa qualidade, foi chefe do conselho administrativo (CA) do BCAÇ 1933, ou seja, o oficial mais perto do comandante de batalhão, que era um tenente-coronel;

(viii) não tendo sido um "operacional" propriamente dito, não pode, por isso, "contar muita coisa sobre operações em concreto, embora tivesse feito muitas colunas militares de reabastecimentos, quer por rio ou por estrada", além de muitas patrulhas à volta dos aquartelamentos, e vivido muitas vezes os bombardeamentos contínuos às posições [das NT]"

(ix) faz questão também de declarar que dá "um valor enorme ao sacrifício das nossas tropas": "conheço, por aquilo que leio agora, o que se passou e nós não sabíamos quase nada. Passaram mais de 40 anos até se perceber o que foi aquela guerra";

(x) comentário final do autor: "Mas sobre o CV falta lá o antes e o depois. Nada foi fácil, como se pode pensar, eu tenho no meu activo cerca de 60 anos de trabalho, e não parece, mas aos 12 anos já era contribuinte da segurança social - naquela época caixa de previdência - passei à situação de pensionista após 45 anos ininterruptos de trabalho e contribuições, por isso com 45 anos de descontos, dou de borla ao Estado 5 anos, pois só precisava de 40. Nem os aumentos de 100% da Guiné precisei deles. Mas nunca parei, e continuei na mesma vida, agora sem mais descontos e a receber a minha pensão. Neste momento apenas escrevo o Livro e comento nos Blogues, ajudo os filhos em burocracias quando eles precisam, pois tenho uma enorme experiência de muitas coisas"....


Guiné 1967/69 - Álbum de Temas: T101 –  As Famosas Colunas Militares para Madina do Boé"

I - Anotações e Introdução ao tema:

NOTAS:

Este novo tema vem na sequência dos últimos Postes sobre Madina do Boé e Béli (*) que estão a dar que falar entre os nossos generalíssimos camaradas.

Tive a oportunidade de ter ‘disparado’ algumas fotos, numa manhã de nevoeiro, com uma coluna a partir de Nova Lamego com destino ao Cheche e Madina. Eram longas filas de camiões, que partiam com reabastecimentos para o Cheche, Madina do Boé e Béli.

Sentia estas deslocações como algo de grande perigo, dadas as minas, os mortos e feridos que caíram por aquela estrada, e com este sentimento, resolvo um dia acordar mais cedo e fazer as fotos, para mim, são uma ‘nostalgia’ incrível, que nunca esqueço.

Não estão grande qualidade, porque a manhã estava a nascer, a quantidade de luz natural era pouca, mas fica o essencial, relembrar aqueles heróicos soldados que faziam aquele trajecto, de pica na mão sempre à procura do ‘clique’,  e que muitas vezes não era detectado e assim os mortos e feridos abundavam.

Estas colunas eram realizadas com grande aparato militar, as viaturas normais seriam as GMC, os UNIMOG, as MERCEDES, e talvez outras, não me lembro de ver BERLIET.

Eram acompanhadas e escoltadas por Unidades de intervenção, abaixo dou uma relação das possíveis, mais os Pelotões Daimler, Fox, e sempre sobrevoadas por aviões T6,  de apoio aéreo.

Normalmente iam elementos da Companhia de Caçadores 5 na missão da frente de picar a estrada. A Companhia de Intervenção de Nova Lamego era a CART 1742.

Unidades possíveis de terem participado nas diversas colunas mensais para Madina:

CCS do BAÇ1933;

CCAÇ 5 ["Gatos Pretos", de Canjadude]; 

CCAÇ 1586,  CCAÇ 1588, CCAÇ 1589 e CCAÇ 1623;

CCAV 1651 e CCAV 1662;

CART1742.

Pelotões Independentes:

- Pelotão de  Morteiros 1191;

- P AM Daimler 1143 e 1129 [Vd. tratar-se do Pel Rec Daimler 1129, Nova Lamego, agosto de 1966/maio de 1968];


- Secção de AM/FOX e Reconhecimento 1578 [Vd. EREC 1578];

- Companhias de Milícias 15, 16, 19, 23.

Fico na esperança que alguém apareça a dizer que estava ali também.  Foram tiradas numa manhã do mês de Novembro de 1967.

Em, 14-05-2018 - Virgílio Teixeira

II - Legendas das fotos:

F101 a F 106 – A formação da coluna de várias viaturas à saída do aquartelamento

F121 – Os elementos do Pelotão Auto Metralhadoras Daimler Nº 1143 ou 1129 [, trata-se do Pel Rec Daimler 1129].

Em, 14-05-2018

Virgílio Teixeira

«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BCAÇ 1933 / RI15 / Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».
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Notas do editor:


quinta-feira, 5 de abril de 2018

Guiné 61/74 - P18486: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXVi: Gabu, set 67 / fev 68, gozando as delícias da "tabanca do Morteiros", alcunha do alf mil Azevedo, cmdt do Pel Mort 1191, alentejano de Évora


Foto nº 2 >  1968


Foto nº 3  > Janeiro de 1968


Foto nº 4 >  26 de dezembro de 1967


Foto nº 5 >  Janeiro de 1968 


Foto nº 6 > Janeiro de 1968


Foto nº 7 > 21 de janeiro de 1968


Foto nº 7A > 21 de janeiro de 1968


Foto nº 8 > 21 de janeiro de 1968


Foto nº 9 > 21 de janeiro dwe 1968



Foto nº 10 > Janeiro de 1968


Foto nº 11 > Janeiro de 1968


Foto nº 12 > Fevereiro de 1968

Foto nº 13 > Dezembro de 1967.


Foto nº 1 > Setembro de 1967

Guiné > Região de Gabu  > Nova Lmago  >  CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69).



Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), e que vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado [, foto atual à direita]. (*)


Guiné 1967/69 - Álbum de Temas > T033 – A Tabanca do Morteiros

I - Anotações e Introdução ao tema:


A – História do Sector L3 – Nova Lamego – Parte I:

INTRODUÇÃO:

Vou dar início à história do meu batalhão no sector L3 de Nova Lamego.

Para isso vou servir-me, porque já não preciso de escrever mais nada, dumas páginas do meu livro – não editado – onde já desde 2010 contava esta fase da minha história.

O teor e a forma de escrever e exprimir-me pode parecer estranho, mas isto passa-se em vários meses e até anos – 2010 a 2015 -, e em cada momento a nossa vida muda e também o humor e a forma de encarar tudo isto.

Vou mandar as fotos que já recolhi da minha vivência em Nova Lamego com o comandante do Pelotão de Morteiros 1191, que esteve em Nova Lamego entre abril de 1967 e março de 1969, às ordens do BCAÇ 1933 e depois do BCAV 1915].

O alf mil Azevedo   tinha uma casa e uma vida independente de todos os outros. Fiz uma boa amizade, com este alentejano, vindo de Évora, no centro do Alentejo. Fui-me deliciando com os seus petiscos que ele próprio fazia na sua casa, a que passei a chamar sempre de a Tabanca do Morteiros’ e era para lá que ia quando me era possível, pois não faltava nada lá na sua Tabanca. Ele era independente e acho que nunca saiu de Nova Lamego, pelo menos nos 5 meses que lá passei.


B - Fotos do tema T033 – Imagens da Tabanca do Morteiros no Gabu:

Legendas e numeradas de f1 a f13

F01 – Este era o edifício em pedra e cimento, sede de comando do Pelotão de Morteiros 1200, comandado pelo Alferes Miliciano Azevedo. Ele aparece na foto, na porta de entrada e comigo nas cavalitas, eu era uma pena nas mãos daquele homem. Esta primeira foto data do mês de Setembro, quer dizer que ao fim de menos de uma semana eu já tinha ali um amigo. Ele também precisava de mim, dada a minha função, ele já estava lá quando chegamos e sabia do antecedente que dependia muito de eu lhe facilitar a vida, ou não.

F02 – As fotos não estão por ordem cronológica, por isso esta já é de data bastante posterior. Por ali se vê que não falta nada em termos de condição de vida, cozinha, cama , mesa e roupa lavada, um rapaz negro como criado, ar condicionado – entenda-se ventoinhas – frigorifico, arca, estereofonia, só faltava mesmo era a TV e um Telemóvel última geração. Na foto está o Azevedo, eu ao lado, e também o Furriel Rocha, o tal algarvio que já falei que foi ali cair de paraquedas, e não queria outra vida, pois não fazia nada. A foto data já dos inícios de 1968.

F03 – Uma foto a descansar sobre uma rede que também ele lá tinha, para dormir a sesta. Era uma forma de passar os tempos livres. Datada também de Janeiro de 1968.

F04 – Numa sala com todas as comodidades, os roncos pendurados nas paredes, cartazes de férias, não falta nada. Eu estou mais uma vez de Oficial de Dia, e pelos vistos devo ter escorregado pois tenho um penso no braço, de certeza nem me lembro de que foi aquilo. Só sei que estamos no dia 26 de Dezembro de 1967, um dia depois do Natal de 67. A cabeça já está toda rapada, pois foi por indicação dele, que andava sempre careca, e fiz isso depois de uma praga de piolhos que apanhei e assim acabei com tudo de uma só vez.

F05 – Uma brincadeira à entrada da Tabanca do Morteiros. Não sei se ele não me deixava entrar? Janeiro de 68.

F06 – Fumando o meu cigarro, à entrada da Tabanca do Morteiros. Eu fumava não por vício, mas por prazer da boca, nunca travei o fumo, por isso mais tarde optei pelos puros – os charutos Cubanos, foram mais de 15 anos, mas nunca me viciei e assim hoje não fumo. Data de Janeiro 68.

F07 – Fui dar uma volta pelas ruas na Bicicleta do Azevedo, junto à sua residência oficial, ele tinha boas instalações naquela terra que havia alguma coisa que se aproveitava, pelo menos o clima era mais quente mas mais seco. Data 21Jan68.

F08 – Na comezaina na Tabanca do Morteiros, em camisola interior o nosso ten SGE Albertino Godinho, Chefe da Secretaria, e o homem do confiança do nosso comandante. Veja-se os olhos do miúdo empregado, a olhar para os pratos. Será fome ou apetite? 21 de janeiro de 68.

F09 – Nós os dois num repasto na hora do almoço, ainda fardado, acho que me lembro que eram uns ovos escalfados com chouriça, acompanhado de cerveja. Aquilo era um restaurante 5 estrelas e uma Michelin. Nova Lamego,  21 jan 68

F10 – Na mesma Tabanca, o nosso médico ten Carlos Parreira Pinto Cortez, e sua esposa, sempre presente em toda a nossa estadia em Nova Lamego. Havia condições para isso. Também eram convidados para a Tabanca. Eles estão a arregalar os olhos por me verem a beber, não sei, mas pelos risos deve ser isso. Nova Lamego,  jan 68.

F11 – Na mesma Tabanca, agora também com o Furriel Rocha – cuidado com o enorme membro dele,  nunca o vi nem tive curiosidade, mas ele nunca andou de calção curto, teria medo de a ‘coisa’ sair fora do calção? Lá estava eu deitado a dormir a sesta, com música de fundo, mas sempre de olho alerta. Nova Lamego, jan 68.

F12 – O Alferes Azevedo com o seu boné, à porta da sua Tabanca, e eu a conduzir o seu Jeep, pois ele tinha direito a essa Mordomia – Era ‘El Comandante’! -. Também tive umas lições de condição neste jipe. Nova Lamego,  fev 68

F13– No jipe do Morteiros, na porta da sua Tabanca, ainda no ano de 1967. Andava a dar as primeiras lições no seu jipe.  Nova Lamego,  dez 67.

Em, 05-03-2018

Virgílio Teixeira

«Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BATCAÇ1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».
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Nota do editor:

sexta-feira, 16 de março de 2018

Guiné 61/74 - P18422: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (51): O nosso camarada Virgílio Teixeira (ex-alf mil, SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) propõe-se ajudar a jovem luso-francesa Adelise Azevedo, de 14 anos, com materiais para o seu trabalho de EPI sobre "La guerilla en Guinée (1963/74)"... E quem mais pode dar uma mãozinha ?


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > Sector L3 > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > Fevereiro de 1968 > O alferes mil Azevedo, alentejano de Évora, com o seu boné, à porta da sua Tabanca (a que eu chamava a Tabanca dos Morteiros), e eu a conduzir o seu jipe, pois ele tinha direito a essa mordomia: Era ‘El Comandante’!... Também tive umas lições de condução neste jipe... A rua chamava-se General Arnaldo Schulz. O Azevedo era o comandante do Pel Mort 1200 ou 1200 e qualquer coisa, já não posso precisar. Tivemos lá cinco meses juntos e fizemos uma bela amizade. Depois eu segui para São Domingos, na região do Cacheu.

[Segundo o nosso editor Jorge Araújo, o pelotão de morteiros que esteve em Nova Lamego no período de maio de 1966 a maio de 1967 foi o n.º 1029. Foi substituído pelo Pel Mort 1191, que esteve em Nova Lamego entre abril de 1967 e março de 1969, às ordens do Batalhão de Cavalaria 1915. O alf mil Azevedo deveria, pois, ser o comandante do Pel Mort 1191.]


Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentário ao poste P18417 (*),  do Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)

Luís, sobre a ajuda para a nossa pequena Adelise Azevedo em França, é preciso um poder de síntese para ela poder fazer algo sobre a história deste terrível período da guerra na Guiné. Eu não tenho esse poder, e não sei quase nada, ou muito pouco, mas gostava de ajudar, pelo menos não ando a perder tempo e sim a ajudar a construir a verdadeira história da nossa guerra que muitos teimam em não acreditar.

Aqui eu posso entrar com alguma ajuda, o avô dela - digo com emoção, uma neta de 14 anos a fazer um trabalho destes, quando nem os meus filhos e netos se preocupam com isto, é obra e merece tudo o que eu possa contribuir para a ajudá-la na sua obra - esteve,  segundo parece,  no meu sector L3 de Nova Lamego, Canquelifá, Piche, onde eu estou um pouco à vontade para dar algum contributo.

Já ando há muitos dias a fazer um trabalho sobre precisamente o Sector L3 de Nova Lamego, mas estou a andar devagar, porque estava à espera ainda de mais 200 fotos digitalizadas, que não chegam tão rápido. Então eu já tinha pensado em fazer este trabalho em duas partes, NL1 e NL2, e vou avançar com a NL1, já.

Eu estou a fazer uma recolha de alguns dados que retiro da História da Unidade do meu Batalhão, comentários, factos, coisas que se passaram e estão escritas, e muitas vividas também por mim.
Neste trabalho vou incluir umas páginas que retirei do meu livro, escritas já há uns 6 anos ou mais, e não altero nada, preciso que leias e ver se interessa para alguma coisa, é a minha história e mais nada.
Já tenho neste tema mais de 300 fotos, mas ainda faltam muitas, e as que faltam são as preto e branco que são dos primeiros 6 meses de Guiné, por isso coincidem com NL [Nova Lamego].

Vou pegar numas 30 a 50 fotos, tenho de as selecionar, datar, localizar, legendar e escrever algo sobre as mesmas, incluindo algumas histórias. 

Para teres uma ideia é uma coisa do tipo que fiz para São Domingos I Parte - que ainda não foi nada editado, mas tem tempo - mas esta já está mais elaborada, também se trata de um sector com outra dimensão e história.

Podes contar com esta ajuda, e para a nossa Adelise, que seja muito feliz com o seu trabalho, e aqui lhe envio as minhas mais sinceras e humanas felicitações por esta ideia de louvar.

Diz-me alguma coisa.
Virgilio Teixeira


Localização de Wattrelos, Hauts-de-France. Fonte: Wikipedia
2. Mensagem envaida à Adelise Azevedo, neta do nosso camarada  José Alves Pereira (CCAÇ 727, Canquelifá, Nova Lamego, Piche, 1964/66), e que vive em Wattrelos, junto à fronteira com a Bélgica, na região de Hauts-de-France.

Adelise, há aqui um camarada nosso, que esteve também em Nova Lamego, como o teu avô Pereira, mas já em 1967/68 (durante cinco meses), é economista, está reformado, é do Porto, vive em Vila do Conde, tem também netos, ficou muito sensibilizado com o teu pedido de ajuda, e quer mesmo ajudar-te a tirar uma boa nota... Ele tem um excelente álbum de fotografias, que temos vindo a publicar no nosso blogue.

Como a gente diz, na nossa comunidade de antigos combatentes, a que chamamos Tabanca Grande ("tabanca" é aldeia, em crioulo da Guiné), os filhos e os netos dos nossos camaradas, nossos filhos e netos são... Tu já és nossa neta...

Vê, com ele, com é que  e em quê), ele te pode ajudar: por exemplo, arranjar-te fotografias de Bissau, de Nova Laemgo, etc. O seu nome é Virgílio Ferreira. Vou-lhe dar conhecimento desta mensagem e do teu endereço de email (que é o da tua mãe Isabel).

Já agora toma boa nota da história terrível da companhia de caçadores do teu avô, a CCAÇ 727, que teve 18 mortos em campanha, andou por sítios terríveis como Madina do Boé. 

Podes usar eles elementos para falares do teu avô e preparar a entrevista com ele... Podes gravar, por exemplo, no teu telemóvel uma entrevista com ele. É um registo que também fica para memória futura... Preparas umas tantas perguntas... E ele vai-te respondendo e tu estás a gravar...

O telemóvel tem um bom  gravador de som. Mas primeiro faz o teste, a ver se o teu gravador de som funciona bem e tem carga... Eu uso muito o gravador de som e o vídeo... Sabes, sou professor e investigador, na área da saúde pública e da sociologia da saúde... Entrevisto pessoas e depois transcrevo o que foi gravado... Claro que é um trabalho moroso, e tu agora não tens tempo... Mas podes, para já, e para o teu trabalho de EPI fazer um resumo da entrevista com o teu avô... Daqui a uns largos anos, quando ele já não estiver cá, voltas a emocionar-te ao ouvir a voz dele e a sua história de vida na tropa e na guerra...

Também fiz muitos pequenos vídeos do meu pai que já morreu, com quase 92 anos: também foi militar, em Cabo Verde, entre 1941 e 1943, durante a II Guerra Mundial...

Aqui tens o link com a história da CCAÇ 727:

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2018/03/guine-6174-p18420-consultorio-militar.html

Dá-a a ler ao teu avô para ele refrescar a memória. Tem os nomes todos dos camaradas que morreram em campanha, na Guiné, uns por doença e acidente mas a maior parte em combate. O capitão dele, Joaquim Evónio Vasconcelos, já faleceu em 2012. Era também poeta e escritor.

Temos aqui um contacto de um camarada do teu avô, natural de Barcelos: vou ligar-lhe um dia destes, talvez amanhã. Organizou um dos encontros anuais do pessoal da companhia. Toma nota:

Joaquim Esteves Ferreira, vive em  Balugães, Barcelos: telef + 351 258 107 204 / telemov + 351 963 306 491

Um beijinho. O editor Luís Graça
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Nota do editor:

Último poste da série > 15 de março de 2018 >  Guiné 61/74 - P18417: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (50): Adelise Azevedo, de 14 anos, a viver em Wattrelos, no norte da França, neta do ex-combatente José Alves Pereira (CCAÇ 727, Bissau, Nova Lamego, Canquelifá, Piche, 1964/66) agradece a nossa ajuda para a realização de um trabalho escolar sobre a história do conflito que opôs o PAIGC e as Forças Armadas Portuguesas entre 1963 e 1974

Vd. também poste de 8 de março de 2018 > Guiné 61/74 - P18392: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (49): Adelise Azevedo, de 14 anos, a viver em Wattrelos, no norte da França, neta do ex-combatente José Alves Pereira (CCAÇ 727, Bissau, Nova Lamego, Canquelifá, Piche, 1964/66) pede-nos bibliografia e outra documentação para um trabalho escolar, "Passeurs de Mémoires", sobre a guerra colonial na Guiné