1. Desde 2008 que temos vindo a contar "segredos", pequenos e grandes segredos, da nossa vida militar, ou até pessoal, mais íntima (como "a minha primeira vez..."), coisas passadas há mais de meio século, mas que só agora, por uma razão ou outra, temos vindo a partilhar uns com os outros...
O propósito deste série, "O segredo de...", é esse mesmo: ser uma espécie de confessionário (ou de livro aberto) onde se vem, em primeira mão, revelar "coisas" do nosso tempo da tropa e da guerra, da nossa adolescência ou até da nossa infância, que estavam guardadas só para nós... ou só eram conhecidas do nosso círculo de relações mais íntimo (cônjuge, filhos, amigos do peito...).
É esperado que os nossos leitores não façam nenhum comentário crítico, e nomeadamente condenatório, em relação às "revelações" aqui feitas, mesmo que esses factos pudessem eventualmente, à luz da época, constituir matéria do foro do direito penal, militar ou civil, infringir a disciplina ou ética militares, os usos e costumes, a moral da época, etc.
Aprendemos, neste blogue, a "saber ouvir sem julgar"!... Claro que há segredos mais "inocentes", como este, do Alcídio Marinho, que nos vem revelar que tem um víquingue na família...
2. Comentário, ao poste P21162 (*), do Alcídio [José Gonçalves] Marinho, ex-fur mil inf, CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65) [vive no Porto; é membro da nossa Tabanca Gande; tem mais de 20 referências no nosso blogue; foto atual, à esquerda]
Caro Luís:
Por falar em Vikings.... Há pouco tempo, fiz a análise ao meu DNA. O resultado [do teste genético] foi:
57.3 % - Ibérico
12.7 % - Escandinavo
10.3 % - Sardo (Sardenha)
7.1 % - Norte-Africano (Argélia,Tunísia, Líbia, Egipto Ocidental)
5.6 % - Italiano
1.5 % - Nigeriano
Também o meu nome, Alcídio, se refere a uma ave palmípede marinha, existente nos fiordes da Noruega, da Suécia e Círculo Polar Ártico, da família dos Alcídeos (Alcidea).
Na minha família, ao longo das gerações, sempre houve um Alcídio ou uma Alcídia.
Em todo mundo existem cerca de 2000 Alcídios e Alcídias. As minhas famílias são originárias da região de Basto - Celorico de Basto.
Como podes ver eu também tenho um pouco dos Vikings [ou víquingues]. (**)
Um abraço com muita saúde,
É esperado que os nossos leitores não façam nenhum comentário crítico, e nomeadamente condenatório, em relação às "revelações" aqui feitas, mesmo que esses factos pudessem eventualmente, à luz da época, constituir matéria do foro do direito penal, militar ou civil, infringir a disciplina ou ética militares, os usos e costumes, a moral da época, etc.
Aprendemos, neste blogue, a "saber ouvir sem julgar"!... Claro que há segredos mais "inocentes", como este, do Alcídio Marinho, que nos vem revelar que tem um víquingue na família...
2. Comentário, ao poste P21162 (*), do Alcídio [José Gonçalves] Marinho, ex-fur mil inf, CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65) [vive no Porto; é membro da nossa Tabanca Gande; tem mais de 20 referências no nosso blogue; foto atual, à esquerda]
Caro Luís:
Por falar em Vikings.... Há pouco tempo, fiz a análise ao meu DNA. O resultado [do teste genético] foi:
57.3 % - Ibérico
12.7 % - Escandinavo
10.3 % - Sardo (Sardenha)
7.1 % - Norte-Africano (Argélia,Tunísia, Líbia, Egipto Ocidental)
5.6 % - Italiano
1.5 % - Nigeriano
Ave marinha palmípede, da família dos Alcídeos (Alcidea). Fonte: Cortesia de Wikipedia |
Também o meu nome, Alcídio, se refere a uma ave palmípede marinha, existente nos fiordes da Noruega, da Suécia e Círculo Polar Ártico, da família dos Alcídeos (Alcidea).
Parece que foram os Suevos, Godos e Visigodos [, séc. V/VI,] que trouxeram o nome para a Península Ibérica.
Na minha família, ao longo das gerações, sempre houve um Alcídio ou uma Alcídia.
Em todo mundo existem cerca de 2000 Alcídios e Alcídias. As minhas famílias são originárias da região de Basto - Celorico de Basto.
Como podes ver eu também tenho um pouco dos Vikings [ou víquingues]. (**)
Um abraço com muita saúde,
Alcídio Marinho
3. Comentário do editor LG:
Alcídio, obrigado pela tua generosa partilha. Mas em relação aos testes genéticos, tenho que fazer aqui duas ou três considerações, que não deves tomar como crítica à tua mais que legítima vontade (e direito) de conhecer a tua "ancestralidade e etnicidade"...
Os testes genéticos estão na moda, tornaram-se mesmo "virais" e as empresas comerciais que apareceram, após o sucessso que foi a sequenciação do genoma humano, conseguido em 2003, digladiam-se agora para obter clientes, oferecer "serviços" (como o "kit de ADN") e facturar milhões...
Algumas dessas empresa, como o My Heritage (, esta, de origem israelita), são "casos de sucesso", depois de terem "nascido em vãos de escada"... Mas há mais muitas mais, nomeadamente americanas, com a 23andMe...(Cito estas duas sem qualquer propósito publicitário, apenas a título exemplificativo.)
Enfim, não sendo especialista desta área, de certo apaixonante mas altamente complexa, a genética, merecem-me contudo reservas os testes genéticos comerciais, no que respeita à sua validade e fiabilidade, e sobretudo levantam-me, a mim, ao comu, cidadão e a muita boa gente (, da biomedicina, da saúde pública e da área das ciências sociais e humanas, etc.), dúvidas teórico- metodológicas e sobretudo bioéticas...
Nunca fiz até agora nenhum teste genético (por razões de saúde ou outras), mas pode perguntar-se: onde param os dados dos "clientes" ? Nalgum banco de dados, seguramente...que pode ser partilhado, por razões nobres ou menos nobres, com a indústria farmacêutica ou o poder judicial, por exemplo...
Em suma, não sei o que estas empresas podem fazer com a nossa (e à nossa) informação genética... E também não estou tranquilo quanto aos mecanismos de regulação nem controlo destas empresas comerciais que vendem serviços "on line" como "kits de ADN", aparentemente inocentes e inofensivos, e cada vez mais populares...
Podem até estar todas "certificadas", e terem muitos doutores em biologia, genética e áreas afins...
Voltando aos testes de "ancestralidade e etnicidade", que se vendem aí a preço de saldo por um punhado de euros ou dólares... Há tempos uma pessoa conhecida minha obteve um resultado mais ou menos semelhante ao teu: também ela descobriu o seu "viquinzinho", louro e de olhos azuis!... (Só não sei se vinham com cornichos!).
Mais de 50% da sua possível ascendência seria "ibérica", 15% era da "Europa do Norte" (, e de facto até há olhos azuis na família)... mas também apareceu uma "costela bérbere" (leia-se: moura)... E, surpresa das surpresas, até apareceu um mais que provável "escravo" da Nigéria (!) a dar cabo da "árvore gine...cológica" (como diz um amigo meu, gozão...).
Há muito que sabemos que somos um "povo mestiço", um povo de múliplas etnias e fenótipos... com uma forte proporção de "ibéricos" (, anteriores à colonização romana), judeus sefarditas (que acompanharam os colonizadores romanos...) e africanos (mouros e subsarianos)...
Já a rainha Dona Amélia, filha do Conde de Paris, detestava os "políticos de Lisboa", que ela achava que eram "pretos" demais para a sua "paleta de cores"...
Os testes genéticos podem ter inegáveis vantagens e benefícios, dependendendo muito do seu uso e finalidade: por exemplo, podem ajudar-nos à prevenção e diagnóstico precoce de doenças tramadas, a que eu chamo "defeitos de fabrico"...Mas o seu "abuso", a sua utilização, sem controlo médico (no caso dos testes de saúde), ou para efeitos lúdicos, mas também de propaganda e manipulação político-eleitoral, pode estar a contribuir para reforçar, por exemplo, os nossos preconceitos "raciais" e o nosso etnocentrismo...
Eu acho que eles vão (ou estão já a) substituir os "horóscopos"... Já se fazem testes genéticos para "gerir as carreiras de sucesso"... E fica bem ter uma "árvore... genealógica" na parede, com todos os antepassados de "sangue azul"...
Afinal, todos queremos, consciente ou inconscientemente, ser "filhos de algo", ricos, bonitos, saudáveis e até imortais!...
Pobres de nós!... E os filhos da mãe ? E os filhos dos quarenta-pais, como se diz na ilha de São Nicolau, em Cabo Verde ? E os antepassados que foram entregues nas rodas dos conventos e das misericórdias ?...
Esses foram (ou vão ter que ser) infelizes até ao fim dos séculos dos séculos, ou muito simplesmente vão parar à vala comum do esquecimento...
É bom lembrar, por fim, que nenhum de nós escolheu pai e mãe nem o sítio onde nasceu....
Os testes genéticos também podem ser uma "caixinha de Pandora", e trazer-nos "desgraça e infelicidade": imaginem que que eu descubro que não sou filho do meu pai, ou que vou morrer de Alzheimer...
Alcídio, obrigado pela tua generosa partilha. Mas em relação aos testes genéticos, tenho que fazer aqui duas ou três considerações, que não deves tomar como crítica à tua mais que legítima vontade (e direito) de conhecer a tua "ancestralidade e etnicidade"...
Os testes genéticos estão na moda, tornaram-se mesmo "virais" e as empresas comerciais que apareceram, após o sucessso que foi a sequenciação do genoma humano, conseguido em 2003, digladiam-se agora para obter clientes, oferecer "serviços" (como o "kit de ADN") e facturar milhões...
Algumas dessas empresa, como o My Heritage (, esta, de origem israelita), são "casos de sucesso", depois de terem "nascido em vãos de escada"... Mas há mais muitas mais, nomeadamente americanas, com a 23andMe...(Cito estas duas sem qualquer propósito publicitário, apenas a título exemplificativo.)
Enfim, não sendo especialista desta área, de certo apaixonante mas altamente complexa, a genética, merecem-me contudo reservas os testes genéticos comerciais, no que respeita à sua validade e fiabilidade, e sobretudo levantam-me, a mim, ao comu, cidadão e a muita boa gente (, da biomedicina, da saúde pública e da área das ciências sociais e humanas, etc.), dúvidas teórico- metodológicas e sobretudo bioéticas...
Nunca fiz até agora nenhum teste genético (por razões de saúde ou outras), mas pode perguntar-se: onde param os dados dos "clientes" ? Nalgum banco de dados, seguramente...que pode ser partilhado, por razões nobres ou menos nobres, com a indústria farmacêutica ou o poder judicial, por exemplo...
Em suma, não sei o que estas empresas podem fazer com a nossa (e à nossa) informação genética... E também não estou tranquilo quanto aos mecanismos de regulação nem controlo destas empresas comerciais que vendem serviços "on line" como "kits de ADN", aparentemente inocentes e inofensivos, e cada vez mais populares...
Podem até estar todas "certificadas", e terem muitos doutores em biologia, genética e áreas afins...
Voltando aos testes de "ancestralidade e etnicidade", que se vendem aí a preço de saldo por um punhado de euros ou dólares... Há tempos uma pessoa conhecida minha obteve um resultado mais ou menos semelhante ao teu: também ela descobriu o seu "viquinzinho", louro e de olhos azuis!... (Só não sei se vinham com cornichos!).
Mais de 50% da sua possível ascendência seria "ibérica", 15% era da "Europa do Norte" (, e de facto até há olhos azuis na família)... mas também apareceu uma "costela bérbere" (leia-se: moura)... E, surpresa das surpresas, até apareceu um mais que provável "escravo" da Nigéria (!) a dar cabo da "árvore gine...cológica" (como diz um amigo meu, gozão...).
Há muito que sabemos que somos um "povo mestiço", um povo de múliplas etnias e fenótipos... com uma forte proporção de "ibéricos" (, anteriores à colonização romana), judeus sefarditas (que acompanharam os colonizadores romanos...) e africanos (mouros e subsarianos)...
Já a rainha Dona Amélia, filha do Conde de Paris, detestava os "políticos de Lisboa", que ela achava que eram "pretos" demais para a sua "paleta de cores"...
Os testes genéticos podem ter inegáveis vantagens e benefícios, dependendendo muito do seu uso e finalidade: por exemplo, podem ajudar-nos à prevenção e diagnóstico precoce de doenças tramadas, a que eu chamo "defeitos de fabrico"...Mas o seu "abuso", a sua utilização, sem controlo médico (no caso dos testes de saúde), ou para efeitos lúdicos, mas também de propaganda e manipulação político-eleitoral, pode estar a contribuir para reforçar, por exemplo, os nossos preconceitos "raciais" e o nosso etnocentrismo...
Eu acho que eles vão (ou estão já a) substituir os "horóscopos"... Já se fazem testes genéticos para "gerir as carreiras de sucesso"... E fica bem ter uma "árvore... genealógica" na parede, com todos os antepassados de "sangue azul"...
Afinal, todos queremos, consciente ou inconscientemente, ser "filhos de algo", ricos, bonitos, saudáveis e até imortais!...
Pobres de nós!... E os filhos da mãe ? E os filhos dos quarenta-pais, como se diz na ilha de São Nicolau, em Cabo Verde ? E os antepassados que foram entregues nas rodas dos conventos e das misericórdias ?...
Esses foram (ou vão ter que ser) infelizes até ao fim dos séculos dos séculos, ou muito simplesmente vão parar à vala comum do esquecimento...
É bom lembrar, por fim, que nenhum de nós escolheu pai e mãe nem o sítio onde nasceu....
Os testes genéticos também podem ser uma "caixinha de Pandora", e trazer-nos "desgraça e infelicidade": imaginem que que eu descubro que não sou filho do meu pai, ou que vou morrer de Alzheimer...
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(*) Vd. poste de 12 de julho de 2020 > Guiné 61/74 - P21162: (Ex)citações (361): Lendas e narrativas: nós, os víquingues e os suecos (Manuel Luís Lomba / José Belo)
(**) Último poste da série > 29 de outubro 2019 > Guiné 61/74 - P20286: O segredo de... (32): Manuel Oliveira Pereira (ex-fur mil, CCAÇ 3547, 1972-74) e o mistério do "triângulo Contuboel, Sonaco e Jabicunda"... Um "encontro de cavalheiros" com o IN
Notas do editor:
(**) Último poste da série > 29 de outubro 2019 > Guiné 61/74 - P20286: O segredo de... (32): Manuel Oliveira Pereira (ex-fur mil, CCAÇ 3547, 1972-74) e o mistério do "triângulo Contuboel, Sonaco e Jabicunda"... Um "encontro de cavalheiros" com o IN