GUINÉ, IR E VOLTAR - XVI
Cabral no Oio
Parece que o Amílcar Cabral está cá dentro. Há informações que referem a presença dele numa reunião de quadros na zona do Oio, dispara-lhe o capitão, no quarto em Brá, olhos na meia-noite do relógio de pulso.
Amílcar Cabral. Foto na net.
E que está a retirar, para o Senegal, pela zona de Bigene. Certezas não há, pode até já ter passado ou estar a caminho da fronteira por outro lado. De qualquer maneira vamos trabalhar com as informações que temos. Há apoio da Força Aérea, estão a ser movimentadas tropas da zona e o QG quer que um grupo vá para a fronteira.
Amanhã, às 5 em Bissalanca, nos helis. Vou estar em cima no PCA.
O Alegre já dormia, teve que se pôr a pé, meteu-se no jeep para Bissau à procura de um chefe de equipa.
Grupo acordado, material conferido, reunião, os procedimentos habituais. Pequeno-almoço na cantina às 4 e meia, grupo ao corrente dos pormenores.
Era apenas uma hipótese, não passava disso. Mas teriam que estar preparados para se encontrarem com uma larga coluna do IN a servir de escolta.
Levantaram à hora, com a Guiné a acordar, rumaram para norte. Cerca de quarenta minutos depois estavam na zona, T-6 a aparecerem, já a brilharem ao Sol, vai estar um dia quente.
Dos helis viram os trilhos, o Tenente Caldas, o piloto, a indicar-lhe com a cabeça para uma clareira, aí mesmo, ok, vamos baixar. Ouviu a comunicação com o resto da esquadrilha, preparar a formação, por cima das árvores, abrir portas, uma mão no cinto outra na arma, saltar.
Tiros dispersos e altos para os helis1, os T6, barulhentos e lentos, a picarem, fumos a sair das asas, rebentamentos, o costume, nada que não se tivesse visto antes. Reagrupados, correram a abrigar-se, vegetação rasteira, não havia muito onde.
Os T-6 referiam estar um grupo a entrar numa mata em frente, para aí a meio quilómetro, na direcção da fronteira, iam picar nessa direcção. Coluna por um trilho fora, o Sol em cima deles, rebentamentos de vários lados, todos a considerável distância.
Pouco tempo depois, um Dornier comunicava não ver sinais de movimento e que informações recentes confirmavam a presença de Amílcar Cabral no Oio, e que terá passado a fronteira durante a noite, por outro lado, para leste de Bigene. Sempre em frente, a caminho da fronteira, nem tempo tiveram para meter guias da zona, iam por ali em direcção à mata como se estivessem a descer a Avenida da Liberdade.
Boca seca, borbotos brancos de saliva nos cantos dos lábios colados, uma chuvada agora é que vinha a calhar, nem uma nuvem, o sol muito grande. Ao longe, no caminho para lá, a mata prometia-lhes sombra, pelo menos.
Valente, arranque com a sua equipa. Os cinco a andar, parecia um bailado, uma eternidade. Desapareceram na mata, uns minutos.
Um sinal deles, lá foi o resto do grupo abrigar-se do sol. Não há muito tempo tinha passado por ali gente, pelas cascas de abacaxi que viram espalhadas. Não os tinham comido todos. Cortaram o que lhes apeteceu, sentaram-se à sombra, limparam a saliva da boca com fatias cortadas com o punhal. O silêncio, um oásis!
À noite estava em Bissau. Tinha passado pelo Bento depois de jantar, as pernas doridas a pedirem descanso, mas a levarem-no para a Sé, rua acima, luzes das janelas a apagarem-se.
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Nota
1 - Esta manhã, enquanto bombardeavam Djagali, os Portugueses mandaram uns 50 homens de helicóptero até à zona da fronteira. Foram interceptados por combatentes do PAIGC; retrocederam, depois de algumas horas de combate, deixando vários mortos no terreno. Quando chegámos, a estrada estava livre”. “Com os rebeldes da Guiné”, por Gérard Chaliand, no “Le Nouvel Observateur”, 13/07/66. Gérard Chaliand, amigo do Cabral, a relatar o que não aconteceu.
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Uma carta2
Desenrasque-se.
Nas mãos tinha a carta que o capitão acabara de lhe entregar, uma carta dirigida ao Ministro do Exército.
Exmo. Senhor Ministro de Exército
Excelência,
Venho respeitosamente dirigir-me a Vossa Excelência expondo-lhe o seguinte.
Sou mãe do 2.º Sargento Mil. M. A., morto em Angola, no Quitexe, em 23 de Abril de 1963. Após 22 meses (?) ao serviço da Pátria, o meu filho, que era a luz dos meus olhos, lá se ficou.
Hoje tive conhecimento que outro meu filho, o 1.º Cabo Mil C. A., acaba de ser mobilizado para a Guiné, para onde parte no dia 9 deste mês.
Sou pobre, se não ia pessoalmente, de joelhos, pedir a Vossa Excelência que tenha pena de mim. Com a morte do meu filho nunca mais fui a mesma. Se há pessoas desamparadas da sorte, uma delas sou eu, perdi completamente o gosto por viver.
Não choro os meus filhos à Pátria, choro sim a sua morte quando vejo companheiros deles, depois de apurados, descerem aos hospitais militares e ficarem livres. Não ensino procedimentos destes aos meus filhos, custar-me-ia muito vê-los tomar atitudes idênticas.
Mas apelo ao coração, que presumo ser bom, de Vossa Excelência, que certamente também é Pai. A metrópole é também a nossa Pátria e o meu filho ficaria aqui a cumprir o tempo necessário e não mo mandaria para longe entrar em combates. Há seis anos, o meu marido teve uma trombose. Vive, mas é um doente, e com tudo isto vejo agravar o seu sofrimento.
Não me convenço que meu filho vá para tão longe. E, pelos seus filhos, Senhor Ministro, peço-lhe que mo deixe ficar. Vossa Excelência terá a certeza que eu terei mais meia dúzia de anos de vida, nunca mais de alegria, mas para melhor poder amparar o meu marido e meus filhos, para os quais sempre tenho vivido.
Julgo bater à porta de Deus e a Ele fico a pedir para que Vossa Excelência e Família tenham uma vida cheia de saúde e felicidade.
Respeitosamente de Vossa Excelência
4 de Fevereiro de 1965.
Nessa mesma manhã encontrou-se com o Furriel. Começaram por falar da equipa, do estado físico e anímico dos homens, das famílias e aí, perguntou-lhe como vivia a mulher as vésperas das saídas para o mato, uma vez que estava há algum tempo em Bissau com uma filha recém-nascida.
Fica muito ansiosa, fica triste, claro. Mói-me o juízo a toda a hora, já não posso ouvir mais, sempre com a mesma ladainha, que o Capitão Saint-Clair do QG, que ainda é nosso parente, também é de opinião que isto dos comandos não é vida para um tipo casado, ainda para mais com uma filha. E já lhe disse que me arranja lugar na repartição dele.
O que penso disto, meu alferes? É complicado. São capazes de ter alguma razão. E eu desde que ela chegou com a miúda, não sei, custa-me um bocado, às vezes. Não era surpresa, há algum tempo que se notava. Desde a vinda da mulher, o Furriel começou a esmorecer, mal se dera no princípio, agora o entusiasmo, via-se, não era o mesmo.
Faça o requerimento, não precisa de falar de razões, simplesmente pede para sair, por motivos pessoais, mais nada, pena também, que é que se pode fazer?
Com dois chefes de equipa, Sarg. Mário Valente e Furriel C. Azevedo, em Brá
Entraram os dois ao mesmo tempo para os comandos como instruendos, foram depois instrutores do grupo, participaram em todas as operações até àquela data e tinha grande respeito pela intrepidez e sentido de camaradagem daquele furriel.
Estava a perder um bom chefe de equipa, de muita confiança, como se provou naquele infeliz caso passado em Barro. Viera a saber mais tarde pelo Sargento Valente, que o Bacar Jassi, lá na língua dele, terá pedido ao Céu, que houvesse fogo naquela ida a Sano, que a primeira rajada iria para as costas do alferes, que o tinha mandado atar e prender junto com turras. Mamadú Jaló3 terá ouvido o desabafo, falou ao ouvido do furriel Azevedo, que por sua vez comunicou aos outros chefes de equipa, todos de olho no Bacar Jassi, da ida até ao regresso a Barro.
A morte do Silva, da equipa do furriel, em Jabadá, a única baixa definitiva até então, abalara-os, pela morte do camarada, claro, mas também pela forma como ocorrera, a equipa a andar para a frente e o Silva a ficar para trás. Compreendera as razões, o fogo cruzado, directo neles, a equipa com pressa de atingir a orla da mata pelo menos, mas deixar o Silva para trás, custava-lhe entender isso.
Se até no curso se tinham escolhido uns aos outros, por tantas afinidades, sempre juntos em parelhas, para o cinema, para o café, para o Cupilom, para todo o lado, logo ali que deveriam estar mais juntos que nunca, e quando era mesmo preciso, o Silva ficara para trás.
Um jantar de despedida com os chefes de equipa do grupo no Fonseca4 marcou o fim da comissão do furriel nos comandos depois da despedida oficial em Brá, aquela tarde. No meio do frango assado e Casal Garcia, desmancharam-se a rir, quando alguém contou uma história de há meses. E, sabe-se como é, contar uma história às vezes é como andar à procura de material dentro dos acampamentos inimigos. Quando menos se conta, em vez de uma granada à mostra sai uma ou duas dúzias atrás, presas numa corda.
A insensatez dos vinte e poucos anos que todos tinham, a lotaria que lhes tinha saído na roleta que era a guerra que estavam a viver e as armas que tinham nas mãos davam-lhes a sensação de impunidade que valia bem desafiar todos os regulamentos. Não eram todos os que assim pensavam, claro.
Acrescentava-se o desafio que o Saraiva lhes tinha incutido no curso. Que podiam fazer tudo, mesmo o que não fosse permitido. Desde que não se deixassem apanhar.
Então, um deles, provavelmente farto de dormir no Cupilom, terá tido a ideia de levar para o aquartelamento de Brá uma gentil morena. A porta de armas de Brá era guardada pelo Batalhão residente, logo não parecia ser uma tarefa muito fácil meter lá dentro a jovem. Por isso mesmo, deve ter pensado o aventureiro.
Convencida a jovem, enfiou-lhe um camuflado, meteu-a no jeep no banco ao lado do condutor e ele próprio carregou no botão, arrancou do Cupilom directo a Brá e à porta de armas. Só os dois, sem testemunhas. Nada difícil, afinal, deve ter pensado, quando viu a cancela a fechar-se atrás deles. Depois, seguiu-se a manobra de estacionar mesmo em frente à messe de oficiais, sacou a jovem do jeep, entrou no edifício dos quartos e meteu-se com ela no quarto. O que também não lhe pareceu ter sido complicado, depois de ter fechado à chave a porta do quarto que repartia com outro camarada, ausente naqueles dias.
Os dois na cama, a trocarem umas impressões, e ao imprevidente militar aconteceu o que não esperava. Batidas na porta acompanhadas da voz do capitão a chamar pelo seu nome. Seguiu-se o silêncio que seria de esperar, que sem dificuldade se imagina, ao mesmo tempo que não davam sinais de abrandamento os toques impertinentes na porta e o seu nome na boca do comandante. Este, minutos sem resposta, teve o bom senso que faltava a outros em situações bem menos graves. Foi-se embora.
No dia seguinte, na reunião que era costume começar as actividades do dia, os alferes da Companhia ouviram o capitão dizer, baixo mas em bom som, que se alguma vez encontrasse alguém, fosse quem fosse, com uma mulher no quarto, lhe aplicava o máximo da sua competência e o punha na rua. Isto tudo, de seguida, sem largar os olhos do presumível infractor. E, depois do silêncio de todos, perguntou a cada um se tinha entendido? Os não implicados olharam uns para os outros sem perceberem a que propósito o capitão abordara assunto que lhes pareceu tão despropositado.
Despediram-se na esplanada do Bento com um abraço, uma amizade como só aqui. O furriel para o ninho, ele não sabia para onde. Uma volta pelo Bissau velho como havia quem lhe chamasse, uma sensação de desencanto a desenhar-se, tão cedo ainda e sem sono.
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Notas
2 - Esta carta foi enviada para o Ministério do Exército em princípios de 1965 e reencaminhada pela 1.ª Rep/QG, em Abril ou Maio de 1966, para a Companhia de Comandos.
3 - Morto mais tarde no Morés
4 - Restaurante também conhecido por Solar dos 10, na altura um dos mais conhecidos restaurantes de Bissau
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Galinha à cafriela5
"Temos que ser nós a pô-los daqui para fora, esta terra é nossa, não nos faltam apoios, é todo o mundo a dar-nos razão! Desde meados deste século, os colonialistas têm sido corridos de todo o lado, ficaram os portugueses e por quê, camaradas? Porque de todos os impérios, o deles é o mais atrasado, não só economicamente como também em termos culturais. Uma taxa de alfabetização baixíssima, um país inculto, atrasado, governado por um grupo de lacaios em nome de um ditador e dos interesses de meia dúzia de famílias."
"Por isso dizemos e insistimos, somos aliados do povo português na mesma luta contra o colonialismo e contra o fascismo. Mas esta situação, os camaradas não duvidem, está a mudar e ainda vai ser no nosso tempo e vamos ser nós que vamos acabar com o colonialismo na nossa terra. Temos amigos em todo o mundo, URSS, Suécia, China, Noruega, Cuba, toda a África, toda a Ásia, todo o mundo, amigos que nos ajudam com armas, comida, medicamentos, técnicos.
Mas temos que ser nós, camaradas, nós é que temos que fazer o trabalho aqui na Guiné e em Cabo Verde, de os pôr daqui para fora!"6
Uma rua de Bissau. Foto do blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné. Com a vénia que é devida.
Aqueles tempos calmos, com tempo para tudo, o sossego das tardes de Bissau estavam cada vez mais longe. Depois dos incidentes do Pijiguiti a vida nunca mais foi a mesma. Interrogatórios, Pide, tropa a chegar todos os dias, incidentes em todo o lado, prisões durante a noite, a vida cada vez mais difícil.
Benilde, a mãe de Teresa, pensava em como era tranquila a vida em S. Vicente, difícil a subsistência, mas o ambiente era outro, como era bom se o Vasco conseguisse ser colocado em Cabo Verde, na Praia ou no Mindelo.
Teresa estava com 19 anos, vivia com a ansiedade própria da idade o que ouvia contar em casa e entre os amigos, as gloriosas lutas que se travavam nas matas contra a tropa colonialista, as tentativas de alfabetização das populações, nas escolas dispersas pelo mato, os progressos pela emancipação, o caminho irreversível para a independência. O relacionamento dela com aquele militar era motivo de reprovação dos amigos e de desconfiança do próprio pai.
Coisas separadas, pai, não têm nada que ver, sei tomar conta de mim, já não sou menina.
A mamã contou ao papá do nosso encontro. A princípio ficou calado, continuou a comer, mas não ficou de muito boa cara, não. No fim de jantar, então falou, que ainda sou muito nova, que tenho muito tempo à frente. É mesmo a sério, virado para mim?
Quando queres vir jantar a casa? Quando pode ser? Não pode ser amanhã? Fica para sábado então, posso dizer à mamã?
Mas espera, Teresa, jantar?
Então, não ficou combinado, apresentar-te ao meu pai?
Apresentar-me ao teu pai? Combinado com quem?
Jantar só, que importância tem?
Teresa no varandim, com aqueles olhos. A mãe como se fosse para a festa, música de morna, a sala grande, sente-se, esteja à vontade, a Tesa faz-lhe companhia, vou ver as coisas, sumo de abacaxi com gelo, quer?
Sentia-se fraco, não lhe apetecia nada estar ali, bem melhor não ter vindo. Os dois sentados, ele a passar a vista pelo salão, uma mesa ao canto, fotos antigas de outras terras, rostos desconhecidos, gazelas de pau-preto, cadeiras de palhinha, a luz suave filtrada pelas cortinas, o que estou eu aqui a fazer e os pais a entrar.
Ora viva, então, como está, ah? Igualmente muito prazer, então?
Sorriso sem palavras, cumprimentos, quer beber alguma coisa fresca, ah já está servido, então?
Então nada, desta vez apeteceu-lhe mesmo responder.
Calor, hem, esta humidade não deixa a gente respirar, então? Vocês lá em Portugal tem um clima bem mais ameno, mais temperado, mas muito frio no Inverno, não? Acho que nunca prepararam as vossas casas para o frio, se calhar porque se habituaram a estarem lá só de passagem, não é, no regresso dos Brasis por onde andaram, só paravam em Lisboa para descarregarem o ouro, a prata, as especiarias, não é, gargalhada que lhe pareceu trocista.
Assim! O pai da Teresa além de trabalhar nos escritórios de uma grande empresa "colonialista" era também um humorista.
Nunca pensei nesse assunto.
Na sua idade também pensava noutras coisas, não é, a Mabilde e uma ajudante de travessas na mão, cadeiras a afastarem-se, é melhor sentarmo-nos, então. Galinha à cafriela, saladas, abacaxi, bananas, e para beber, cerveja, Casal Garcia, tinto do Dão, o que quer beber?
Então? De onde é o senhor, o que faz na vida civil, como vai a metrópole, o que dizem lá desta guerra, o Salazar está para durar? Não vai durar a vida toda não é, vem outro a seguir, já deve estar escolhido, claro, quem será, quem lhe parece que seja?
Que não estava a par, não fazia ideia.
Quando lá estive aqui há tempos, a estudantada, gente da sua idade, não é, andava alvoroçada, falava-se da guarda a cavalo em Lisboa, espancamentos em quem passava, lojas trancadas.
Sabe, isto está um problema, vai ser cada vez mais difícil continuar nesta situação, na vossa metrópole e aqui, a tendência é só para agravar… a URSS, a China, a América veja lá… a Suécia, a Noruega, o mundo todo, menos a Espanha do Franco, o governo português tem as portas fechadas em quase todos os países, agora até o Brasil! Mas, o povo português faz parte da grande família africana, dos guineenses e cabo-verdianos, disso nunca nos podemos esquecer. Partilhamos a história há mais de cinco séculos!
Agora, esta guerra está a ser suportada por vós, pela vossa juventude, quando regressam deixaram cá o melhor das vossas vidas, muitos até deixam bocados deles e outros nem regressam, não é?
A mãe Benilde não parava quieta, a galinha não passava, atravessada na garganta, não havia maneira de ir para baixo, sumo na mão, a da Teresa, a acalmá-lo, no joelho por baixo da mesa.
Que estava a par da agitação estudantil, que deveriam ter alguns motivos, mais outros da idade, adiante se veria.
E então, a Tesa o que é para si? A Tesa é muito boa menina, sabe? Um bocado senhora do seu nariz, às vezes teimosa demais, muito boa estudante, até agora.
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Notas
5 - Galinha do campo com um molho ácido e cebolada
6 - Amílcar Cabral, numa das emissões da Rádio do PAIGC, Conacri
(Continua)
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____________Nota do editor
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