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segunda-feira, 28 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26737: Coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços (36): quanto valia o dinheiro de há 65 anos atrás ? O orçamento da festa anual de uma freguesia rural do Marco de Canavezes (Luís Graça)



Marco de Canaveses > Paredes de Viadores > Capela de N. Sra. do Socorro > 
25 de julho de 2015 > Esta capela remonta ao séc. XIX, estando erigida num dos pontos altos do território da freguesia...


Marco de Canaveses > Paredes de Viadores > Capela de N. Sra. do Socorro > 25 de julho de 2015 > Interior, com os andores, prontos para a procissão de domingo, dia 26...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné)


1.  Há festa na aldeia... No sábado para domingo, ao darem as 24 badaladas, rebenta o monumental fogo de artifício que é, de há muito, um dos momentos altos desta festa popular... São 20 ou 30 minutos de fogo... Ninguém sabe quanto custa ( a preços de hoje, talvez 20 a 30 mil euros)... Todo o povo contribui generosamente para este e outros encargos da festa de N. Sra. do Socorro, a padroeira desta freguesia de povoamento disperso.

Terras antiquíssimas estas, com forte trradições de que são guardiãs e continuadoras as nobres e valentes gentes entaladas entre o Rio Tâmega e o Rio Douro.

Estas festas fazem parte dos "nossos seres, saberes e lazeres" e são acarinhadas pelo pessoal da Tabanca de Candoz... Nunca é de mais lembrar, por outro lado, que o extenso concelho do Marco de Canaveses pagou um pesado imposto em "sangue, suor e lágrimas" durante a guerra colonial, tendo 45 dos seus filhos lá morrido, em terras de Angola, Guiné e Moçambique.  

A população do concelho era na altura de 39,3 mil (em 1960) e 42,1 mil (em 1970), Sabendo nós que a população portuguesa em 1970 era de 8,59 milhões, e tendo sido mobilizados 570 mil militares metropolitanos (70% de 800 mil, incluindo a tropa do recrutamento local), o número de jovens marcoenses que foram parar ao ultramar (Angola, Guiné e Moçambique) terá sido da ordem dos 2800.

Em chegando o verão, há foguetes e alegria no ar. Há festa, há a festa anual da padroeira de Paredes de Viadores, da freguesia do mesmo nome (mas agora mais comprido, já que á Paredes de Viadores juntou-se também a antiga freguesia de Manhuncelos). 

Por estas terras também andou o lendário herói do "banditismo social", Zé do Telhado ( Castelões de Recesinhos, Penafiel, 1818 / Mucari, Malanje, Angola, 1875). e o seu bando, cujas façanhas ficaram na memória das gentes dos vales do Sousa e Tâmega (onde nasceu Portugal). Desterrado, Zé do Telhado morreu em Angola (onde a sua memória ainda é, ao que parece, venerada).

Por aqui, Marco de Canaveses e Baião, passa também a rota do românico... que os portugueses de hoje deviam fazer pelo menos uma vez na vida!...

Por curiosidade, qual o orçamento desta festa ? Não tenho dados recentes, mas encontrei na Quinta de Candoz um apontamento de há 65 anos atrás.

 Trata-se da folha,  manuscrita,  com a escrituração das despesas e receitas, feita por José Carneiro (1911-1996), mordomo da festa, proprietário da Quinta de Candoz.

 Segundo a filha,  Ana Ferreira Carneiro Pinto Soares, "Nita" (1947-2023), era referente  à festa do ano de 1960, em que ela própria também participou,  então com os seus 13 anos. (#).


Lista 1 - Despesa  / Valor (em escudos | em euros, a  preços de 1960)

  • Fogo de quatro fogueteiros > 7600$00 | 3941 €
  • Música (sic) dos B. V. Portuenses > 4100$00 | 2126 €
  • Iluminação > 2750$00 |  1426 €
  • Música (sic) dos B. V. de Rio Mau  [Penafiel] > 2500$00 | 1297 €
  • Carne para os músicos [ das bandas] > 1222$00 | 634 €
  • Vinho para os músicos  > 1000$00 | 519 €
  • Armação [dos andores] > 1000$00 | 519 €
  • Mercearias > 763$60 | 396 €
  • Zés Pereiras > 450$00  | 233 €
  • Padres  450$00 | 233 €
  • Guarda [Nacional] Republicana > 360$00 | 187 €
  • Tipografia: programas e estampas > 290$00 | 150 €
  • Autofalante > 250$00 | 130 €
  • Carpinteiro do sr. Geraldes [do Juncal] > 162$00 | 84 €
  • Câmara  [Municipal]: Energia e eletricista > 137$50 | 71 €
  • 4 quilos de cavacas para os anjinhos > 100$00 | 52 €
  • Pão de trigo e de milho > 96$00 | 50 €
  • Licença da Câmara para as músicas > 66$00 | 34 €
  • Flores e correio > 58$80 | 30 €
  • João de Magalhães [que deitou o fogo] > 50$00 | 26 €
  • Gratificação para o electricista > 50$00 | 26 €
  • Carro em que regressou a GNR [ao posto, que era na vila]  > 40$00 | 21 €
  • Expediente > 28$80 | 15 €
  • Selo de 35 programas > 14$40 | 7 €
  • Despacho do fio de cobre para iluminação > 9$70 | 5 €
Total = 23447$6 | 12160

Lista nº 1 - Discriminação das despesas, por ordem decrescente,  da Festa de Nossa Senhora do Socorro (1960), Paredes de Viadores, Marco de Canaveses.   


Lista 2 - Receita   / Valor (em escudos | em euros, a  preços de 1960)


  • Recebeu-se dos mordomos de Paredes > 5791$60 | 3004  €
  • Recebeu-se dos mordomos de Viadores > 5186$50 | 2690 €
  • Rendeu a festa em dinheiro > 4240$20 | 2199 €
  • Apurou-se em ouro  [oferecido à santa]  > 1817$50 | 943 €
  • Renderam as flores [de papel] > 642$00 | 333 €

Total =17677$80 | 9168 €

Lista nº 2 - Discriminação das receitas, por ordem decrescente,  da Festa de Nossa Senhora do Socorro (1960), Paredes de Viadores, Marco de Canaveses.   

O prejuízo da festa (c. 5,8 contos)  foi dividido pelos 6 mordomos da comissão organizadora (cabendo 961$63, a cada um, ou seja, 499 € a preços de 1960…).  Outros tempos, outras gentes, outros valores!...


O famoso "santo Antoninho" dos anos 60...   A nota de "20 paus" (cópia)...(Segundo o Museu de Lisboa , a nota de 20$00 com a imagem de Santo António foi emitida pela primeira vez a 16 de janeiro de 1965.  Com a data de 26 de maio de 1964, no total foram emitidas  299,1 milhões de  notas. A 30 de maio de 1986 foram retiradas de circulação.)







Como termo de comparação, registe-se que nessa época  (1960) um jornaleiro ganhava, em média, 20 escudos (10 euros) por dia, enquanto um oficial (como o José Carneiro, ramadeiro, construtor de ramadas) cobrava 50 escudos (25 euros) pelo seu trabalho diário.(##)

A "Nita" lembrava-se, tinha ela 13 anos já feitos, de andar na festa a angariar dinheiro com as florinhas de papel que eram espetadas, com um alfinete, na lapela do casaco dos homens, à entrada do recinto. As receitas que daí provieram ainda atingiram uma cifra razoável para a época: 642$00 (333 €)... (###)

Também era vulgar as as pessoas ofereceram à santa padroeira da freguesia, a  Nª Srª do Socorro,  objetos em ouro (fios, anéis, mo sebrincos, cordões, etc.), como forma de pagamento de promessas.

Repare-se, por outro lado, que o foguetório já nessa altura representava 1/3 do total das despesas, e mais de outro tanto a contratação de duas bandas de músicas (uma do Porto e outra local, Rio Mau, Penafiel, concelho vizinho), pagas em dinheiro e em géneros (38%).  As duas bandas tocavam à compita.

Nas despesas com os padres (450 escudos, 233 euros com a correção da inflação), inclui-se o pregador, que vinha de fora.

Quanto às receitas, note-se que mais de 60% do total era constituído pelos peditórios, casa a casa, feitos por 2 grupos de mordomos, os de Paredes e os de Viadores, representando as duas metades do território da freguesia ( era, em geral, um padre com grandes dotes de orador).

Também como termo de comparação, refira-se que,  hoje em dia, o compasso pascal da freguesia gasta facilmente em 10 ou 20 minutos de fogo artifício 10, 20 a 30 mil euros...É uma estimativa, grosseira, de quem está por dentro do assunto.

José Carneiro foi mais de uma vez mordomo destas festas de N. Srª do Socorro, que se realiza todos os anos no último domingo de julho.  Tem um recinto encantador.
_________________

Notas do autor:

(#) Blogue A Nossa Quinta de Candoz > 30 agosto 2012 > José Carneiro (1911-1996). mordomo da festa da Nossa Senhora do Socorro em 1960

(##) Vd. logue A Nossa Quinta de Candoz > 29 agosto 2012 >  José Carneiro (1911-1996), construtor civil de ramadas

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26710: Boas amêndoas e melhores Páscoas de 2025 - Parte VI (Luís Graça, versos ao "compasso pascal")



O compasso pascal em Candoz, s/d (c. 1980). 
A Nita (1947-2023)  vinha à frente, do lado direito. 
Foto: LG



Madalena, Vila Nova de Gaia, 5 de abril de 2015.

A "Nita",  Ana Ferreira Carneiro Pinto Soares (1947-2023) 
faz as honras à casa....



... e lê os "versinhos ao compasso da Madalena"

Vídeos: L.G. (2015). Alojados em You Tube > Luís Graça


 
1. Uma seleção dos meus versos dedicados ao "compasso pascal": há 50 anos que venho ao Norte, nesta data, ao Porto, à Madalena (V. N. Gaia), a Candoz (Paredes de Viadores, Marco de Canaveses). Nesta e noutras datas festivas, como o Natal, o Carnaval, etc., ou trabalhos coletivos da quinta, como a vindima... 

De há 20 anos a esta parte, deu-me para escrever um versos ou umas prosas poéticas por ocasião do Natal e da Páscoa... São versos singelos, ao gosto popular, para serem lidos na ocasião (neste caso, aquando da visita pascal).  

Na pandemia de Covid-19, a família falhou a vinda ao Norte pela Páscoa por razões óbvias: daí não ter havido nem versos nem compasso em 2020 e 2021...

Em 2023 morreu a nossa querida "Nita" (1947-2023), e a partir daí não mais abrimos a casa de Candoz ao compasso... É um sinal de luto carregado na cultura das gentes de Entre Douro e Minho. Daí também não haver versos em 2024 e 2025... 

Em Paredes de Viadores, devido â dispersão geográfica das habitações, a visita pascal (compasso)  reparte-se por dois dias: no domingo de Páscoa, e no dia seguinte,  segunda . Em Candoz, é sempre à segunda...

Hoje o pároco já não preside, como antigamente, à visita pascal. Essa função é agora exercida por um leigo, que transporta a cruz, sendo acompanhado por outros membros da comunidade paroquial. Geralmente, um dos mais novos, vem munido de uma sineta cujo toque faz anunciar a chegada do compasso. 

O compasso é isso mesmo: a visita, ao redor da freguesia, em cortejo, a todas as casas das famílias cristãs, que sinalizam,  com urzes e pétalas de flores, o caminho que leva à casa, nas zonas rurais, ou com colchas (brancas) o andar da família que quer receber o compasso, nas vilas e cidades.

Em termos religiosos e sociais, a função principal do compasso é: (i) anunciar a ressurreição de Cristo; (ii) partilhar a alegria da Páscoa entre família, amigos e outros convidados; e (iii) benzer a casa e os presentes (que em geral representam duas ou mais gerações).

O cortejo vai andando de casa em casa. O mordomo que transporta o crucifixo, entrega-o em geral  ao "homem (ou mulher) da casa" que faz uma ronda, dando a beijar  a imagem de Cristo... (por razões de higiene pública, depois da pandemia, o beijo tende a tornar-se simulado).

Depois de uma breve oração, segue-se a oferta de alguns doces e bebidas ao compasso e aos demais presentes. No Norte, as famílias fazem também ofertas em dinheiro (que reverte para o padre; o peditório para o foguetório é feito uns tempos antes: 20 minutos de fogo pode custar 20 a 30 mil euros). 

Os do compasso têm de ser polidos, comedidos e frugais: se bebessem em todas as casas, estavam "feitos"!... (mas antigamente era assim, nalguns sítios: o compasso recolhia à igreja, já bêbado que  nem um cacho!).

À saída do compasso, a caminho da próxima casa, é frequente deitar-se um ou mais foguetes, pagos pelo dono da casa que acabou de ser visitada.  No final do dia, "juntam-se as cruzes" (no caso das freguesias grandes) e, em muitas partes, há fogo de artifício (em geral muito vistoso, aqui no Marco de Canaveses e em Baião).

 Parte do dinheiro recolhido é para gastar em fogo. Por razões de segurança, o uso de  fogo de artifício tradicional (com foguetes de cana), não estando proibido,  está sujeito a uma estrita  regulamentação.

Resta-me fazer aqui uma recolha dos versos que publiquei no blogue da família, "A Nossa Quinta de Candoz". Aqui vão, com votos, para todos os  nossos amigos e camaradas da Guiné, de uma feliz e santa Páscoa de 2025. LG

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Viva o compasso pascal
Desta linda freguesia,
Fizeram-nos muito mal
Estes dois anos de pandemia.


Faltam beijos e abraços,
Mas lá iremos ao normal,
Hoje damos mais uns passos,
Viva o compasso pascal!

É uma antiga tradição
Que nos enche de alegria,
E reforça a união
Desta linda freguesia.

Andámos todos com medo
E com máscara facial,
Duas Páscoas sem folguedo
Fizeram-nos muito mal.

Sem compasso nem foguetório,
Sem convívio nem folia,
Nem sequer houve peditório
Nestes dois anos de pandemia. 

 (...) Quinta de Candoz, 18 de abril de 2022
____________________

Mais um ano, mais uma visita
Deste compasso pascal,
É uma festa bem bonita,
E que nunca é igual.

E que nunca é igual,
Logo vem outro, se falta algum,
Renova-se o pessoal,
Que aqui somos todos por um.

Que aqui somos todos por um,
Na alegria ou na tristeza,
Na fartura ou no jejum,
Cabendo todos à mesa.

Cabendo todos à mesa,
Onde não falta o anho assado,
Nesta casa portuguesa,
Onde honramos o passado.

Onde honramos o passado,
O presente e o futuro,
Se alguém está adoentado,
Tem aqui um porto seguro.

Tem aqui um porto seguro,
Damos valor à amizade,
Às vezes o rosto é duro,
Mas o resto é humildade.

Mas o resto é humildade,
Viva o compasso pascal,
E a nossa fraternidade!...
Boa Páscoa, pessoal!

Boa Páscoa, pessoal,
Boa saúde e longa vida,
À Ti Nitas, em especial,
Que nos é muito querida!

Quinta de Candoz,
segunda feira de Páscoa,

22 de abril de 2019


_________________


Já lá vem, em festa, p’la estrada fora,
O compasso pascal da freguesia,
Chega à nossa casa mesmo na hora,
E a todos saúda com alegria.

Mais do que a tradição, 
é a certeza
De que a Páscoa é também renascimento,
E há sempre mais um lugar à mesa,
Para nosso geral contentamento.

Se não for preenchido, é o dos ausentes,
E, em especial, dos nossos mortos queridos;
Aos que vieram e estão aqui presentes,

Saibam que nós ficamos muito honrados.
E, aos do compasso, diremos, reconhecidos:
Tenham um dia feliz, mesmo… estoirados!


Quinta de Candoz, 2 de abril de 2018

____________________


Aleluia, Cristo ressuscitou!,
Apregoa o compasso pascal,
Que hoje nesta casa nos visitou,
E a todos nos juntou neste local.

É uma das ruas da Madalena,
Que tem nome do nosso primeiro rei,
E eu, quando não posso vir, tenho pena,
Porque a Páscoa é aqui, isso eu sei.

Lá vai o compasso pela rua fora,
Sem freima, com prazer e devoção,
Com ordem, em festiva procissão.

À frente vai a cruz e uma senhora,
E outra porta se abre, ali na hora…
Até p’ró ano… e viva a tradição!

Madalena, V. N. Gaia,
domingo de Páscoa,

16 de abril de 2017

_____________________


Olha o compasso pascal,
Visitando a freguesia,
Nesta casa, é bom sinal,
Traz-nos a fé e a alegria.

Traz-nos a fé e a alegria,
Que todos bem precisamos,
É a Santa Páscoa o dia
Em que as forças renovamos.

Em que as forças renovamos,
Como seres humanos e cristãos,
Boas festas desejamos,
Pais, filhos, amigos, irmãos.


Pais, filhos, amigos, irmãos,
Vizinhos da Madalena,
Mais os de longe que aqui estão,
E quem não veio vai ter pena.

E quem não veio vai ter pena,
De neste ano faltar,
Mas fez esta cantilena,
Para com vós partilhar.

Para com vós partilhar
As coisas boas do Norte,
E a amizade reforçar
Com um abraço bem forte.


Lisboa e Madalena, V. N. Gaia, domingo de Páscoa,
27 de março de 2016, 10h30
__________________


Vem em abril este ano
O nosso pascal compasso,
Vem o sicrano e o beltrano,
A todos damos um abraço.

É já forte a tradição,
Desta gente aqui do Norte,
Abre a porta, pede a bênção,
A todos deseja sorte.

É um povo hospitaleiro,
Que sabe receber e dar,
Se na fé é o primeiro,
Não fica atrás no folgar.

Obrigados, nossos vizinhos,
Pela visita pascal,
E aceitem com carinhos
… As amêndoas deste casal.

(...) Madalena, 5 de abril de 2015
 
____________________

Páscoa em março, fome ou mortaço,
Diz o povo… Mas em Candoz,
Não há Páscoa sem compasso,
E não há gente como… nós!

Viva o compasso pascal
Que nos vem visitar,
Franqueando nosso portal,
Santas bênçãos nos quer dar.

Páscoa é festa com mensagem:
Triunfa a vida sobre a morte;
Segue o compasso a viagem
E a todos deseja…sorte.

Viva o compasso pascal
Que nos faz esta visita,
Vem por bem, não vem por mal,
Mas traz um saco prá… guita!

Sem guita não há foguetes,
Que é coisa que o povo adora,
Sem ovos não há omeletes,
Sem folar não me vou… embora!

Páscoa é festa da nossa vida,
É tradição cá do Norte,
Não há gente tão querida,
Alegre e de altivo… porte.

É casa de boa gente,
É povo abençoado,
Que gosta de dar ao dente
E se pela por anho… assado!

Parabéns às cozinheiras
Desta bíblica iguaria,
Elas são também obreiras
Desta nossa… alegria.

A todos, muito obrigados:
Sem uma farta e grande mesa,
Sem amigos e convidados,
Páscoa seria… tristeza!

(...) Quinta de Candoz, 1/4/2013

________________________

Nota do editor:

Último poste da série > 20 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26708: Boas amêndoas e melhores Páscoas de 2025 - Parte V ( Mário Beja Santos / Miguel Torga, 1907-1995)

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26702: Boas amêndoas e melhores Páscoas de 2025 - Parte I (José Belo, Key West, Florida, EUA / Luís Graça, Tabanca de Candoz)





Fotos: Joseph Belo (2025)




1. Mensagem de Joseph Belo (Key West, Florida, EUA)


Data - 18 abr 2025 16:30

Assunto - Páscoas Felizes  

Para ti e restantes Camaradas da Guiné os Votos de Páscoa Feliz com uma receita de folar do "deep south" dos States, o Sul profundo dos EUA.

Um abraço de despedida do J. Belo.

2. Comentário do editor LG:

Obrigado, José. Já estávamos com saudades tuas. Ainda bem que temos a Páscoa e o Natal para trocarmos  uns brindes. Estou em Candoz, Marco de Canaveses (a terra onde nasceu a Carmen Miranda,em 1909, tendo morrido em 1955, em Beverly Hiils, Califórnia). 

Além do famoso anho assado com arroz de foro, come-se o "pão-de-ló", húmido, feito só com ovos caseiros... É uma das especialidades dos Doces do Freixo - Casa dos Lenteirões, cuja origem remonta a 1819... 

Troco galhardetes contigo. É um "cheirinho" da tua terra, natal, Pátria, Mátria, Fátria... E da nossa Tabanca Grande. Espero que não hibernes agora mais seis meses...Com os ursos de pé de guerra na Gronelândia, até os da Lapónia já sairam do buraco. Nós, por cá, não temos desses, mas temos outros. Cuida-te...Que eu já mandei o meu velho camuflado da Guiné para a lavandaria...


Típico pão-de-ló da Páscoa, Doces do Freixo - Casa dos Lenteirões, Marco de Canaveses...

Foto: Luís Graça (2025)

quinta-feira, 27 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26623: No céu não há disto: Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (47): Um prato duriense, que se comia na Quaresma, "sável frito com açorda de ovas" (e que vai bem com o "Nita", da Quinta de Candoz, um DOC verde, branco, colheita selecionada, 2023, diz a "Chef" Alice)




Alfragide > 23 de março de 2025 > Um prato duriense, "sável frito com açorda de ovos", que vai bem com o "Nita", branco, verde, da Quinta de Candoz, colheita selecionada (2023)... A sugestão é da "Chef" Alice...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2025). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Caros leitores: dou conta que desde maio do ano passado que não têm aparecido no blogue as tradicionais sugestões gastronómicas dos nossos vagomestres (*)...

 E, a propósito, por onde é que eles andam ? Há tempos pusemos um anúncio: "Vagomestres, precisam-se!"... Só apareceu um, o Aníbal José da Silva (**)...

Mas todos os dias a malta  tem de comer, mal ou bem... Nas nossas "messes" e "ranchos"... Cada vez pior, diz o povo...E ele há coisas que vão desaparecendo das nossas mesas: caça, peixe, marisco, vitela, queijo e requeijão de Serpa... Quem é que lhe chega ? 

O vagomestre, com a pandemia de Covid-19, habituou-se aos enlatados: atum com grão de bico, cavalas em óleo de girassol,  sardinha em óleo picante com pickles, etc. E aos congelados... 

Mas, feitas as contas ao quilo, até o raio das conservas de peixe estão pela hora da morte... E até os petiscos dos pobres passaram para o cardápio dos ricos, do bacalhau ao polvo, do berbigão à sapateira, do sável à lampreia...

 Será que ainda se fazem as "iscas com elas" ?  E ainda há quem faça "tomates de carneiro com ovos mexidos" ?...

O que desapareceu, do nosso tempo, foram também as tascas, com serradura no chão e pipos de tinto carrascão na parede, mesas de tampo de mármore e mochos de madeira em vez de cadeiras de plástico...

Mas estamos numa época boa para certos "petiscos" como as favas suadas, as casulas com butelo ou o sável frito com acorda de ovas... Foi o que a nossa "chef" Alice fez para celebrar os dois mesinhos da segunda neta, a Rosinha (nascida a 23 de janeiro)... Dizem os comensaios que foi comer e chorar por mais (o sável foi generoso, tinha dois quilos e meio e trazia as ovas...). 

Era um "prato" que se comia à mesa dos pobres, na Quaresma, por várias razões que se podem enumerar pelos dedos:

  • era a altura do sável (e da lampreia) subir o rio Douro para desovar (ainda não havia barragens); 
  • os pobres não compravam a bu(r)la ao senhor abade;
  • os "rendeiros" não podiam comer carne mas precisavam de proteína para trabalhar os socalcos do seu "senhor e amo";
  • o sável vendia-se de porta em porta, uma fiada enorme de peixe enfiado num longo varapau às costas do pescador de rio; 
  • tinha muitas espinhas, era preciso engenho, arte e paciência para o saber cortar fininho e fritá-lo em azeite...

Ele há coisas que não há no céu... E que não têm preço. E que, por isso, não passam pelo estreito dos bilionários... E uma delas é, para além do "cebolinho do talho",  seguramente a açorda de ovas com sável frito, com um toque muito especial do alho e do coentro (que era do Sul, dos ganhões, e que por isso não ia à mesa do rei)... 

Tudo à moda da "Chef" Alice, segundo uma receita antiga da família da Quinta de Candoz, que ainda é do tempo do extinto concelho de Bem Viver e das pesqueiras do rio Douro que tinham foral do senhor Dom Manuel , o Venturoso.

_________________

Notas do editor LG:

(*) Último poste da série > 13 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25517: No céu não há disto... Comes & bebes: sugestões dos 'vagomestres' da Tabanca Grande (46): Viva o po(l)vo... da Lourinhã!

(**) Vd. poste de 18 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26595: Vivências em Nova Sintra (Aníbal José da Silva, Fur Mil Vagomestre da CCAV 2483/BCAV 2867) (3): A Alimentação

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Guiné 61/74 - P25979: Manuscrito(s) (Luís Graça) (255A): Tabanca de Candoz. Vindimas de 2024 - Parte II: à mesa, para 2 dezenas de "bicos", o prato forte foi dobrada à moda da "chef" Alice, uma variante mourica, com coentros, das tripas à moda do Porto


Foto nº 15 > A nossa "tabuleta"...


Foto nº 16 > Da colheita do ano passado, fez-se uma edição de apenas 500 garrafas, com a marca "Nita", e o selo da Comissão Viticultura da Região dos Vunhos Verdes...  KJá estamos registados como produtores-engarragafadores. E em breve vamos lançar a página www.quintadecandoz.com... Masi do que uma carolice, tudo isto  é um ato de amor, uma passagem de teste,munnho, uma desafio para a novas gerações da fanília... Na foto , o Tiago e o Pedro, já nossos "herdeiros"...


Foto nº 17 > O "estado-maior" da Op Vindimas 2024 > O Gusto, o Zé (outro antigo combatente, esteve em Angola, em 1970/72) e o Adriano... De costas, o Xico... Junto ao lagar onde se faz o vinho branco de bica aberta, que segue depois para as cunbas de inox, num piso inferior (a "loja"), onde fermenta (ou "coze", como aqui se diz) ...


Foto nº 18 > O repouso dos "vindimadlores": o Filipe e o Xico




Foto nº 19 >  O Adriano, um colaborador e um amigo da família de há mais de 30 anos...



Foto nº 20 > A nossa melhor "podadora", a Susana, e a mais despachada das vindimadoras...



Foto nº 21 > Z São, esposa do António Novais Ribeiro, antigo combnatente na Guiné, que este ano veio dar uma ajuda... (O casal mora na Senhora da Hora, Matosimhos: a São é mana do nosso infortunado camarada José Manuel Ferreira de Jesus Tomé, 1º GR FZE, do DFE nº 8, morto na Guiné por acidente em 9/12/1971.)


Foto nº 22    > O avô do Manel, o Eduardo, marido da Zezinha, bancário reformado e "andrade" ferrenho...


Foto nº 23 > O lagar, a "ferver", com a adição de "gelo seco" para manter a temperatura baixa...




Foto n º 24 > Um inovação tecnológica já introduzida o ano passado: o controlo da temperatura da massa vínica


Foto nº 25 > A Carolina de 9 anos adora andar com o avô Gutso  no tractor a "acarretar" os cestos de uvas... Mas chega ao fim do dia cansada, com tantas descidas e subidas.



Foto nº 26 > Este ano não chegou ao quarteirão o pessoal da vindima...Mas o almoço das vindimas é sempre uma hora de festa.. E a mesa, comprida, tem que ser disposta em L... 



Foto n º 27 > O  prato forte este ano foi a dobrada à moda da "chef" Alice (uma variantes mourisca, com coentros,  das "tripas à moda do Porto")

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Guiné 61/74 - P25975: Manuscrito(s) (Luís Graça) (255): Vindimas de 2024: menos quantidade, mas ainda de melhor qualidade do que em anos anteriores

 

Foto nº 1 > O meu sobrimho neto, com 5 anos, faz a sua primeira vindima... Mais atrás, a avõ (materna), a nossa Zezinha, a nossa "morgadinha", a primeira neta do Zé Carneiro (1911-1996) e da Maria Ferreira (1912-1995) (foi deles que herdámos Candoz, que teria já século e meio)


Foto nº 2 > Uvas da casta (nobre) "Loureiro"


Foto nº 3 > Uvas da casta Arinto (aqui diz-se "Pedernã")


Foto nº 4 : O Arinto dá cachos perfeitos e volumosos, alguns de um quilo


Foto nº 5 > O inconfundível verde e dourado da vinha de vinho verde em setembro


Foto nº 6 > A entrada para a nossa Quinta de Candoz, a cerca de 3 km da estrada municipal nº 642 (EN nº 211, à direita, no Alto, em direção a Paços de Gaiolo, Barragem do Capatelo)



Foto nº 7 > O "afugenta-javalis"... 


Foto nº 8  > ... "made in China" (À falta de milho, o "nosso javali de estimação" gosta de uvas à brava e aprendeu depressa a fintar o chinocas do "Solae Animnal Repeller" (temos 3 no caminho que ele habitualmente utiliza).


Foto nº 8 >  A malta da cidade dá uma ajudinha...

 
Foto nº 9 > À espera de cestos... (Antigamente eram de vime, e "home" que se prezasse alombava com 50 ou mais quilos, alguns até 100, no Douro, descendo por muros e socalcos... Não havia tratores... E os "homes" náo eram homens, eram umas bestas, alimentadas a côdea de pão de milho e centeio, caldo e vinho tinto verdasco (envinagrado a partir de maio)... Danados para rachar cabeças com o varapau nas feiras e romarias e, depois, obrigados a pegar na G3 para defender a "nossa" Guiné... Gente brava, gente valente... Uma geração que já não se vê hoje nos nossos campos: morreram precomente, de AVC, de cirrose, de demência, de abandono, de solidão...




Foto nº 10 > Caras lindas...


Foto nº 11 > De manhã é que se começa o dia...


Foto nº 12 > Outro sobrinho-neto, o Chico, licencaido em ciências do desporto e já "dourorado" em vitivinicultura...


Foto nº  13 > Na bordadura ainda é preciso o escadote...



Foto nº 14 > O prazer de cortar um cacho de uvas de um quilo: o nosso amigo da Senhora da Hora, Matosinhos, que veio pela primeira vez às nossas vindumas: engenheiro técnico reformado, maestro de 2 grupos corais (inlcuindo um de cavaquinhos), António Novais Ribeiro (ex-fur mil trms, Cmd Agr 2951, Cmd Agr 2952 e Combis, Mansoa e Bissau, 1968/70), membro da Tabnca de Candoz e futuro membro da Tabanca Grande.


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 


1. Por esta altura do ano eu gosto de estar em Candoz (*) ... Costumo  lá estar duas semanas, entre a festa do Castelinho, Marco de Canaveses (a 7/8 de setembro) e o início das nossas vindimas (geralmente na 3ª semana de setembro).  Apanho o fim do verão e o início do outono, as suas cores, a sua melancolia, mas também a "freima" da vindima (palavra que na região é sinónimo de "stress", mas do bom, o "eutress")...  

Conheço Candoz ( a região do Vale do Tàmega) há 49 anos nos e há sempre coisas novas para descobrir. Candoz, contudo, é um ponto de observação interessante para se dar contar das profundas mudanças por que passou este país. No poste P24694 listei 50 (cinquenta) dessas mudanças... a título meramente exemplificativo (e não exaustivo) (**).

Nalguns sítios (e sobretudo nas grandes quintas do sul e da região do Douro, mas também na região do Vinho Verde, por exemplo, a Aveleda) as vindimas (tal como a poda) já são  mecanizadas...  A lógica da gestão moderna e a ditadura do mercado a isso obrigam: já não há mão de obra disponível para a apanha manual da uva, cacho a cacho, videira a videira... A mecanização chegou às explorações agrícolas... (mas em 1975 quando conheci Candoz não havia ainda tratores na região, ainda era o velho e ronceiro carro de bois quem mais ordenava)!... 

Todavia, todo o "pitoresco" (e o convívio entre vizinhos que se entreajudavam) se perdeu (ou se está inexoravalemente a perder), a não ser nas pequenas explorações familiares... Hoje uma giagantesca máquina vindima em poucas horas ou dias extensões e extensões de vinha, sugando tudo à sua passagem  (bagos, cachos, folhas, etc.)...

Na Quinta de Candoz (que passou a ser também, recentemente,  um dos menos de quatrocentos produtores-engarrafadores da região demaracada do Vinho Verde, num universo de mais de 13 mil produtores e de 24 mil hectares de vinha), a vindima também já não é  como "antigamente",  se bem que ainda seja (e será) manual, dada a pequena dimensão da propriedade (***). (A dimensão média das explorações na Região Demarcada dos Vinhos Verdes é inferior a dois hectares (1,832 ha), sabendo-se a área total é de 24 mil hectarea, mesmo assim uma das maiores da Europa, e o nº de produtores é de 13,1 mil.)

Aqui ficam algumas fotos da "nossa" vindima de 2024, que fizemos em três dias: primeiro loureiro, o avesso, o alvarinho, as castas "minorotárias" mas "nobres"... Depois o azal e o arinto, que são as castas "legais" da subregião de Amarante... Há ainda o trajadura... Tudo castas brancas, só temos algumas cepas de tinto como uva de mesa.

Uma parte das uvas é vendida à Alveleda (Penafiel) e  outra parte  é para fazer o vinho DOC Nita, marca registada.

Teremos tido menos quantidade (menos uma tonelada), mas melhor qualidade do que em 2023. O estado sanitário das uvas era muito bom. E o grau alcoólico continua a manter-se nos 13º. Vai ser um bom ano para os Verdes, cujas exportações, de resto,  têm vindo a crescer, dizem os tipos da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes... E de tal maneira que os "mouros" (Ermelinda, Santos Lima, Esporão, e outros) estão a comprar quintas na região demarcada do vinho verde... De "criado" do Vinho do Porto (servia para queimar há um século atrás e enriquecer o vinho fino), o verdinho (branco) já se tornou "fidalgo"...

(Continua)

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Guiné 61/74 - P25939: Verão de 2024: Nõs por cã todos bem (12): ...menos as andorinhas, vítimas dos "ocupas", as abelhas asiáticas e os javalis, predadores! (Luís Graça, Tabanca de Candoz)

 












Marco de Canavezes > União das Freguesias de Paredes de Viadores e Manhuncelos > Candoz > Quinta de Candoz > 10 e 11 de setembro de 2024 >

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 



1. À espera da primeira vindima (de três), no próximo fim de semana, de 20/21 do corrente, não se está mal na Tabanca de Candoz...  Com calor q.b, e nevoeiros matinais (estamos aqui rodeados das albufeiras de duas barragens, a do Carrapatelo, no rio Douro, e a do Torrão, no rio Tâmega)...E à noite, os javalis, a anteciparem-se às vindimas: temos que usar "repelentes solares ultrassónicos" para os manter fora das vinhas, que são em socalcos...

Além disso há as abelhas aisáticas, que, mal as uvas de mesa estão em ponto de rebuçado, fazem um ataque em voo picado sobre as videiras (em ramada), e devoram tudo... Temos que usar sacos para proteger as uvas... E, como se uma desgraça não bastasse, um "ocupa" decidiu desalojar as nossas andorinhas!...Melro ou gaio, teve a ousadia de frazer o ninho na casa das andorinhas de Candoz!

As nossas andorinhas já são célebres: nidificam aqui há perto de 30 anos...Constuiram um ninho  insólito,  à volta da lâmpada do hall exterior ou alpendre de uma das nossas casas (desabitada)... 

Gerações e gerações de andorinhas nasceram aqui e todos os anos volta(va)m pela primavera... Só que este ano deram de caras com um "ocupa" insolente...Tiveram que construir um novo ninho em parte incerta... A última vez que as vi, foi no passado dia 9, devem ter desistido de reconstruir a "habitação" (agora inútil, uma vez que já fizeram criação na primavera)... E, com todas as probibilidades, já não voltarão aqui mais... Daqui a mais umas semanas irão procurar outras paragens mais quentes... Levam, entertanto,  a barriga cheia de insetos... e a prole (que já não nasceu, pela primeira vez,  em Candoz).

Estamos desolados!... Já retirámos o ninho vazio do "ocupa" (em princípio maior do que o de melro)... Ninguém se lembrou de tirar uma foto... Como se costuma dizer, temos de deixar seguir o curso da natureza... Mas Candoz sem as andorinhas fica mais triste... mesmo que agora tenhamos uma piscina "nova" para a "canalha"...



Marco de Canaveses, Paredes de Viadores, Candoz, Quinta de Candoz > 23 de Agosto de 2012 > Fotograma de vídeo > Ninho de andorinha, insólito, construído à volta da lâmpada do hall exterior ou alpendre de uma das nossas casas...

Aos 43 segundos vê-se uma andorinha entrar no ninho levando insetos para alimentar as crias, e 10 segundos depois a sair para mais uma "caçada" ao redor da Quinta de Candoz, que é rica em insectos... O ninho tinha sido recentemente reconstruído. As andorinhas caçam em círculo, num raio de 500 metros do ninho.

Vídeo (1' 07''): © Luís Graça (2012). Alojado em Luís Graça : You Tube




Tabanca de Candoz > 20 de abril de 2023 > O melro-preto (Turdus merula) alimentando os três rebentos... Não é a mãe, é pai (plumagem preta e bico amarelo)... 

Fotograma de vídeo feito por Américo Vieira, "Meco" (para a família e amigos) (Vd. o vídeo aqui, na página do Facebook Fotos de Américo Vieira).


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Nota  do editor: