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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Guiné 61/74 - P27414: Manuscrito(s) (Luís Graça) (279): Viva a Clarinha que hoje faz 6 anos!... Vivam os nossos netos!...



Cartoon criado pelo Chat Português / GPTOnline.ai
sob instruções do editor LG, que lhe mandou também duas fotos das netas, a Clarinha (6 anos) e a Rosinha (9 meses)



1. Aos avós desculpa-se tudo, costuma-se dizer. São babados, os avós. São tontos. A Clarinha foi a minha primeira neta. Nasceu em 12/11/2019. Apanhou com o raio da pandemia de Covid-19. Tive que a ver crescer à distância. Não fui só eu, foram outros,  muitos mais. Todos os meses lhe fazia um versinhos (um soneto, umas quadras...). E aos dois anos publiquei um livrinho com essa produção poética (24 textos e outras tantas fotos). Foi apresentado no Funchal. Na sua festa do 2º aniversário. Pode ser que um dia, quando ela for avó, ache  graça aos versinhos  (já que também é Graça de apelido, e mora na Graça, e gosta muito de Porto Santo, a "Madeira Pequena", como ela lhe chama). 

Hoje que faz seis anos ( e no domingo vai dar outra festa), fiz-lhe mais uma graci...nha. Faço-lhe sempre versos, nestas ocasiões festivas. E à irmã também, desde que nasceu. A Clara anda na escola, e gosta de juntar as letrinhas do alfabeto. Além de desenhar e pintar. Também lhe fiz um "boneco", um "cartum", com a ajuda da "minha amiga", a assistente de IA /ChatGPT. 

Fica aqui o exemplo ( ou o incentivo)  para outros dos amigos e camaradas da Guiné tirarem partido da dita IA que, quando nasceu,  era como o sol e o mar, era para todos. Mas a verdade é que é  um modelo de negócio, e como tal não  é borla, como quase tudo o mais que a gente vê na  "feira grande" que é o mercado.

Os senhores ministros das finanças e da economia estão sempre a estragar-nos a festa, a reduzir tudo a cifrões, até os nossos sonhos.  A lembrar-nos que não há pequenos-almoços, brunches, almoços, lanches, jantares, ceias, tainadas ou beberetes,  de borla. "Grátis", dizem eles. Nem o céu, é de borla, diz-nos o nosso "prior". Nem o céu nem o inferno. Alguém tem de pagar o combustível, o ar condicionado, e as demais "amenidades" da vida no além, com se diz na gíria da administração hospitalar.

Dito  isto, feito o desabafo, justificada a lata,  dado o testemunho, comentado o outro lado simpático e sedutor da IA (que é feminina), vamos então aos versinhos do avô, que esses são exclusivamenta da sua produção artesanal. 

E que vivam os nossos netos, camaradas!

Viva a Clarinha que em seis anos 
deu um salto de gigante 
e já foi para a Escola da Voz do Operário


A Clarinha é gigante,
Tem seis metros de altura,
E, com o dedo que fura,
Chega à lua num instante.

Já foi ao centro da terra,
Montada num berbequim,
De alcunha o Arlequim,
Qu' tanto ri como berra.

Não há vales nem montanhas
Nem bruxas a meter medo,
Que ela só com um dedo,
Desfaz-lhe as artimanhas.

À noite andam vampiros,
Nas ruas escuras da Graça,
Mas com ela ninguém passa,
Nem que tenha olhos giros.

São histórias muito engraçadas
"Tá lá, tá lá ?!", diz a Clara,
"Vamos embora", diz a Sara,
"Vamos as duas mascaradas".

Estão na Escola do Op'rário,
Que é um grande casarão,
Cada dia é uma lição,
Há esqueletos no armário!...

"Que horror!", a Matilde grita,
Pondo-se em cima da cadeira,
E, ao lado, mesmo à beira,
A Emília diz que é fita.

Não há almas do outro mundo,
Esta escolinha é segura,
Vamos fazer boa figura,
Que o barco não vai ao fundo.

Porto Santo tem o "Lobo Marinho",
Lá vai ela co' avó T'resa,
E a Rosa, rebitesa,
Vai ao colo do paizinho.

"Eu por mim já sei nadar,
Mas a Rosa só com boia,
Já estou com a paranoia
Do barco se afundar.

"Vou a servir de mastro
E com os pés dentro do mar,
Toda a gente vou salvar,
Do cinema já sou astro."


... E aqui a Clarinha, interrompeu o avô:


"E tu sempre na brincadeira,
Os pés p'las mãos a trocar,
Co'a minha altura a gozar,
Tudo isso é só asneira.

"Deixa-te lá de fantasias,
Que eu só seis anos faço,
Fazes de mim um palhaço,
Tão grande como o Golias.

"Com seis metros de altura
Ninguém brincava comigo
E na escola sem amigo,
Ser gigante era tortura.

"Com os metros que me pões,
Onde é que vou dar a festa ?
Tinha que ser na floresta,
Com gigantes e anões.

"Deixa-me ser a Clarinha,
Que já joga o xadrez
E te ganhou uma vez,
Tendo ao colo a Rosinha."


Rua Senhora do Monte, Graça, Lisboa, 
12 de Novembro de 2025

Parabéns, Clarinha!
Do avô Luís, avó Chita e titi Joana

______


Nota do edito LG:

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