Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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sábado, 15 de novembro de 2025
Guiné 61/74 - P27426: Efemérides (473):"O T de Teixeira - com o mesmo T se escreveu tragédia", no dia em que se cumpre mais um aniversários sobre a morte do soldado PelRec Teixeira
1. Mensagem do nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo CAR da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), com data de 14 de Novembro de 2025:
Camaradas
Amanhã cumpre-se mais um aniversários sobre a morte do soldado PelRec Teixera.
A foto vai neste mail.
O poema vai no outro
Abraços
Juvenal Amado
O T de Teixeira com o mesmo T se escreveu tragédia
O seu sorriso tímido
O seu rosto de menino
O seu olhar azul
Era uma figura suave
Caminhou sem protecção
Confiante na vara que empunha
Tentava enganar o destino
Enquanto espetava à frente dos pés
Naquela madrugada
Perdeu tudo
O sangue escorreu até fazer lama
Encheu-nos de terror
O ar irrespirável
No silencio ecoaram os gritos
Semelhantes a um animal ferido
Ecoavam doutra dimensão
As suas passadas no chão
O seu corpo amputado
Suas mãos e rosto flagelado
Negro de morte
O alivio possivel foi a morte
No meio da dor, a paz
No meio do suor e sangue
A redenção
Era um homem silencioso
Discreto
Não dava nas vistas
Só a que a morte o viu?
15/11/1982
Juvenal Amado
_____________
Nota do editor
Último post da série de 11 de novembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27410: Efemérides (472): Fotos da Festa do Fanado que decorreu em Tite no mês de Novembro de 1969 (Aníbal José Silva, ex-Fur Mil Vagomestre)
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1 comentário:
Os agrilhoados mentais que lançaram o país na guerra é que deviam ter ido com a " pica " na mão. Felizmente que o 25 de abril de 1974 acabou com a tragédia colectiva para onde nos tinham lançado mentes doentes e obsoletas.
Abraço
Eduardo Estrela
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