Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo >"As peças anti-aéreas do Monte Sossego; fotografia oferecida pelo meu amigo [e conterrâneo, da Lourinhã] Boaventura [Horta] em 21/3/43."´ (*)
Foto (e legenda): © Luís Henriques (1920-2014) / Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].
A obra “Forças Expedicionárias a Cabo Verde na II Guerra Mundial”, do nosso camarada Adriano Miranda Lima, cor inf ref, vai ser lançada, hoje ao fim da tarde, às 18h00, no Mindelo, Ilha de São Vicente, Cabo Verde (**). A notícia foi-nos dada ontem às 16h pelo Manuel Amante da Rosa, nosso grã-tabanqueiro, que tenciona estar presente hoje, no evento.
Segundo o blogue Praia de Bote, o lançamento estava previsto para ontem, e contaria com a com a presença do Chefe de Estado Maior das Forças Armadas de Cabo Verde, estando a apresentação a cargo da dr.ª Ana Cordeiro, historiadora e antiga directora do Centro Cultural Português do Instituto Camões (Pólo do Mindelo), e sendo o autor, Adriano Miranda Lima, representado pelo seu primo José Carlos Soulé.
O Adriano Miranda Lima, que reside em Tomar, nasceu no Mindelo, S. Vicente . Durante a guerra colonial, esteve em Angola e Moçambique. Prestou serviço durante muitos anos no RI 15 (Tomar). Esteve 40 anos sem voltar à sua terra. Tem 15 referências no nosso blogue.
É colaborador assíduo do blogue Praia de Bote, onde publicou, em 2012 cerca de uma dezenas de postes sobre as forças expedicionárias a Cabo Verde na II Guerra Mundial. Colaborámos com ele autorizando a reprodução de algumas fotos dos álbuns dos "nossos pais, nossos velhos, nossos camaradas", que integararam essas forças, tendo passado pelas ilhas de São Vicente, São Anão e/ou Sal. É também um grande defensor do património cultural de Cabo Verde.
Segundo o blogue Praia de Bote, o lançamento estava previsto para ontem, e contaria com a com a presença do Chefe de Estado Maior das Forças Armadas de Cabo Verde, estando a apresentação a cargo da dr.ª Ana Cordeiro, historiadora e antiga directora do Centro Cultural Português do Instituto Camões (Pólo do Mindelo), e sendo o autor, Adriano Miranda Lima, representado pelo seu primo José Carlos Soulé.
É colaborador assíduo do blogue Praia de Bote, onde publicou, em 2012 cerca de uma dezenas de postes sobre as forças expedicionárias a Cabo Verde na II Guerra Mundial. Colaborámos com ele autorizando a reprodução de algumas fotos dos álbuns dos "nossos pais, nossos velhos, nossos camaradas", que integararam essas forças, tendo passado pelas ilhas de São Vicente, São Anão e/ou Sal. É também um grande defensor do património cultural de Cabo Verde.
_________________
Já quase se perde na memória do povo das ilhas que, entre 1941 e 1945, durante a II Guerra Mundial, forças militares de 5820 homens, destacadas pela então Metrópole, desembarcaram em Cabo Verde e distribuíram-se por S. Vicente (3015), Sal (2100) e S. Antão (705), onde prepararam posições defensivas contra um eventual invasor.
Sinopse:
Já quase se perde na memória do povo das ilhas que, entre 1941 e 1945, durante a II Guerra Mundial, forças militares de 5820 homens, destacadas pela então Metrópole, desembarcaram em Cabo Verde e distribuíram-se por S. Vicente (3015), Sal (2100) e S. Antão (705), onde prepararam posições defensivas contra um eventual invasor.
Tudo aconteceu porque Portugal, embora neutro no conflito, foi pressionado pela Inglaterra e pelos EUA a reforçar a defesa das suas ilhas atlânticas (Açores, Cabo Verde e Madeira) para evitar que a Alemanha as ocupasse e tirasse proveito do seu potencial estratégico.
É de tudo um pouco que fala o livro. Da actividade militar e seus envolventes e vicissitudes de ordem operacional e logística, mas também do alvoroço que a presença das tropas representou para a rotina e a pacatez das ilhas. A narrativa debruça-se sobre a interacção dinâmica das forças militares com as circunstâncias concretas que as envolveram no quadro da sua missão, e abre espaço, e bastante, para pôr em evidência as múltiplas situações em que os militares interagiram com as populações e a sociedade civil.
Daí que haja muitas histórias para contar, e algumas de grata memória para as populações, como a acção médica e o apoio sanitário que as tropas disponibilizaram para os civis, em que se destaca sobremaneira a figura grandiosa do capitão médico José Baptista de Sousa, cuja imagem ainda perdura na memória do povo de S. Vicente. Para não falar também das sobras de rancho que mataram a fome a muitas pessoas carentes, iniciativa em que se destacou o comandante de companhia capitão Fernando Marques e Oliveira.
Relevo merece igualmente o pano de fundo social em que se desenrolou a missão das Forças Expedicionárias. As nossas ilhas foram à época assoladas por uma seca prolongada que, agravada pelo descaso ou pela inoperância do governo central, vitimou 24.463 criaturas, sobretudo aquelas que dependiam exclusivamente da agricultura para a sua sobrevivência.
É de tudo um pouco que fala o livro. Da actividade militar e seus envolventes e vicissitudes de ordem operacional e logística, mas também do alvoroço que a presença das tropas representou para a rotina e a pacatez das ilhas. A narrativa debruça-se sobre a interacção dinâmica das forças militares com as circunstâncias concretas que as envolveram no quadro da sua missão, e abre espaço, e bastante, para pôr em evidência as múltiplas situações em que os militares interagiram com as populações e a sociedade civil.
Daí que haja muitas histórias para contar, e algumas de grata memória para as populações, como a acção médica e o apoio sanitário que as tropas disponibilizaram para os civis, em que se destaca sobremaneira a figura grandiosa do capitão médico José Baptista de Sousa, cuja imagem ainda perdura na memória do povo de S. Vicente. Para não falar também das sobras de rancho que mataram a fome a muitas pessoas carentes, iniciativa em que se destacou o comandante de companhia capitão Fernando Marques e Oliveira.
Relevo merece igualmente o pano de fundo social em que se desenrolou a missão das Forças Expedicionárias. As nossas ilhas foram à época assoladas por uma seca prolongada que, agravada pelo descaso ou pela inoperância do governo central, vitimou 24.463 criaturas, sobretudo aquelas que dependiam exclusivamente da agricultura para a sua sobrevivência.
Do lado das Forças Expedicionárias reveste significado estatístico a circunstância da morte de 68 militares, trágica ironia porque as mortes não resultaram de acções violentas ligadas à actividade militar mas de doenças infecciosas que poderiam ter sido debeladas caso a penicilina estivesse já disponível em território nacional. Nesta particularidade, o quadro de carências era comum à população civil e à militar.
Portanto, nas 250 páginas do livro a historiografia cruza-se com a sociologia e conta histórias reais de homens fardados e de vidas humanas.
Portanto, nas 250 páginas do livro a historiografia cruza-se com a sociologia e conta histórias reais de homens fardados e de vidas humanas.
Fonte: Com a devida vénia ao blogue Praia de Bote, fundado e editado por Joaquim Saial, e de que o Adriano Lima é um assíduo colaborador.
_____________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 26 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17397: Meu pai, meu velho, meu camarada (55): Artilharia de defesa de costa e antiaérea no Mindelo, na II Guerra Mundial: fotos do álbum fotográfico de Luís Henriques (1920-2012), natural da Lourinhã, ex-1º cabo at inf, nº 188/41 da 3ª Companhia do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 5 [, Caldas da Rainha], que esteve em Cabo Verde, Ilha de São Vicente, entre julho de 1941 e setembro de 1943
(**) Último poste da série > 27 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20600: Agenda cultural (726): Seminário de História do Colonialismo #2, dia 28 de Janeiro de 2020, pelas 15h30, Campus de Campolide da Nova(*) Vd. poste de 26 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17397: Meu pai, meu velho, meu camarada (55): Artilharia de defesa de costa e antiaérea no Mindelo, na II Guerra Mundial: fotos do álbum fotográfico de Luís Henriques (1920-2012), natural da Lourinhã, ex-1º cabo at inf, nº 188/41 da 3ª Companhia do 1º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria nº 5 [, Caldas da Rainha], que esteve em Cabo Verde, Ilha de São Vicente, entre julho de 1941 e setembro de 1943