Pesquisar neste blogue

Mostrar mensagens com a etiqueta os nossos fotógrafos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta os nossos fotógrafos. Mostrar todas as mensagens

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26476: Por onde andam os nossos fotógrafos (37) ?: Zeca Romão, de Vila Real de Santo António, ex-fur mil at inf, CCAÇ 3461 / BCAÇ 3963 e CCAÇ 16, Teixeira Pinto e Bachile, 1971/73) - Parte II

 



Vídeo (4' 20'') > You Tube / Romão José (2014) | "Eecordando o meu percurso pelo exército português de 6 de abril de 1970 a 24 de outubro de 1973" | Video de Zeca Romão | C. 35 mil visualizações desde 18/11/2014.

Ligar o som... Música: Canção "Vou levar-te comigo", do Duo Ouro Negro, numa interpretação de um grupo que não identificámos  (Reprodução do vídeo, com a devida autorização do autor....)

Vídeo: © José Romão (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. O nosso camarada José Romão é natural de Vila Real de Santo António, onde é uma figura muito popular e um cidadão interveniente... Sobre ele escreveu o seu e nosso camarada Eduardo Estrela (que é de Faro mas vive em Cacela) (*):

"O camarada Zeca Romão, amigo e companheiro do blogue, é um cidadão pelo qual tenho uma grande estima. Faz-me o favor de ser meu amigo há muitos anos, temos amigos em comum e um igual amor pelo teatro amador. O Zeca foi amador de teatro no grupo de teatro António Aleixo de Vila Real de Santo António, grupo pelo qual o GT Lethes de Faro tem um especial carinho. Daqui lhe mango um fraterno abraço Eduardo Estrela."

O Zeca Romão como é carinhosamemnte tratado pelos seus amigos e conterrâneos, tem um especial apego à sua terra, um grande amor pelas s suas gentes, as suas tradições, o seu património... E tem uma segunda terra, a Guiné-Bissau, com destaque para o  "chão manjaco", do qual guarda "recordações inesquecíveis" do tempo em que foi fur mil at inf, CCAÇ 3461 / BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, e CCAÇ 16, Bachile, 1971/73.

Tem c. 20 referências no nosso blogue. É membro da Tabanca Grande desde 20/6/2010. Tem página no Facebook. Foi atleta na sua juventude. É um fotógrafo compulsivo. Disponibiliza centenas de fotos no seu Facebook. 

Estamos a recuperar as da Guiné, todas dispersas. Serão reeditadas e publicadas no blogue, com a devida vénia.  O seu tempo de tropa na metrópole (Tavira, Amadora, viagem para a Guiné, etc,) pode ser melhor acompanhado por este "vídeo" que ele postou na página do Facebook da Tabanca Grande, com fotos do seu álbum.

Obrigado, Zeca, também passei pelo CISMI, Tavira, e também fui no T/T Niassa para o CTIG. E também me calhou uma "africana" (CCAÇ 12) como tu (CCAÇ 16). 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Guiné 61/74 - P26465: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (36): Zeca Romão, de Vila Real de Santo António, ex-fur mil at inf, CCAL 3461 / BCAÇ 3963 e CCAÇ 16, Teixeira Pinto e Bachile, 1971/73) - Parte I

 


Foto nº 1 > Guiné > Zona Oeste > Sector 05 (Teixeira Pinto) > Bachile > CCAÇ 16 > s/d  (c. 1972/73) > O Zeca Romão junto a um obus 10,5, do 21º Pel Art 


Foto nº 2 > Guiné > Zona Oeste > Sector 05 (Teixeira Pinto) > Bachile > CCAÇ 16 > s/d (c. 1972/73) > O Zeca Romão  examinando uma granada de obus 10,5 cm.


Foto nº 3 > Guiné > Zona Oeste > Sector 05 (Teixeira Pinto) > Bachile > CCAÇ 16 >  1972 > Helicanhão pousado na pista

Foto nº 4 > Guiné > Zona Oeste > Sector 05 (Teixeira Pinto) > Bachile > CCAÇ 16 >  s/d (c. 1972/73) > Brincando um macaco-cão.

Foto nº 5 > Guiné > Zona Oeste > Sector 05 (Teixeira Pinto) > Bachile > CCAÇ 16 >  s/d (c. 1972/73) > Um frágil perímetro de defesa com bidões cheios de areia.

Foto nº 6 > Guiné > Zona Oeste > Sector 05 (Teixeira Pinto) > Bachile > CCAÇ 16 >  s/d (c. 1972/73) > Um algarvio com saudades da sua terra, lá longe, a 4 mil km.

Foto nº 7  > Guiné > Zona Oeste > Sector 05 (Teixeira Pinto) > Bachile > CCAÇ 16 >  1973 > O destacamento que tem todo o aspeto de ter sido construído de raíz pelo BENG 447.


Fotos (e legendas): © José Romão (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O nosso camarada José Romão, de Vila Real de Santo  António, tem um especial carinho pela sua terra, as suas gentes, as suas tradiçóes, o seu património...  E tem uma segunda terra, a Guiné-Bissau, e em especial o "chão manjaco", do qual  guarda "recordações inesquecíveis" do tempo em que foi fur mil at inf, CCAÇ 3461 / BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, e CCAÇ 16, Bachile, 1971/73.

Tem 17 referências no nosso blogue. É membro da Tabanca Grande  desde 20/6/2010. Tem página no Facebook. Foi atleta na sua juventude. É um fotógrafo compulsivo. Tem centenas e centenas de fotos no seu Facebook. Estamos a recuperar as da Guiné, todas dispersas. Serão reeditadas e publicadas no blogue,  com a devida vénia.

2. Recorde-se que a CCAÇ 16, a "companhia manjaca":

(i)  era uma subunidade do recrutamento local, tendo sido  organizada no CIM de Bolama, em 4 de fevereiro de 1970;

(ii) à semelhança de outras, da chamada "nova força africana", era constituída por quadros (oficiais, sargentos e praças especialistas, condutores, operadores de transmissões, cabos auxiliares de enfermagem, etc ) de origem metropolitana e por praças guineenses, neste caso de etnia manjaca;

(iii) colocada em Teixeira Pinto (ou Canchungo), em 4 de março de 1970, destacou dois pelotões para Bachile, passando a estar integrada no dispositivo do BCAÇ 1905, e substituindo a CCAÇ 2658, que se encontrava em reforço no sector;

(iv) em 30 de abril de 1970, já com o quadro orgânico de pessoal completo, passa a ser a unidade de quadrícula de Bachile;

(v) em 28 de janeiro de 1971 passa a depender do CAOP 1 (com sede em Teixeira Pinto);

(vi) a partir de 1 de fevereiro de 1973, fica na dependência do BCAÇ 3863 e do BCAÇ  4615/73, que assumiram, a seu tempo, a responsabilidade do sector em que aquela subunidade estava integrada;

(vii) destacou forças para colaborar nos trabalhos de reordenamento de Churobrique;

(viii) em 26 de agosto de 1974, desactivou e entregou o quartel de Bachile ao PAIGC, recolhendo a Teixeira Pinto, onde foi extinta a 31 de agosto desse ano,


3. O Zeca Romão passou por Teixeira Pinto, Bachile, Churobrique, Cacheu... Tem fotos também interessantes de Bissau. Vamos fazer alguns postes temáticos. 

Fica assim feita a sua "prova de vida".  Vai daqui um abraço fraterno para o Zeca, que é uma figura popular na sua terra e um camarada que continua a participar nos convívios do seu batalhão. (Julgo que na vida civil foi bancário.)

Em 1/7/1973, Bachile pertencia à Zona Oeste, Sector 05. O comando e CCS do BCAÇ 3863 estavam em Teixeira Pinto. Susetores: Cacheu, Bachile e Teixeira Pinto. 

No subsetor de Bachile estava a CCAÇ 16, com um pelotão (-) em Churobrique e uma secção na ponte Alferes Nunes (mais uma secção de milícias). O quartel de Bachile era ainda guarnecido pelo 21º Pel Art (10,5 cm).

_______________

Nota do editor:

Último poste da série > 18 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26400: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (35): Jorge Pinto (ex-alf mil, 3.ª C / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74) - Parte V

sábado, 18 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26400: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (35): Jorge Pinto (ex-alf mil, 3.ª C / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74) - Parte V


Foto nº 1A  > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Colheita da mancarra (ou milho painço?... É sorgo, diz o nosso especialista Cherno Baldé).

Aqui os homens também trabalham! Em Fulacunda praticamente não havia atividades. Cultivava-se apenas junto ao arame que rodeava a tabanca, alguma mancarra, milho painço, pescava-se muito pouco, apanhavam-se cestos de ostras que cozinhávamos como petisco ao final do dia e havia um milícia que às vezes caçava uma gazela e nos vendia a “preço de ouro”.


Foto nº 1B  > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Colheita de sorgo.



Foto nº 2A Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Fazendo tijolos de adobe para uma morança. Durante a minha estada em Fulacunda, construíram-se apenas umas 3 moranças novas. As NT deram a sua ajuda preciosa


Foto nº 2B >  Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Fazendo tijolos de adobe para uma morança (2).


Foto nº 3 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Fonte dentro da tabanca. Furo feito pela companhia dos “Boinas Negras”, 1968/69 (?) [CCAV 2482, "Boinas Negras",  30 de junho de 1969 / 14 de dezembro de 1970]. 





Foto nº 4 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Horta do Tobias. Alguns soldados e gente da tabanca, sob a orientação do furriel Tobias,  dedicaram-se a esta horta que, como se vê, era bem verdejante, mesmo na época seca. Graças a ela tínhamos, couves, alfaces, pimentos e outras hortaliças.No lado esquerdo, vè-se uma picota (para retirar água de um poço).


Foto nº 5 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) >  Avó com filho de soldado branco. Em Fulacunda, verifiquei que havia 4 crianças filhas de soldados brancos,  pertencentes a companhias anteriores. Também verifiquei que apenas uma das mães continuava a viver em Fulacunda.


Foto nº 6 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Lavadeiras. Fonte antiga. Todos os soldados tinham a sua lavadeira. A lavagem da roupa era feita na tabanca com água retirada através do único furo (foto nº 3), feito por uma companhia de caçadores estacionada em Fulacunda em 68/69 [ou melhor, 69/70], e que penso chamar-se “Boinas Negras” [ CCAV 2482, "Boinas Negras", subunidade que esteve em Fulacunda entre 30 de Junho de 1969 e 14 de Dezembro de 1970, data em que foi rendida e partiu para Bissau]. Contudo, quando havia muita roupa para lavar, as lavadeiras deslocavam-se à fonte antiga (foto), que se localizava na parte exterior do aquartelamento e portanto sujeita a “surpresas” [acções do IN].


Foto nº 7A > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Vista aérea do quartel (à direita) e "reordenamento" (à esquerda)


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 7 > Vista aérea da pista, da tabanca e do aquartelamento de Fulacunda... Tentativa de reconstituição de:
  • perímetro de arame farpado (a amarelo, tracejado);
  • espaldões (artilharia, armas pesadas...) e abrigos (a vermelho, círculo);
  • área cultivável em redor do arame farpado (a verde, linha)... 

No sentido su-sudeste / nor-noroeste, vê-se a pista e o heliporto...Para a esquerda era o porto fluvial .  

Pelas minhas contas, o observando a foto aérea, a tabanca de Fulacunda não teria nesta altura mais de meia centena de moranças (300 e tal pessoas): 30 moranças com telhado de zinco e umas 20 com cobertura de colmo... 

A população  vivia em economia de guerra:  homens (milícias) e mulheres (lavadeiras) dependiam da tropa. Não havia bolanhas perto.... Não havia produção de arroz (cujo preço irá triplicar em finais de 1973/74). Nem devia haver nenhum comerciante. 

A região de Qiuínara foi muito afetada pela guerra (que "oficialmente", para o PAIGC, começou em 23 de janeiro de 1963 em Tite; na verdade, começou muito antes; Tite não tinha qualquer importância, e tinha menos população que outras tabancas da região de Quínara como Bissásserma, Iusse, Enxudé, etc. Fulacunda, sim, era sede de circunscroção admonistrativa... Isoladfa, entrouu em total decadència, e hoje não terá mais de 1500 habitantes.

(Com  o ataque estúpido,  precipitado e infantil a Tite, desencadeado por um "djubi" a quem deram uma pistola, Arafan Mané, abriu-se a "caixa de Pandora", e a Guiné tornou-se um inferno para todos... Porquê, para quê, Arafan ?)

No final da guerra, as NT deveriam ter cerca de 220 homens em armas em Fulacunda: além da 3ª C / BART 6520/72 (160 homens) ,o Pel Mil 221 (30 homens) e o 31º Pel Art (3 obuses 14 cm) (30 homens). O setor S1 (Zona Sul, 1) estava sediado em Tite. Havia quartéis e destacamentos das NT em Tite,  Bissássema, Enxudé, Nova Sintra, Ganjauará, Fulacunda (mais de 1100 homens em armas, segundo a minha estimativa ).(LG)


Fotos (e legendas): © Jorge Pinto (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagemcomplementar; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]


1. O Jorge Pinto: (i) ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74; 

(ii) natural de Turquel, Alcobaça; 

(iii) professor do ensino secundário, reformado; 

(iv) membro da Tabanca Grande desde 17/4/2012, com 6 dezenas de referências no blogue;

(v) tem o melhor álbum fotográfico sobre Fulacunda, região de Quínara, chão biafada;

(vi) pela qualidade técnica e estética, pela sensibilidade sociocultural bem como pelo interesse documental dos seus "slides", estamos a republicar, depois de reeditadas, algumas das suas melhores fotos (*).

_________________

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26374: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (32): Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte VII: O adeus a Bissau


Foto nº 19 >  O último adeus a Bissau



Foto nº 20 > Já no Atlàntico, em mar alto... O Virgílio Teixeira, ao centro, nesta foto de grupo



Foto nº 12 > Um contratempo: uma lancha da Marinmha vem buscar um militar a bordo...


Foto nº 13 > Uma hora depois, o militar regressa, na mesma lancha da Marinha...






Foto nº 14, 14A e 14B > Partida do Uíge, vista de Bissau Velho


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]


1. Texto de Virgílio Teixeira (Continuação) (*)


Agora e depois de ver todo o filme da nossa partida de Bissau, vou comentar algumas fotos e cenas (*)

 
Parte I  -  A nossa partida, Bissau, 4 ago69

Continuando, na saída de Bissau, já estamos dentro do navio e por volta das 12 horas, quando se preparava o apito de partida, aparece uma lancha da qual tirei foto (Foto nº 12). Vieram uns capangas e levaram um aferes miliciano para o QG!... Um alferes cujo nome oculto.

Passadas menos de uma hora lá vem a mesma lancha com o dito, que entrou no Uíge sem nada dizer. Está retratado noutra foto (Foto nº 13(.

Eu sei a história, mas peço desculpa de não a contar, são regras básicas. Esta cena era impensável de acontecer. Mas aconteceu. Um navio com 700 homens a bordo, esperou uma hora para que um militar fosse a terra resolver alguma coisa que estava mal resolvida...

Dentro do Uíge já presentia que algo iria acontecer, pois esse companheiro e já amigo do Porto do tempo de escola, passou a manhã toda virado para mim e perguntava: "E se nos vêm buscar? ".

Muitissimas vezes, até que lhe perguntava porquê, sem respostas. E insistia sempre no plural, eu disse que "a mim ninguém me vem buscar!",,,

Continuando a viagem.


Foto nº 16 > O heli do Spínola,
 sobrevoando o T/T Uíge

Às 13 horas o navio Uige de T/T apita porque vai zarpar, começa a abandonar Bissau, a cidade a ficar mais longe (Foto nº 14), o heli do Spinola  a sobrevoar o navio (Foto nº 16), acompanhado com um bombardeiro T6 para protecção e mais o helicanhão. Várias fotografias anexas.

Tudo está retratado em fotos, que são a minha última despedida daquela terra.

Na primeira refeição a bordo, com o balouçar do navio, tive de correr, pois toda a comida foi borda fora. 
A primeira e única vez, nunca mais me lembrei disso. Era o meu baptismo de cruzeiro.

Em relação às fotos impensáveis, "todos ao molho e fé em Deus" (**), o que vim a saber depois, e agora parece que tem lógica depois das observações pertinentes do Luí e Valdemar, vendo agora melhor e com alta resolução e aumento, percebe-se que o pessoal nas lanchas anda atrapalhado com as malas e afins.

O pessoal do meu Batalhão depois da entrega das instalações em S.Domingos ao novo Batalhão que foi render o nosso, foi para Cacheu onde estiveram uns dias. Na viagem na LDG foi chuva toda a noite, e por isso acho que andam a ver se ainda alguma coisa resta em estado normal.

Eu não vim nessa viagem, já estava em Bissau, e nessa noite em que as nossas tropas faziam as deslocações no Rio Cacheu, eu já estava bem instalado em camarotes individuais , jantar de luxo, bar aberto e música de piano, e o jogo para quem gostava.

Tomamos todas as refeições nos 7 dias (3 a 9 de agosto de 1969) na mesa do comissário de bordo, Eduardo António de Ayala Monteiro. Éramos 6 e ao meu lado tinha o major José Manuel Barros Adão que comandava a força expedicionária rumo a suas casas. Era o comandante do BCAÇ 1932.

Embarcaram no Sal e outro sítio de Cabo Verde , e depois em Bissau as seguintes personagens.

- 1ª classe 47 pax
- 2ª classe 105 pax
- 3ª classe 539 pax

Total 691 militares e algumas famílias .

Ainda sobre algumas dúvidas, neste embarque veio do BCAÇ 1933 a CCS, a CC1790 e CCAÇ 1791. Quanto à CCAÇ 1792 nunca esteve juntamente com o seu comando. Foi para a Guiné um mês depois e veio um mês mais tarde.

Do BCAÇ 1932, vinha a CCS e algumas companhias que nunca soube quais eram.

Durante a viagem foi só apanhar sol (Fotos nº 19 e 20), à noite no terraço ver o mar e estrelas, enquanto que a maioria passava o tempo na jogatina, coisa que nunca pratiquei por não saber, nem me puxar.

Mas, ainda tinha um frete pela frente, nas 6 noites com o pessoal a bordo. Ao terceiro dia ou quarto, fui escalado para Oficial de dia no Uíge. Tanta malta para fazer esse serviço e porque me calhou a mim? Não foi fácil, pois além dos trabalhos normais, que todos conhecem, tinha de assistir às refeiçoes a bordo, pequeno almoço, almoço e jantar.


Foto nº 21 > Um navio (petroleiro)
 rumo ao sul

Ao almoço acontece o impensável. Um levantamento de rancho! Já tinha essa experiência quando nos Adidos em Brá acontece-me o mesmo, mas com o pessoal todo marado e eram centenas. Consegui resolver.
Neste caso e apelando à compreensão dos militares, que isso só iria me prejudicar e eles nada ganhavam com essa greve. Muitos soldados e cabos da minha CCS, com quem tinha laços de amizade e convívio, nas jantaradas que se organizaram ao longo da comissão, as coisas acalmaram e já pude ir dormir descansado.

Só pensava se aquilo corresse para o torto, 
teria de fazer relatórios e não sei que mais, e só me ia complicar a minha chegada e passagem à disponibiidade. Tudo acabou em bem, felizmente.

No quinto ou sexto dia, no alto mar esgotei a última foto dos rolos numa imagem de outro barco a navegar rumo a Sul. Para onde? (Foto nº 21).

Teria tanta foto para tirar se tivesse mais rolos mas esgotei com tudo, incluindo um a preto e branco, nem para a chegada tive a oportunidade de fazer uma fotos.

Fica para a próxima expedição.
 


Foto nº 31 > T/T Uíge: 5 ago 69 > Jantar
à mesa do comandante; o Virgílio, ao fundo, de óculos,
do lado direito

Parte II - O jantar de despedida do  dia 8 de agosto de 1969(**)


Um jantar excecional com farda a rigor, a surpresa da noite foi a entrada de vários funcionários de mesa, com as bandejas e o Peru assado à Condestável, com velas e outrascoisas, dançavam enquanto desciam rumo às mesas. Não dá para esquecer. Nunca tinha andado de cruzeiros ou barcos desta dimensão, era o meu baptismo, imperdoável.

Com musica, a Sinfonia nº 9 de Gelinka e Schubert. (**)

Depois os copos no bar e para quem queria havia musica para dançar se houvesse companhia feminina, e havia algumas senhoras.

Na noite do dia 9 de agosto de 1969 foi jantar normal, e dia 10 às 8h da manhã já se via o Cais de Alcântara e Lisboa. (ou Rocha do Conde de Obidos?)

As cerimónias e tudo o resto que a grande maioria já sabe. Eu até gosto disto, militarista.

Eu tinha à espera a minha namorada (minha mulher ainda), minha irmã e marido que a acompanharam, ela afinal tinha apenas 21 anos.

O nosso Tesoureiro tinha a mulher e filho de 2 anos à espera, e combinamos os 4 almoçar a um Restaurante que visitei sempre que ia apanhar avião para a Guiné.

Em 19set67, quando o avião militar DC6 não levantou voo e fiquei numa pensão (na Ajuda ou Anjos, julgo eu, desaguava em Almirante Torres) apanhava o eléctrico e depois de manhã cedo peguei um Taxi para Figo Maduro).

Mais tarde, nas primeiras férias, quando regressei em inícios de julho de 68;

Depois e finalmente, no final das ultimas férias em abril de 69.

Voltaria mais tarde, quando iniciei as minhas viagens para a Guiné Bissau, 4 no total.

O Restaurante Escorial , na Rua das Portas de Santo Antão, mais duas lojas acima do famoso Gambrinus, onde num jantar do dia 10 de agosto 99, data da minha chegada em 69, encontrei o nosso "Marocas", Mário Soares e familia (mulher, filho e filha).

O Escorial era já nesse tempo um restaurante de Luxo, almoçamos em 10 de agosto 69 os quatro, e mais a criança de dois anos e tal, filho do Tesoureiro. Eu comi sempre Bacalhau
assado na brasa com os respectivos acompanhamentos, o vinho nessa altura devia ser Verde Branco , mas não de lembro e finalmente uma conta sempre de respeito.

De seguida fomos de táxi para Tomar, a tropa foi de comboio e chegamos ao mesmo tempo.

Feito o espólio, recebemos a massa, e uma guia de marcha com data da peluda para o dia quatro de setembro, dia em que passei oficiosamente à disponibiidade.

No dia 11 de agosto já andava à procura do meu carro, na época os Mini 1000.  E ainda nesse mês já tinha ido ao chapeiro arranjar o carro com uma pequena batida. 

A 11 de março de 1971, tinha a minha filha, a primeira, 7 dias e já tive o acidente que marcou o fim do MINI. 

(Revisão / fixação de texto, seleção e reedição das fotos: LG)

______________


(**) Vd-. poste de 25 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26309: Os nossos regressos (42): Vim com o meu batalhão em 4/8/1969 no T/T Uíge (Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26363: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (31): Virgílio Teixeira (ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933, Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte V: o embarque, no T/T Uíge, de regresso a casa, em 4 de agosto de 1969 (continuação)



Foto nº 2 >  Bissau > 2 de agosto de 1969 > O T/T Ana Mafalda atracado na ponte-cais, visto à noite, ao luar (1)


Foto nº 2A > Guiné > Bissau > 2 de agosto de 1969 > O T/T Ana Mafalda atracado na ponte-cais, à noite ao luar (2)



Foto nº 1 > Guiné > Bissau > 2 de agosto de 1969 > O T/T Ana Mafalda, na ponte-cais, ao amanhecer



Foto nº 3 >  Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >  Escadas de acesso e minha entrada a bordo (1)


Foto nº 3 > Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >  Escadasa de acesso e minha entrada a bordo (2)


Foto nº 4 > Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   Já a bordo, a primeira vista de "Bissau Velho" (2) 


Foto nº 4A -   Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   Já a bordo, a primeira vista de "Bissau Velho" (3): na ponte-cais, o N/M  Rita Maria, da Sociedade Geral (SG)


Foto nº 4B > Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   Já a bordo, a primeira vista de "Bissau Velho" (4): destaque para o Forte da Amura ao fundo


Foto nº 4C > Guiné > Bissau > 3 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   Já a bordo, a primeira vista de "Bissau Velho" (4):  destaque para o edifício da Alfândega à direita



Foto nº 5  > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   A LDG 101, da Marinha, encosta ao nosso navio, para embarcar os miligytares e suas bagagens (1)


Foto nº 5A > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge >   A LDG 101, da Marinha, encosta ao nosso navio, para embarcar os militares e suas bagagens (2)



Foto nº 6  >  Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge >  LDG 101, da Marinha > Tropas ao molhe, aguardando embarque


Foto nº 7 > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge >  LDG 101, da Marinha > Tropas ao molhe, aguardando embarque... Como se fossem "gado"...



Foto nº 8 > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge >  LDG 101, da Marinha >  O içar das bagagens... Há quem aguarde em traje pouco regulamentar, tocando violando e entoando quiçá o "Fado da Guiné"


Foto nº 9 > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge > O navio visto do lado de terra, a LDG 101 e os militares que foram embarcando ao longo da tarde


 Foto n º 10 > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge > Barcaça civil, vista de cima do nosso navio


Foto nº 11 > Guiné > Bissau > 4 de agosto de 1969 > T/T Uíge > Barcaça civil, vista de cima do nosso navio

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]




Vírgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) que estava no sítio certo na altura certa, a preparar o embarque dos seus camaradas, no T/T Uíge, de regresso à Metróple, em 4 agosto de 1969



1. Mensagem do Virgílio Teixeira:

Data - 28/12/2024, 16:17

Assunto - O nosso regresso, no T/T Uíge, em 4ago1969 (*)

No seguimento deste tema (o regresso das Nossas Tropas) (**), envio o lote completo das fotos do meu álbum, cobrinndo esse evento.

Já estão algumas publicadas (***), agora é só fazer a seleção daquilo que interessa para postar e finalizar este impportante momento da nossa vida.

Segue um memorando anexo, com algumas cenas desse evento. As fotos estão cronologicamente numeradas (de 1 a 21, e de 31 a 32) e legendadads.

Um abração. Bom ano se não falarmaos antes e saúde para todos.
Virgílio.
2024-12-28

PS - Agora e depois de ver todo o filme da nossa partida de Bissau, vou comentar algumas fotos e cenas. Ultrapassada a fase das datas (4 e não 10 de agosto de 1969), tenho ainda vários documentos de prova. (...)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26317: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (34): Jorge Pinto (ex-alf mil, 3.ª C / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74) - Parte IV




Fotos nº 1A e 1 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) >  " (...) Depois de 7/8 meses a vermos o céu sempre igual e a atmosfera amarelada com as poeiras vindas do deserto, os primeiros pingos grossos de chuva eram celebrados com grande alívio por nós e contagiante alegria pela criançada que aproveitavam as poças de água para se refrescarem, brincarem e encharcarem os adultos incautos"…





Foto nº 2A, 2B e 2   > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > "(...) . Mesmo em cenário de guerra havia disposição para 'jogatanas' de futebol. Este campo foi construído durante período que vivi em Fulacunda. Havia ainda um outro campo térreo, que na época das chuvas ficava impraticável para futebol."... (Na foto 2B, o Jorge Pinto, é o do meio, o quarto a contar da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda)






Foto nº 3A  e 3 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Soldados construindo a capela cristã.... Claro, não podia faltar o "bioxene" aos carpinteiros, a trabalhar ao sol...



Foto nº 4 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) >  O alf mil Jorge Pinto lendo a revista norte-americana "Time" (talvez esquecida por algum "velhinho" que tenha por ali passado: a revista é de  10 de maio de 1971).


Foto nº 5 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) >  Capa da revista "Tine, edição de MAY 10, 1971: "How to cope with Japan's business | Sony's Akio Morita"-|  (Como lidar com os negócios do Japão | Akio Morita da Sony. )
 
Fotos (e legendas): © Jorge Pinto (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagemcomplementar; Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]


1. O Jorge Pinto [ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74; natural de Turquel, Alcobaça; professor do ensino secundário, reformado; membro da Tabanca Grande desde 17/4/2012, com 6 dezenas de referências no blogue ] tem o melhor álbum fotográfico sobre Fulacunda, região de Quínara, chão biafada. Pela qualidade técnica e estética bem como pelo interesse documental dos "slides" que tirou. 

Estamos a republicar, depois de reeditadas,algumas das suas melhores fotos (*).

________________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 21 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26296: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (33): Jorge Pinto (ex-alf mil, 3.ª C / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74) - Parte III