Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guiledje (1-7 de Março de 2000) > Sessão de encerramento, dia 7, de manhã > O Prof Doutor Luis Moita (*), em nome de todos os participantes portugueses e demais estrangeiros (com excepção cabo-verdeanos e dos cubanos Oscar Oramas e Ulisses Estrada, que fizeram intervenções autónomas) profere, de improviso, um caloroso e brilhante discurso de síntese sobre o balanço daquela "semana inolvidável" que foi o Simpósio Internacional de Guiledje e as perspectivas que se abrem para o futuro da Guiné-Bissau em matéria de democratização interna e de cooperação internacional ...
O conteúdo do discurso de 10 minutos centra-se à volta de quatro ideias-chave: Organização, Rigor histórico, Densidade humana, Qualidade política. É uma intervenção de grande qualidade intelectual e humana, que nos honrou a todos, e em que Luís Moita mostra, para além da sua faceta de talentoso orador, toda a sua grande cultura como especialista de relações internacionais, e sobretudo a sua grande inteligência emocional, como português e amigo da Guiné-Bissau.
Na altura escrevemos que era uma pena este vídeo não estar disponível para os Amigos e Canaradas da Guiné, e nomeadamente na véspera da inauguração do Núcleo Museológico Memória de Guiledje que vem celebrar, não a derrota de ninguém, mas a fraternidade dos povos, trinta e seis anos depois do fim da guerra colonial, e muito em particular vem contribuir para o reforço da relação especial que une o povo guineense e o povo português.
O conteúdo do discurso de 10 minutos centra-se à volta de quatro ideias-chave: Organização, Rigor histórico, Densidade humana, Qualidade política. É uma intervenção de grande qualidade intelectual e humana, que nos honrou a todos, e em que Luís Moita mostra, para além da sua faceta de talentoso orador, toda a sua grande cultura como especialista de relações internacionais, e sobretudo a sua grande inteligência emocional, como português e amigo da Guiné-Bissau.
Na altura escrevemos que era uma pena este vídeo não estar disponível para os Amigos e Canaradas da Guiné, e nomeadamente na véspera da inauguração do Núcleo Museológico Memória de Guiledje que vem celebrar, não a derrota de ninguém, mas a fraternidade dos povos, trinta e seis anos depois do fim da guerra colonial, e muito em particular vem contribuir para o reforço da relação especial que une o povo guineense e o povo português.
Recordo aqui a composição do Comissão de Honra do Simpósio (**):
- Presidente da República da Guiné-Bissau, General João Bernardo Vieira
- Dr. Francisco Benante, Presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau
- Dr. Martinho N’Dafa Cabi, Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau
- Doutor Nuno Severiano Teixeira, Ministro da Defesa de Portugal
- Doutor João Cravinho, Secretário de Estado da Cooperação Internacional de Portugal
- Professor Doutor Patrick Chabal, docente da King’s College, Londres, Grã-Bretanha
- Professor Doutor Luís Moita, Vice-Reitor da Universidade Autónoma de Lisboa, Portugal
- Doutor Óscar Oramas, Ex-Embaixador de Cuba na Republica da Guiné-Conakry.
- Professor Doutor João Medina, Professor Catedrático da Universidade de Lisboa, Portugal
- Flora Gomes, Cineasta guineense
- Professor Doutor Peter Mendy, docente no Rhoad Islands College, Boston, USA.
Vídeo (10' 14''): Luis Graça (2009). Alojado em You Tube > Nhabijoes
1. Morreu Luís Moita, que eu conheci pessoalmente na sequência do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de março de 2008), e de quem guardo, eu e a Alice, gratas recordações desses dias que passámos juntos. Recordo sobretudo a sua afabilidade, empatia e inteligência emocional...ms também a sua inquietação crítica, face ao futuro da Guiné-Bissau e do que restava da elite do PAIGC...
Sobre o seu currículo de vida (inclundo académico), não me vou aqui pronunciar, mesmo que ele tenha sido meu "vice-reitor" durante algum tempo, no ano lectivo de 1994/95, quando dei colaboração à sua universidade, a UAL - Universidade Autónoma de Lisboa. (Em boa verdade, colaborei, com o Departamento de Ciências Sociais da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), na elaboração dos programas e na docência de novas disciplinas, a Administração de Serviços de Saúde e a Sociobiologia, no âmbito da licenciatura em Sociologia, em 1994/95, por convite do então regente da Cadeira de Ciências Sociais e Humanas da ENSP - Escola Nacional de Saúde Pública, Dr. João Santos Lucas, mas nunca vi nem contactei o então vice-reitor Prof Luís Moita.)
Deixem-me no entanto destacar aqui alguns pontos do seu CV, relativos aos seus últimos 20 anos, para se perceber melhor a sua relação com a instituição militar e a sua autoridade, como especialista em Relações Internacionais.
- 2015-2018: Professor do Doutoramento em Relações Internacionais: Geopolítica e Geoeconomia
- 2005-2018: Director do Departamento de Relações Internacionais da UAL
- 2005-2011: Professor do Curso de Estado Maior no Instituto de Estudos Superiores Militares
- 2004-2018: Professor do Curso de Promoção a Oficial Superior no Instituto de Altos Estudos da Força Aérea e no Instituto de Estudos Superiores Militares
- 2003-2018: Professor do Mestrado em Estudos da Paz e da Guerra
- 1998-2018: Conferencista regular do Curso de Defesa Nacional do Instituto de Defesa Nacional
- 2010-2018: Director da revista JANUS.NET, e-journal of International Relations
- 2009-2011: Membro do Conselho de Ensino Superior Militar no Ministério da Defesa Nacional
- 2006-2018: Membro do Conselho Editorial da revista Nação e Defesa do Instituto de Defesa Nacional
Limito-me aqui a lamentar profundamente a sua morte, aos 83 anos, e a endereçar os meus votos (pessoais) de pesar à sua família e amigos íntimos. Aproveito para reproduzir alguns destaques da imprensa em língua portuguesa, disponível "on line".
Lembro que o Luís Moita não faz parte da nossa Tabanca Grande, mas tem pelo menos uma dúzia de referências no nosso bogue.
O seu funeral é hoje, terça-feira, dia 31, em Lisboa. (***)
Diário de Notícias > 28 de janeiro de 2023, 20:08 > "Até sempre Professor". Morreu Luís Moita
(...) Luís Moita, um dos últimos presos de Caxias a ser libertado, professor da Universidade Autónoma morreu este sábado. Tinha 83 anos. (...)
Expresso / Lusa, 28 de janeiro de 2023, 21:33 > Marcelo evoca professor Luís Moita, "lutador pela justiça social" e "militante pela igualdade"
7Margens, 29 de janeiro de 2023 > Na Igreja de Santa Isabel, em Lisboa: Funeral de Luís Moita dia 31, velório nesta segunda-feira
(...) O funeral de Luís Moita, professor universitário e um dos organizadores da vigília da Capela do Rato em 1972 contra a guerra colonial e pela paz, será nesta terça-feira, 31, às 15h, na Igreja de Santa Isabel, em Lisboa. Antes disso, o corpo será velado na mesma igreja a partir das 18h30 desta segunda-feira, 30 de Janeiro.
Nascido em 11 de agosto de 1939, Luís Moita, morreu sábado em Lisboa, como o 7MARGENS noticiou. Tinha 83 anos.
Tendo sido padre, Luís Moita doutorou-se em Roma em Ética, em 1967, na Universidade Lateranense. Abandonou depois o ministério e em Dezembro de 1972, foi um dos organizadores da vigília de católicos que demonstrou o afastamento de largos sectores católicos em relação à ditadura do Estado Novo. Foi preso pela polícia política e sujeito a tortura.
Depois da instauração da democracia, em 25 de Abril de 1974, Luís Moita foi fundador e dirigente do CIDAC (Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral), entre 1974 e 1989, dedicando-se depois quase exclusivamente à carreira académica, leccionando as áreas de Ética e Relações Internacionais.(...)
Esquerda.net > 28 de janeiro de 2023 > 19:47 > Luís Moita (1939-2023)
(...) Foi um dos protagonistas entre os católicos contra a guerra e a ditadura. Em democracia, dedicou-se à cooperação com África e mais tarde à academia na área das relações internacionais e do estudo da paz e dos conflitos armados. (...)
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Mata do Cantanhez , algures no sector de Bendanda, no triângulo Iemberém, Cadique e Cananime, na margem direita do Rio Cacine > Simpósio Internacional de Guiledje > Domingo, de manhã, 2 de Março de 2008 > Visita ao antigo Acampamento Osvaldo Vieira (agora reconstituído) ... Dois exemplares da espécie Ui!ui! (****), uma variante albina: O Cor Cav Ref e escritor Carlos Matos Gomes e o Prof Doutor Luís Moita , vice-reitor da UAL - Universidade Autónoma de Lisboa, e antigo fundador e dirigente do CIDAC; os dois claramente deslocados do seu habitat natural, que é o mangal de Lisboa)
(****) Vd. poste de 20 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5135: Humor de caserna (14): Curiosidades zoológicas: Os Ui!Ui!, animais nocturnos, do tarrafo do Rio Grande de Buba (José Belo)
Nascido em 11 de agosto de 1939, Luís Moita, morreu sábado em Lisboa, como o 7MARGENS noticiou. Tinha 83 anos.
Tendo sido padre, Luís Moita doutorou-se em Roma em Ética, em 1967, na Universidade Lateranense. Abandonou depois o ministério e em Dezembro de 1972, foi um dos organizadores da vigília de católicos que demonstrou o afastamento de largos sectores católicos em relação à ditadura do Estado Novo. Foi preso pela polícia política e sujeito a tortura.
Depois da instauração da democracia, em 25 de Abril de 1974, Luís Moita foi fundador e dirigente do CIDAC (Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral), entre 1974 e 1989, dedicando-se depois quase exclusivamente à carreira académica, leccionando as áreas de Ética e Relações Internacionais.(...)
(...) Foi um dos protagonistas entre os católicos contra a guerra e a ditadura. Em democracia, dedicou-se à cooperação com África e mais tarde à academia na área das relações internacionais e do estudo da paz e dos conflitos armados. (...)
Foto (e legenda): © Luís Graça (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
___________Notas do editor:
(*) Vd. poste de 18 de janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5671: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (5): Recordando o brilhante improviso de Luís Moita, na sessão de encerramento do Simpósio Internacional de Guileje, em 7 de Março de 2008
(*) Vd. poste de 18 de janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5671: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (5): Recordando o brilhante improviso de Luís Moita, na sessão de encerramento do Simpósio Internacional de Guileje, em 7 de Março de 2008
(**) Vd. poste de 9 de março de 2009 > Guiné 63/74 - P4002: Nino: Vídeos (2): O amigo de Cuba... e de Portugal, que em Março de 2008 pedia mais professores de português (Luís Graça)
(***) Último poste da série > 20 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P23999: Notícias lusófonas (1): Extintos, na Guiné-Bissau, os feriados nacionais de 3 de agosto (revolta do Pijiguiti, em 1959) e 23 de janeiro (o início da luta pela independência, 1963) (VOA Português, 20/1/2023)