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sábado, 14 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26919: Tabanca Grande (576): Jacinto Rodrigues, ex-Alf Mil Art, CMDT do Pel Caç Nat 57 (Cutia e Mansabá, 1969/71), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 906

1. Mensagem do nosso camarada, e novo tertuliano, Jacinto Rodrigues, ex-Alf Mil Art, CMDT do Pel Caç Nat 57 (Cutia e Mansabá, 1969/71), com data de 12 de Junho de 2025:

Caro Luis Graça,
Largos anos passados desde a minha "estadia" na Guiné, entre Setembro de 1969 e Setembro de 1971, onde comandei o Pelotão de Caçadores Nativos 57, no Destacamento de Cutia e em Mansabá, aqui estou a candidatar-me a “tabanqueiro”, apadrinhado pelo Carlos Vinhal, meu “escrivão”, segundo ele diz, pois coadjuvava-me na elaboração dos autos de procedimento disciplinar, quando os havia.

 O outro meu padrinho é o meu amigo Ernestino Caniço que comandou um pelotão de Daimlers  quando estava em Mansabá. Foram eles que chegaram até mim, passados tantos anos! E, por isso, estou-lhes grato.

Estive a comandar o Pelotão de Caçadores Nativos 57, entre Setembro de 1969 e Setembro de 1971, em Cutia, um pequeno destacamento, a meio caminho (15 kms) entre Mansoa e Mansabá, e, depois, em Mansabá, aquando da construção da estrada entre Bironque (a 5/6 kms a norte de Mansabá) e Farim.

Tal como tu, certamente, vivi momentos difíceis e complicados, agravados pelo facto de ter comigo apenas meia dúzia de camaradas metropolitanos, pois os soldados do pelotão eram todos eles naturais da Guiné, de diversas etnias e viviam na tabanca cá com a respectiva família.

Apesar de tudo, foram dois anos que jamais poderei esquecer e que lembro todos os dias. E nessas memórias estão os camaradas com quem convivi e de quem tenho as melhores recordações.

Tal como me referiste no teu mail, remeto uma foto desses tempos da Guiné e uma actual.

Será um privilégio fazer parte deste grupo de combatentes.

Um abraço, Camarada,
Jacinto Rodrigues
ex-alferes miliciano

Alf Mil Art Jacinto Rodrigues
Mansabá > Cap Inf Carreto Maia, cmdt da CCAÇ 2403 (de cabeça descoberta); Alf Mil Art Jacinto Rodrigues, cmdt do Pel Caç Nat 57 (sentado) e Alf Mil Cav Ernestino Caniço, cmdt do Pel Rec Daimler 2208 (à direita da foto).
Mansabá > Uma equipa de futebol, onde o editor reconhce o Alf Mil Art Jacinto Rodrigues, na fila da frente, à direira. O Alf Mil Cav Ernestino Caniço é o terceiro, a partir da esquerda, na fila de trás.
Interior do destacamento de Cutia. Foto © César Dias
Localização do destacamento de Cutia, sensivelmente a meia distância entre Mansabá e Mansoa
Infogravura: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (Carta da Província da Guiné - Escala 1:500.000)
O nosso camarada Jacinto Rodrigues na actualidade
Arganil > Encontro de 2025 do pessoal do BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Três ilustres tertulianos do nosso Blogue: ex-Alf Mil Cav Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Art Jacinto Rodrigues e ex-Cap Mil Jorge Picado
Arganil > Encontro de 2025 do pessoal do BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Jacinto Rodrigues e Ernestino Caniço

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2. Comentário do editor CV:

Caríssimo camarada Jacinto Rodrigues, está apresentado oficialmente à tertúlia. Terá ao seu dispor o lugar estatístico 906 debaixo do nosso poilão, mas "sentar-se-á" onde muito bem entender.

Dizem as nossas normas, "muito rígidas" (ver aqui), que na tertúlia nos tratamos por tu e não distinguimos os antigos e actuais postos militares; profissões; habilitações académicas e outras possíveis distinções sociais.  

Une-nos aquela terra vermelha, manchada com o sangue de portugueses e guineenses; a água daquelas bolanhas que bebemos quando a sede já não era mais suportável; os sustos das emboscadas; as muitas noites mal dormidas, no mato e nos aquartelamentos, e a incerteza do regresso para junto das nossas famílias. Além de tudo, só nós nos compreendemos já que a família está farta de nos ouvir.

O editor Luís Graça delegou em mim a missão de receber o ex-alferes Rodrigues, meu contemporanêo em Mansabá, um camarada cordial no trato. É uma honra e um gosto fazê-lo, tratando-se de quem se trata.

Lembro-me de entrar na secretaria da CART 2732 e, dirigindo-se a mim, dizia algo parecido como: "nosso furriel, tem disponibilidade para me escrever aí à máquina umas notas para eu enviar para Bissau?" Segundo me dizia, era preciso manter activos os autos de que era responsável, pelo que de vez em quando havia que mandar papelada para a Secção de Justiça e Disciplina.

Quando há uns bons meses o camarada Rodrigues me contactou por me ter encontrado na net, foi um desfilar de lembranças daqueles tempos que,  sendo maus, são vivências da nossa juventude, irrepetíveis, que jamais se apagarão da nossa memória de velhos combatentes.

Neste blogue temos a oportunidade de deixar escrito o que ainda retemos daqueles dois difíceis anos da nossa vida, pelo que convidamos o "alferes" Rodrigues a contribuir para esta feitura de memórias.
Que retém do comportamento dos seus militares guineenses enquanto combatentes ao lado dos portugueses? Que experiência lhe trouxe para a vida o contacto tão próximo com pessoas que tinham um modo de pensar e de viver tão diferentes dos nossos? A história, filosofia de vida e religião daquele povo, apesar dos nossos estúpidos preconceitos, mantinham-se praticamente intactos, resistindo a séculos de evangelização. 


Caro Jacinto Rodrigues, está apresentado. Não termino sem antes de lhe deixar o habitual abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores, com a certeza de que estaremos aqui ao dispor para o que nos achar úteis.
Se quiser que lhe façamos um postalinho de aniversário, só tem que nos indicar o dia e o mês em que nasceu, o resto é connosco.

Os meus votos de boa saúde
Um abraço a título pessoal do furriel escrivão
Carlos Vinhal, por acaso, também coeditor deste Blogue.

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Nota do editor

Último post da série de 25 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26845: Tabanca Grande (575): Joaquim Caldeira, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2314 / BCAÇ 2834 (Tite e Fulacunda, 1968/69), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 905

terça-feira, 13 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26795: E as nossas palmas vão para... (26): Os picadores das NT ( milícias e militares, guineenses e metropolitanos)... Temos para com eles uma enorme dívida de gratidão.

 




Foto nº 1A, 1B, 1




Foto 2A, 2. 2B
 

Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá >Novembro de 1970> Picagem da estrada Mansabá - Bafatá  > Fotos do álbum do Padre José Torres Neves, alferes graduado capelão

Fotos (e legendas): © José Torres Neves (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Não chegamos a ter 2 dezenas de referências com o descritor "picadores"...Injustiça nossa. 

Foram figuras da maior importância na guerra da Guiné. Em geral, os africanos, também guias, acumulavam as duas funções. Havia equipas mistas de picadores, como as fotos acima documentam...

O número de picadores era variável, bem como a sua disposição no terreno...

Na picagem de estradas / picadas para deteção de minas A/C, podiam ir duas ou mais  fiadas de picadores, no mínimo seis, no máximo 10 (equivalente a uma secção).  

Os condutores das viaturas estavam instruídas para seguir, milimetricamente, o trilho da viatura da frente... O mais pequeno desvio, à esquerda ou à direita,  podia ser fatal, ao ser accionada uma mina colocada mais à borda da estrada e não detetada...

Raras eram as estradas (sobretudo as não alcatroadas) que pudessem merecer a nossa confiança. Pelo que,  para se fazer mesmo um curto trajeto, era obrigatório fazer a picagem... O que representava um desgaste enorme, fisico e psicológicas, nas NT. E depois, na época das chuvas, o pesadelo era a dobrar...

Por outro lado, o grupo de picadores era o mais exposto em caso de embocada com ou sem mina ou fornilho acionados à distància. Embora o PAIGC estivesse mais interessado em destruir viaturas e respetivas cargas (por exemplo, nas colunas logísticas).

Por todas estas e mais razões, os nossos picadores, anónmimos (deixemos os guias das NT para outra ocasião) merecem as notas palmas... 

Não sabemos quantos mnorreram ou foram gravemente feridos, ao longo da guerra. Fica aqui, a nossa homenbagem a esses homens (mílicias e militares, guineenses e metropolitanos), que salvaram muitas vidas, detetando, à frente das nossas colunas, as traiçoeiras minas e armadilhas, e sobretudo as minas anticarro mas também as antipessoais (nomedamente, nos trilhos no mato, no acesso aos nossos quartéis ou nas proximidades das barracas do PAIGC)...

Temos para com os nossos picadores um enorme dívida de gratidão. Para eles vão hoje as nossas palmas, mesmo que cheguem atrasadas, na maior parte dos casos... Obrigado, Padre Zé Neves Torres, por estas fotos, de homens cuja mão não podiam tremer.

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Nota do editor LG:

(*) Último poste da série : 16 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26050: E as nossas palmas vão para... (25): Jéssica Nascimento, neta do nosso camarada Luís Nascimento, de Viseu, ex-1º cabo op cripto, CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71)...Pela sua pronta e generosa colaboração na cedência de imagens do T/T Niassa

segunda-feira, 12 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26794: Brasões, guiões ou crachás (9): O que nos diz o mural de Mansabá, fotografado pelo alf grad capelão José Torres Neves em novembro de 1970 ?






Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá >Novembro de 1970> Fotos do álbum do Padre José Torres Neves, alferes graduado capelão

Foto (e legenda): © José Torres Neves (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O "mural de Mansabá", fotografado em novembro de 1970 pelo alferes graduado capelão, José Torres Neves, do BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) (*) traz informações precisosas sobre unidades e subunidades que passaram, mesmo que episodicamente,  por aquele aquartelamento. 

Duas das inscrições murais não conseguimos identificar.  Uma delas  está muito sumida: apanha-se o ano (1965/67/68 ?... e sobra um resto do brasão. A outra parece ser paraquedistas, BCP 12... Mas quem eram os "Sabres" ?...Talvez o Carlos Vinhal (ou outro "bom observador") nos possa ajudar (**):

Aqui vão as que têm a identificação legível:

(i) Pel Mort 1085, "Os Tesos" (1966/68):  não tínhamos até agora qualquer referência a esta subnunidade; chegou ao CTIG em 26 de abril de 1966, juntamente com os Pel Mort 1086 e 1087, sendo inicialmenmte colocado em Mansoa;

(ii) Pel Caç Nat 54, "Aguias Negras", 1964/66: estranha é a referência ao ano de 1964; em princípio, formou-se em Bolama, em 1966; tem mais de 6 referências no nosso blogue:

(iii) CCAÇ 1418, "Os Facas" (Bula, Buruntuma e Fá Mandinga, 1965/67): temos 8 referências; sabemos que foi mobilizado pelo RI 1 (Amadora); pertencia ao BCAÇ 1856 (Bissau  e Nova Lamego, 1965/67); foi comandado pelo cap inf António Fernando Pinto de Oliveira.

Síntese operacional: 
  • após o seu desembarque, a CCAÇ 1418 ficou colocada em Bissau durante quinze dias como subunidade de intervenção e reserva do Comando-Chefe;
  • tendo seguido, em 21ago65 para Bula, a fim de realizar uma instrução de adaptação operacional sob a orientação do BCAV 790 [28Abr65-08Fev67; do TCor Cav Henrique Alves Calado], e seguidamente reforçar este Batalhão em acções realizadas nas regiões de Naga, Inquida e Choquemone, entre outras;
  • até 20out65, continuou depois a ser atribuída em reforço de outros batalhões, com vista à realização de diversas acções na região do Jol, em reforço do BCAÇ 1858 [24Ago65-03Mai67; do TCor Inf Manuel Ferreira Nobre Silva], de 05 a 18Nov65. Na região de Gussará-Manhau, em reforço do BART 645, de 16 a 23Dez65;
  • nas regiões de Naga e Biambe, em reforço do BCAV 790, de 2 a 16Jan66 e novamente de 12 a 26Mar66. Na região do Morés, em reforço do BCAÇ 1857 [06Ago65-03Mai67; do TCor Inf José Manuel Ferreira de Lemos], de 13 a 23Fev66, onde tomou parte na «Operação Castor» [em 20Fev66], um golpe-de-mão à base central do Morés bem-sucedido, já que foi capturada elevada quantidade de armamento e outro material;
  • deslocada seguidamente para Buruntuma, assumiu, em 08Mai66, a responsabilidad do respectivo subsector, em substituição da CCav 703, ficando integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão , tendo destacado uma secção para Camajabá e a partir de 21 Set66, um pelotão para a ponte do rio Caiúm;
  • em 03abr67, foi rendida no subsector de Buruntuma pela CCaç 1588 e seguiu para Fá Mandinga, onde substituiu, temporariamente, a CCaç 1589 na função de reserva do Agr 1980;
  • em 09Abr67, seguiu para Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
(iv) CCAÇ 1421. "Os Caveiras" (Mansoa, Mansabá e Cutia, 1965/67): mobilizado pelo RI 2 (Abrantes), pertencia ao BCAÇ 1857 ( : foi comandado pelo cap inmf Cap Albino Augusto de Castro Carrapatoso: temos mais de 3 dezenas de referências.

(v) BCAÇ 1857 (Bissau, Mansoa e Mansabá, 1965/67); tem cerca de meia centena de referências no nosso blogue.

Como referimos, há duas inscrições por decifrar: alguns militares terão passado por Mansabá e deixado a "assinatura" da sua unidade ou subunidade; com o tempo houve elementos icónicos que se deterioraram. Apelamos aos nossos "arqueólogos" e "decifradorees de enigmas" para nos dar uma ajuda...
  • (?) 67/68/69;
  • "Sabres" | Rec  Dos  (?) Páras | 20/7/66 | Ex M.M. 



Esta última imagem mostra um emblema militar português, datado de 20 de julho de 1966, com um paraquedas, asas e um sabre (ou de um escorpião?), possivelmente relacionado a uma unidade de paraquedistas. A presença do paraquedas e do escorpião (u do sabre ?), juntamente com a menção a "Páras", sugere uma conexão com  o BCP 12 (que atuou no CTIG) ou uma das suas companhias (Elementos sugeridos em parte pela IA).  Ex M.M. podia ser o autor da inscrição mural...
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Notas do editor:

domingo, 11 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26791: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXIV: Mais fotos de Mansabá, novembro de 1970


Foto 1 > Zona Oeste > Mansabá > Fotos do poilão caído por velhice, à entrada da povoação de Mansabá, para quem vinha de sul, Estrada Mansoa-Farim


Foto 2 > Zona Oeste > Mansabá > Fotos do poilão caído por velhice, à entrada da povoação de Mansabá, para quem vinha de sul, Estrada Mansoa-Farim


Foto 3 > Zona Oeste > Vista aérea captada numa deslocação de Mansabá para Porto Gole


Foto 4 > Zona Oeste > Quartel de Mansabá > Jovens junto à Porta de Armas


Foto 5 > Zona Oeste > Quartel de Mansabá > O Pe. José Torres na Messe de Oficiais


Foto 6 > Zona Oeste > Quartel de Mansabá > Porta de Armas


Foto 7 > Zona Oeste > Quartel de Mansabá > Formação de coluna auto com destino a Mansoa


Foto 8 > Zona Oeste > Parada do Quartel de Mansabá > Memorial


Foto 9 > Zona Oeste > Mansabá > Estrada para Bafatá


Foto 10 > Zona Oeste - Mansabá > Estrada para Bafatá>


OBS: - Fotos enviadas pelo ex-Alf Mil Ernestino Caniço, editadas e legendadas pelo coeditor CV
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Nota do editor

Último post da série de 8 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26662: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XXIII: Mais fotos de Mansabá, novembro de 1970

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26776: Historiografia da presença portuguesa em África (480): A Província da Guiné Portuguesa - Boletim Oficial do Governo da Província da Guiné Portuguesa, 1916 e 1917 (34) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 28 de Novembro de 2024:

Queridos amigos,
Quero resistir à tentação de introduzir nestes relatos os comentários do chefe da delegação do BNU em Bolama que incluí no meu livro Os Cronistas Desconhecidos do Canal de Geba: O BNU da Guiné, confesso que até podiam trazer mais esclarecimento ao que procuro juntar com as transcrições que faço separadamente do acervo que Armando Tavares da Silva recolheu no Arquivo Histórico Ultramarino, este é usado para evidenciar o que no Boletim Oficial é omisso. Seja como for, nota-se que a atmosfera de guerra suscita novas exigÊncias de comunicação, por exemplo: não se pode esconder o facto que há exportações proibidas, por contingência da guerra; há novas insubmissões nos Bijagós, mormente em Canhabaque, formam-se colunas, só vinte anos depois se consegue alcançar a chamada pacificação; e foi publicado o Estatuto Orgânico da Província da Guiné, está montada a ideologia que separa o civilizado do indígena. E, como veremos adiante, o final do ano traz um golpe de Estado, vai chegar Sidónio Pais e a sua cruzada.

Um abraço do
Mário



A Província da Guiné Portuguesa
Boletim Oficial do Governo da Província da Guiné Portuguesa, 1916 e 1917 (34)


Mário Beja Santos

Já estamos em guerra, vão ser tomadas medidas para garantir os abastecimentos, aparecerão listas de géneros cuja exportação para as colónias portuguesas é proibida ou que depende de autorização superior. Em 1917, chegámos à Flandres, segue-se o Sidonismo, no final do ano, chegara o primeiro homem providencial, sabe ao que vem e quer ordem e autoridade. Chega à Guiné o coronel de Infantaria Manuel Maria Coelho, nomeado governador interino, partiu Andrade Sequeira; em julho, toma posse o governador efetivo, Tenente-Coronel Carlos Ivo de Sá Ferreira.

No Boletim Oficial n.º 42, de 14 de outubro de 1916, dá-se conta da decisão do Governo em Lisboa para se saber o que pode ser exportado para as colónias portuguesas. Foi proibido exportar: arroz, açúcar, bacalhau, batatas, cereais e as suas farinhas, feijão, gados, minérios, cimento. Aparece em nota que poderá ser superiormente autorizada exportação para a colónia de Moçambique de todos os géneros e mercadorias destinadas a expedições militares ou às necessidades da guerra. É uma lista de géneros e mercadorias cuja exportação para as colónias depende de autorização superior: conservas de vaca e porco, lãs em qualquer estado, ovos, peles ou couros, veículos (exceto automóveis e seus pertences), aves de criação, enxofre. E ficam proibidas as exportações para o estrangeiro de todos os géneros alimentícios, com exceção do açúcar.

Entrámos em 1917, no Boletim Oficial n.º 11, de 17 de março, temos a seguinte publicação do Quartel-General:
“Tendo-se tentado por meios suasórios chamar ao convívio da civilização e à subordinação ao Governo os indígenas da ilha de Canhabaque, impondo-se apenas a entrega das armas em seu poder e o pagamento do imposto de palhota e até mesmo só esta última condição; e
Sendo cada vez mais acentuadas as provas de desrespeito para com a nossa soberania dadas por aqueles povos, o que constitui uma situação que não pode nem deve continuar; Mas sendo também de presumir que dado o estado de indisciplina em que eles se encontram, que é do domínio público, haja primeiro necessidade de os reduzir por meios violentos à obediência, a fim de os obrigar a acatar a nossa soberania e para o que será preciso tomar medidas excecionais…”


E na continuação declara-se o estado de sítio do arquipélago, fica proibido todo o género de comunicação entre Canhabaque e Bubaque, Rubane e João Vieira, interdito o comércio com as mesmas ilhas, organizada uma coluna de polícia à ilha de Canhabaque comandada pelo Tenente de Infantaria Henrique de Sousa Guerra, dá-se a lista da composição das tropas, dos auxiliares e das unidades de Marinha.

Estamos em plena guerra, teme-se as consequências da população andar armada, há ainda a reminiscência do que aconteceu na ilha de Bissau em 1915, procura-se agora uma regulamentação do comércio de armas, munições e pólvora, Manuel Maria Coelho decreta, recordando os inconvenientes que resultam para a fiscalização das relações existentes entre os negociantes que se estabelecem no mato e os indivíduos dessas regiões, atendendo à necessidade de regularizar os processos de transacionar com o gentio, fazendo-os ter confiança na probidade dos comerciantes, etc., etc., determina-se que os administradores das circunscrições e dos concelhos, bem como os comandantes militares não concedam licenças a quem quer que seja para se estabelecer com o comércio fora das povoações formadas e aos chamados negociantes ambulantes ser-lhes-ão concedidas licenças para comerciar desde que não sofismem as intenções do que aqui se determina.

Em portaria subsequente, o governador lembra que é proibido o comércio de armas e pólvora na província e escreve-se assim:
“Sendo certo que entre o gentio ainda existem muitas espingardas, impõe-se aos administradores de circunscrições e de concelhos, assim como aos comandantes militares, que procurem recolhê-las todas e no mais curto prazo. Mas sucedendo que as populações gentílicas carecem de defender-se dos animais ferozes e de fazer caça a esses, assim como é justo que se respeite o uso dos tiros de pólvora seca nas suas festas, determino que aquelas autoridades forneçam um certo número de armas a cada chefe da tabanca, que por ele é responsável, e a pólvora suficiente para aqueles efeitos.”

No Boletim Oficial n.º 23, de 9 de junho, nova portaria do Quartel-General ressaltando que é necessário estabelecer um posto na ilha de Canhabaque, volta-se a declarar o estado de sítio no arquipélago dos Bijagós, a proibir todo o género de comunicações das ilhas de Canhabaque, Bubaque, Rubane e João Vieira e organiza-se uma coluna móvel que tem como comandante o major Carlos Ivo de Sá Ferreira, e designam-se as respetivas tropas.

O suplemento ao Boletim Oficial n.º 26, de 4 de julho, insere o Estatuto Orgânico da Guiné, é do meu mero interesse fazer uma referência ao artigo 305:
“O governador da província é por si e por intermédio dos funcionários seus subordinados, o protetor nato dos indígenas da Guiné Portuguesa, e ainda daqueles cujo estado de civilização lhes seja idêntico, embora de naturalidade diversa. Compete ao governador dirigir as relações políticas com os chefes indígenas, de maneira a conseguir e manter, tanto quanto possível, por meios pacíficos, a sua submissão e integração na vida geral da colónia.”

Os artigos seguintes caracterizam a figura do indígena, é todo o indivíduo natural da Guiné que não tenha alcançado ainda o uso pleno dos direitos civis e políticos distribuídos aos cidadãos portugueses. Estes indivíduos podem entrar no pleno uso dos direitos civis e políticos próprios aos cidadãos portugueses desde que satisfaçam as seguintes condições: "ter dado provas de dedicação pelos interesses da Nação Portuguesa; saber ler e escrever ou pelo menos falar a língua portuguesa.”

Para finalizar, encontramos também uma outra não menos curiosa nota no Boletim Oficial n.º 33, de 18 de agosto, portaria que emana na Repartição Militar. O ministro das Colónias determinara que vão ser publicados no Boletim Official os louvores propostos pelo comandante da coluna de operações de Bissau em 1915, a diversos indivíduos e casas comerciais pelos serviços prestados à coluna durante as referidas operações, excluindo desses louvores aqueles que dissessem respeito a indivíduos ou casas comerciais alemãs ou pertencentes a nações com as quais Portugal tivesse interrompido as suas relações diplomáticas.

Para os louvores propostos figuram vários indivíduos naturais da Síria, província da Turquia, nação pela qual Portugal tem as suas relações diplomáticas interrompidas, mas que estão atualmente debaixo da proteção da França, e por isso deixaram de ser considerados como súbditos inimigos. Assim, é de justiça que se cumpra com respeito aos naturais da Síria e louvam-se Jorge Karam, pelo valor que patenteou durante os combates em que tomou parte e as casas comerciais Jorge Karam, Soda Fréres, Moustapha Jonad e Simon Thyan, pela oferta de vários géneros alimentícios, colas e dinheiro para o hospital de sangue e auxiliares da coluna.

O inquérito à atuação do Capitão João Teixeira Pinto
Já estamos a combater na Flandres
Capitão de Infantaria João Teixeira Pinto, o pacificador da Guiné, edição da I Exposição Colonial Portuguesa, 1934
Mercado de Mansabá, imagem restaurada no projeto Casa Comum/Fundação Mário Soares
Barracas de palmeiras, Mansabá. Imagem restaurada no projeto Casa Comum/Fundação Mário Soares
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Nota do editor

Último post da série de 30 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26746: Historiografia da presença portuguesa em África (479): A Província da Guiné Portuguesa - Boletim Oficial do Governo da Província da Guiné Portuguesa, 1915 e 1916 (33) (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Guiné 63/74 - P26748: Memórias de Mansabá (35): Reunião de três mansabanses, Ernestino Caniço (CMDT do Pel Rec Daimler 2208), Jacinto Rodrigues (CMDT do Pel Caç Nat 57) e Carlos Alberto Casquinha da CCAÇ 2403, em Almeirim, à volta de uma Sopa de Pedra (Ernestino Caniço / Carlos Vinhal)


Vista aérea do quartel de Mansabá
Foto: © Carlos Vinhal

1. Mensagem do nosso camarada Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2208 (Mansabá e Mansoa) e Rep ACAP - Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, (Bissau) (1970/1971), com data de 26 de Abril de 2025:

Caros amigos

Que os DEUSES vos protejam com a saúde nos píncaros.

“Tão calados, os nossos mansabenses”. Foi este o teu comentário, Luís, aquando da postagem de parte das fotografias de Mansabá, do Padre Zé Neves.

Pensando nesta temática, reuni com dois mansabenses em 2025.04.23, num bem-afamado restaurante de Almeirim (meu concelho), para nos deliciarmos com uma ótima sopa da pedra (e não só) e relembrarmos episódios da nossa passagem por Mansabá.

Foto 1 > Almeirim, 23 de Abril de 2025 > À minha direita na foto está o ex-Alferes Mil Carlos Alberto Casquinha, que pertenceu à CCAÇ 2403, comandada pelo Cap. Carreto Maia, e, após terminada a comissão desta, foi para Binar.

À minha esquerda está o ex-Alferes Mil Jacinto Rodrigues, Cmdt do Pel Caç Nat 57, que esteve em Cutia, que integrou em Mansabá a CCAÇ 2403 e posteriormente a CART 2732.

O ambiente tauromáquico não é despropositado, tendo eu integrado o grupo de forcados do colégio Nun´ Álvares de Tomar.

Foto 2 e 3 - Almeirim, 23ABR2025 > O almoço

O Carlos Vinhal deve lembrar-se deles, talvez mais o Rodrigues que esteve lá mais tempo e ao mesmo tempo.

Um grande abraço,
Ernestino caniço

PS – Texto redigido antes da visualização do P26728

Foto 4 > Mansabá > Da esquerda para a direita: ex-Alf Mil Amaral, Cap. Carreto Maia, ex-Alf Mil Rodrigues, ex-Alf Mil Casquinha e eu próprio.
Foto 5 - Estrada Mansabá-Farim, algures entre Mansabá e Bironque, à esquerda o Alf Mil Ernestino Caniço, CMDT do Pel Rec Daimler 2208, fazendo-se acompanhar do ex-Alf Mil Jacinto Rodrigues, CMDT do Pel Caç Nat 57.


2. Comentário do coeditor CV

Como já tive oportunidade de dizer ao nosso amigo Ernestino Caniço, não me lembro de ninguém da CCAÇ 2403, porque tenho ideia de que estiveram poucos dias em sobreposição connosco. Na altura, e durante seis meses, eu trabalhava na secretaria de Comando a tempo inteiro, não tendo por isso actividade operacional.

Lembro-me perfeitamente do Alferes Rodrigues do Pel Caç Nat 57, de quem fui escrivão dos seus autos, assim como do Capitão Carreto Maia, Comandante da CCAÇ 2403, e que após a ida desta Companhia para Bissau, assumiu, em 22ABR70, o comando da CART 2732. Esteve connosco só até meados de Junho de 1970, altura em que acabou a sua comissão de serviço. Seria substituído pelo Capitão José Maria Belo, que também esteve na Companhia durante pouco tempo, por ter sido evacuado para a metrópole por motivo de doença.

A publicação (e legendagem) da foto 5, foi da minha iniciativa, (tenho-a publicada no blogue da CART 2732) porque a acho curiosa, faz-me lembrar dois amigos num descapotável, passeando algures entre Cascais, Estoril, Praia de Carcavelos... A paisagem, apesar de a preto e branco, é belíssima.

Fotos: © Ernestino Caniço
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Nota do editor

Último post da série de 7 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13858: Memórias de Mansabá (34): As amêndoas da Páscoa de 1969 (Francisco Henriques da Silva)

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26728: O nosso livro de visitas (227): Jacinto Rodrigues, ex-alf mil, de rendição individual, cmdt do Pel Caç Nat 57 (Cutia, Mansabá e Cutia, set 1969 / set 1971)



Guiné > Região Oeste  > Mansoa > Cutia > Destacamento de Cutia > c. 1970 > Foto enviada  pelo César Dias, ex-fur mil sapador, CCS / BCAÇ 2885, um batalhão que esteve em Mansoa desde maio de 1969 a fevereiro de 1971, e a que pertencia a CCAÇ 2589, de que o nosso grão-tabanqueiro Jorge Picado foi um dos comandantes, de  24/2/1970 a 15/2/1971. Estranhamente, Cutia não vem nas cartas nem de Mansoa nem de Farim. Ficava a nordeste de Mansoa, na estrada Mansoa-Mansabá.

Foto (e legenda): © César Dias (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Bogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


1. Comentário do nosso camarada Jacinto Rodrigues ao poste P25753 (*):  

Boa tarde! Como alferes miliciano, comandei o Pel  Cac Nat  57 durante dois anos, entre 23 setembro de 1969 e setembro de 1971. 

Em setembro de 1969 o Pel Cac Nat 57 estava sediado em Cutia, tendo sido deslocado para Mansabá em fevereiro de 1970.

Fui substituir o alferes miliciano Trigo, natural de Bissau. 

O Pel Caç Nat 57 após a construção (com asfaltamento) da estrada entre Mansabá e Farim, regressou a Cutia onde se manteve, pelo menos, até à data do final da minha comissão.

Por hoje fica este apontamento. Espero voltar aqui para falar do meu pelotão e da sua actividade, lembrando os soldados que, infelizmente, foram abandonados e, tanto quanto sei, foram executados após a retirada dos portugueses.

Um abraço para todos os Camaradas. 
Jacinto Rodrigues

2. Comentário do nosso coeditor Carlos Vinhal ao poste P18094 (*):

Se bem me lembro, a tropa de Mansabá e de Cutia estava adstrita ao Batalhão de Mansoa (BCAÇ 2885). 

Lembro-me de o Pel Caç Nat 57 estar em Mansabá, da qual recordo o oficial, o alferes Rodrigues e de dois dos três Furriéis, o Espanhol, de quem não sei nada, e do Pires, com quem tenho contacto através do facebook. 

A determinada altura, a CART 2732 passou para o COP 6, sediado em Mansabá. Por sua vez o Pel Caç Nat 57 foi para Cutia, zona que (...) era da responsabilidade de Mansoa. (...) (e onde perrmaneceu até ser desativado/extinto em agosto de 1974).

Carlos Vinhal



3. Comentário do editor LG:

Jacinto Rodrigues, és bem vindo. Obrigado pelo teu contacto (entre antigos camaradas de armas, tratamo-nos por tu, é mais simples, dá mais jeito e encurta distâncias)...

Ficas desde já convidado a integrar a Tabanca Grande: não é nenhum clube, apenas uma tertúlia virtual... que reune os amigos e camaradas da Guiné, representados neste blogue (que tem já 21 anos de existência). Não há joia nem quotas... Apenas 2 fotos tuas, tipo passe, uma mais ou menos atual e outra do "antigamente" da tropa e da guerra...

Depois de seres apresentado à malta (somos já 901 entre vivos e falecidos), podes partilhar as tuas memórias, histórias, fotos, etc. da Guiné e da subunidade  que comandaste.

Sobre o Pel Caç Nat 57,  constituído dos soldados balantas do recrutamento local, já sabemos então que;

(i) foi criado em Mansoa pelo alf mil Fernando Paiva, de rendição individual ;

(ii) esteve no CTIG de abril de 1967 a abril de 1969;

(iii)  "a pá e pica, construímos o Destacamento de Bindoro, onde permaneci, até julho de 68, quando fui transferido para Bolama";

(iv) a seguir deve ter vindo o alf mil Trigo, até setembro de 1969;

(v) depois vieste tu...

(vi) o Pelotão será extinto em agosto de 1974, tal como as demais subunidades e unidades constituídas por militares do recrutamento local. 

Aguardamos, com expetativa,  mais notícias tuas (**). 
LG
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Notas do editor LG:

(*) Sobre o Pel Caç Nat 57 temos ainda escassas referências:



17 de julho de 2024 > Guiné 61/74 - P25753: Para a história do Pel Caç Nat 57 (Mansoa, Bindoro, Mansabá, Cutia, 1967/74) - Parte I: O seu primeiro comandante, o ex-alf mil Fernando Paiva, hoje produtor de vinho verde biológico, na Quinta da Palmirinha
 


26 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24342: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte X: mais fotos do destacamento e tabanca de Cutia

 

29 de março de 2022 > Guiné 61/74 - P23122: (In)citações (202): Criei o Pel Caç Nat 57, construi o destacamento de Bindoro, a pá e pica, e vivi diaramente, ombro a ombro, com esses fantásticos balantas da região do Oio (Fernando Paiva, ex-alf mil, cmdt Pel Caç Nat 57, Mansoa, Bindoro e Bolama, 1967 / 1969)
 


17 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18094: Em busca de ... (285): Camaradas do meu pai, João Arindo Canha, que pertecenceu ao Pel Caç Nat 57, e esteve em Cutia, na região do Oio (Henrique Canha)
 


2 de fevereiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9431: O Nosso Livro de Visitas 126): Fernando Paiva, Pel Caç Nat 57, Mansoa e Bindoro, abril de 1967/abril de 1969


(**) Último poste da série > 8 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26361: O nosso livro de visitas (226): João Maria da Cruz Teixeira Pinto, bisneto do João Teixeira Pinto (1876-1917): o único descendente masculino vivo, em linha reta, do antigo aluno, nº 144/1888, do Colégio Militar, "o Pinto dos Bigodes"