Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 10 de novembro de 2024
Guiné 61/74 - P26134: Parabéns a você (2326): Jorge Araújo, ex-Fur Mil Operações Especiais da CART 3494/BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/74)
Nota do editor
Último post da série de 9 de Novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26130: Parabéns a você (2325): António da Costa Maria, ex-Fur Mil Cav do ERec 2640 (Bafatá, 1969/71); António João Sampaio, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 15 e ex-Cap Mil Inf, CMDT da CCAÇ 4942/72 (Mansoa, Barro e Bigene, 1973/74) e João Alves Martins do BAC-1 (Piche, Bedanda e Guileje, 1967/70)
terça-feira, 22 de outubro de 2024
Guiné 61/74 - P26067: Tabanca dos Emiratos (12): "Prova de vida" (Jorge Araújo)
Emiratos Árabes Unidos > Abu Dhabi > 2024 > Uma visita ao "SeaWorld",na Yas Island
Data - 21/10/2024, 12:14
Assunto - O teu silêncio
Bom dia desde as Arábias (aqui são + três horas).
Antes de mais espero e desejo que te encontres bem, ao mesmo tempo que agradeço, sensibilizado, as preocupações manifestadas no contacto da semana passada relativas aos meus/nossos silêncios.
É verdade que me encontro, de novo, neste lado do mundo, onde cheguei há um mês, sem ter formalizado, por escrito, a renovação da "prova de vida". Por esse facto, não sei por onde começar: se antes ou depois do início desta nova (versão) da "operação deserto",
Mas como os nossos convidados regressaram ontem à capital Lusa, aqui vão algumas notas bem quentinhas, com uma temperatura no exterior de 36º. Entretanto, e pelo facto deste contacto ser considerado tardio, ele deveria dar lugar a uma punição, tipo "Serviço à C.O.L." (Clube Oriental de Lisboa) ou à "S.C.L." (Sporting Clube Lourinhanense) , colectividades que esta época são equipas adversárias na mesma competição.
Quanto à minha visão, ela continua aquém das minhas expectativas mas, como reza a história da medicina, cada um de nós não caminha para novo. Perante esta teoria, o que deveremos fazer? Continuar na busca do que não se tem, pois somos projecto e processo único.
Agora que está concretizada a renovada prova de vida, anexo algumas imagens avulsas, onde os diferentes contrastes falam por si, para servirem de enquadramento ao referido anteriormente.
Até breve,
Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.
Jorge Araújo e Maria João
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Último poste da série > 30 de novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23829: Tabanca dos Emiratos (11): Longe e perto de nós... Afinal, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca ... é Grande (Jorge Araújo, Abu Dhabi)
domingo, 14 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25068: Casos: a verdade sobre... (40): "Canquelifá era o seu nome" - Uma batalha de há 50 anos (José Peixoto, ex-1º cabo radiotelegrafista, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883, 1972/74) - Parte III: 21 de março de 1974, Op Neve Gelada, 22 cadáveres de guerrilheiros são trazidos para o quartel, lavados, fotografados e enterrados na pista de aterragem
Canquelifá em 74. Abrigo 12 visto do campo de futebol, nesse dia 31-03-74, não houve feridos, porque após a morte do furriel Agualusa da Rosa e o abandono da população, todos se abrigavamos no abrigo (vala coberta com troncos e pedra) à esquerda deste abrigo , junto ao tronco do mangueiro.
Fotos (e legendas): © José Marques (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Sector L4 (Piche) > Canquelifá > CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883 (1972/74) > Janeiro de 1974. Explosão de uma bomba durante um ataque do PAIGC ao aquartelamento de Canquelifá: foto do álbum do camarada Pereira, que vive em Almada, ex-fur mil da CCAÇ 3545, com a devida vénia, cortesia de Jorge Araújo (***)
(i) foi 1º cabo radiotelegrafista, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883 (Canquelifá, 1972/74);
(ii) vive no concelho de Vila Nova de Famalicão;
(iii) é membro da Tabanca Grande nº 731, entrado em 30/10/2016.
Deixou-nos um relato memorialistico, dramático, dos últimos tempos da sua comissão, de 12/13 páginas, que foi escrevendo ao longo dos anos, e que intitulou "Arauto da Verdade".
O texto, extenso, foi publicado na íntegra (**). Estamos agora a republicá-lo, em postes por episódios, e cruzá-lo com outros postes que temos publicado sobre Canquelifá, com referênica à situação militar que se agravou, naquele aquartelamento e povoação do nordeste da Guiné, região de Gabu, a partir de agosto de 1973.
José Peixoto, hoje, inspetor
Às 13h00 do referido dia 21, entrada pela porta principal, abrigo 1, em coluna apeada.
A primeira companhia dirigiu-se à porta situada no lado da Mata Sagrada, no sentido de Chauará, local onde era suposto o IN ter instalado a sua base de lançamento dos mísseis, saindo por esta para o exterior.
A segunda companhia dirigiu-se à porta de acesso à pista junto ao abrigo 5,no sentido de Sinchã Jidé, local onde era suposto o IN ter instalado o seu poderio dos mosteiros 120 mm, saindo para o exterior.
A terceira companhia ficou instalada junto ao abrigo de transmissões, de reserva, aproveitando a sombra de uma velha e grande laranjeira, cujo fruto não se podia comer, por ser muito amargo.
Volvidas que foram cerca de duas horas após a saída das duas companhias para o exterior de Canquelifá, às 15h00, foi ouvido o rebentar de um tiroteio de armas ligeiras, à mistura com algumas morteiradas.
A nossa primeira reação foi a de sempre, saltar da viatura e procurar alguma proteção debaixo da mesma, durante o desencadear do tiroteio, estimado em cerca de 10 a 15 minutos.
A evacuação da “bajudinha” já não foi concretizada, logo retrocedemos no itinerário para o denominado centro do aquartelamento. Nesta fase ainda se ouviam alguns tiros esporádicos.
Dirigi-me ao abrigo de transmissões no qual se encontrava entre outros o então major Raul Folques, procurando junto do militar, responsável pelas transmissões no terreno, inteirar-se efetivamente do que se estava a passar.
A primeira ordem que este Homem de Guerra transmitiu, honra lhe seja feita pelo trabalho coordenado, foi a saída imediata da companhia que se encontrava de reserva junto ao posto de rádio, pela porta de armas de acesso à pista no sentido de Sinchã Jidé.
À medida que o tempo passava, eram recebidas informações via rádio do resultado obtido pelas duas fações, que indicavam um número indeterminado de baixas ao IN, bem assim como material capturado.
Às 17h10, de uma tarde marcante, fazendo paralelo com as fiadas do arame farpado que dividiam o aquartelamento da vegetação, lado do Mata Sagrada, começou-se a avistar a chegada de uma das companhias, trazendo consigo aquilo a que se poderia chamar troféus de guerra, exatamente 22 corpos transportados em cima de macas improvisadas de ramos de árvores.
Chegados às imediações, a população saiu pela porta de armas ao encontro dos militares, pontapeando os corpos. Esta talvez fosse a única forma de vingança pelas mortes causadas aos seus entes queridos, em ataques anteriores.
Quando já dentro do aquartelamento, foi dada ordem para que todos os corpos fossem encaminhados para a Mesquita de Canquelifá, local de culto no qual os homens grandes praticavam as suas orações, virados para Meca.
Para efetuar a segurança durante a noite, foi escalado um pelotão da nossa companhia.
Às 17h30, quando tudo estava aparentemente calmo, eis que surge novo ataque de curta duração, com misseis, procurando assim destruir o pouco que ainda restava, como retaliação pelas suas baixas há duas ou três horas.
Às 18h00, e a pedido do então alferes Fernando de Sousa Henriques, foram reunidos uns quantos militares, de caráter voluntário, para fazer segurança a 3 viaturas (2 Unimogs e 1 Berliet) na ida ao local do confronto para recuperação do material capturado.
Ordem de partida foi dada: saída pela porta de armas lado pista de aterragem dos meios aéreos, abrigo 5.
Após progressão na ordem de 1,5 km foi desencadeado novo tiroteio. Toda a coluna parou para se poder proteger, de realçar o facto de já nos encontrarmos perto do local onde se tinha dado o conflito.
A informação que proveio de Canquelifá, e recebida por este superior, foi exatamente, que o IN voltou ao local na tentativa de recuperar os mortos que, como atrás referi, eram 22 corpos.
Na posse destes elementos, e tendo em consideração que as armas se tinham calado, fomos progredindo mais uns metros com toda a serenidade, pois estava na nossa frente posicionada uma companhia formada por elementos cuja maioria era africana, fazendo proteção ao material capturado, embora a informação da nossa aproximação já tivesse fluido antecipadamente.
Foi um tanto quanto arriscada esta operação de encontro, frente a frente de uma força com a outra, tendo culminado com total êxito, pois o local era de vegetação densa.
Feita a inversão das viaturas, procedeu-se ao carregamento do material capturado, constando de cerca de 360 granadas de morteiro 120 mm, 2 morteiros do mesmo calibre completos, montados sobre rodas e outros tantos incompletos, 1 prato, mais 1 tripé.
Tratou-se na realidade de uma operação de muito risco para todos quantos voluntariamente acederam ao pedido do então saudoso alferes [Fernando de Sousa] Henriques.
A chegada a Canquelifá já foi tardia, por volta das 23h00, todo o regresso foi feito na escuridão da densa vegetação, apenas a viatura mais da frente acendia esporadicamente os seus mínimos, de salientar o facto de um dos veículos, creio que um Unimog, ter furado um pneu, também não me recordo se à ida, ou no regresso, é facto, assim circulou até à chegada a Canquelifá. Foi uma autêntica odisseia, sem paralelo.
Não posso deixar de realçar uma situação ocorrida já dentro de Canquelifá tendo por protagonistas a minha pessoa, o então carismático furriel mecânico Pais e um militar africano da companhia de Comandos.
Tendo este em seu poder uma pequena arma, que mais se assemelhava à nossa pistola Walter, que procurava vendê-la, alegando tê-la capturado horas antes, na operação, a um elemento feminino do PAIGC, que procurava atingi-lo, protegida por uma árvore, tendo este com a sua perspicácia evitado tal, apontando-lhe a sua G3 e dando-lhe ordem para baixar a arma.
Posteriormente tentou dialogar com ela em várias línguas, sem entendimento possível, tendo finalizado o seu diálogo apontando com a mão esquerda para o seu peito onde sustentava o seu crachá, dizendo-lhe:
− Comando Africano não perdoa! − e utilizando a sua arma G3, fez uma rajada em cruz no peito da mulher, caindo esta junto à árvore.
Relativamente à pistola, o negócio estava terminado, cujo valor para mim era de 100 pesos, tendo o Furriel Pais, valorizado para o dobro, não tenho a certeza da concretização da compra por este.
Dando continuidade ao episódio dos 22 corpos que se encontravam a repousar na grande Mesquita de Canquelifá, começaria por realçar o pedido de 2 voluntários pelo Capitão Cristo, cerca das 8h00 já do dia 22 março 1974, com a pretensão de retirarem os corpos para o exterior da mesma, onde previamente tinham sido colocados uma quantidade necessária de bidões vazios,vasilhame chegado, uns com vinho da Manutenção Militar, outros de combustível para a Mecânica, a fim de os corpos serem sentados no chão, encostados aos aludidos bidões.
A dupla de voluntários então surgida era composta pelos:
(i) o nosso Oliveira, mais conhecido pelo “Mata vacas”, pois tratava-se na realidade de um homem de coragem, se bem me recordo retalhava uma vaca, depois de morta, na sua totalidade em cerca de 20 minutos, trabalho que sempre realizou em prol da alimentação da Companhia, em toda a sua comissão, por ser esta a sua profissão na vida à paisana;
-(ii) segundo voluntário, com alguma margem de incerteza, creio ter sido o carismático “Azambuja”, nome próprio, José Cruz, cozinheiro oficial da CCAÇ 3545, mas que não exerceu.
Realizada operação definida pelo comandante Cristo, cerca das 9h00 chegaram, 1 helitransporte escoltado por 1 helicanhão, para garantir a segurança da sua aterragem. Na placa da pista a segurança era assegurada por um pelotão, como acontecia em situações semelhantes.
Apeados os ocupantes de várias patentes, pertencentes ao Comando Territorial da Guiné, dirigiram-se ao centro, no qual se encontravam os corpos, sendo a primeira missão fotografar individualmente os mesmos por um fotocine vindo de Bissau para o efeito.
De seguida foram transportados num Unimog, também individualmente, sendo-lhes colocado junto ao corpo uma garrafa vazia de cerveja, que continha um ou mais documentos escritos no preciso momento, de conteúdo confidencial.
Reunidos os respetivos requisitos, seguiram destino pista da aviação, onde foram enterrados nos próprios buracos dos foguetões por estes lançados sobre Canquelifá nos dias últimos, não tendo atingido o objetivo por eles planeado.
De realçar o facto de ter sido escalado um pelotão naquele dia e no seguinte, para carga e transporte de terras em Unimog para serem tapados os buracos, entenda-se sepultura dos corpos.
Assim ficou encerrado mais um capítulo de uma guerra subversiva que muitas lágrimas provocaram aos intervenientes de ambas as partes.
(Continua)
(Seleção, revisão / fixação de texto,negritos: LG)
Notas do editor
Vd. também poste de 23 de maio de 2016 > Guiné 63/74 - P16127: (De)Caras (40): A Canquelifá da CCAÇ 3545 (1972-1974) e os acontecimentos de janeiro de 1974: a morte do "ranger" fur mil op esp Luís Filipe Pinto Soares (Jorge Araújo, ex-fur mil op esp, CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/74)
quinta-feira, 11 de janeiro de 2024
Guiné 61/74 - P25057: Casos: a verdade sobre... (38): "Canquelifá era o seu nome" - Uma batalha de há 50 anos (José Peixoto, ex-1º cabo radiotelegrafista, CCAÇ 3545 / BCAÇ 3883, 1972/74) - Parte I: os ataques do início de janeiro de 1974 e a morte do fur mil op esp Luís Filipe Soares
(...) Senti-me um tanto ou quanto penhorado quando há dias visitei o nosso Blogue, e li toda a introdução deixada pelo seu autor Jorge Araújo, ex-Furriel Mil da CArt 3494, a quem quero aqui deixar muito particularmente um forte abraço, pelo facto de se ter ocupado dos acontecimentos de Canquelifá, concretamente a respeito da morte do então saudoso Furriel Luís Filipe Soares. (**)
O Luís Filipe Soares, que também era meu amigo, pois é facto que assentámos praça juntos no RI7, Leiria, na recruta de então, para apuramento dos militares cujo seguimento seria o Curso de Sargentos Milicianos (CSM). Dado na altura eu possuir o 4.º ano industrial, e tendo corrido menos bem as provas de seleção, fui considerado não apto, tendo ele seguido em frente na sua formação.
Reencontrámo-nos em Abrantes, e por ironia do destino estávamos mobilizados para a mesma Província e Companhia.
O dia 6 de janeiro de 1974 foi o dia fatídico para o Soares, que ficará para sempre na minha/nossa memória.
Após os ataques consecutivos que antecederam os dias 2, 3, 4 e 5, a Canquelifá, cuja hora de início das flagelações foi variável, no dia 6, iniciaram-se cerca das 17h30, com intervalos de bombardeamentos compreendidos entre 10 a 15 minutos. Foram estimado na altura cerca de 40 a 50 foguetões 122 mm disparados durante todo o período da flagelação à mistura com o morteiro 120.
Anso Sané, em traje domingueiro |
- Nosso Capitão, “muri-lá” nosso furriel Soares, abrigo um.
O Soares encontrava-se na vala do lado norte do referido abrigo n.º 1, próximo a si refugiava-se também o “puto africano”, ou seja, o impedido daquele abrigo, que tinha por missão
O Soares tinha chegado a Canquelifá cerca de 3 ou 4 dias antes da sua morte, após o gozo de férias na metrópole, tendo ficado retido em Bissau durante um ou mais meses por motivo de não haver transporte para Canquelifá, acabando por chegar, por fim, numa coluna de abastecimento.
Relativo ao incidente a que o Jorge Araújo alude, no trajeto da sua urna até Bissau, sinceramente, também não me recordo.... Também foi notícia para mim.
Caro Jorge Araújo, espero desta forma ter contribuído para algum desmistificar do acontecido: o nosso amigo Filipe Soares não tombou em confronto direto com as tropas do PAIGC, mas durante o ataque, perpetrado contra aquartelamento de Canquelifáendo, com utilização foguetões 122 e morteiro 120, .
Retrocedendo nos acontecimentos, e bem assim no tempo recordando desta forma o dia 3 de janeiro de 1974, cerca das 16h00, o aquartelamento começou a ser flagelado com um tipo de arma, que para nós era nova, pois tratava-se na realidade dos foguetões 122 mm, cujo término de ação já foi de noite.
As consequências foram terríveis, sem explicação.
Descrever os chamados “horrores da guerra“ que estavam a ter o seu ponto alto, não é tarefa fácil, pois durante o desenrolar da flagelação foram-se criando alguns focos de incêndio na zona da população/tabanca, tendo-se desenvolvido ao longo de todo o aldeamento, que mais se assemelhava ao fim do mundo ou a um filme de terror, provavelmente um holocausto.
De lembrar que toda a colheita da mancarra (amendoim) daquela época se encontrava arrecadada em grandes quantidades no interior de círculos formados por esteiras seguras na vertical por estacas, ao lado da morança de cada proprietário, a aguardar a sua venda, para desta forma ser realizado algum capital, dando esta ainda maior consistência ao fogo deflagrado.
Para quem não possa imaginar, o amendoim é tão combustível como se de algum derivado petrolífero se tratasse, volvidas que foram cerca de duas semanas após os acontecimentos, ainda havia focos de chamas alimentadas pelos resíduos amontoados do amendoim.
Perante a situação anteriormente descrita, uma grande percentagem da população abandonou Canquelifá, tendo permanecido apenas 3 ou 4 “putos lava-pratos” de alguns abrigos, mais fiéis, entre eles o Ernesto Somaila Sané que era filho do Régulo da zona da Pachisse, tendo este sempre rodeado o pessoal de transmissões.
No dia 5 de janeiro de 1974, por volta das 14h00, toda a malta da companhia (CCAÇ 3545), aproveitando o que parecia ser um tempo de acalmia, apenas aparente, após a análise de tudo o que se encontrava à sua volta, decidiu abandonar os abrigos, cada um acompanhado da sua arma mais os parcos haveres.
Perante tal situação, todo o pessoal que se encontrava na área das transmissões, ficou aturdido, sem saber o que se estava a passar, facto estar ali toda a companhia reunida!
A intenção não passou disso mesmo pelo facto de o capitão ter pedido alguma calma, descendo ao posto de transmissões no qual estabeleceu contacto com Nova Lamego e desta creio com Bissau.
- Rapazes, é uma virtude confiar nos chefes. Vamos todos para os abrigos mais uns dias.
E assim foi, pois toda a companhia recolheu aos seus abrigos. de armas e bagagens, reconhecendo a Liderança e Motivação de um chefe. Honra lhe seja feita. (***)
- CCaç 3545 (-) em Canquelifá
- 1 Pel em Dunane
- 19° Pel Art (14cm) em Canquelifá
- 1 Esq do Pel CanhSRc 2298 em Canquelifá
- Pel Mil 267 em Canquelifá
- Pel Mil 268 en Dunane
Notas do editor:
(**) Vd. poste de 23 de maio de 2016 > Guiné 63/74 - P16127: (De)Caras (40): A Canquelifá da CCAÇ 3545 (1972-1974) e os acontecimentos de janeiro de 1974: a morte do "ranger" fur mil op esp Luís Filipe Pinto Soares (Jorge Araújo, ex-fur mil op esp, CART 3494, Xime e Mansambo, 1972/74)
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
Guiné 61/74 - P24850: Efemérides (410): Há 56 anos: onze mortos (além de dezenas de feridos), da CART 1661, na estrada Porto Gole-Bissá, em duas minas A/C (uma incendiária), em 5 e 6 de outubro de 1967... Ainda hoje recordo os soldados queimados, alguns com o terço ao pescoço, rezando para os salvarmos! (José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, Enxalé, Missirá, Porto Gole e Ilha das Galinhas, 1966/68)
Foto (e legenda): © José Manuel Viegas (2023). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Assunto: 56 anos passados
Faz hoje 56 anos do pior dia para a Cart 1661 e Pel Caç Nat 54, uma segunda mina na estrada Portogole - Bissá, com vários mortos, a maioria queimados. (*)
Ainda hoje recordo os soldados queimados, alguns com o terço ao pescoço rezando para os salvar. Dia difícil. Paz às suas almas. José Viegas.
2. Excerto do poste P20283, do nosso coeditor Jorge Araújo (**):
(...) A morte em "combate" do soldado condutor auto rodas Arménio Moutinho da Costa, natural de Gondim, Maia, em 7 de Outubro de 1967, sábado, no Hospital Militar 241, em Bissau, ocorreu um dia depois da viatura que conduzia ter accionado uma mina anticarro, incendiária, na estrada entre Porto Gole e Bissá.
Pertencia à CART 1661 (02Fev67-19Nov68) que, no espaço de três semanas, ficara sem dois condutores auto rodas, o primeiro - o soldado Manuel Pinto de Castro, em 16Set67 - caso abordado no poste anterior [P20217, ponto 3.8], e três viaturas, para além de outras baixas, entre feridos e mortos.
Para a descrição deste doloroso acontecimento, recorremos, de novo, à análise de conteúdo do livro (...) do camarada Abel de Jesus Carreira Rei «Entre o Paraíso e o Inferno: De Fá a Bissá: Memórias da Guiné, 1967/1968», edição de autor. Lousa. 2002 (...).
Refere que Setembro e Outubro de 1967 vão ser dois meses negros para a CART 1661, onde o primeiro morto da companhia ocorre ao oitavo mês de comissão, em 16Set67, por efeito da explosão de uma mina anticarro, no cruzamento da estrada para Mansoa, quando uma coluna auto, saída de Porto Gole, ia ao encontro de forças de Bissá com o objectivo de lhes fazer a entrega de géneros alimentícios.
Depois, a 5 de Outubro de 1967, 5.ª feira, uma outra viatura, na estrada Porto Gole - Bissá, faz accionar outra mina anticarro, originando mais uma baixa mortal e duas dezenas de feridos.
No dia seguinte, ou seja em 06Out67, 6.ª feira, uma nova mina anticarro, esta incendiária, é accionada perto do local da mina anterior, provocando alguns mortos e feridos, entre eles o soldado Arménio Moutinho da Costa que foi evacuado para o HM 241, juntamente com os seus camaradas com ferimentos graves, em particular queimaduras provocadas pela explosão.
Dos evacuados, seis acabariam por falecer em Bissau nos dias seguintes, enquanto dois pereceram no Hospital Militar Principal, em Lisboa, a 14 e 23 do mesmo mês.
Para que conste na historiografia desta ocorrência, elaborámos um quadro detalhado dos onze mortos provocados pelas duas minas anticarro, accionadas a 5 e 6 de Outubro de 1967, no cruzamento de Mansoa, no itinerário entre Porto Gole e Bissá, de que foram vítimas os seguintes militares da CART 1661. (...)
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 1 de novembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24812: Efemérides (409): 1 de novembro, dia de lembrar e homenagear os nossos queridos mortos
(**) Vd. poste de 28 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20283: Jorge Araújo: ensaio sobre as mortes de militares do Exército no CTIG (1963/74), Condutores Auto-Rodas, devidas a combate, acidente ou doença - Parte IV
Diz-nos o Abel, em nota de rodapé, que “para estas evacuações, foi preciso um avião especial de emergência que, ao chegar a Lisboa, fez correr a notícia de que Bissau tinha sido bombardeada, simultaneamente ‘boatado’ pelo inimigo)” (p. 114).
Nesse dia, Abel estava em Bissá, fazendo contas à vida de ‘cabo vagomestre’, sem comer para dar ao pessoal… mas no dia 8/10/67 fez o balanço desta “série negra” que fez de Bissá “o pior aquartelamento” (p. 166) da Guiné, nessa época.
“Tanto na mina como na emboscada, foi precisa imediata colaboração da aviação, que desta vez chegou de pronto, vindo dois bombardeiros que ajudaram os helicópteros a localizar o acidente” (8/10/67, Bissá, p. 115). (...)
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
Guiné 61/74 - P24837: Parabéns a você (2221): Jorge Araújo, ex-Fur Mil Op Especiais da CART 3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/74)
Nota do editor
Último poste da série de 9 de Novembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24833: Parabéns a você (2220): António da Costa Maria, ex-Fur Mil Cav do ERec 2640 (Bafatá, 1969/71); António João Sampaio, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 15 e ex-Cap Mil, CMDT da CCAÇ 4942/72 (Mansoa, Barro e Bigene, 1973/74) e João José Alves Martins, ex-Alf Mil Art do BAC-1 (Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/70)
segunda-feira, 4 de setembro de 2023
Guiné 61/74 - P24617: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (9): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte V: o porto fluvial de Bambadinca, uma das portas de entrada no Leste, a par do porto fluvial do Xime
Fotos nº 23 e 23A > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Bambadinca: porto fluvial... Até aqui chegavam os "barcos turras", ou sejam, as embarcações de cabotagem das casas comerciais (Casa Gouveia, Ultramarina, e outras) que traziam e levavam pessoas, produtos agrícolas, etc., mas també,m material de e para a tropa...(a partir de 1972, muitos deles ao serviço da Companhia Terminal)
Fotos nº 24 e 24A > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Bambadinca: porto fluvial... Cais acostável, na margem esquerda do rio Geba Estreito
1. Continuação da publicação de uma seleção das melhores fotos do álbum do nosso camarada Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) (*), que vive na Senhora da Hora, Matosinhos [foto atual à direita], e foi contemporâneo de alguns membros da Tabanca Grande,,, I nosso editor LG, por exemplo, ainda esteve com ele, desde julho de 1969 a fevereiro de 1970...
Na história do BCAÇ 2852, lê-se que no dia 25/11/1969, o 2º comandante do BENG 447 visitou a sede do batalhão, visita essa que só pode estar relacionada com a entrega da autogrua Galion, permitindo melhorar as operações de carga e descarga no estratégico porto fluvial de Bambadinca.
A autogrua Galion veio de LDG de Bissau até ao Xime (agora com um novo cais de acesso, a partir de outubro de 1969, se não erro) e depois foi escoltada pela CCAÇ 12 até a Bambadinca, numa viagem cheia de peripécias que nos obrigou a dormir no mato, devido a um enorme atascanço a meio do troço (ainda não havia estrada alcatroada!)...
Nessa dia, 24 de novembro de 1969, o nosso querido camarada e amigo Tony Levzinho celebrava as suas 22 primaveras com a companhia infernal da mosquitada,
Xime e Bambadinca "alimentavam o ventre do leste"... Por aqui passaram milhares e milhares de homens, e grandes quantidades mantimentos, munições, viaturas, peças de artilharia e outro material de guerra.
Foto (e legenda): © Jorge Araújo (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
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quarta-feira, 26 de abril de 2023
Guiné 61/74 - P24254: Agenda cultural (832): livro «50 Anos (1975-2025) de factos e feitos da História do CCRAM - primeira década: 1975/1985»; convite para a sessão de lançamento, Corroios, Seixal, dia 29, sábado, às 15h30 (Jorge Araújo)
1. Mensagem do nosso camarada e amigo, coeditor do nosso Blogue, Jorge Araújo, que chegou há pouco tempo de Abu Dhabi, EAU; ex-Fur Mil Op Esp/Ranger, CART 3494 (Xime e Mansambo, 1972/1974), é professor do ensino superior, ainda no ativo, tendo cerca de 330 referências no nosso blogue.
Data - 16/04/2023, 12:22
Assunto - Lançamento de livro
Caro Camarada Luís Graça,
Nota do editor:
Último poste da série > 12 de março de 2023 > Guiné 61/74 - P24139: Agenda cultural (831): Lançamento, em Abril, do livro "Rumo à Revolução - Os Meses Finais do Estado Novo", por José Matos em coautoria com a jornalista Zélia Oliveira (José Matos)
segunda-feira, 3 de abril de 2023
Guiné 61/74 - P24191 Imgens das nossas vidas: CART 3494 (1971/74) (Jorge Araújo / Luciano Jesus) - Parte I: De Lisboa a Bolama
Foto 3 > Porto-cais de Bissau, visto cais do Pidjiguiti; ali nos esperava uma LDG para nos transportar até ao CIM (Centro de Instrução Militar) em Bolama, para a conclusão da última parte da instrução geral. [Foto do álbum do Luciano de Jesus, fur mil da CART 3494].
1. – INTRODUÇÃO
Passam hoje quarenta e nove anos – 1974.04.03/2023.04.03 – que a Companhia deArtilharia 3494, do Batalhão de Artilharia 3873, completou a sua missão militar em território da, então, Província Ultramarina da Guiné, regressando de Bissau a Lisboa, ao Aeroporto de Figo Maduro, em avião dos TAM.
O recordar esta efeméride, nos termos em que o estamos a fazer, aqui e agora, foi uma incrível coincidência, e resulta de um acto de grande generosidade do nosso camarada Luciano de Jesus, pois, ao tomar a iniciativa de me oferecer uma cópia do seu álbum de imagens que foi construindo ao longo dos mais de vinte e sete meses de permanência no CTIG, concedeu-me a premissa de escolher o tempo e o espaço de o partilhar para memória futura.
Considerando que a grande maioria das suas fotos ainda não foram editadas, e são algumas dezenas, ficou acordado entre nós que as mesmas seriam organizadas segundo uma cronologia de eventos e de factos observados nos diferentes contextos que constituem o portefólio operacional da sua missão como miliciano.
Uma vez que tenho, também, algumas fotos ainda não editadas, e porque os itinerários e contextos foram, a maioria, comuns, as “imagens são das nossas vidas”, título dado a esta série.
Esta PARTE I percorre o itinerário náutico desde Lisboa a Bissau e, depois, a estadia na Ilha de Bolama, no C.I.M (Centro de Inmstruçáo Militar=) para conclusão do processo de instrução global para a “guerra de guerrilha”, denominado de I.A.O. (Instrução de Aperfeiçoamento Operacionla).
Recordamos, neste âmbito, que a Companhia de Artilharia 3494 [CART 3494], a terceira Unidade de Quadrícula do Batalhão de Artilharia 3873 [BART 3873], do TCor António Tiago Martins [1919-1992], foi mobilizada pelo Regimento de Artilharia Pesada [RAP 2], da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, tendo embarcado em Lisboa, no Cais da Rocha, a 22 de Dezembro de 1971, 4.ª feira, a bordo do N/M «NIASSA», rumo ao TO do Comando Territorial Independente da Guiné [CTIG], numa altura em que o conflito armado contabilizava nove anos (Foto 1).
Foto 1 > Rio Tejo > Cais da Rocha > Lisboa > 22 de Dezembro de 1971 > N/M«NIASSA». Mais um contingente de cerca de mil e quinhentos jovens milicianos rumo ao TO do CTIG. [Foto do álbum do António Bonito, fur mil da CART 3494].
A chegada do contingente metropolitano a Bissau, onde ficou fundeado em frente ao Cais do Pidjiguiti, ocorreu a 29 de Dezembro, 4.ª feira, tendo este sido transferido para uma LDG (Lancha de Desembarque Grande) que o transportou até Bolama, com o propósito de concluir, no C.I.M. (Centro de Instrução Militar), a instrução geral com a realização do I.A.O. (Instrução de Aperfeiçoamento Operacional), a qual decorreu até 27 de Janeiro de 1972, 5.ª feira (foto 2).
Segundo consta na História do Unidade [BART 3873], “os resultados obtidos na instrução geral e I.A.O. foram animadores. O esforço do Comando e instrutores visou não apenas consciencializar o Soldado do tipo «sui generis» de luta a enfrentar, como também ministrar-lhe o adequado endurecimento físico e destreza operacional, de maneira a evitar surpresas fatais no teatro da guerra.
Ensinou-se, exemplificou-se e corrigiu-se: são as três palavras sintetizadoras daactividade preparatória” (op. cit. p 4).
Após a conclusão deste período final de instrução, o Contingente foi conduzido, de novo em LDG, até ao Xime, localidade onde aportou a 28 de Janeiro de 1972, 6.ª feira, tendo ali ficado instalada a CART 3494, e as restantes Companhias seguido, em coluna-auto, para os Aquartelamentos que lhes estavam destinados, isto é: Companhia de Comando e Serviços (CCS), em Bambadinca; CART 3492, no Xitole, e CART 3493, em Mansambo (op. cit. p 20).
Foto 2 > Bissau > 29 de Dezembro de 1971 > O N/M «NIASSA» fundeado em frente ao Cais do Pidjiguiti, seguido do desembarque do contingente metropolitano da foto 1. Foto do álbum do António Bonito, fur mil da CART 3494].
Foto 3A > Porto-cais de Bissau, visto cais do Pidjiguiti; ali nos esperava uma LDG para nos transportar até ao CIM (Centro de Instrução Militar) em Bolama, para a conclusão da última parte da instrução geral.
Foto 4 > Bolama > Jan 1972 > Da esquerda para a direita: os furriéis milicianos da CART 3494, Abílio Oliveira (Alimentação); José Peixoto (Artilharia); Luciano de Jesus (Art); Carvalhido da Ponte (Enfermeiro) e Luís Domingues (Transmissões).
Os intervalos da citada instrução permitiram, ainda, registar alguns momentos dedescontração, como comprovam as imagens abaixo, do álbum do camarada Luciano de Jesus ainda não editadas, e que fazem parte das nossas vidas na Guiné (1971-1974).
Foto 5 > Bolama > Jan 1972 > Da esquerda para a direita; o fur mil Sousa Pinto [1950-2012]; o alf mil op esp Manuel Carneiro; o fur mil art Luciano de Jesus e o fur mil enf Carvalhido da Ponte, todos da CART 3494.
Foto 7 > Bolama > Jan 1972 > Da esquerda para a direita: o fur art Luciano de Jesus; o fur mil enf Carvalhido da Ponte; o fur art José Peixoto e o alf mil op espe Manuel Carneiro, todos da CART 3494.
Foto 9 > 28Jan’1972 > Algures no Rio Geba a caminho do Xime. Os camaradas Luciano de Jesus e Luís Domingues a bordo de uma LDG….
Fotos (e legendas): © Luciano Jesus (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Continua…
Terminamos agradecendo a atenção dispensada.
Com um forte abraço de amizade e votos de muita Saúde.
Jorge Araújo e Luciano de Jesus
03ABR2023