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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Guiné 61/74 - P24069: Blogues da nossa blogosfera (178): Pel Caç Nat 60 (São Domingos, Ingoré e Susana, 1968/74), blogue criado por Manuel Seleiro, ex-1º cabo caçador, DFA, natural de Serpa - Parte II: O fornilho que podia ter acabado em tragédia...



Guiné > Região de Cacheu > S.Domingos > 1969 > Equipa de minas e rmadilhas; CCAV Conpanhia 2539 (1969/71) e Pel Caç Nat 60 (1968/74). A pousar para a fotografia. Num dos raros momentos de descontração. Na foto estão alguns dos elementos do Pel Caç Nat 60,  dois elementos do Pel Daimler e, em primeiro plano,  o alf mil Paiva,  da CCAV 2539, mais o 1º cabo Seleiro (caçador), do Pel Caç Nat 60.


Guiné > Região de Cacheu > S. Domingos > 1969 >  CCAV  2539 e Pel Caç Nat 60 > Explosão controlada pela equipa de minas e armadilhas.


Guiné > Região de Cacheu > Ingoré > 1968 > Pel Caç Nat 60 > 3ª secção > Ao centro, na 2ª fila, o 1º cabo Seleiro (que foi ferido gravemente, em 13 de Março de 1970, juntamente com o alf mil  Hugo Guerra, quando tentavam levantar uma mina: um das muitas histórias de antologia que temos publicado no nosso blogue: ambos ficaram DFA)

Fotos (e legendas): © Manuel Seleiro (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Mais um poste do blogue Pel Caç Nat 60, Guiné, 68/74, que é editado pelo ex-1º cabo caçador Manuel Seleiro, DFA, natural de Serpa, a viver em Cascais (e a quem já convidámos para integrar a Tabanca Grande)... Reprodução com a devida vénia (*):

8 de outubro de 2010 > Pel Caç Nat 60 Guiné - 68/74 - P84: Podia resultar em (tragédia...)

Podia ter resultado em tragédia a montagem de um fornilho  no início da picada S. Domingos / Senegal. Foram necessárias três longas horas.

O fornilho tinha 5 metros de cumprimento, as cargas estavam com intervalos de dois metros . Ocupavam os dois lados da picada . O total de explosivos: 20 cargas de 500 gramas de TNT, duas granadas para armadilhas …

Foi aberto um buraco na picada de um lado e do outro com as seguintes dimensões: 40 por 20, as granadas,foram colocadas na horizontal e encaixadas nas paredes do buraco, onde foi introduzida uma pequena ripa de madeira, que estava colocada nas duas argolas das granadas 

O mais difícil ía começar agora… Era retirar as cavilhas de segurança ! A seguir era só fazer a camuflagem do local do fornilho. E depois levantar a segurança do pessoal .

Já com todo o mundo à distância, era o momento de eu retirar… E fazer uma última inspeção ao local do fornilho...  E depois retirar . 

No momento em que dei o primeiro passo fiquei sem pinga de sangue… Tinha colocado o pé em cima do fornilho onde estavam as duas granadas, foram momentos dramáticos…

Todo o pessoal olhava para mim ! Já se deram conta de que o fornilho não tinha sido acionado ?!

Depois foi tudo uma questão de tempo, e tirar o pé de dentro do buraco .

PS - Ah! Já me esquecia, foram utilizados 20 detonadores e vários metros de cordão detonante.

1.º Cabo Manuel Seleiro (Caçador), DFA
Pel Caç Nat 60, Guiné 68/70

[Revisão / Fixação de texto: LG ]
 ___________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 15 de fevereiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24067: Blogues da nossa blogosfera (177): Pel Caç Nat 60 (São Domingos, Ingoré e Susana, 1968/74), blogue criado por Manuel Seleiro, ex-1º cabo caçador, DFA, natural de Serpa - Parte I: Histórias de minas que marcaram corpos e almas...

Guiné 61/74 - P24067: Blogues da nossa blogosfera (177): Pel Caç Nat 60 (São Domingos, Ingoré e Susana, 1968/74), blogue criado por Manuel Seleiro, ex-1º cabo caçador, DFA, natural de Serpa - Parte I: Histórias de minas que marcaram corpos e almas...



Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > Pel Caç Nat 60 (1968/70) > > Estrada São Domingos - Susana - Varela >  Nhambalã > 13 de novembro de 1969 >  O 1º cabo caçador Manuel Saleiro, que era o "sapador" do pelotão, aqui levantando uma mina anticarro... Foi desativada sem problemas... Mas a 30 metros havia outra... 


Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > Pel  Caç Nat 60 (1968/70) >  Estrada São Domingos - Susana - Varela > Nhambalã > 13 de novembro de 1969  > O alf mil Nelson Gonçalves, cmdt do Pelotão, e o 1º cabo Manuel Seleiro, junto da primeira mina A/C. 


Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > Pel Caç Nat 60 (1968/70) > E
strada São Domingos - Susana - Varela >  Nhambalã >  13 de novembro de 1969 > O 1º cabo Manuel Seleiro, que fazia parte da equipa de minas e armadilhas


Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > Pel Caç Nat 60 (1968/70) >Estrada São Domingos - Susana - Varela  >    Nhambalã > 13 de novembro de 1969 > Este é o buraco provocado pela segunda  mina anticarro, e o estado em que ficou a viatura onde seguia o alf mil Gonçalves.


Guiné > Região do Cacheu > São Domingos > Pel Caç Nat 60 (1968/70) > S/d > S/l > Legenda lacónica: equipa de minas e armadilhas... O Manuel Seleiro pode ser o primeiro do lado direito, em primeiro plano.

Fotos (e legendas): © Manuel Seleiro (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

Os créditos fotográficos das fotos de 13/11/1969 devem ser atribuídos ao fur mil Moreira, que vive hoje em Riba D' Ave. Ele foi o fotógrafo que estava lá, nesse dia fatídico de 13/11/1969. Em Nhambalã (n0me de uma localidade no setor de São Domingos). No blogue do Pel Caç Nat 60 as estão em formato reduzido, sem edição.



Guiné > Região de Cacheu > Carta de Susana (1953) (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Susana e Nhambalã, na estrada de São Domingos-Susana-Varela

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. Não é frequente encontrar-se, na Net, uma página ou um blogue dedicado a um Pelotão de Caçadores Nativos.  Uma agradável surpresa é o https://pelcac60guine.blogspot.com/ (Guiné. Pel Caç Nat 60). 

O criador e administrador do blogue é o 1º cabo Manuel Seleiro, DFA, natural de Serpa, a viver em Cascais,  e, como tal, fã  (com uma página de divulgação) do Cante Alentejano.  

Fundado em 2009, o blogue do Pel Caç Nat 60  tem cerca de 2 centenas de postes. Ainda está ativo, se bem que o maior número de postes se encontre no período de 2009-2015. Tem mais de 55 mil visualizações de páginas e 14 seguidores. 

Fica aqui o convite para o Manuel Seleiro, que segue o nosso blogue, para integrar de pleno direito a nossa Tabanca Grande. (**)

O 1º cabo caçador Manuel  Seleiro foi ferido, juntamente com o alf mil Hugo Guerra, na explosão de uma mina A/P, em 13 de Março de 1970. Os dois foram evacuados para o HMP, em Lisboa.  Ambos são DFA.

O Hugo Guerra é membro da nossa Tabanca Grande e já nos contou aqui a história atribulada da sua vida, incluindo o acidente, grave, com a mina que estava a ser desativada pelo Manuel Seleiro (***).

O Pel Caç Nat 60 tem cerca de duas dezenas de referências no nosso blogue. 


Blogue do Pel Caç Nat 60 (1968/74), da autoria de Manuel Seleiro

História da unidade: 

(i) o Pel Caç Nat 60 foi formado a 7 de Maio de 1968, em S. Domingos; 

(ii) esteve com a CCS/BCaç 1933, CCaç 1790, CCaç 1791, em São Domingos, de maio a fins de novembro de 1968; 

(iii) o pessoal seguiu depois  para Ingoré, ficando adido à CCaç 1801 de novembro de 1968 até agosto de 1969; 

(iv) de regresso  a S. Domingos, em agosto de 1969, fica  adido à CCav 2539;

(vi) ficaria aquartelado em S. Domingos e Susana, até ao ano de 1974; 

(vii) o primeiro comandante  foi  o ex-alf mil  Luís Almeida, rendido pelo ex-alf mil Nelson Gonçalves (ao tempo do BCAV 2876, São Domingos, 1969/71); 

(viii) a 13 de novembro, de 1969 a viatura em que seguia  o Nelson Gonçalves, acionou uma mina A/C,  sendo este sido ferido com gravidade, e helievacuado para o HM 241 e depois para o HMP; 

(ix) de novembro de 1969 a janeiro de 1970, o pelotão foi comandado pelo ex-fur mil  Rocha

(x) em janeiro de 1970 o ex-alf mil Hugo Guerra comandava o pelotão,  sendo ferido no dia 10 de março,  quando o 1º cabo Manuel Seleiro desativava uma mina anti-pessoal.(...)


2. Tomamos a liberdade de reproduzir aqui, com a devida vénia,  um dos postes deste blogue, respeitante ao dia em que o alf mil Nelson Gonçalves foi gravemente ferido na estrada São Domingos-Susana, em Nhambalã, em 13 de novembro de 1969, quando a viatura em que seguia acionou uma mina: evacuado para o HM241 (e depois o HMP), foi-lhe  amputada uma perna (*).


São Domingos, 13-11-69

O Pel Caç Nat 60 e um pelotão da CCAV  2539 saíram numa coluna auto para uma missão a Susana/Varela.

A coluna era comandada pelo alf mil Nelson Gonçalves,  do Pel Caç Nat 60, encontrava-se na terceira viatura que era um Unimog novinho em folha, tinha uma semana...

No dia 13 de novembro (não sei se era sexta feira!)   
[por acaso, era um quinta-feira... Editor LG ]... O soldado Guilherme que fazia anos nesse dia teve uma sorte incrível, Três minutos antes da mina anticarro ter sido accionada,  o Guilherme ia a falar com o alferes Gonçalves junto à roda que accionou a mina anticarro.

Por um daqueles mistérios que ninguém sabe explicar,  o Guilherme avançou uns cinco metros para a frente da viatura,  Assim escapou a morte certa...

A primeira mina anticarro foi descoberta e foi desactivada pelo 1º cabo Seleiro, que está na foto com o alferes Gonçalves. A segunda mina anticarro estava a uns trinta metros   mais á frente num local que escapou aos homens das picas. 
[ Ou estava a 300 metros ? .. Editor LG ] (*)
.
Era uma ligeira subida onde o terreno era bastante duro, suponho que o que levou o IN a montar a mina naquele local foi que há algum tempo atrás caíra ali uma árvore de grande porte. Como havia vestígios de alguns ramos e folhas secas, era portanto o local certo para colocar a mina...

Na altura da explosão houve uns momentos de supresa, a reacção foi atirarmo-nos para o chão... Passados os primeiros minutos que antecedem o choque da explosão, esperávamos que houvesse uma emboscada...

Não foi o caso, a minha secção vinha na última viatura. Montada a segurança,  socorreu-se o alf mil Gonçalves que estava gravemente ferido, creio que a secção que ia na GMC na frente da coluna éra comandada pelo fur mil Félix Dias, da CCAV 2539,  que seguia com o alf mil Gonçalves para São Domingos...

Nós ficámos no local da viatura acidentada, decorridos uns dez minutos ainda não sabíamos do Gama, o condutor da viatura, perante o nosso espanto vimos sair do mato um homem mais parecido com um sonâmblo e a sua cara estava mascarrada, o seu olhar ausente,  o seu andar mais parecia um autómato,  foi preciso muito tempo para que falasse, mas não sabia o que se tinha passado ali... Este homem levou muitos dias para recuperar totalmente.

O Guilherme,  o soldado de transmissões, quando se apercebeu no que lhe podia ter acontecido,  chorava.

Nós só saímos do local cerca das 17h33 com a viatura acidentada para o quartel de São Domingos.

Manuel Seleiro
Primeiro Cabo

[Revisão / Fixação de texto / título / Notas em parênteses retos: LG ]

____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 26 de março de 2006 > Guiné 63/74 - P634: Uma mina na estrada de São Domingos para Susana (Manuela Gonçalves)



(...) Fiquei a comandar o Pel Caç Nat 60 e ainda tenho algumas lembranças de coisas que por lá aconteceram. Adiante.

No dia 13 de Março de 1970, ia comandar um patrulhamento até à fronteira e eis senão quando detectámos uma primeira mina reforçada, mas em tal estado de conservação que não houve qualquer problema para a levantar.

Tinha no Pelotão um Primeiro Cabo, de nome Seleiro, já com um longo historial de levantar minas e, depois de a vermos, concordei que ele a levantasse, o que foi feito sem qualquer problema. Passámos o detonador para a bolsa do enfermeiro e continuámos a progressão.

Como eu era sempre o terceiro ou quarto homem depois das picas, vi perfeitamente que os picadores tinham localizado qualquer coisa. Montada a segurança lá chamei de novo o Seleiro para conferenciarmos sobre aquela.

Depois de nos certificarmos que estava isolada, tinha que decidir se abortava a operação, rebentando a mesma e regressando a São Domingos, expostos a alguma emboscada do IN. Se fosse entendido desactivar a mesma, poderíamos ir ao objectivo e no regresso levantá-la sem qualquer perigo.

Um e outro rastejámos até à mina que parecia nova e eu comecei a dizer ao seleiro que a queria levantar. Ele acabaria a sua comissão dois meses mais tarde.

Comecei a suar por todos os poros e depois de olhar bem aquela malvada, disse ao Seleiro que não era capaz. Ele disse-me que não havia crise e tomou o meu lugar.

Deitado no chão a cerca de 5 metros, acompanhei todos os seus movimentos com angústia e só relaxei um pouco quando ele, de joelhos e com a mina na mão, prestes a desarmadilhá-la me chamou:

- Meu Alferes, olhe aqui.

Comecei a levantar-me e senti o estrondo infernal, o sopro que me projectou de costas, o sangue quente a escorrer na cara e os gritos dele a dizer que estava morto…

Mas não estava. Os nossos homens trataram-nos o melhor possível, pediram as evacuações e fizeram uma macas com bambus e camisas. Tinha medo de perder a consciência e passar para o outro lado.

Aguentei, em choque, até chegarmos ao HM 241 em Bissau e o que mais me agradava naquele desespero todo era continuar a ouvir o Seleiro a dizer que estava morto. Se ele se calasse, sabia que podia ter perdido um amigo.

Quarenta e oito horas depois chegámos ao aeroporto de Figo Maduro e, como já foi dito por um camarada nosso, fomos colocados dentro de ambulâncias militares e sem qualquer barulho para não acordar a cidade, levaram-me a mim para o HMP na Infante Santo e o Seleiro foi levado para o Anexo, em Campolide.(...)

terça-feira, 20 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17490: Convívios (812): Encontro do pessoal da CCAV 2539/BCAV 2876, levado a efeito no passado dia 3 de Junho de 2017 em Lisboa (António Rocha Costa, ex-Alf Mil Op Esp))





1. Em mensagem do dia 14 de Junho de 2017, o nosso camarada António Rocha Costa, (ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2539/BCAV 2876, S. Domingos, Antotinha e Bissau, 1969/71), enviou-nos algumas fotos referentes ao Encontro do pessoal da sua Unidade, levado a efeito no passado dia 3 deste mesmo mês, em Lisboa.
























Selecção e edição das fotos: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 14 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17472: Convívios (811): Operação na cidade de Tondela pela CART 3494 (Sousa de Castro)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12683: Tabanca Grande (425): António Rocha Costa, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2539/BCAV 2876, S. Domingos, Antotinha e Bissau, 1969/71)

1. Mensagem enviada, no dia 3 de Fevereiro de 2014, ao nosso camarada, e meu vizinho de há muitos anos, António Manuel Rocha Costa:

Caro camarada, amigo e vizinho António Costa
A propósito do comentário que fizeste, sabendo que acedes por vezes ao nosso Blogue, lembrei-me de te convidar para a nossa tertúlia.
Esta nossa página pretende apenas ser um repositório de memórias escritas e fotográficas dos ex-combatentes da Guiné, ex-militares milicianos e profissionais. Deste último grupo temos felizmente alguns representantes que não se importam de conviver com a esmagadora maioria daqueles que foram civis fardados para participarem na guerra do ultramar. Por outro lado, a tua Unidade só se encontra representada pelo nosso camarada João Manuel Félix Dias.

Precisamos de mais histórias e fotos da CCAV 2539, assim como possíveis memórias tuas, e fotos que tenhas guardadas que podem aumentar o nosso espólio colectivo, e quem sabe, futuro local de pesquisa para quem quiser um dia refazer a História de Portugal dos anos 60 e 70, particularmente a parte da guerra colonial.
Podes dizer-me que há o facebook onde a malta vai publicando e mandando umas bocas, às vezes foleiras, mas num blogue consegue-se alguma organização que o "face" não contempla, digo eu que não me entendo muito bem lá.

Posto isto e se te que quiseres juntar ao numeroso grupo de leceiros que fazem já parte da nossa tertúlia, envia-me uma foto actual, outra do tempo de Alferes e uma pequena história que servirá de apresentação.
O teu posto terá sido Alferes de Cavalaria, mas queremos saber a especialidade. Atirador?
Se foste e vieste com a tua CCAV, às vezes aparecem casos de rendição individual, locais por onde andaste, etc.
Para desfazer qualquer dúvida que queiras ver esclarecida quanto ao funcionamento do Blogue, forma de navegação no mesmo, etc, fico à tua disposição.

OBS: - As chamadas fotos da praxe que te peço são para encimar os postes publicados, como poderás verificar.

Por agora é tudo, recebe um abraço
Carlos Vinhal


2. Resposta chegada ao nosso Blogue no mesmo dia, do nosso camarada, e novo tertuliano, António Rocha Costa, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2539/BCAV 2876, S. Domingos, Antotinha e Bissau, 1969/71:

Olá Vinhal,
Pois, como é mais que óbvio, não posso deixar de aceder ao vosso convite para fazer parte do grupo de leceiros que fazem parte da vossa tertúlia e para tanto começo por anexar as fotos pretendidas: uma "selfie" tirada hoje mesmo e uma outra tirada em Dão Domingos em 1969.

A minha apresentação:
A minha "guerra" começou em 16-07-1968 em Mafra onde depois dos habituais 3 meses de recruta, fui "selecionado" para Lamego, onde tirei a especialidade de "Operações Especiais". Portanto, sou um homem de infantaria.

Formei batalhão (2876) em Estremoz num Batalhão de Cavalaria, tendo sido agregado à CCAV 2539.
Embarquei para a Guiné em 19-7-1969, data da minha promoção.

Lisboa - Julho de 1969 - Desfile que antecedeu o embarque para a Guiné. Reconhece-se: Porta bandeira: sargento Gonçalves; atrás eu e os meus furriéis: o Henriques, o Lage e o Mendes; ao lado esquerdo o Paiva e os seus furriéis: o Brandão e ???

Um dia em Bissau, e deslocação imediata para São Domingos, com passagem por Cacheu, onde tivemos a nossa primeira prova de fogo. Uma brincadeira dos "velhinhos" do Cacheu, que irritou sobremaneira o comandante do batalhão, pois, grande parte dos "piriquitos" limparam os carregadores!

Nunca mais me esqueço que o único "esperto" do nosso Unimog foi o básico Melécio, um alentejano muito débil que ia tão fraquinho, tão fraquinho, que nem capacidade teve para reagir!

Depois da descompostura do Coronel Sirgado Maia, lá prosseguimos em direção a São Domingos. Fomos substituir a Companhia 1790, uma companhia toda esfrangalhada pelo triste episódio da travessia do rio Corubal onde pereceram cerca de 50 militares, após retirada de Madina de Boé, companhia essa comandada pelo capitão Aparício, um militar com muito prestígio.

Estive em São Domingos até finais de 1970, altura em que o meu pelotão foi destacado para Antotinha, dentro da chamada "psico" preconizada pelo General Spínola. Apesar de eles não gostarem de nós, aqui, foi uma guerra santa. Um mês de comissão liquidatária em Bissau e eis-me de regresso a Portugal em 26-07-1971.

São Domingos 1969 - Av Central que ia do porto até a Administração local o edifício que se vislumbra lá em cima.

Antotinha, 2 de janeiro de 1971 - Na traseira do meu quarto

Bissau, Junho de 1970

Fotos: © António Rocha Costa

Não quero deixar de referir dois dos episódios mais marcantes nesta "viagem" até à Guiné:
1. - A maneira desumana como foram transportados os soldados no Uíge: nós, como uns lordes lá em cima, não faltava nada, mas mesmo nada; eles, nos porões tratados como mercadoria, como gado (alguns nunca chegaram a vir ao convés: escandaloso); chocante o contraste;
2. - A forma como viviam as populações, a falta de tudo, o primitivismo, ficava indignado com tudo isto e muitas vezes interrogava-me: mas o que fizemos aqui, nos últimos 500 anos?!
Foi assim que começou a minha politização, eu, diga-se em abono da verdade, que ia todo convencido da minha... missão.

Um abraço
António Rocha Costa


2. Comentário do editor:

Caro amigo Lelo, muito obrigado por te juntares a nós.
Passámos anos sem falar e num curto espaço de tempo, pessoalmente e no facebook, já nos encontramos vezes sem conta.

Cabe aqui uma explicação breve. O nosso camarada Costa, mais conhecido entre a malta por Lelo, é mais velho do que eu cerca de 3 anos. Se pensarmos nos nossos 9/10 anos, 3 são uma diferença muito grande. Cada idade tem o seu núcleo de amigos, como se sabe.
Une-nos a amizade que mantive com o seu irmão Alfredo, meu companheiro de instrução primária, que infelizmente nos deixou muito cedo. Agora, na casa dos 60, quase 70, quando somos já da mesma idade, reatamos a conversa e começamos a falar dos amigos comuns e das referências da nossa meninice e juventude, enquanto leceiros. Descobri também nele há pouco tempo aquele "virus" tão vulgar entre muitos ex-combatentes da guerra do ultramar, a Guiné. Convidá-lo para se juntar à nossa tertúlia foi a cereja em cima do bolo.

Amigo Lelo, sabes quais são as nossas intenções quanto ao Blogue e o que queremos de ti. No "face" tens imensas fotos que, se não te importares, publicarei aqui, salvaguardando sempre a tua propriedade intelectual, como é óbvio. Contamos também com as tuas memórias escritas, onde nos poderás descrever  a experiência de viver entre aquele povo extraordinário, os felupes, com usos e costumes tão peculiares.
Outra forma de participação activa, é reagir ao que se publica, comentando nos postes ou enviando aos editores textos com os contraditórios que achares oportunos.

Termino, enviando-te um abraço de boas-vindas em nome dos editores e da tertúlia em geral.
Podes contar comigo para qualquer esclarecimento adicional, por escrito ou pessoalmente.

Até um destes dias em qualquer rua de Leça City
Carlos Vinhal
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Nota do editor:

Último poste da série de 3 DE FEVEREIRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12672: Tabanca Grande (424): Carmelino Cardoso, ex-Soldado Condutor Auto da CCAÇ 2701/BCAÇ 2912, Condutor ao serviço do então Major Carlos Fabião, (QG/Bissau, 1970/72), grã-tabanqueiro n.º 644

sábado, 13 de dezembro de 2008

Guiné 63/74 - P3614: Convívios (90): 1.º Encontro da CCAÇ 3, em 14 de Maio de 2005 em Alvados - Porto de Mós (João M. Félix Dias)

1. Mensagem do nosso camarada João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM, CCAV 2539/CCAV 2540/BCAV 2876 e CCAÇ 3, Guiné, 1869/71, com data de 8 de Dezembro de 2008:

O 1.º Convívio da CCAÇ 3 realizou-se a 14 de Maio de 2005 em Alvados - Porto de Mós no Restaurante Rosa. Estiveram presentes 26 ex-militares e alguns familiares.

O encontro foi organizado pelo ex-Alf Mil José Manuel S. Gonçalves, falecido no passado mês de Julho.

Também prestou grande colaboração, o ex-Alf Mil Francisco M. Branco Frutuoso.

Além de colaborar na organização, deu valioso contributo o nosso camarada Virgílio Alves Silva, no que concerne ao registo fotográfico e elaboração de vídeo do acontecimento e são de sua autoria as fotografias deste evento.

Foi celebrada missa pelos camaradas já falecidos.

Estiveram presentes:

O Sr. Coronel na Reforma Carlos A. Marques Abreu; igualmente, os ex-Capitães
João Galamarra Curado e Carlos Ricardo, que comandaram a Companhia nos anos de 1970 a 1972 em Binta, Guidaje e K3.

Também estiveram presentes:

João Ramex
João Torrinha
João Francisco Claudino Antunes
Fernando Alberto Barrios
António Manuel Godinho Pinto Ribeiro
José Cândido Barros Pereira
Henrique M. Madeira Neves
Manuel Fernando Alheira
Américo Formiga da Silva
Manuel Cabinas
Idalécio Castro
Artur J. Sousa Fernandes
José Espinheira
Luís Mendes Costa
António Fialho
Valentim Luz Pedro
Carlos Oliveira
Artur Pombinho
Vítor Domingues
Rui C. Branco Sena
Domingos Ribeiro













Nesta foto, pode-ver-se, de pé: Formiga Silva, Sena, Pedro, Neves, Ribeiro "balanta", Ribeiro "mecânico, Barrios; em baixo: Pereira, Cabinas, Alheira, Ramex e Pombinho.

Fotos: © Virgílio Silva (2008). Direitos reservados.

domingo, 7 de setembro de 2008

Guiné 63/74 - P3183: Tabanca Grande (85): João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM, CCAV 2539, 2540 e CCAÇ 3, Guiné 1969/71


João Manuel Félix Dias
ex-Fur Mil SAM
CCAV 2539/CCAV 2540/BCAV 2876 e CCAÇ 3
Guiné, 1869/71


1. Mensagem com data de 5 de Setembro de 2008 do nosso novo camarada João Manuel Félix Dias, ex-Fur Mil SAM que pertenceu às CCAV 2539 e 2540/BCAV 2876 e à CCAÇ 3, Guiné 1969/71.

Curriculum Vitae

1968 - RI5 Caldas da Raínha CSM;

1969 - BC8 Elvas, instrutor de 2 recrutas;

1969 - RC3 Formação BCAV 2876;

A 19 de Julho segui no "Uíge" como Furriel Graduado SAM para S. Domingos Sector Ingoré.

Poucos meses (3/4 ?) depois fui substituído e fiquei à ordem do Comando.

A 13 de Novembro de 1969 na estrada de S. Domingos-Susana indo eu na GMC "rebenta-minas" apenas com o condutor Oliveira (Vasculho), próximo de Nhambalã aconteceu que a 3.ª viatura, Unimog, em que seguia o ex-Alf Nelson Gonçalves, do Pel Caç Nat 60, accionou uma mina anti-carro que o feriu gravemente; como consequência sofreu amputação de uma perna e ferimentos em todo o corpo.
Além de outros, foi o acontecimento que mais me marcou durante os dois anos, e que profundamente marcou o meu comportamento desde então. Costumo pensar que se não foi daquela, vai ser difícil ser doutra.

Recordo que Armstrong, Aldrin e Collins a bordo da Apolo 11 chegaram mais rápido e primeiro à Lua, a 21 de Julho, que o 'Uíge' a Bissau, a 24 do mesmo mês.

Transferido para a CCAÇ 3 em 1970.

Regressei a 2 de Agosto de 1971.

Nome: João Manuel Félix Dias
Posto/Espec.: Fur Mil Grad SAM
Unidades: CCAV 2539/2540/BCAV 2876 e CCAÇ 3
Zona: S. Domingos, Canjandi (Ingoré) Binta e Guidage
Comissão: 1969 a Agosto de 1971
Morada: S. Francisco - Alcochete


2. Comentário de CV

Caro Félix Dias

Estás apresentado à tertúlia como julgo seria o teu desejo.

Esperamos que nos contes agora as tuas estórias, que não serão poucas, uma vez que andaste de Unidade em Unidade e de terra em terra pelo Norte da Guiné. Se tiveres fotos, podes ilustrar as estórias que nos mandares, com elas.

Por meu intermédio, recebe um abraço de boas vindas de toda a tertúlia.
Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 7 DE SETEMBRO DE 2008 > Guiné 63/74 - P3180: Tabanca Grande (84): Jorge Teixeira, ex-Fur Mil, Guiné, 1968/70