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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

HGuiné 61/74 - P23571: Facebook...ando (67): Francisco Domingues, ex-fur mil art, Pel Art, Bedanda (1970/72), natural de Trancoso, vive em Vila Nova de Gaia

Guiné > Região de Tombali > Bedanda > Pel Art > c. 1970/72 > O fur mil art Francisco Domingues

Guiné > Região de Tombali > Bedanda > Pel Art > c. 1970/72 > "Olá Mário Azevedo, lembras-te desta?"


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > Pel Art > c. 1970/72 > Bastante  mais novos, a caminho do piquenique.


Lisboa > Cais da Rocha Conde de Óbidos > T/T "Niassa" (?) > Partida para a Guiné > "Quase lá dentro... 26 de julho de 1970".

Fotos (e legendas): © Francisco Domingues  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O Francisco Domingues contactou-nos através do Formulário de Conta do Blogger, na passada segunda feira, dia 29, às 15h46. A mensagem, telegráfica,  dizia que tinha estado em Bedanda, como furriel miliciano de artilharia, e apresentava-nos cumprimentos. 

Deixa-nos o seu email. Em resposta, já o  juntámos à nossa lista de bendandenses (*), de que faz parte, entre outros, o seu amigo, vizinho e contemporâneo Mário de Azevedo.

Sabemos, pela sua página no Facebook, que  é natural de Trancoso e que vive em Vila Nova de Gaia. Na nossa página da Tabanca Grande, no Facebook,  deixou este comentário: 

(...) Não tenho saudades de Bedanda, mas tenho saudades das suas gentes, dos meus camaradas, da minha juventude. O tempo não volta atrás, nem eu. Abraço a todos os bedandenses. (...)

Na sua págima, tem algumas fotos da Guiné (para onde embarcou em 27 de julho de 1970, no T/T "Niassa, se não erra,ps). Tem também fotos de convívios do pessoal da CCAÇ 6, ou que passou  por (ou esteve em) Bedanda... Já identificámos alguns bedandenses, membros (a maior parte) da Tabanca Grande, como o Amaral Bernardo, o Tibério Borges, o José Vermelho, o Carlos Carrondo, etc.  (no convívio da "família bedandense, realizado na  Mealhada, de 25 de julho de 2016). (**)

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9833: Tabanca Grande (333): Mário José Lopes de Azevedo, que foi Furriel Miliciano de Artilharia da CCAÇ 6, Bedanda, 1970/72 (Luís Gonçalves Vaz)


1. O nosso amigo Luís Gonçalves Vaz, membro da Tabanca Grande e filho do Cor Cav CEM Henrique Gonçalves Vaz (último Chefe do Estado-Maior do CTIG - 1973/74), enviou-nos a apresentação oficial nesta Tabanca Grande do seu primo Mário José Lopes de Azevedo (foto do lado esquerdo), que foi Furriel  Miliciano de Artilharia da CCAÇ 6, Bedanda, 1970/72, dividida em duas partes: Nota Biográfica e uma história sobre a “Maçaricagem”. 

Camarigos,

Conforme é da tradição, envio em anexo, uma pequena nota biográfica do meu primo Mário de Azevedo (ex-furriel miliciano de artilharia), para a "sua apresentação no nosso Blogue", bem como uma primeira história por si vivida, logo no início da sua "estadia neste Teatro de Operações", a antiga Província Ultramarina da Guiné Portuguesa. 

Podem publicar, pois a próxima "estória" do nosso amigo Mário de Azevedo já está na "forja".


Grande abraço para todos vós
Luís G. Vaz

1. Nota Biográfica

Mário José Lopes de Azevedo, sou natural da Freguesia de Tenões -BRAGA, nasci em 07/04/1948 (64 anos). Concluí o antigo 7º ano liceal e tenho a frequência do 3º ano do curso de engenharia eletrotécnica e máquinas (Instituto de Engenharia do Porto). Sou casado com Octávia Maria da Fontoura Beleza Braga de Azevedo e temos dois filhos, a Francisca e o Mário. Atualmente moramos na cidade de Barcelos.

Fiz a recruta nas Caldas da Rainha (último turno de 1969). 

Segui para Vendas Novas - especialidade artilharia de campanha (1º turno de 1970). 

Em Abril de 70, fui colocado no RAP (Monte da Virgem - Gaia). 

Em 3 de Maio de 70, fui mobilizado para a Guiné em rendição individual. 

Embarquei em 8 de Junho de 70 no avião da TAP tendo chegado à Guiné 4 horas depois. 

Depois em10Junho70 embarquei numa LDM a caminho de Bedanda, tendo chegado ali 3 dias depois (12Junho1970). Nesta viagem fui com o Furriel Pereira de Tomar (que frequentou o mesmo curso que eu em Vendas Novas).

Na vida civil - Entrei na Caixa de Previdência do Comércio do Porto, tendo seguido a carreira do funcionalismo público, estando atualmente na situação de reformado como “operador principal de sistemas”.

2. Maçaricagem

A primeira história que vos quero contar é precisamente de uma viagem inesquecível, logo no início da minha comissão no TO da Guiné, a de dois maçaricos eu e o furriel Pereira (este furriel miliciano chegou à Guiné no dia 03Junho70, também em avião da TAP, viagem a que eu faltei). 

Mas passarei a contar a história em questão, “maçaricagem” pois a “falta ao avião”, será uma outra que contarei mais tarde. 

No dia da “partida” de Bissau para o meu destino “Bedanda”, o pessoal que nos acompanhou até o cais (não me lembro do posto desses militares) para embarcarmos numa LDM (lancha de desembarque media), depois de questionados por nós onde era o nosso “destino” e que tempo nos levaria a lá chegar, disseram-nos secamente: 

"Os furriéis no fim do dia chegam a Bedanda e para a vossa viagem aqui estão duas rações de combate." 

Os maçaricos acreditam em tudo e como não estávamos habituados a rações de combate e tivemos tempo, fomos comprar  pastas de  chocolate e oferecemos  as rações a miúdos que se encontravam no cais. 

Assim embarcamos, ao fim da tarde pelas 17h00 horas locais e passado algum tempo atracamos num pequeno porto de mar. Julgando ser esse o nosso destino, peguei imediatamente nas minhas malas e ia a sair, quando fui questionado prontamente por um fuzileiro que me disse: 

"Meu Furriel, o senhor não vai para Bedanda?" 

"Sim, por acaso não estamos em Bedanda?" - retorqui eu! 

"Para Bedanda faltam ainda dois dias, isto aqui é Bolama, mas julgo que existe um hotel onde podem tomar banho, comer e dormir algumas horas."


LDM 204 – Guiné
(teria sido nesta lancha, ou outra da mesma classe, que Mário de Azevedo viajou para Bedanda)

Desanimados por nos terem enganado e ao mesmo tempo termos dado as rações de combate, pois as pastas de chocolates já tinham acabado, e não tínhamos comida para a viagem, lá fomos à procura do tal hotel na esperança duma boa refeição, de um bom banho e de um bom sono, em boa cama. Chegados ao dito hotel, logo fomos informados que o mesmo tinha fechado já há dois anos… a esperança de bons momentos acabou mesmo ali… 

A nossa sorte foi que os fuzileiros (militares solidários), no dia seguinte convidaram - nos, com pena de nos verem a passar fome, para fazermos as refeições com eles. Esta é mais uma pequena história de privações, passada no ultramar pelos nossos militares.


 
Tabanca feita pelos militares para a população africana e o obus do Mário de Azevedo

No dia 12Junho70 chegamos finalmente, pelas 16h30 a Bedanda depois de uma viagem atribulada, aí fomos bem recebidos pelos nossos camaradas e logo nesse fim de tarde tivemos o batismo de ataques dos “turras” (o IN), que nos enviaram 5 foguetões (de boas vindas…) que por acaso não caíram no espaço da CCAÇ. 


 Aquele que foi o meu abrigo em Bedanda durante a minha presença

Fiquei dois anos e um mês, adido a esta companhia, tendo vindo duas vezes de férias à metrópole e algumas vezes a Bissau. 

Regressei à metrópole a 28Julho72, tendo sido desmobilizado no RAL5 em Penafiel. 

Vosso amigo
Mário Azevedo
Fur Mil Art da CCAÇ 6
Barcelos, 29 de Abril de 2012
___________
Notas de M.R.: 

Mário, sê bem vindo, em meu nome, e dos demais editores. Senta-te à vontade debaixo do poilão da nossa Tabanca Grande. Passas a ser o tabanqueiro nº 552. Contamos contigo para refrescar as nossas memórias (boas e más) da Guiné. Um Alfa Bravo para ti e para o Luís Vaz.

Vd. último poste desta série em: 


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Guiné 63/74 - P9739: Estórias avulsas (60): “Estórias lá para a banda de Bedanda” (Luís Gonçalves Vaz/Mário de Azevedo)



1. O nosso amigo Luís Gonçalves Vaz (foto do lado direito), membro da Tabanca Grande e filho do Cor Cav CEM Henrique Gonçalves Vaz (último Chefe do Estado-Maior do CTIG - 1973/74), enviou-nos a seguinte mensagem, apresentando-nos o seu primo Mário José Lopes de Azevedo, que foi Furriel  Miliciano de Artilharia da CCAÇ 6, BEDANDA, 1970/72.



A famosa e feliz foto do ex-Alf Mil Médico Amaral Bernardo: a saída do obus 14, de noite. "Foi tirada com a máquina rente ao chão. Bedanda tinha três. Uma arma demolidora. Um “supositório” de 50 quilos lançado a 14 km de distância... 



  3 fotos do álbum de memórias do Mário de Azevedo 

Camarigos,

Ontem passei o dia, perto de Ponte de Lima, num lugar espectacular, em casa do meu primo Mário Zé. 

Sabem quem é? 

É mais um ex-combatente que esteve na Guiné a “fazer a guerra”, o Mário José Lopes de Azevedo, Ex-FURRIEL MILICIANO na CCAÇ6 em BEDANDA de 70/72

Eu já sabia há muito tempo que ele tinha combatido na guerra da Guiné, antes de eu lá ter estado, mas desta vez, contou-me inúmeras histórias, nomeadamente do muito fogo que fez, como artilheiro com o seu obus 14, para apoiar “respostas” a ataques do IN, a diversos aquartelamentos da Zona. 

Desafiei-o a realizar um “Artigo” para o nosso blog, e ele prometeu-me que iria pensar nisso. Mas das “estórias” que me contou ontem, aquela que me ficou na “retina”, envolve-o a ele e um outro militar, de apelido já não me recordo. 

Vou aqui apenas citar a sua parte final, numa bela noite em plena época seca (penso que era uma noite…) e numa amena cavaqueira, um grupo de militares de Bedanda, alguns com grande responsabilidade no aquartelamento, estavam a beber cerveja muito calmamente, quando de repente… se inicia um forte ataque ao aquartelamento, em que o Furriel Mário Azevedo (por sorte ou azar…), caiu no mesmo abrigo que um outro militar, que por ironia do destino seria seu superior, e este último com um ar natural, ordenou ao furriel Azevedo: 

“Então furriel Azevedo, não vai para junto do seu obus? (as explosões sucediam-se…).

O furriel Mário Azevedo respondeu também naturalmente: 

“Eu vou já meu … (já não me lembro do posto desse militar!)… se vier comigo até lá…”, pois ainda eram uns 150 metros até o obus 14 cm do furriel Mário Azevedo… 

Parece que ficaram os dois, no mesmo abrigo, até a “coisa” acalmar… E felizmente, segundo me contou o ex-furriel Mário de Azevedo, não houve vítimas a registar. 

Na altura deste pequeno episódio, a Companhia de Caçadores 6 (CCAÇ 6) era então comandada pelo jovem Capitão de Cavalaria, Carlos Ayala Botto, futuro ajudante de campo do General Spínola. 


Fotografia tirada no bar do aquartelamento de Bedanda", o Furriel Artilheiro, Mário Azevedo é o de óculos, ao lado direito do alferes médico Mário Bravo. Em primeiro plano, do lado direito, o furriel miliciano Pires. Ao lado direito do Mário de Azevedo é o Furriel Monteiro.
  
Mas o grande objetivo deste artigo/mensagem, é em nome deste ex-combatente, o furriel artilheiro Azevedo, mandar um grande abraço para todos aqueles, que com ele conviveram, em Bedanda, entre o mês de Junho de 1970 e o mês de Julho de 1972, especialmente os seguintes furriéis: 

Furriel Mil Pereira (Artilheiro) de Tomar
Furriel Mil Domingos (Artilheiro) de Gaia
Furriel Mil Ribeiro (Atirador) de Guimarães
Furriel Mil Revés (Amanuense) do Algarve
Furriel Mil Carvalho (Atirador) de Famalicão
Furriel Mil Azeredo (Atirador) do Porto
Furriel Mil Magalhães (Atirador) de Barcelos
Furriel Mil Pires (o da fotografia do lado direito)


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971/72>  O Alf Mil Médico  Mário Bravo, entre os furriéis da companhia, estando ao seu lado direito, o Furriel Artilheiro, Mário de Azevedo. O militar da viola é o Cabeças, e o furriel ao lado do Mário de Azevedo é o Monteiro. É nítida a boa disposição, a boa música e um bom uísque. Segundo dados recolhidos no nosso Blog, O alferes médico, Mário Bravo não terá estado mais do que 4 meses em Bedanda (entre Dezembro de 1971 e Março de 1972, com algumas saídas, pelo meio, até Guileje, Gadamael e Cacine).

Brevemente teremos um artigo do Mário de Azevedo de Braga, pois eu vou lembrando-lhe…

Forte Abraço:
Luís Gonçalves Vaz
(Tabanqueiro 530) 

Fotos 2, 3 e 4: © Mário de Azevedo (2011). Direitos reservados.

Nota: As fotografias 5 e 6 foram retiradas do nosso Blogue.
___________
Notas de MR:


O nosso Amigo e Camarada Mário Azevedo é mais um elemento da CCAÇ 6, a dar sinais de vida e das suas memórias, juntando-se a vários Camaradas daquela unidade que, ao longo da vida do blogue, aqui têm vindo prestar os seus depoimentos e expor as suas fotos, de que momento me consigo lembrar: 

Hugo Moura Ferreira, ex-Alf Mil At Inf, 1966/68
Artur Ferreira, ex-1º Cabo Enf, 1968/70
Carlos Ayala Botto, (Cor Cav, situação de reforma, Cmdt da CCAÇ 6), 1970/72.
José Figueiral, ex-Alf Mil, 1970/72
Mário Bravo, Alf Mil Médico, 1971/72
Pinto Carvalho, ex-Alf Mil, 1971/72
Carlos Azevedo, ex-1.º Cabo, 1971/72,
António Teixeira, ex-Alf Mil, 1971/73
Vasco Santos, ex-1º Cabo Op Cripto, 1972/73

Em nome do Luís Graça e demais Camaradas desta já imensa tertúlia, apresento ao Mário José Lopes de Azevedo os nossos melhores votos de boas vindas e estadia entre nós, aproveitando para lhe recordar, também eu, que ficamos à espera das suas histórias e das fotos que adivinhamos ainda ter no seu espólio.

(*) Vd. também desta série o poste: