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domingo, 23 de agosto de 2020

Guiné 61/74 - P21285: (Ex)citações (368) : "Bem hajas, padre Jaquim, / 'Tás mesmo bom da cachimónia, / Foi linda a cerimónia, / Nunca tive um coro assim." (Luís Henriques, 1920-2012, na missa do seu centenário, em Ribamar, Lourinhã)


Lourinhã, Porto das Barcas, restaurante "Atira-te ao Mar" > 21 de agosto de 2020, 20h22 > Pôr do sol, o momento do dia em que os vivos e os mortos se conectam mais frequentemente... Nesse momento, o fotógrafo pensou no seu pai, Luís Henriques (1920-2012) que deixou a Terra da Alegria em 2012,  antes de completar os 92 anos.  Em vida, adorava esta paisagem atlântica, aonde vinhya "limpar a vista" (sic).


Lourinhã, Porto das Barcas, restaurante "Atira-te ao Mar" > 21 de agosto de 2020, 20h22 > A  (e)terna magia do pôr do sol sobre o nosso Atlântico...


Lourinhã > Cemitério loal > 19 de agosto de 2020 > Um dos netos do Luís Henriques (1920-2020), no dai em que faria 100 anos, junto à campa do avó e da avó Maria da Graça (1922-2014)




Ribamar, 22 de agosto de 2020, 19h57> O padre Joaquim Batalha regressa à sua casa, a Casa do Oeste, ali a 200 metros,  de "elétrico", depois de dizer a missa em que lembrou a memória do seu antigo paroquiano e amigo , o "Luís Sapateiro". Nas fotos, além do pároco de Ribamar, estão o Carlos Silvério [, antigo jogador de futebol, nosso grã-tabanqueiro nº 783, ex-fur mil at cav, CCAV 3378 (Olossato e Brá, 1971/73], a esposa, Zita (, que também fez com ele uma comissão em Bissau...)  e a Alice Carneiro. O Carlos e a Zita vivem em Ribamar, e são meus parentes. Assinalo também, com agrado,  a presença, entre outros parentes, do Luís Maçariço, de 81 anos, que esteve prisioneiro na Índia em 1961/62.

Ao Joaquim Luís Batalha, pároco da freguesia de Ribamar, e um dos mentores e dirigentes da Fundação João XIII - Casa do Oeste, ligam-me laços de afeto, apreço e amizade, desde os anos 80.


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Ontem na igreja de Ribamar, na missa das 18h30, o padre Joaquim Batalha, um jovem de 81 anos, antigo pároco da Lourinhã, lembrou que a missa também era por alma do Luís Sapateiro, que deixou a Terra da Alegria em 2012. 

Estavam presentes filhos, netos e até bisnetos, mais alguns parentes do clã Maçarico, de Ribamar. As medidas de higiene e de distanciamento social são aqui escrupulosamente cumpridas, e a lotação máxima da igreja sõa menos de 100 pessoas, na atual situação de pandemia de Covid-19. E eu, que já não assstia a um missa, há anos, fiquei muito feliz pelo final inesperado.

No final na missa, o padre Joaquim Batalha, que era freguês e amigo do Luís Sapateiro, na vila da Lourinhã, deu-.lhe os parabéns pelo seu centenário. Cantou-se em coro os "parabéns a você" e os presentes no fim bateram palmas... Foi uma bonita cerimónia. O Carlos Silvério que estava a meu lado, comentou: " E esta, heim?!...Gostava de saber que resposta em verso é que o ti Luís daria ao Jaquim Batalha".

Pois aqui está a resposta que o meu pai, com quem falo com frequência, quando vou ao cemitério,  me mandou esta noite , para entregar ao padre Jaquim Batalha:


Os parabéns me cantaste,

Logo a mim que era uma gralha,

E com essa é que me calaste,

Ó Padre Jaquim Batalha.

 

Por minh’ alma era a missa,

Nos cem anos do nascimento,

Pregaste-me um susto, chiça!,

Com tanto contentamento!

 

C’o as palmas dos teus fregueses

Assustei-me de verdade,

É que eu me esqueço às vezes,

Que já estou na eternidade.

 

Sempre foste um brincalhão,

Quase tanto como o sapateiro,

Mas agora deste-me uma lição,

A mim que morri primeiro.

 

Um bom cristão está nos céus,

Com direito a aniversário,

Mas sempre a velar p'los seus,

Até se esquece do centenário,


Bem hajas, padre Jaquim,

‘Tás mesmo bom da cachimónia,

Foi linda a cerimónia,

Nunca tive um coro assim.


Luís Henriques (1920-2012), 

descendente dos Maçaricos, de Ribamar,  

pelo lado da mãe, Alvarina de Sousa (Lourinhã, c. 1895  - Lourinhã, 1922) ,

casada com Domingos Henriques,

e da avó Maria Augusta (Ribamar, 1864 - Lourinhã, c. 1938), 

casada com Francisco José de Sousa.

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Nota do editor:

Último poste da série > 20 de agosto de 2020 > Guiné 61/74 - P21274: (Ex)citações (367): "O relógio da vida": uma prenda poética do Joaquim Pinto Carvalho e uma palavra de gratidão da aniversariante Alice Carneiro

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Guiné 63/74 - P15276: Recortes de imprensa (76): Ribamar da Lourinhã: inaugurado em 20/9/2015 o monumento aos combatentes da terra, que prestaram serviço em África e no Oriente (Sofia de Medeiros, jornal "Alvorada", 15/10/2015)



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Texto e foto: Sofia Medeiros. "Alvorada", Lourinhã, 15 de outubro de 2015 
(Reproduzido com a devida vénia)


Comentário de L.G.:

Nestas últimas semanas, ainda não passei por lá, por Ribamar, terra onde tenho muitos parentes, do clã Maçarico... (A minha bisavó materna, nascida por volta de 1864, era de lá). Gostaria de lá poder ter estado, e dado um braço ao meu parente Luís Maçarico (**), que esteve prisioneiro na Índia (em 1961/62), e que foi um dos elementos da comissão organizadora deste evento. 

O recorte foi-nos enviado pelo ten cor inf ref José [Costa] Pereira, do Núcleo de Torres Vedras e Lourinhã da Liga dos Combatentes, em 19 do corrente, com a seguinte nota:

"Por iniciativa de uma comissão encabeçada pelos senhores, lenente-general Jorge Silvério, Luís Maçarico e Pedro Cruz foi inaugurado um monumento aos combatentes de Ribamar, em 20 de Setembro de 2015.

Este evento que teve a presença de uma força da Escola das Armas, foi presidido pelo senhor presidente da Câmara da Lourinhã, Engº João Duarte, e teve o apoio da Liga dos Combatentes, através do seu Núcleo de Torres Vedras e Lourinhã."

Natural de Ribamar, e morto por "acidente com arma de  fogo", em 23/7/1968,  no TO Guiné era o Albino Cláudio, sold at inf da CCAÇ 2368 / BCAÇ  2845 (Fonte: Portal UTW - Ultramar TerrwaWeb)

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Notas do editor:

(**) Ultimo poste da série > 14 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15252: Recortes de imprensa (75): "Guiné-Bissau, um dia de cada vez", fotorreportagem de Adriano Miranda, Público -Multimédia, 11/10/2015... Quatro dezenas de fotos, a preto e branco, que nos emocionam e interpelam (António Duarte, ex-fur mil at, CART 3493 e CCAÇ 12, dez 1971/jan 1974)

(**) Vd. poste de 27 de janeiro de  2012 > Guiné 63/74 - P9405: Efemérides (84): Luís Filipe Maçarico e Joaquim Isidoro dos Santos, dois bravos da Lourinhã, que ficaram prisioneiros das tropas indianas em 19 de dezembro de 1961

(...) Luís Filipe Maçarico, nascido em 1939, em Ribamar, chegou à India, em 1960, com 21 anos. Cumpriu 28 meses de serviço militar como cozinheiro, primeiro no Hospital Militar de Panjim, e depois – os últimos cinco meses – no campo de prisioneiros (onde continuou a cozinhar para os seus camaradas). O Luís é, além disso, uma pessoa muito estimada na sua terra, estando ligado à organização de eventos como os dois primeiros encontros dos Maçaricos de Ribamar ou à dinamização do Rancho Folclórico de Ribamar. (...)