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sexta-feira, 17 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25535: O Cancioneiro da Nossa Guerra (19): O "soneto do artilheiro" (17º Pel Art + CCAÇ 6, Bedanda, 1971/73)




O "soneto do artilheiro", 

da autoria dos Fur Mil Art Machado e Fereira




Fonte: "O Seis do Cantanhês", nº 1, 1973 (?)... Jornal mensal (só saíram dois números)...



1.  Em 1 de julho de 1971, no subsetor de Bedanda, o dispositivo das NT era o seguinte: CCaç 6, 17° PelArt (14cm), 1 Esq" do Pel CanhSRc 3079, e  Pel Mil 237.
 
Não conhecemos  ninguém do 17º Pel Art (14cm)... Descobrimos entretanto, num exemplar do jornal de caserna "O seis do Cantanhez", milagrosamente salvo pelo nosso saudoso António Teixeira (ex-Alf Mil da CCAÇ 6, Bedanda, 1972/73), este cantinho dedicado ao "dezassete"... (Leia-se: 17º Pel Art;  17=3 secções + obus 14). De qualquer modo, gostaríamos de saber quem eram e por onde param estes dois graduados do 17º Pel Art.

Pois, camaradas e amigos da Guiné, vemos  que a malta do 17º Pel Art  era rapaziada que tinha coragem para dar e vender. Não sei se a artilharia era a aristocracia do exército (não me metemos nessas polémicas intestinas). De qualquer modo, o coice da coisa, o clarão do obus, o silvo, o trovão... era qualquer coisa que fazia acelerar as pulsações do infante... 

Senti-las passar e silvar por cima da cabeça é uma experiência inesquecível, para alguns de nós, infantes: a princípio, uma gajo sente-se acagaçado, mas no fim o coração é invadido por um estranha e inebriante tranquilidade quando elas [as granadas de obus] fazem calar as armas do inimigo... Sobretudo no mato, quando um gajo não tem buraco para enfiar os "cornos"...

Em contrapartida, o que lhe sobrava em sentido de humor era capaz de lhes faltar em talento... literário. Não se pode ter tudo, ou não se pode ser bom em tudo: mesmo assim a dupla Machado & Ferreira (onde é que vocês param, rapazes ?) deixaram-nos um soneto, pouco canónico é certo (na realidade, 4 quadras), mas bem humorado, e seguramente digno de figurar no Cancioneiro da Nossa Guerra (*).

Adorámos  o último verso, um conselho (prático e terapêutico) para muita gente que neste país usa e obusa/abusa, todos os dias, do seu "tempo de antena", e que tem um problema de "incontinência verbal"... Pois aqui fica, contra o desvario da loquacidade nacional, a advertência do artilheiro de Bedanda (**):

- Findo, p'ra não 'obusar'...

E nós também  ficamos por aqui... Não queremos  'obusar', mesmo que às vezes nos dê uma enorme vontade de 'obusar'... Durmam bem, artilheiros de todo o mundo! 

PS - Não se pode falar da nossa heróica artilharia no TO da Guiné, em geral, nem do 17º Pel Art que esteve em Bedanda, em particular, sem chamar à colação o nosso doutor Amaral Bernardo e a sua famosa foto do obus 14 a fazer horas extraordinárias... (ou a "faturar", como queiram).

Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 135/199 > O temível obus 14... mais um elemento da guarnição africana do Pel Art, que dependia da BAC 1 (Bissau).

Foto (e legenda): © João José Alves Martins (2012). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1971 > A famosa e feliz foto do ex-Alf Mil Médico Amaral Bernardo, membro da nossa Tabanca Grande desde Fevereiro de 2007: a saída do obus 14, de noite. 

Legenda: "Foi tirada com a máquina rente ao chão. Bedanda tinha três. Uma arma demolidora. Um supositório de 50 quilos lançado a 14 km de distância... Era um pavor quando disparavam os três ao mesmo tempo... Era costume pregar sustos aos periquitos... Eu também tive honras de obus, quando lá cheguei"... 

Foto (e legenda): © Amaral Bernardo (2007). Todos os direitos reservados. 
[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

_________________


(**) Vd. poste de 1 de outubro de  2011 > Guiné 63/74 - P8843: Cancioneiro de Bedanda (2): O soneto do artilheiro do 17º PELART, que termina com um sábio e genial conselho contra a loquacidade nacional: Findo, p'ra não obusar...

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Guiné 61/74 - P23145: Recordando o Salgueiro Maia, que eu conheci, o meu comandante, bem como os demais bravos da minha CCAV 3420 (Bula, 1971/73) (José Afonso) - Parte IV: Histórias pícaras: (vii) Os Mais dos... Progressistas (divisa da companhia e também título do jornal de caserna)



O jornal de caserna da CCAV 3420 (Bula, 1971/3), Os Progressistas - Quinzenário de Divulgação, Cultura  e Recreio da CCAV 3420. Director: Cap Cav Fernando José Salgueiro Maia. SPM 1898.


Detalhe do guião da CCAV 3420, que tinha duas divisas: "Os Progressistas" e "Perguntai ao Inimigo Quem Somos"...




Guião da CCAV 3420 (Bula, 1971/73), comandada pelo cap cav Salgueiro Maia


1. O jornal de caserna podia ser (e deve ter sido)  uma forma interessante de manter alto o moral das tropas, no CTIG,  e fazer a ligação com a Metrópole  (embora não devesse lá chegar). Alguns jovens capitães do QP, como o Salgueira Maia, o Mário Tomé, o Carlos Trindade Clemente, o Jorge Golias e outros (como o nosso António J. Pereira da Costa,  membro da Tabanca Grande) perceberam a sua importância (*).

A lista de "jornais militares" ou "jornais de caserna" devia ser mais extensa do que aquela que se conhece. Alguns títulos já aqui foram referidos como O Jagusdi, O Saltitão, O Serrote, O Seis de Camtanhez, Os Progressitas...

De qualquer modo, esta faceta do Salgueiro Maia, como director de um jornal de caserna chamado Os Progressistas (CCAV 3420, Bula, 1971), é capaz de ser um aspecto menos conhecido (e até desvalorizado) do seu currículo militar. Tanbém há quem estranhe que ele tenha conseguido dar à sua companhia, para mais de cavalaria, esse nome, Os Progressistas. Pelo sim pelo não, e talvez para "despistar" no verso do guião da CCAV 3420 pode ler-se uma segunda divisa: "Perguntai ao inimigo quem somos". 

Em Portugal, na época, em pleno marcelismo, o termo "progressista" tinha uma certa conotação político-ideológica: por exemplo, falava-se dos "católicos progressistas", do pós-Vaticano II, para os distinguir dos mais ortodoxos e tradicionalistas... Mas o vocáculo que é adjetivo e nome é relativamente neutro: progressista é aquele que é partidário do progresso, que professa ideias de progresso... Mas na época entendia-se que era toda a gente do "reviralho", os que eram contra  a "situação" (não só o regime político vigente como a "guerra colonial")... e como tal "inimigos da Nação".

Imagino que este, como os outros jornais de caserna,  tivesse um formato A4 e fosse feito a stencil ( hoje diz.se "estêncil", o termo já está grafado nos nossos dicionários)... Nessa altura, a máquina a stencil (ou duplicador) estava muito vulgarizada na Guiné... Todas as companhias e batalhões tinham de ter um duplicador, pro causa das ordens de serviço e outra documentação.  Ainda não havia as fotocopiadoras... 

Na secretaria da minha companhia, a CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Cntuboel e Bambadinca, 1969/71) havia uma, foi graças a ela que eu pude fazer um edição, quase clandestina, da nossa história da unidade, (com cerca de meia centena de página, escrita e dactilografada por mim)...Fizeram-se umas escassas dezenas de exemplares de uma brochura que foi distribuída pelos graduados à revelia do cap inf Carlos Alberto Machado de Brito (um bom homem que hoje é cor inf ref, e que eu espero    que ainda esteja bem de saúde).

Do quinzenário O
s Progressistas não sei sei quantas edições se fizeram. De qualquer modo, o José Afonso era um dos seus colaboradores.   E revelou-se um bom contador de histórias, como já aqui pudemos comprovar (**). 

Hoje republicamos mais um texto, que deve ter surgido no "jornal da caserna" por altura do Natal de 1972 e em que ele faz uma "ronda" pelos "craques" da companhia, no fundo, as figuras mais "castiças". É a história nº 7 das "Histórias pícaras" (**).


2. Mas, "en passant", deixem-me ainda aqui fazer uma confidência:   o Salgueiro Maia foi, circunstancialmente, meu colega, no ano lectivo de 1975/76, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCPS), embora eu pouco ou quase nada privasse com ele, porque eramos de cursos diferentes (eu, de ciências sociais; ele,  de antropologia), com o estatuto de trabalhadores-estudantes. E penso que andávamos em anos diferentes, ele já tentara inscrever-se no ISCSP em 1969, antes de ir para a sua primeira comissão, em Moçambique.

Íamos às aulas à noite e a algumas Reuniões Gerais de Alunos (RGA), numa altura em que o ISCSP passava por um período de vida muito conturbado (saneamento de praticamente todos, senão todos, os docentes com assento no Conselho Científico, pelo menos os professores catedráticos  e associados...), o que levou no final do ano lectivo de 1975/76 (ou nas férias...) ao seu encerramento, por ordem do então Ministro da Educação, o socialista Sottomayor Cardia (1941/2006), e ao consequente início de um duro processo de luta estudantil contra a tutela e o regresso das múmias (como, depreciativamente, eram então chamados os professores doutorados, alvo de saneamentos selvagens, de natureza claramente político-ideológica, incluindo o Prof Doutor Adriano Moreira, antigo Ministro do Ultramar).

Além disso, num ambiente, claramente esquerdista como era então o ISCSP, virado do avesso, com diversas fações a digladiarem-se (da UEC ao MRPP, do MES à UDP...), o Salgeiro Maia do 25 de Abril era ofuscado pelo Salgueira Maia do 25 de Novembro... Esta ambivalência não terá facilitado as aproximações pessoais...

Salgueiro Maia, como bom alentejano e como militar, oriundo da Academia Militar, era, por outro lado, um homem reservado e discreto... E rigorosamente apartidário.  O início do ano letivo de 1975/76 foi claramente  agitado pelo contexto, interno e externo, incluindo as "sequelas" quer do"verão quente" quer do "25 de novembro". 

O  facto de ele ter estado na Guiné não me dizia nada: definitivamente eu esquecera a Guiné!... Foi um processo de denegação por que muitos de nós passaram. Vivi os cinco anos pós-Guiné com culpa e denegação: Guiné ? Não, nunca ouvi falar... Perdi, com isso, a oportunidade única de ter conhecido (isto é, privado com) um herói vivo... Creio que nem ele, na altura, tinha completa consciência do papel histórico que tinha desempenhado no 25 de Abril de 1974. E comportava-se, ali, como um "anti-herói"...Nunca me apercebi que trivesse tiques de vedeta. Era um estudante como os outros... Aliás, um trabalhador-estudante.  Mas devo acrescentar que era preciso coragem, naquela época, naquele ano letivo de 1975/76 ( e mesmo nos seguintes), para dar aulas... 

Em 1976/77, frequentei o então ISEF - Instituto Superior de Economia e Finanças, na rua do Quelhas, e só depois no ano seguinte fui ara o ISCTE, onde me licenciei em sociologia, em 1980.  Perdi, pois,  o rasto ao Salgueiro Maia que entretanto começara a ser, logo em 1976,  vítima de "bullying" castrense: a hierarquia militar fez-lhe a vida negra, procurando humilhá-lo e discriminá-lo... Mas isso são outras histórias.


Histórias pícaras >  (vii) Os craques, os "Mais" dos "Progressistas"

por José Afonso

Era uma vez... Assim começam todas as histórias e a minha também, para não fugir à tradição. Certamente estão a pensar que vão ter uma história de Natal, mas enganam-se: esta história é um sumário de muitas histórias, começadas em Março de 1971 em Santa Margarida, e continuada em Bula, Mansoa, Cacheu, Capunga; Pete e Ponta Consolação. 

 A minha história refere a existência de uma colecção de craques, são eles eles "Os Mais... dos Progressistas". 

 A abrir, o camarada BIGODES, assim chamado por ter possuído em tempos um farfalhudo bigode, estilo Gengis Khan, e ter uma maneira de viver que o faz andar sempre de pelos eriçados; não é mau tipo apesar de não topar o Lino nem os turras; nas horas vagas faz versos que até costumam rimar. 

 Vem depois o VELHINHO, a instituição mais respeitável de Capunga City; é sapateiro remendão, mata vacas, esfola porcos etc. Tem um ar de Golias de trazer por casa, usa os calções mais "pop" em todo Teatro de Operações. Há tempos por causa de um macaco...,  bem, ia sendo o fim da macacada.

 A seguir temos o CAJADO, rapaz esbelto, guerrilheiro de todas as panelas, usa faca na liga, que já fez manga de ”mortos”. Passa a vida a refilar com todo o mundo, nunca se sabe bem porquê. 

 Continuemos com o MOUCO que em tempos o foi, até um certo dia! Bem não falemos de coisas tristes. Pois o Mouco é homem que trabalha com o morteiro 81, a arma mais técnica que a Companhia possui; é só olhar para o seu aspecto de homem conhecedor de morteiro 81, por não se impressionar com o barulho das granadas a sair do tubo. O Mouco é um homem desiludido: passou 17 meses a convencer o pessoal de que é Mouco e ninguém acreditou. 

 Temos a seguir o TERRINAS, o homem mais trabalhador da Companhia, e o mais comedor, também conhecido por RUÇO; será por isso que é o homem mais procurado pelas bajudas de Pete? É um trabalhador nato, domina todos os ofícios mas considera-se com pouco valor comparado com o da sua noiva. É um homem feliz. 

 Temos ainda o clarim MATA, não toca a lavar mas quase. Há 17 meses que toca o clarim que faz uivar todos os cães das redondezas, e não consegui ainda deixar de nos mimosear com as suas fífias. É um homem calmo no tipo dos barman dos bares do Texas, talvez por isso seja “o homem do tosco”. É especialista em convencer os “gaseados”, para não arranjarem problemas. 

 Vem agora o RATO o homem que não gosta de andar de Jeep e que está perto de lerpar o cabelo, porque não fez ainda o “Menino Jesus” para o presépio de Pete. Gosta pouco de beber e é sem dúvida o mais crava da Companhia. Passa o mês a cravar, no fim deste, paga a quem deve e, como fica sem dinheiro volta ao princípio. Bem esperamos que com o 13.º mês o rapaz acerte a escrita. 

 Ao falar do Rato temos que falar no BARBEIRO, a alma gémea do Rato, que é o único no género, pois só corta cabelos quando está sem patacão. É o protótipo do soldado do futuro, pequeno para criar pouco alvo; com um capacete onde ele cabe quase todo, cheio de granadas à volta do corpo parece o homem dos pneus Michelin. Com o dinheiro ganho a cortar os cabelos já poderia ter ido à Metrópole, mas como é possuidor das maiores sedes do CTIG, só foi à cerveja; passa a vida a dizer para lhe darem ferramenta nova, pois não tem dinheiro para a comprar. 

 Temos agora o BÁRTOLO, especialista em sopa de nabos, e que afina quando lhe dizem que é triste  que deixem entrar miúdos para a tropa, ou que ele vai fazer de "Menino Jesus" no Presépio. 

 Já me esquecia do GRÁCIO. Este é o das mil e umas maneiras para conseguir ir a Bula, ou jogar futebol. É sempre voluntário quando a coisa dá para o torto, mas fora disso anda sempre a tentar desenfiar-se. 

 Estes são OS MAIS, e por hoje ficamos por aqui, mas, há muitos mais, desconhecidos, de que daremos público conhecimento oportunamente. Esta foi a prenda de Natal publicitária para os craques.

Aos simples mortais desejamos um Bom Natal e um Melhor Ano Novo. Em resumo: Que a Comissõa Não Nos Pese.

José Afonso

(Continua)

[ Revisão / fixação de textos e títulos, para efeitos de publicação deste poste no blogue: LG ]

___________

Notas do editor:


(*) Vd. poste de 1 de agosto de  2019 > Guiné 61/74 - P20025: Jornais de caserna publicados no CTIG (de 1961 a 1974) (n=47) (Jorge Santos / Luís Graça)

(**) Vd. postes de:

5 de abril de  2022 > Guiné 61/74 - P23142: Recordando o Salgueiro Maia, que eu conheci, o meu comandante, bem como os demais bravos da minha CCAV 3420 (Bula, 1971/73) (José Afonso) - Parte III: Histórias pícaras: (iv) A "guerra de Bissau": guardando as costas dos nossos "maiores" ; (v) Capunga: o furriel de calções à "pop"; (vi) O "Velhinho", antigo refractário

4 de abril de 2022 > Guiné 61/74 - P23140: Recordando o Salgueiro Maia, que eu conheci, o meu comandante, bem como os demais bravos da minha CCAV 3420 (Bula, 1971/73) (José Afonso) - Parte II: Histórias pícaras: (i) Os matraquilhos e a astúcia do capitão; (ii) Uma heli-evacuação e a enfermeira paraquedista que não queria levar o "passageiro" em pelota; (iii) As vacas roubadas que andam de mão em mão, acabam sempre comidas em boa ocasião

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Guiné 61/74 - P20025: Jornais de caserna publicados no CTIG (de 1961 a 1974) (n=47) (Jorge Santos / Luís Graça)


Capa do primeiro número de "O Saltitão", jornal da CCAÇ 2701 (Saltinho, 1970/72). O diretor era o cap inf  Carlos Trindade Clemente. Entre os colaboradores, e nomeadamente na ilustração gráfica, destaca-se o nosso camarado Mário Miguéis (que vive hoje em Esposende e nos mandou uma preciosa cópia desta primeira edição)

Foto (e legenda): © Mário Migueis da Silva  (2019). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


"O Serrote", da 3ª CART/BART 6520 (Fulacunda, 1972/74), de que foi diretor o nosso camarada e amigo alf mil Jorge Pinto.

Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


O jornal de caserna da CCAV 3420 (Bula, 1971/3), Os Progressistas - Quinzenário de Divulgação e Recreio da CCAV 3420. Director: Cap Cav Fernando José Salgueiro Maia.
Fonte: Cortesia do Jorge Santos (2005)

Jornais militares (n=47)
(Guiné, 1961/74)

_____________________________________________


TÍTULO   UNIDADE /SEDE /SPM / ANO  DIRETOR
 ____________________________________________
.
              1. 
33 (O)

Batalhão de Caçadores 3833
Pelundo
SPM 6978 1971/1972


O Comandante
2. 
Acção
Comando do Sector de Bissau 
Bissau 
1972

Cor Inf António Mendes Baptista

3. 
Açor (o)
Batalhão de Caçadores 2928
Bula 
SPM 6688
1971

O Comandante
4. 
Águas do Geba
Companhia de Artilharia 2743
Geba
SPM 6548
1971

Cap Mil Ilídio Rosário Santos Moreira
5. 
Alvo (O)
Bataria de Artilharia Antiaérea 3434
Cumeré
SPM 1868
1971

6. Assalto (Ao)
Batalhão de Caçadores 2834
Bula
SPM 4668
1968

Ten-Cor Inf Carlos B.Hipólito
7. 
Azimute
Comando Territorial Independente da Guiné 
Bissau
1966

Brig Anselmo Guerra Correia
8. 
Baga-Baga (O)
Batalhão de Caçadores 1860
Tite
SPM 2928
1965

O Comandante
9. 
Básico (O)
Batalhão de Cavalaria 1905
Teixeira Pinto 1967

O Comandante
10. 
Big
Batalhão de Intendência da Guiné 
Bissau
SPM 1648
1968

Maj SAM António Monteiro A. Santos
11. 
Boina Negra (O)
Companhia de Cavalaria 2482 Fulacunda
SPM 5688
1969

O Comandante
12. 
Capicuas (Os)
Companhia de Artilharia 2772
Fulacunda
1971

Cap Art João Carlos R. Oliveira
13. 
Clarim
Batalhão de Cavalaria 790 Bula 
1965

Ten-Cor Cav Henrique Calado

14. Convergência
Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné
Bissau 
1970

?
15.
Corsário (O)
Hospital Militar 241 
Bissau
1962

?
16.
Dragão Negro
Batalhão de Artilharia 733 
Farim
SPM 2568
1965

?
17.
Dragões de Jabadá
Companhia de Cavalaria 2484 
Jabadá
1969

Cap Cav 
José Guilherme P.F.Durão

18.
Duros (Os)
Companhia de Artilharia 2771
Nova Sintra SPM 6608
1971

Alf Mil Castela
19.
Eco (O)
Pelotão de Artilharia Antiaérea 943 Bissalanca 1965

Alf Art Jaime Simões Silva
20.
Estrela do Norte
Batalhão de Caçadores 1894 
S. Domingos SPM 3668
1968

Ten-Cor Inf Fausto Laginha Ramos
21.
Falcão (O)
Companhia de Caçadores 3414
Sare Bacar
SPM 1878
1973

Cap Inf Manuel Ribeiro Faria
22.
Gato Preto (O)
Companhia de Caçadores 5 Canjadude
SPM 0028
1971

O Comandante
23.
Jagudi (O)
Companhia de Caçadores 2679, Bajocunda 
SPM 1058
1971

Cap Inf Rui Manuel Paninho Souto
24.
Jamtum (O)
Batalhão de Caçadores 3872
Galomaro
SPM 2188
1973

O Comandante
25.
Lenços Vermelhos
Companhia de Artilharia 2521 
Aldeia Formosa
SPM 5888
1970

Cap Mil Jacinto Joaquim Aidos
26.
MFA na Guiné
MFA da Guiné Bissau
1974

?
27.
Macaréu
Batalhão de Caçadores 2856 
Bafatá  
SPM 5438
1969

O Comandante
28.
Manga de Ronco
Batalhão de Caçadores 1932 
Farim
1968

Alf Capelão Tourais Ferreira
29.
Nova Vida
Batalhão de Caçadores 697 
Fá Mandinga
1965

?
30.
Padrão
Batalhão de Caçadores 1877
Teixeira Pinto
1966
Ten-Cor Inf Fernando Costa Freitas

31.
Pentágono Manjaco
Batalhão de Caçadores 3863
Teixeira Pinto SPM 1458
1973

O Comandante
32.
Pica na Burra
Companhia de Cavalaria 2765
Nova Sintra  SPM 6438
1970

Alf Mil Pedro Duarte Silva
33.
Põe-te a Pau
Companhia de Artilharia 2775
Jabadá
SPM 6628
1971

O Comandante
34.
Prá Frente
Companhia de Artilharia 3332
Piche
1972

?
Companhia de Cavalaria 3420
Bula
SPM 1898
1971

36.
Ronco
Centro de Instrução Militar [CIM] Bolama
SPM 0058
1969

O Comandante
Companhia de Caçadores 2701 
Saltinho
SPM 1268
1971

Cap Inf Carlos Trindade Clemente
38.
Santo (O)
Companhia de Polícia Militar 2537
Bissau
SPM 5948
1969

Cap Cav Hernâni Anjos Moas
Companhia de Caçadores 6 Bedanda
SPM 0038
1973

Cap Inf Gastão Manuel S. C. Silva
40.
Sentinela de Catió
Batalhão de Artilharia 2865
Catió
SPM 5618
1969

Ten-Cor Art Mário Belo Carvalho
41.
Sete (O)
Batalhão de Cavalaria 757
Bafatá
1965

O Comandante
42.
Soquete (O)
Bataria de Artilharia de Campanha 1 
Bissau 
SPM 0048
1970


Cap Art José Augusto Moura Soares
43.
Tabanca
Companhia de Cavalaria 2721 Olossato 
SPM 1318
1970

Cap Cav Mário Tomé
44.
Trópico
Batalhão de Intendência da Guiné 
Bissau
SPM 1648
1972

O Comandante
45.
Voz do Quínara (A)
CCS / Batalhão de Artilharia 2924 
Tite
1971-1972

Cap Mil Pinto Madureira

46.
Zoe
Agrupamento Transmissões da Guiné
Bissau
SPM 0228
1973
Cap Trms Jorge Golias

___________________________________________

Fonte: ”Imprensa Militar Portuguesa – Catálogo da Biblioteca do Exército”. Direcção de Alberto Ribeiro Soares (Coronel). Lisboa 2003.

Documento gentilmente enviado pelo nosso grã-tabanqueiro Jorge Santos. Revisão e fixação de texto: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2019)

PS - Nesta lista, falta por exemplo "O Serrote", da 3ª CART/BART 6520 (Fulacunda, 1972/74), de que foi diretor o nosso camarada e amigo alf mil Jorge Pinto. Em princípio, estarão disponíveis, no Arquivo Geral do Exército, alguns exemplares destes títulos, que eram policopiados, feitos a "stencil", em formato A4.



1. A primeira divulgação desta lista deveu-se ao Jorge Santos, um incansável mas sempre discreto membro, sénior,  da nossa Tabanca Grande, já de longa data. Se não estou  não erro, entrou o nosso blogue em finais de 2005.  Não temos nenhuma foto dele, nem antiga nem actual. Foi 1º Grumete Fuzileiro (DFA), Companhia de Fuzileiros nº 4, em Moçambique, Metangula e  Cobué, de janeiro de 1968 a  abril de 1970.  

Criou, em março de 2006, o sítio "Guerra Colonial Portuguesa", tendo como principais secções: Bibliografia, Filmografia, Associações, Canções de Lisboa, Memorial, Monumentos, Convívios, Brasões, Condercorações.

Tem 40 referências no nosso blogue. Esteve uns tempos sem dar notícias (como ele gostava de dar, sobre convívios, livros, actualizações do seu portal, etc.).


Em 23 de Outubro de 2009, fomos surpreendidos com a seguinte mensagem:


"Não tenho acompanhado, como desejava, o evoluir das 'Tabancas', pois encontro-me a recuperar de um AVC que sofri na Noruega, e que me deixou bastante afectado da parte esquerda do corpo, em especial a vista, o que me dificulta imenso estar no computador ou navegar na Net."

Na altura endereçámos-lhe a nossa solidariedade e os nossos votos de uma rápida e boa recuperação. Infelizmente, a sua página,  alojada no Sapo.pt,  deixou de estar disponível. E perdemos o contacto com o nosso estimado camarada da Marinha, Jorge Santos. Esperemos que ele (ou alguém das suas relações) nos possa dar "sinais de vida" (*).


Sobre a lista de "jornais militares", publicada acima, acreditamos que ela esteja incompleta, e que ainda possamos ser surpreendidos pelo conhecimento de novos títulos. Como foi o caso, por exemplo, de "O Serrote", de que o Jorge Pinto nos fez chegar cópia de um exemplar. 
__________

Nota do editor:

(*) Vd. poste de  25 de abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4245: Cap Cav Salgueiro Maia, director do jornal de caserna da CCAV 3420, Bula, 1971/73, Os Progressistas (Luís Graça / Jorge Santos)