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quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Guiné 61/74 - P23881: Contactem-nos, há sempre alguém que pode ajudar ou simplesmente saber acolher (3): Mensagens recebidas entre janeiro e outubro de 2022, através do Formulário de Contactos do Blogger



Formulário de Contacto do Blogger: disponível na coluna estática, ou "badana", do lado esquerdo do blogue. Tratando-se, o remetente,  de um antigo combatente no TO da Guiné (1961/74), é conveniente indicar, além do nome, o respetivo posto, a unidade/subunidade a que pertenceu, a(s) localidade(s) por onde passou, e o(s) ano(s) da comissão de serviço... Há dados que nos mandam, que são muito vagos...

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)



Guiné > Região do Oio > Sector de Farim > Cuntima > CCAÇ 2592 / CCAÇ 14 > "Em Cuntima. Eu e o vagomestre Germano (do Porto). A inscrição que está no pedestal é de uma das companhias que esteve aqui, a CCAÇ 1789, do BCAÇ 1932 (1967/69), mobilizado pelo RI 15 (Tomar). A CCaç 2592 (futura CCAÇ 13) foi colocada em 6 de novembro de 1969, em Cuntima, a fim de substituir a madeirense CCaç 2529 como força de intervenção e reserva do BCaç 2879".

Esta, a CCAÇ 1789, é uma das subunidades que não tem qualquer representante até à data na nossa Tabanca Grande.

Foto (e legenda): © António G. Carvalho (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Seleção de mensagens recebidas através do Formulário de Contacto do Blogger, em 2022, até ao final de outubro. Trata-se um veículo de comunicação imediata, amigável e fácil entre os leitores e os editores do blogue.


Nalguns casos, já houve uma resposta direta, atempada,  dos nossos editores ou um reencaminhamento para outros destinatários. Também num caso ou noutro a mensagem pode já ter dado origem a um poste. Procuramos, na lista a seguir, pôr um link naquelas unidades ou subunidades com representantes na Tabanca Grande, o mesmo é dizer com referências no nosso blogue.

Por favor, não abordem assuntos da atualidade, por muito dramáticos, prementes e impactantes que possam ser... Nem nos perguntem por coisas sobre (ou camaradas que estiveram em) outros teatros de operações, como Angola e Moçambique... Como é público e notório, o nosso blogue é centrado nos antigos combatentes da guerra do ultramar / guerra colonial, que estiveram na Guiné, no período que vai entre 1961 e 1974

Por outro lado, temos muito boa vontade mas não temos meios (humanos, logísticos, temporais, financeiros, legais...) para dar resposta, atempada e cabal, sobre todos os pedidos, e nomeadamente sobre antigos camaradas, seu paradeiro, etc.

Evitamos, em princípio, divulgar o endereço de email de cada um destes contactos, a menos que haja interesse para o próprio (nos casos, por exemplo, em que se divulga um livro ou a realização de um encontro: ou se procura informação que extravasa o âmbito do blogue).

Prometemos, em 2023, fazer um apanhado, com maior perodicidade, destas pequenas (mas precisosas) mensagens. E desde já agradecemos todas as manifestações de apreço pelo nosso trabalho, e de incentivo para continuar a partilhar memórias (e afetos) dos antigos combatentes da Guiné (1961/74).


2022 (janeiro-outubro)



28/10/2022, 9:49 | António Baptista

HM241, Bissau, 69/71, Abraço para todos. Continuem a publicar.

27/10/2022, 20:58 | Maria Ferreira

Sou sobrinha de um 1º cabo Manuel Alberto da Costa Marinho que esteve na Guiné em 72-74. Um tio muito querido para mim, quase meu segundo pai que infelizmente faleceu este verão. Eu sou historiadora pela faculdade de Letras da Universidade do Porto e eu e o meu irmão mais velhos gostariamos de conhecer o seu batalhão e escrever as memórias que ele sempre nos contou para que a sua memória não se perca.

24/10/2022, 20:45 | Gabriel

Procuro alguém que tenha estado na Guine Bissau, em 1961 /62/63 , e que conheça o nome
Fernando Fernandes: este senhor trabalhou na Força Aérea Portuguesa. Obrigado.


20/10/2022, 22:16 | José Joaquim da Silva Ribeiro

Boa noite, os meus cumprimentos . Eu também estive na Guiné, em 1972/74, no BCAÇ 4612/72, 3ª Companhia. Era 1º cabo padeiro em Mansoa. Sem mais um grande abraço a todos camaradas.
19/10/2022, 10:01 | Manuel Alves

Furriel Armas Pesadas 2ª CCaç / BCaç 4518/73 - Cancolim / Galomaro .


16/10/2022, 18:42 | Fernando Nogueira de Carvalho


Luís Graça, enviei ontem o episódio Mata de Cassum; não sei se feri suscetibilidades mas foi a realidade. Quanto aos meus trabalhos de pintura e fotografias, claro que pode publicar, é um gosto mutuo.

15/10/2022, 18;05 | Jorge Miguel

Estive no HM 241 (Bissalanca) entre 1967/69. Tenho tentado encontrar camaradas mas... sem sorte. Possivelmente porque não sei fazer as coisas a seu termo.


Percurso na Guné: Ingoré, Barro,  S.Domingos,  Suzana,  Mansabá; ferido 2 vezes em combate,  sou DFA. Pior experiência: mata do Cassume 12 mortos. Aqui recusei a cruz de guerra que me valeu um dia detido no quarto. Furriel mas mais de metade da comissão, depois de 2 alferes mortos, fiquei a comandar o pelotão. Na desmobilização como tantos outros senti-me descartável. Paradoxo ou não, regressar à Guiné, Saúde e abraço para todos.

6/10/2022, 17:11 | João Alberto Leitão Ribeiro Arenga

Um abraço a todos os ex-combatentes da Guiné-Bissau, em especial.a todos os Catedráticos de Empada. CCaç 3373, 1971/1973.

27/9/2022, 12:38 | Manuel Veiga

Estive em Bolama nos anos 64/66. Comando de Agrupamento 17.

17/9/2022, 12: 22 | Henrique Silva

Henrique Raimundo Silva, ex-soldado paraquedista, 871/67, mobilizado para a Guiné, em rendição individual, cheguei ao BCP 12, em setembro de 1968, fui ferido em Gandembel em novembro de 1968, em mina antipessoal.

16/09/2022, 00:39 | Jose M. DeFerraz ou José Ferraz de Carvalho

Sou o membro desta Tabanca Grande nº 527. Vivo nos EUA. Deixei de receber os "postings" que recebia fielmente todos os dias: Nao sei se foi por erro meu que cancelei a minha subescricão. Sendo assim por favor reactivem-la.


31/08/2022, 13:17 | Madiu Furtado

O meu nome é Madiu Furtado, sou jornalista e escritor guineense. Resido em Portugal desde muito pequeno. Recentemente lancei o romance intitulado Onze Anos, publicado pela editora Chiado Books.

Onze Anos aborda a guerra colonial na Guiné-Bissau. A narrativa acompanha os anos de conflito armado entre o movimento de libertação de Guiné-Bissau e Cabo Verde, PAIGC, e as tropas portuguesas até à proclamação da independência de Guiné-Bissau a 24 de setembro de 1973. Neste romance retrato a ditadura imperialista portuguesa e a árdua luta pela libertação
do país.

O personagem principal, Federico, é um jovem guineense com raízes cabo-verdianas que ao receber a carta de mobilização vê-se obrigado a lutar ao lado dos portugueses. A partir daí a sua vida se altera, bem como a de toda a sua família.

Onze Anos foi lançado em Portugal no dia 16 de julho de 2022. Escrevo esta mensagem porque gostaria realizar novas entrevistas para o segundo volume de Onze anos. Pretendo escrever uma trilogia que acompanhe os 11 anos de guerra de guerrilha em Guiné-Bissau. Seria uma honra conversar com quem viveu os duros anos da guerra e guarda tantas memórias.
Felicito pelo blog que sempre foi uma biblioteca da guerra colonial e que faz parte das minhas pesquisas.

Madiu Furtado | madiufurtado@gmail.com

29/08/2022, 15:46 | Francisco Domingues

Bedanda, 70/72, furriel miliciano de artilharia.


03/08/2022, 12:16 | José Morgado

A 2ª CART & BART 6521 vaio promover o encontro para os elementos da mesma Companhia em Cacia, Aveiro, no Restaurante Solar das Estátuas, no dia 24 de setembro, após 50
anos que chegamos à Guiné, para a zona de Có. Para membros que não tenham
conhecimento, Contacto. 934755427. Email: goldmor51@gmail.com
Saudações a todos Ex-Combatentes.

31/07/2022, 20:59 | José Manuel Samouco


E se nós contássemos o que comíamos no dia a dia na Guiné da Guerra. Nem toda a Guiné andava na Guerra. Alguns até comiam bem!

20/07/2022, 10:53 | Valentim Eduardo

CCAÇ 1500 / BCaç 1877 - Guiné, 1966/1967. Um Grande Abraço,  Luis


19/07/2022, 23:43 | António Dias Costa


Ex-Furriel Miliciano, atirador de artilharia,fez parte da CArt 2519. Esteve em Mampatá, na Guiné,  em 1969/1971.

14/07/2022, 17:17 | Francisco Souza (natural de Cabo Verde)

Fui colega de carteira do Areolino Cruz, no Colégio Nuno Álvares,em Tomar, nos anos 57/58. Embora mais novo que ele, guardo do mesmo uma terna recordação. Saí do colégio em 1958 e desde então perdi o contacto com o mesmo. Soube mais tarde,através do Daniel Ramos Benoliel, guineense,que comigo serviu na Forca Aérea Portuguesa e mais tarde foi meu colega na TAP, que o Areolino tinha ido para a URSS estudar e que por qualquer motivo foi recambiado para a Guiné,onde viria a morrer. Paz à sua alma.

(...) Mais informo que durante a minha estadia no colégio Nuno Álvares, em Tomar,fui colega de vários outros Guineenses,entre eles o João Domingos Gomes,o Eslávio Gomes Correia e os irmãos Inácio e Júlio Semedo,todos eles mais velhos que eu mas com os quais mantive boas relações. Não sei se ainda estão vivos,mas se ainda o forem daqui (Açores,onde vivo desde 1979) lhes envio um fraterno abraço.

8/7/2022, 20:41 | Erine

Boa noite, me chamo Érine. Estou fazendo uma pesquisa referente a minha árvore genealógica para descobrir quem foram meus antepassados, informações essas muito importantes para a minha família.

Recentemente descobri que meu tataravô (ou tetravô) participou da última guerra de Portugal em 1961. O nome dele era José Leite da Cunha e ele foi embora para o Brasil. Peço a ajuda de quem puder contribuir com mais informações a respeito dele, pois não estou encontrando nos cartórios brasileiros. Aguardo por notícias, obrigada!

3/07/2022, 12:55 | Carlos Manuel da Costa Paquim


Capitão de artilharia-Penafiel - Guiné 68/70. Força, camaradas!


28/6/2022, 14:59 | António Figueiredo Pinto

Ainda estou vivo!

20/6/2022, 00:08 | Fernando Manuel Alves Morgado da Silva

O meu penhorado reconhecimento aos fundadores deste blog, que aproxima todos os camaradas que um dia pisaram as terras da Guiné de armas na mão, que saúdo, e aos quais envio "aquele abraço" . Um abraço muito especial para o meu primo Humberto Reis


3/6/2022, 13:47 | Fernando Correia

CCAÇ 1789, Cuntima, 2º Gr Comb, "Os Indomáveis", 1967.

Boa tarde, eu tenho o crachá de peito desta companhia. Gostaria de saber a origem, seu percurso militar na Guiné. Tenho uma página no Facebook, Fernandocorreia correia. Obrigado pela cortesia.

30/5/2022, 10:36 | João Neves (Aveiro)

Gostaria de rever todo o pessoal que esteve na ponte, 72/74 (fui render o pessoal que morreu na emboscada). Gostava de encontrar o Alexandre, Santiago, Miguel, Serra,e outros. Não tenho contatos de ninguém. Meus contactos: telem 965802548 | email: jtransneves@gmail.com

[ Perguntámos-lhe, em 16/10/2022, a que ponte se refere. E qual a sua unudade ou subunidade. Ainda não nos respondeu. Mas aqui os seus contactos.]

24/5/2022, 17:27 | António Alberto dos Reis Mendes

Boa tarde, ex-combatente, Guiné 72/74, Caboxanque, Cantanhes, CCAV 8352. Um abraço.

7/5/2022, 15:18 | Nuno


A propósito da inscrição Magul 1895, presente no tubo da peça de 105 mm da Krupp. Batalha ocorrida em 1895, sendo os portugueses comandados por Paiva Couceiro.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Combate_de_Magul

28/4/2022, 16:49 | Mário da Silva Jesus (Codivel, Odivelas)

Abusivamente tomo a liberdade de vir de vez enquanto, invadir o vosso espaço, na qualidade de um "simples" curioso e aproveito a oportunidade e espaço, para dar os parabéns pela forma como este espaço é gerido. Os meus fraternais cumprimentos.

28/04, 03:14 | João de Sousa Machado

Um abraço de admiração e camaradagem pela persistência, qualidade e forma correcta de levar adiante tanta informação daqueles "nossos " dois anos de Guiné. Fui alferes miliciano de artilharia e estive em Fulacunda, Cabedu, com o 8,8 e em Cufar com o 14. Um abraço ao Briote...

[ João: obrigado... Conheces o Briote, donde ? E porque é que não te juntas a nós e partihas as tuas fotos e outras memórias... ? De que ano és ?... Serás bem vindo à Tabanca Grande: manda 2 fotos (uma atual e outra do antigamente), e duas linhas de apresentação ]


28/04/2022, 16:56 | Maria Augusta Martinho

De quando em vez, venho aqui à Tabanca matar saudades... Não sei que feitiço aquele chon tem em nós. (...) (Mensagem publicada no Poste P23799...)

23/04/2022, 00:29 | Afonso de Melo

Parabéns pelo 18º aniversário do Blogue que enriquece substancialmente o relato da nossa vivência em terras da Guiné. Um forte abraço ao Luís Graça e a toda a equipa.

15/04/2022, 17:35 | António Machado

João Carvalheiro era fur mil da 3ª CCaç / BCaç 4512, estava em Cuntima. Na página do batalhão estão lá varias referências. Antes da pandemia todos os anos faziamos o nosso almoço, ele estava sempre presente com a esposa.

12/4/2022, 13:15 | Sílvia Zayas Serra

Sou artista e sobrinha do João Carvalheiro que faleceu no Porto há dois anos. Ele era furriel de minas e armadilhas. Na minha memória estão as histórias que o meu tio contava sobre Guiné, e a Maria Turra, gostava de falar com alguém que o tenha conhecido ou estado com ele em algum momento lá na Guiné.

Esteve na na tropa, penso que de 72 a 74 mais ou menos. No meu doutoramento e algumas das peças artisticas e filmes, trabalho com memória, também por perceber como segunda geração o imaginário que formaram estas experiéncias e sobretudo por um desejo muito emocional de perceber.

Agradecia alguém com quem falar. Muito obrigada pelo blogue e a recuperação de documentos! Sou nascida em Espanha e por isso o meu português às vezes pode parecer
esquisito...

12/4/2022, 12:13 | Elisa Baptista

Fui aluna do Doutor Jorge Cabral ... Amava o seu sentido de humor... Triste em saber que nos deixou.

10/4/2022, 23:12 | Rui Miguel da Silva Nunes

Tive hoje conhecimento deste blogue, que me trouxe à memória, o meu pai, Ilídio Rosado Fernandes Nunes, já falecido. O meu pai era natural de Marvão. O seu capitão era Salgueiro Maia na Guiné. Gostaria de saber se tem algum conhecimento do meu pai, ou porventura
alguma história… Obrigado pelo vosso trabalho de manter a memória viva!

1/04/2022, 19:11 | Constantino Neves (ou Tino Neves)

Olá, Luís Graça. É só para fazer uma pergunta: porque será que ainda não li nada no blogue, sobre o que se está a passar na Guiné ?

O presidente Sissoco começou a nacionalizar firmas estrangeiras, começando por a "Casa do Povpo", casa (firma) antiga e com história e de capitais portugueses (maioria). Talvez não fique por aqui. Ele o presidente está a fazer acordos com o Senegal (julgo por causa da prospecção do petróleo). Já há quem peça para que a Guiné saia da CPLP. Bem,  fico por aqui.

[Tino, és um histórico do blogue, tens a obrigação de conhecer as nossas "regras do jogo": uma delas é a nossa não-intromissão na vida política interna da actual República da Guiné-Bissau (um jovem país em construção), salvaguardando sempre o direito de opinião de cada um de nós, como seres livres e cidadãos (portugueses, europeus e do mundo).]  

25/3/2022, 14;41 | José Alberto Neves

Fui alferes miliciano de transmissões, no CAOP 2 em Nova Lamego, em 1973 e 1974.
Dentro de meses irá ser publicado um livro meu, cuja parte final aborda essa inquietante estadia.

12/3/2022, 12;35 | Arlindo Moreira da Silva,
sold cond, CCS/BCAÇ 1933, Guiné 67/69 

Ao falarem hoje no conjunto João Paulo,  gostaria de os informar que eles embarcaram no dia 27/10 de 1967 no Navio Timor para a Guiné na companhia do meu Batalhão. Não sei se foram destacados para o mato ou se foram com a missão de actuarem para as nossas tropas. Também viajou na mesma data connosco o 1º cabo escriturário Marco Paulo,  o cantor.

Com os meus cumprimentos e mais uma vez obrigado por continuarem a manter acesa a tocha do Antigo Combatente. Bem hajam.


10/03/2022, 16:09 | Fernando Piães Fernandes

Camaradas, foi com grande entusiasmo que, depois de receber o jornal "O ELO" da ADFA, verifiquei a existência deste blogue pelo que peço que me incluam nessa grande Tabanca. Com os melhores cumprimentos.

23/02/2022, 11:23 | Augusto Silva Santos

Na tentativa de encontrar um nome de um antigo camarada, acabei por verificar que da nossa lista de amigos ainda consta o nome do meu amigo e camarada da Guiné, Jolmete, na CCaç 3306 / BCaç 3833, Ernesto Marques. Passo a informar que este infelizmente faleceu em 30/08/2021. Lamento que só agora estejam a tomar conhecimento.

21/02/2022, 22:18 | Manuel Leitão

Estive em Bula no BCAÇ 2928 e destacado em Capunga e antes com o alf Lopes. Em Capunga, com o furriel Vaz. Agradeco se existem contactos com os mesmos. Obrugado.

20/02/2022, 21:08 | Joaquim Luis Pires

Estive em Geba entre setembro 72 a junho 74 e também em Catacumba, como alferes.

18/02/2022, 13:33 | Mamadu Djaura

Eu sou Mamadu Djaura, o meu pai Braima Djaura, ex-combatente, soldado de infantaria em Gampara, de 1972 a 1974. Descobri que alguém está a usar o nome do meu pai Braima Djaura, tem muitos filhos, temos dados ou informação e testemunhas para difender o direito do meu pai. Qualquer informação que precisem sobre o meu pai, estamos em Guiné-Bissau, cidade de Bissau, Bairro Belém. Precisamos de direito do nossos pai. Temos aa provas de nosso pai Braima Djaura, muitos testemunhas em Gampára. Temos associação de filhos de antigo conbatentes portugueses em Guiné-Bissau.
10/02/2022, 12:28 | Jaime Duarte

Gostaria de saber se neste excelente blog haverá registo do meu amigo Acácio de Almeida e Silva, ex-furriel na Guiné, 1968-70. Obrigado e abraço. Jaime Duarte (ex-alferes miliciano SAM 1972-75).





Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > Carta de Fulacunda (1955) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Gampará e da Ponta do Inglês na Foz do Rio Corubal

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013)


3/02/2022/2022, 22:23 | Mamadu Djaura

Sou Mamadu Djaura, filho de camarada Braima Djaura combatente militar da CCAÇ 4142/72 de Gampará no ano 1972 a 1974 Preciso de encontrar dados completos do meu pai. Estou em Guiné Bissau. Me ajudem encontrar solução. Sou órfão.


20/01/2022, 03:51| Armando Ribeiro Ribeiro (CCP 122/BCP 12, 1072/74)

Boa noite, camaradas. Sou ex-combatente da ex-provincia da Guiné, onde estive entre janeiro de 1972 a janeiro de 1974, tendo incorporado a Companhia 122 das tropas paraquedistas , Tenho acompanhado minimamente os relatos dos militares que por lá passaram durante a década de guerrilha. Sendo apenas mais um daqueles que sofreram as amarguras de uma juventude perdida e que hoje se reflete pelo desgaste físico e até emocional, que nos limita a qualidade de vida que gostaríamos ter, contrariando-se com a algria de «estarmos vivos» Deixo o meu abraço solidário para todos os demais !!!



19/01/2022, 21:10 | Francisco Alberto

Também passei por Mansoa e Mansabé, em 1966/68, integrando o BCAV 1897, pertencendo à CCS como Radiotelegrafista do STM. Bons momentos passados em Mansoa.

19/01/2022, 13:18 | Fernando Jorge Alves

Boa tarde, camarada, preciso de ajuda de um advogado, eu sou Fernando Silva, ex- 1º cabo Pelotão Morteiros 4580, Guiné. 73/74. Obrigado. Telem 935519499 | email: fernandosilvanobrega@gmail.com

12/01/2022, 16:30 | António Alves da Costa

Bom dia, fui soldado cozinheiro na CCS / Bart 3844, Guiné, Farim, 1971/73. E 49 anos
depois por cá andamos. obrigada por me aceitares na vossa Tabanca. Abraços para os sobreviventes.
8/01/2022, 22:33 | Amadu Jau

Aqui fala o presidente da Associação dos ex-Combatentes das Forças Armadas
Portuguesas na Guiné-Bissau, Amadu jau. Cumprimentos | amadujau8@gmail.com

7/1/2022 , 15:10 | Leandro Guedes

Meu caro Luis Graça: informo que o livro do Alf Rosa da CART 1743, foi reeditado. Este livro relata os trágicos acontecimentos de Bissássema, altura em que o Alf Rosa e mais dois camaradas, Contino e Capítulo, foram feitos prisioneiros e levados para Conakry.

Tenho digitalizações da capa e contracapa mas não sei como vos enviar. Um abraço e votos de Bom Ano para todos, com muita saúde. Um louvor ao teu trabalho em prol do não
esquecimento dos Heróis da guerra colonial/ultramar. Leandro Guedes, BART 1914.


4/01/2022, 18:33| Henrique Piedade

Solicito informações sobre camaradas que estiveram no Pel Rec Daimler 1077, Batalhão de Caçadores 1861. Os meus agradecimentos.

3/01/2022, 14:23 | Joana Silva 
(Universidade de Cardiff, UK)

Caro Luís Graça: Em tempos escrevi-lhe para lhe pedir informações acerca do macaco kon
(babuíno) da Guiné-Bissau. Acabei de publicar um artigo cientifico de revisão e em português acerca do trabalho que foi realizado no âmbito da minha investigação na Guiné-Bissau
que gostaria que partilhasse no seu blogue. Dada a ajuda de partilha de informações que recebi em 2009 de si e dos bloguistas, creio ser interessante saberem do seguimento da investigação que se iniciava naquele ano.

Com votos de um excelente ano de 2022 e os meus melhores cumprimentos,

Joana Silva

PS: para aceder ao artigo, por favor siga o link que envio abaixo. O artigo chama-se Artigo de investigação [pp. 75-105] Os babuínos da Guiné (Papio papio) na Guiné-Bissau: Uma revisão bibliográfica para a conservação da espécie
http://sintidus.blogspot.com/p/numero-4.html
__________

Nota do editor:

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18078: (De) Caras (101): Geraldino Marques Contino, ex-1º cabo op cripto, da CART 1743, ex-prisioneiro de guerra, aqui à conversa com outro camarada do seu tempo, com quem chegou a trabalhar no centro cripto de Tite, o Raul Pica Sinos (CCS / BART 1914, Tite, 1967/69)


S/l > s/d > O Geraldino Marques Contino, à esquerda, com os seus dois filhos, e a esposa Luísa, presumivelmente em férias.


S/l  [Ovar ?] > s/ d [2009 ?] > O Geraldino Marques Contino... Ja há dez anos atrás, o nosso grã-tabanqueiro Henrique Matos perguntava o que era feito destes homens, nossos camaradas, que foram  capa da revista do Expresso, nº 1309, de 29 de novembro de 1997

Fotos (e legendas: © Raul Pica Sinos (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Ainda Bissássema, em conversa com o Contino  

por  Raul Pica Sinos [ex-1º cabo op cripto, CCS/BART 1914, Tite, abril de 1967 / março de 1969; vive em Almada] [foto à esquerda]

[texto redigido em abril de 2009 / revisto em novembro de 2013;
editado por Leandro Guedes > Blogue do BART 1914. Tite, Guiné-Bissau > 17 de novembro de 2013 > Ainda Bissássema, na conversa com o Contino

[Reproduzido aqui com a devida vénia: trata-se de um depoimento excecional, permitindo-nos completar o conhecimento dos factos relacionados com a captura e a condição de prisioneiro de guerra do nosso camarada Geraldino Marques Contino, ex-1º cabo op cripto, da CART 1743, adida ao BART 1914, Tite, 1967/69;  sobre o assunto publicámos recentemente um interessante trabalho do nosso colaborador permanente Jorge Araújo (*);.

Tanto o Geraldino Marques Contino como o Raul Pica Sinos, ficam desde já convidados para nos darem a honra de se sentarem à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande; temos  ainda  poucas referências  tanto ao BART 1914 como à CART 1743.

Sobre a "batalha de Bissássema" o Raul Pica Sinos tem diversos postes publicados no blogue do BART 1914. Recorde-se que na noite de 3 de fevereiro de 1968:

(i) desapareceram em combate o fur mil Manuel Nunes Reis Cardoso, do Pel Mort 1208, e o soldado Milícia Manga Colubali, da CMIL 7;

(ii) foram capturados pelo IN três militares da CART 1743: alf mil António Júlio Rosa; 1º. cabo op cripto Geraldino Marques Contino; e sold Victor Manuel Jesus Capítulo.

O blogue do BART 1914, que existe desde 2008, é mantido por 3 antigos operadores cripto, se não erro, o Leandro Guedes, o Pica Sinos e o José Justo; aqui fica também o nosso reconhecimento público pelo extraordinário trabalho que estes camaradas do BART 1914 estão a fazer, recolhendo e partilhando memórias da sua unidade e subunidades adidas.

Estes camaradas estão também ativos no Facebook.]


... AS MÃES SÃO IGUAIS EM TODO O MUNDO... 

Na pequena, mas importante, vila do concelho de Almada que, dá pelo nome de Trafaria, localizada na margem esquerda do rio Tejo, a cerca de 3 quilómetros da foz, vila onde estava situado o antigo quartel do BRT (Batalhão de Reconhecimento das Transmissões) que incorporava o Centro de Informações e Segurança Militar com vistas à formação, entre outras, da especialidade em Operadores de Cripto, especialidade comum à época aos protagonistas deste apontamento, foi o local escolhido para o almoço/encontro de confraternização entre a minha pessoa (entre outros) e o ex-1.º Cabo Geraldino Marques Contino.

Há anos que procurava este acontecimento, não só para matar saudades, mas também para satisfazer curiosidades não só da minha pessoa, como de muitos que viveram o drama, aquando da captura do entrevistado em Bissássema, na região de Tite, em Guiné-Bissau,  e nas prisões em Conacry. (**)

Recordo-me, em Tite, no Centro de Cripto, nos dias que trabalhei com o nosso convidado, era comum vê-lo transportar um livro debaixo do braço. Nos pequenos momentos de descanso, não deixava escapar duas ou três linhas de leitura. 

Havia dias que também gostava, como os demais, de se vestir de forma despreocupada. Ainda hoje confessa que não sabe a razão porque foi “brindado”, pelo ex-capitão miliciano Paraíso Pinto, com 5 dias de detenção, justificados porque… o chapéu de palha e os sapatos de pala que trajava (naquele dia), não conjugavam com o trono nu e com os calções do fardamento...

O ponto “quente” da nossa longa conversa, foi a sua captura e a dos demais 2 companheiros (o Rosa e o Capitulo), em 2 de Fevereiro de 1968, na operação que, dava, creio, pelo nome de “Velha Guarda”.

A Companhia de Artilharia [CART] 1743 a que pertenciam, encetou a operação, em 31 de Janeiro de 1968, integrando num dos 3 destacamentos constituídos (um deles elementos da CCS), uma Companhia de Milícias. O objectivo, era, na região de Bissássema, banhada pelo rio Geba, (na sua frente a cidade de Bissau), aniquilar o IN, anulando o constante saque do arroz e, o recrutamento dos jovens e das mulheres. Os primeiros para ingresso nas suas fileiras e as segundas para servirem de carregadoras e cozinheiras dos produtos pilhados. Consequentemente fixar elementos das NT na zona, não só com vistas a proteger as populações, como conservá-las afectas.

Segundo conta o Contino, 2 dias após a chegada ao terreno, pouco minutos a faltarem para a meia-noite, mais precisamente no dia 2 de Fevereiro de 1968, (sexta-feira), um numeroso grupo IN, investiu em direcção ao extenso e mal programado perímetro das nossas tropas, pelo lado do pelotão das milícias. Estes não aguentando o ímpeto do ataque, acabaram por abandonar os seus postos, permitindo abrir brechas na defesa do terreno e possibilitar o cerco ao improvisado posto de comando.

A confusão surpreende as NT e, permite a captura dos europeus [o Geraldino Marques Contino, o António Rosa e o Vitor Capítulo]

Acrescenta o meu convidado:
…nem mesmo a sua tentativa de se esconder de entre a manada das vacas resultou…

Foram longos os dias e a distância efectuada a pé pelo mato.

Quando pelas tabancas passavam para descansarem ou pernoitarem, eram sempre bem recebidos, em especial pelas “mulheres grandes” e mães, que, ao vê-los feitos prisioneiros, não deixaram de lançar o seu olhar misericordioso e de grande lamento, imaginando como seria o sofrimento das mães brancas ao saberem que os seus filhos foram feitos prisioneiros.

…"As mães são iguais em todo o mundo!", remata o camarada.

Julgo, conhecendo-o como o conheci no seu pequeno período de permanência em Tite, a sua forma de estar, era de atitude ou algo diferente na resposta à recepção dos naturais guineenses. Homem habituado aos usos e costumes africanos, onde, desde os 3 anos de idade até aos 17 anos, viveu na cidade de Luanda, em Angola, razão pela qual não se fez rogado em aceitar, por uma ou outra vez, dançar e mesmo consentir o cumprimento dispensado por algumas bajudas (, mulheres em idade de casamento).

Conclui, dizendo que até à fronteira de Conacry  foi sempre, como os seus camaradas, muito bem tratado, em especial pelo seu captor.

Os inimigos nunca souberam das suas especialidades e patentes, inclusive teve o cuidado, durante a “viagem”, sem disso se aperceberem [os seus captores], de comer o pequeno livro de cifra que na ocasião transportava.

Já em Conacry, na prisão estatal, tomava as refeições, como os demais, no refeitório, na presença dos elementos da direcção do PAIGC. Diferente quando mudado para a prisão de prisioneiros de guerra e políticos. Aqui as refeições não primavam pela qualidade, mas comiam exactamente o mesmo que os seus carcereiros.

De tempos a tempos … lá vinha uma manga ou uma papaia… Ofertas de agradecimento dos guardas carcereiros que, sendo analfabetos, lhes pediam para escrever as cartas às famílias e ou suas namoradas.

De resto a maior parte do tempo era passado a jogar às cartas, com baralhos construídos por si, em aproveitamento do papel de que eram feitas as pequenas caixas de fósforos.

O Contino, depois de 30 anos de trabalho, como quadro superior na TAP, já está reformado.

[Revisão / fixação de texto / negritos e realce a amarelo:  o editor do Blogue Luís Graça & Caramadas da Guiné, com um alfabravo fraterno ao Contino e ao Pica Sinos]
______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de  11 dezembro de 2017 >  Guiné 61/74 - P18076: (D)o outro lado do combate (15): A Igreja Católica na vida dos prisioneiros de guerra: o caso do Geraldino Marques Contino, 1º cabo op cripto, CART 1743, Tite, 1967/69 - II (e última) Parte (Jorge Araújo)

(**) Último poste da série > 30 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18030: (De)Caras (101): J. Casimiro Carvalho, ex-fur mil op esp, CCAV 8530 (Guileje, 1972/73) e a "patrulha fantasma", massacrada em Gadamael, em 4/6/1973

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18076: (D)o outro lado do combate (15): A Igreja Católica na vida dos prisioneiros de guerra: o caso do Geraldino Marques Contino, 1º cabo op cripto, CART 1743, Tite, 1967/69 - II (e última) Parte (Jorge Araújo)


Infogravura nº 1: itinerário (a verde) utilizado em território da Guiné-Conacri pelos três militares da CART 1743,  feitos prisioneiros pelo PAIGC, em 3 de Fevereiro de 1968, na Tabanca de Bissássema: o António Rosa, o Vítor Capítulo e o Geraldino Contino.


Guiné > Região de Quínara > Bissássema > Local onde foram aprisionados, em 3 de Fevereiro de 1968, os três militares da CART 1743 (Tite, 1967/69): o António Rosa, o Vítor Capítulo e o Geraldino Contino.

A amarelo e laranja, o percurso realizado pelo trio de prisioneiros evadidos em 3 de Março de 1969 do Forte de Kindia: o António Rosa, o António Lobato e o José Vaz. Seis dias depois foram recapturados e reconduzidos para a prisão de Conacri.

[Infogravura adaptada, retirada do sítio  «http://ultramar.terraweb.biz/06livros_AntonioLobato.htm», com a devida vénia].



1.  INTRODUÇÃO 

A primeira parte deste pequeno trabalho de investigação, partilhada recentemente neste espaço colectivo (*), inicia-se com as consequências do ataque à Tabanca de Bissássema, situada nos arredores de Tite, em 3 de Fevereiro de 1968, que antes já tinha sido uma base IN. 

Guião da CART 1743 (1967/69),
"Os Diabos"
Do ataque da madrugada desse dia, sábado, resultou terem ficado prisioneiros de guerra três militares de um Gr Comb da CART 1743 (1967/69), «Os Diabos», que tinha recebido a missão de aí se instalar e onde decorria já a construção de abrigos enquadrados na organização do seu sistema de defesa.

Corolário desse ataque continuado, intercalado entre maior e menor intensidade, alguns guerrilheiros entraram no aquartelamento, lançando granadas e apanhando à mão o António Rosa, o Victor Capítulo e o Geraldino Contino, os quais foram levados para território da Guiné-Conacri. 

Primeiro atravessando a pé o corredor de Guileje (cerca de 200 km em 6 dias),  seguindo depois até Boké em viatura. Aí chegam à fala com Nino Vieira (1939-2009), e depois dirigem-se a Conacri onde são recebidos por Amílcar Cabral (1924-1973).  Segue-se nova viagem até à “Casa Forte de Kindia”.

Treze meses depois, em 3 de Março de 1969, António Rosa com mais dois prisioneiros de guerra, António Lobato e José Vaz, levam à prática um plano de fuga pensado entre si, sendo recapturados ao fim de seis dias. Na sequência dessa evasão mal sucedida foram transferidos para um novo cativeiro em Conacri [vidé P2095 e P7929]. [Infogravura nº 1, reproduzida acima[,

Após o diálogo estabelecido com os três militares da CART 1743, em Conacri, Amílcar Cabral dá conta em comunicado escrito em francês, datado de 19 de Fevereiro de 1968, da identificação destes novos prisioneiros de guerra.

Exactamente seis meses depois do episódio da Tabanca de Bissássema, ou seja, em 3 de Agosto de 1968, Amílcar Cabral faz aos microfones da «Rádio Libertação», a sua emissora, nova referência aos prisioneiros de guerra do PAIGC. Por deferência deste, as palavras do seu secretário-geral foram gravadas em fita magnética, bem como as declarações de oito militares portugueses feitos prisioneiros nos primeiros seis meses desse ano, e retransmitidas em Argel, na rádio «A Voz da Liberdade», emissora da FPLN/Portugal [Frente Patriótica de Libertação Nacional]. O conjunto desses oito depoimentos foram editados no Caderno 1, da responsabilidade da FPLN, com o título “falam os portugueses prisioneiros de guerra” [vidé P16172]. [Infogravura nº 2]



Infogravura nº 2

Citação:

(1968), "Guiné 1 - Falam os portugueses prisioneiros de guerra", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_84394 (2017-10-30)


Nesse caderno 1, na página 20, encontrámos os testemunhos de Geraldino Marques Contino, com respostas dadas a sete perguntas, conforme se reproduz abaixo. De relevar que das sete perguntas duas estão relacionadas com a comunicação com a família, depreendendo-se que seria para lhes dar conta da sua [nova] situação. Por exemplo, a 4.ª, “Você já escreveu à sua família)”; R: “Escrever ainda não escrevi, mas escreverei brevemente”; e a última, “Você vai escrever-lhes [aos pais]?”; R: Vou escrever-lhes, naturalmente”. Como se pode observar, o seu apelido está mal escrito [Contino e n não Coutinho}. [Infogravura nº 3]



Infogravura nº 3


Fonte: Casa Comum; Fundação Mário Soares.
Pasta: 04309.007.011.
Título: Guiné 1 - Falam os portugueses prisioneiros de guerra.
Assunto: Editado pela FPLN/Portugal, em Alger, exemplar 1 de publicação com declarações dos militares portugueses feitos prisioneiros pelo PAIGC. Pretende-se dar conhecimento da verdade às famílias, ao mesmo tempo que se acusa o governo português de os referir como desaparecidos (militares das incorporações de 1966). Este número inclui transcrição de uma comunicação de Amílcar Cabral, Secretário-Geral do PAIGC, aos microfones de “A Voz da Liberdade”, dirigida aos prisioneiros portugueses, no dia 3 de Agosto de 1968, com a promessa de fornecer em breve fitas magnéticas com testemunhos dos prisioneiros, bem como o tratamento que lhes é dado, quando feridos e ligação com a Cruz Vermelha Internacional, para o seu repatriamento para junto das suas famílias.
Data: 1968. Observações: Declarações gravadas em fita magnética e difundidas pela Rádio Libertação, pelo PAIGC, que autorizou retransmissão pela emissora da FPLN, a Voz da Liberdade. Fundo: Arquivo Mário Pinto de Andrade.
Tipo Documental: Documentos

[com a devida vénia].

Neste contexto, não é possível confirmar o que quer que seja quanto ao envio de “notícias para a metrópole”, como então se dizia. Só o próprio nos pode/poderá fazê-lo. Certamente que não foi nada fácil dizê-lo, e a existir algum atraso, ele seria perfeitamente compreensível, por necessidade de encontrar as palavras acertadas e estabelecer um fio condutor que não provocasse danos, nos dois sentidos. Por um lado aos destinatários, que nada sabiam acerca da nova realidade, por outro ao próprio remetente que estava “obrigado” e/ou “comprometido” em dizer-lhes a verdade. Mas, ao pensar referi-la, é aceitável que se tenha questionado, muitas vezes, sobre as consequências que esta notícia teria no seu seio? Como é que ela seria recebida? Aumentando a angústia e a dor nos seus pares ou desenvolvendo esforços no sentido de encontrar canais de comunicação alternativos? Provavelmente ambas as situações.


2. A IGREJA NA VIDA DOS PRISIONEIROS DE GUERRA (II) - O CASO DE GERALDINO MARQUES CONTINO


Geraldino Marques Contino, o ex-1.º Cabo Op.Crpt da CART 1743, feito prisioneiro naquele sábado, dia 3 de Fevereiro de 1968, na tabanca de Bissássema, certamente que passou pelas mesmas emoções, angústias, privações e sofrimentos relatados pelos seus camaradas de infortúnio, o António Rosa e o Victor Capítulo, desde que foi capturado, depois na prisão de Kindia, onde cinco dias após aí ter dado entrada completou o seu 23º aniversário (em 15 de Fevereiro) e, por último, na de Conacri.

Como referimos anteriormente, foi na busca de informações sobre a sua vida em cativeiro que tomámos em mãos essa tarefa, existindo uma só fonte onde poderíamos obtê-las, isto é «Do outro lado do combate». E a consulta recaiu, uma vez mais, no espólio da Casa Comum – Fundação Mário Soares, onde encontramos várias referências, umas já publicitadas acima, outras relacionadas com a troca de correspondência entre os responsáveis da Igreja Católica e Amílcar Cabral, na qualidade de secretário-geral do PAIGC.

E a causa/efeito para esse contacto nasce da falta de notícias do Geraldino Contino, o qual deixou de escrever aos seus familiares, em particular para os seus pais, depois do mês de Janeiro de 1970, muito provavelmente por volta do dia em que completava o seu 25º aniversário (o 3.º em cativeiro), data considerada para si e para os seus de muito importante. A ausência de liberdade, o permanente controlo dos seus movimentos, e a cada vez menor motivação para a escrita, levaram-no a cortar com o mundo exterior. Será que foi isso que aconteceu? Ou terão as cartas, também elas, ficado retidas/ prisioneiras?

Uma vez que a ausência de notícias se manteve durante alguns meses, os pais do Geraldino Contino tomam a iniciativa de escrever para o Vaticano, dando conta a Sua Santidade o Papa Paulo VI (1897-1978) da sua angústia por desconhecimento do destino do seu filho, feito prisioneiro pelo PAIGC. O Santo-Padre interessa-se por este caso e remete, em 10 de Setembro de 1970, uma carta dirigida ao Arcebispo de Conacri, Raymond-Marie Tchidimbo (1920-2011), solicitando informações concretas sobre a situação desse jovem militar. Este religioso, por sua vez, cumprindo o superior desejo de Paulo VI, escreve em 16 do mesmo mês uma nova missiva de teor semelhante, enviando-a ao cuidado de Amílcar Cabral, na qualidade de secretário-geral.

Recorda-se que estas duas cartas, escritas em francês, constam da Parte I. (*)

A este contacto formal do Arcebispo de Conacri, Raymond-Marie Tchidimbo, seguiu-se a resposta pronta de Amílcar Cabral, com data de 17 de Setembro, cujo conteúdo daremos a conhecer de seguida, a tradução e o original em francês, por esta ordem.

Tradução [de Jorge Araújo]:

Conacri, 17 de Setembro de 1970

Sua Excelência Monsenhor Raymond-Marie Tchidimbo, Arcebispo de Conacri Monsenhor,
Tenho a honra de acusar a recepção da vossa carta de 16 de Setembro, pela qual teve a gentileza de pedir para o pôr ao corrente sobre o conteúdo de uma carta remetida pela Secretaria de Estado da Cidade do Vaticano, por intermédio de Sua Excelência Monsenhor BENELLI, substituto desse mesmo Ministério.

A direcção nacional do nosso Partido está honrada de poder dar as seguintes informações acerca do prisioneiro de guerra Geraldino Marques Contino de acordo com o interesse de Sua Santidade o Papa Paulo VI.

- Nome: Geraldino Marques Contino
- Filho de Armando Contino e de Olinda Marques
- Nasceu em 15 de Fevereiro de 1945 em Envendos [Mação, Santarém]
- Profissão: estudante
- Situação na arma colonial: 1.º Cabo – RAL5
- N.º mecanográfico: 093526/66
- Feito prisioneiro em 3 de Fevereiro de 1968 em Bissássema (Frente Sul) a 17 quilómetros de Bissau, a capital.

O prisioneiro encontra-se bem, tanto física como moralmente. De acordo com os princípios humanitários da nossa luta, do respeito pela pessoa humana e de nunca confundir colonialismo português e povo de Portugal ou cidadãos portugueses, o melhor tratamento é concedido a este prisioneiro como a todos os outros. Toda a sua correspondência é enviada, no tempo, para o seu destinatário. É possível que o Governo português por necessidade da sua propaganda contra a nossa luta legítima, não quer que as famílias dos prisioneiros sejam informadas da situação na qual se encontram os seus filhos, cônjuges e irmãos.

A carta anexa, escrita pela mão do prisioneiro, e endereçada a seus pais, informará melhor que nós sobre a sua situação, a sua saúde e o seu estado de espírito.

À vossa inteira disposição para todas as informações úteis, por favor aceite, Monsenhor, a expressão dos nossos sentimentos de respeito e fraternal amizade.

Pel’ O Secretariado Político do PAIGC
Amílcar Cabral, Secretário-Geral



Citação:
(1970), Sem Título, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_39285 (2017-10-30)

Na volta do correio, o Arcebispo de Conacri, Raymond-Marie Tchidimbo, acusa a recepção das informações enviadas por Amílcar Cabral, em nova carta datada de 19 de Setembro, nos seguintes termos (primeiro a tradução, depois o original constituído por duas folhas dactilografas):

Tradução [de Jorge Araújo]

Senhor Amílcar Cabral
Secretário-Geral do PAIGC
Conacri

Deixe-me dizer obrigado – um obrigado muito simples mas não menos sincero – pela recepção dispensada à minha carta de 16 de Setembro e a resposta, tão rápida e atenciosa, que se dignou trazer.
Gostaria de ser gentil o suficiente por ter sido o interlocutor junto do Secretariado Político do PAIGC para o qual registo aqui a expressão da minha gratidão.

O SANTO-PADRE será em breve informado, por intermédio de Sua Excelência Monsenhor Substituto da Secretaria de Estado da Cidade do Vaticano, - Monsenhor BENELLI – do conteúdo da sua carta; ao mesmo tempo que será transmitida a relação de Geraldino Marques Contino a seus pais.
O seu gesto, Senhor Secretário-Geral, marca uma etapa decisiva da vossa luta para conseguir, finalmente, libertar a sua Pátria de toda a dominação; o Vaticano, singularmente atento às actividades dos Movimentos de Libertação do mundo inteiro, não vai deixar de apreciar o verdadeiro valor das intenções e dos esforços do PAIGC.

Queira aceitar, Senhor Secretário-Geral, com os meus agradecimentos repetidos, a expressão do meu bem fraterno e respeitosa amizade.

Conacri, 19 de Setembro de 1970
Raymond-Marie TCHIDIMBO,
Arcebispo de Conacri




Citação:
(1970), Sem Título, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_39286 (2017-10-30)

Fonte: Casa Comum; Fundação Mário Soares.
Pasta: 07069.111.023.
Assunto: Agradece a resposta à sua carta, em que dá conta da situação do prisioneiro de guerra Geraldino Marques Contino.
Remetente: Monsenhor Raymond-Marie Tchidimbo, Arcebispo de Conacri.
Destinatário: Amílcar Cabral, Secretário-Geral do PAIGC.
Data: Sábado, 19 de Setembro de 1970.
Observações: Doc. Incluído no dossier intitulado Relações com a Guiné-Conacri / Senegal 1960-1970.
Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral.
Tipo Documental: Correspondência.

[com a devida vénia]

Depois desta data nada mais foi encontrado relacionado com este tema. Desconhece-se, por isso, as consequências destes contactos. O que se sabe é que passados dois meses, naquele domingo, 22 de Novembro de 1970, Geraldino Marques Contino e os restantes vinte e quatro militares portugueses, prisioneiros de guerra em Conacri, às ordens do PAIGC, são libertados na sequência da «Operação Mar Verde», planeada e conduzida pelo Comandante Alpoim Calvão (1937-2014) [vidé postes P3244 e P1967].

Vinte e sete anos depois, numa iniciativa do semanário «Expresso», foi possível reunir em Lisboa, dezasseis desses prisioneiros. Na capa da «Revista do Expresso, n.º 1.309, de 29 de Novembro de 1997, é possível identificar, com a seta amarela, o Geraldino Marques Contino, camarada que esteve no centro deste trabalho de pesquisa [Infogravura nº 4]. O texto da reportagem é da autoria do jornalista José Manuel Saraiva.


Infogravura nº 4


Foto do Geraldino Marques Contino, publicada na Revista do Expresso n.º 1309, de 29 de Novembro de 1997, com a devida vénia.

A escassos dias de completar quarenta e sete anos, em que reconquistaram a liberdade na sequência da audaz «Operação Mar Verde» [Guiné-Conacri, 22 de Novembro de 1970], e a vinte anos da primeira reunião pública em grupo, em Lisboa, por iniciativa do Expresso, este trabalho é, também, a minha homenagem a todos eles, uma aprendizagem pessoal e, ainda, uma lembrança pelas duas efemérides.

Por último, recupero as declarações proferidas à RTP, em 1995, pelo então Presidente da República da Guiné-Conacri, Lansana Conté (1934-2008), elogiando a invasão do seu país pelos portugueses, “vendo-a como uma oportunidade perdida de libertar o país do jugo de [Ahmed] Sékou Touré [1922-1984]. E disse que os militares portugueses fizeram aquilo que é um desejo natural das Forças Armadas de qualquer país: libertar os seus prisioneiros de guerra” [Fórum Armada - página não-oficial da Marinha de Guerra Portuguesa - http://archive.is/CNcHE], com a devida vénia.
Obrigado pela atenção.

Com um forte abraço de amizade… e muita saúde.
Jorge Araújo.
8NOV2017
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Nota do editor:

Último poste da série >  30 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18027: (D)o outro lado do combate (14): A Igreja Católica na vida dos prisioneiros de guerra: o caso do Geraldino Marques Contino, 1º cabo op cripto, CART 1743, Tite, 1967/69 - Parte I (Jorge Araújo)

sexta-feira, 11 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7929: Notas de leitura (216): Grande Reportagem, nº de Dezembro de 1993: Desaparecidos em combate, os portugueses que não voltaram da guerra: o caso do Victor Capítulo, da CART 1743, Tite, 3 de Fevereiro de 1968 (Mário Beja Santos)


1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 9 de Março de 2011:


Queridos amigos,

Nas minhas arrumações, encontrei este número da revista Grande Reportagem, tanto quanto me ocorre daquilo que leio diariamente no blogue ainda não se falou desta reportagem e da história do nosso camarada Vitor Capítulo (*), um dos libertados da operação Mar Verde.

Um abraço do  Mário

2. Do lado de cá, julgaram-no morto

por Beja Santos 

A revista Grande Reportagem, no número de Dezembro de 1993 tinha uma capa bem expressiva:
“Desaparecidos em combate, os portugueses que não voltaram da guerra”.

O texto era assinado por Fernanda Pratas, assim apresentado:

“Ficar sem um filho na guerra é uma mágoa que não se pode dizer. Muito menos em números, o mais absurdo dos instrumentos para traduzir a tortura de uma ausência forçada. Mas não é de paixões da alma que tratam as instituições. Para as Forças Armadas portuguesas, há um balanço da guerra colonial: 13 anos de campanhas de África, 8807 mortos, 30 000 deficientes. Os restantes 800 000 voltaram vivos e bem de saúde. Tudo resolvido, portanto. De uns, resta encomendar a alma e oferecer medalhas póstumas às crianças, a lembrar que o pai foi herói ao serviço da Nação. Aos estropiados, ajudas financeiras, a assistência do costume. E os outros? Quais outros? Desaparecidos? Isso não há, garantem. Dos nossos, ninguém ficou sem destino. Muitas famílias nunca viram os seus mortos, não têm mesmo a certeza se morreram. Mas que importa?”.

E sucedem-se algumas histórias. António Dias Neto, primeiro grumete da Armada, da Companhia de Fuzileiros nº 7, desapareceu no Rio Zaire. Não deram com o corpo, nem o dele nem o de dois companheiros. Comunica-se à família enlutada, aliás já em decomposição, os pais vão morrer poucos anos depois. Resta Edite, a irmã. Ainda se lutou pela pensão de sangue, os pais dependiam daquele rapaz de 23 anos. A namorada do desaparecido casou.

Desaparecido é sempre uma situação incómoda: prisioneiros, perdidos, desertores e mais algumas situações exóticas. A lógica militar é bastante linear ou quase: da guerra só resultam sobreviventes e cadáveres. Lidar com a situação de um desaparecido é bastante incómodo, nada comparável com um morto em combate ou um morto por acidente.

O escritor João de Melo, que foi Furriel Enfermeiro entre 1971 e 1973, refere-se a uma missão bem espinhosa que coube à sua Unidade: recuperar o corpo de um homem morto uns sete anos antes, enterrado no mato pelos colegas:

“Havia cartas militares com o lugar assinalado, mas a operação era para durar três dias e durou oito. Andámos perdidos, já sem ração de combate. Depois, lá descobrimos umas marcas em árvores, umas pedras no chão, era como que uma caça ao tesouro. Ao longe, víamos o Zaire e os movimentos da FNLA. Desenterrámos então um monte de ossos, sem botas nem roupas, só os ossos. Trouxemo-los para o nosso aquartelamento em sacos de tenda, lavámo-los e foram metidos dentro de uma urna selada, para a família. Esses casos não eram frequentes, normalmente não se deixavam os cadáveres no mato”.

A reportagem prossegue com o desaparecimento do Capitão Piloto-aviador Hugo Assunção Ventura, desaparecido sobre o rio Rovuma. Houve um patrulhamento no rio Rovuma, o T6 desapareceu, conforme depoimento do Furriel Semedo. Um mês depois do desaparecimento, veio da capital da Tanzânia a notícia de um avião encontrado junto ao rio. Em Fevereiro de 1976, chegou ao aeroporto da Portela uma caixa com o que restaria do cadáver: uma bota, uns ossos indistintos, bocados de tecido da farda e do lenço habitual dos pilotos. Sem crânio, não era possível determinar a identidade.





Victor Capítulo, o desaparecido que voltou

E estamos chegados à história de Victor Manuel de Jesus Capítulo, na altura da reportagem com 48 anos. Cá, foi dado como morto, mas voltou e deslumbrou a família. Antes da tropa era pescador em Sesimbra. Em 1967 viajou no barco Timor até à Guiné. Foi colocado na região de Tite [, na CART 1743]. A sua vida mudou na noite de 3 de Fevereiro de 1968, o seu quartel foi atacado, o Victor não se apercebeu do que estava a acontecer, apareceu-lhe pela frente um guerrilheiro que apontou uma arma aos três militares que estavam junto do aparelho da rádio (ele, o Operador de Cripto e o Comandante do Pelotão) cumprimentou-os e levou-os.

Depois de uma longa viagem foi levado para uma prisão em Kíndia, depois para Conacri, será aqui que Victor Capítulo irá conhecer o então Sargento Piloto-aviador Lobato. Serão todos libertados na Operação Mar Verde. Um oficial foi entregá-lo à família a Sesimbra. A reportagem mostra o Victor Capítulo na Guiné e agora (1993) em Sesimbra. À data da reportagem, o Victor dormia mal e precisava de acompanhamento médico. Não é fácil lidar com uma captura, ser interrogado, não saber o dia de amanhã. O Victor foi aquele desaparecido em combate que voltou e quebrou com uma mágoa que não se podia dizer.

Este número da revista Grande Reportagem passa a pertencer ao blogue. (**)
____________

Notas de CV:

(*) A captura do Victor e demais camaradas (António Júlio Rosa e  Geraldino Marques Contino)  já aqui foi objecto de "tratamento bloguístico", sob o poste de 12 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2095: PAIGC - Propaganda (3): A guerra dos números (A. Marques Lopes / António Pimentel)

(...) Excerto da notícia da captura do António Júlio Rosa e de mais 2 dos seus camaradas (Jornal Libertação, Fevereiro de 1968, página 3):

(…) Na área de Quínara (Frente Sul), no dia 3 de Fevereiro [de 1968], no decurso de um ataque a uma unidade colonialista que se instalara na tabanca de Bissássema, as nossas forças, comandadas pelos camaradas Fokna Na Santchu e Mamadu Mané, fizeram prisioneiros os seguintes militares portugueses: alferes miliciano de infantaria António Júlio Rosa, 1º cabo nº 093526/66, Geraldino Marques Contino, o soldado nº 034660/66, Victor Manuel de Jesus Capítulo, todos da companhia 1743, estacionada em Tite.

Nesta acção foram ainda postos fora de combate 16 soldados colonialistas. O restante da tropa inimiga fugiu para o campo fortificado de Tite, abandonando no terreno uma importante quantidade de material, entre os quais se contam 6 rádios de campanha de fabricação britânica.

De acordo com as normas do Partido, estes novos prisioneiros portugueses receberão o tratamento humano que lhes é garantido pelas convenções internacionais (...).



(**) Vd. último poste da série de 10 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7920: Notas de leitura (215): Jardim Botânico, de Luís Naves (2) (Mário Beja Santos)

terça-feira, 7 de abril de 2009

Guiné 63/74 - P4152: Convívios (106): 20.º Convívio da CCS/BART 1914, CART 1743, Pel Mort 1208 e Pel Daimler, Tite - 1967/69 (José Costa)

1. Mensagem de José Costa (*), ex-1.º Cabo Op de Mensagens da CCS/BART 1914, Tite, 1967/69, com data de 4 de Abril de 2009:

Assunto: 20.º CONVÍVIO DA CCS BART1914

Amigos,
gostaria que repassassem através dos vossos contactos, a notícia do 20.º Convívio da CCS do BART 1914 e da CART 1743, PELOTÃO DE MORTEIROS 1208 E PELOTÃO DAIMLER que estiveram sediados em TITE - GUINÉ de 1967 a 1969.

O convívio realiza-se em OVAR a 23 de Maio p.f. e o organizador:
JOSÉ COSTA
telem. 964 013 329


Quem estiver interessado em participar, só tem de confirmar até 17 de Maio p.f.

Um abraço
José Costa

MOBILIZAÇÃO GERAL

O Comando da CCS do BART 1914 sediado provisoriamente em OVAR, comunica a todos os ex-militares deste Batalhão, bem como a todos os camaradas que estiveram em TITE, GUINÉ-BISSAU de 1967 a 1969 a comparecerem no dia 23 de Maio próximo, para um fraterno e são convívio, que terá lugar num Restaurante desta cidade de Ovar. Convite extensivo a toda a família e amigos.

Ordem dos trabalhos:

20º CONVÍVIO EM OVAR
40º ANIVERSÁRIO DO NOSSO REGRESSO
RENOVAR OS LAÇOS DE AMIZADE QUE CONTA MAIS DE 40 ANOS!
RECEBER E ACARINHAR AQUELES QUE POR VÁRIOS MOTIVOS NUNCA PODERAM ESTAR PRESENTES
TRAGAM AS VOSSAS FOTOS TIRADAS EM TITE

Recepção e local de concentração:

Pelas: 10;30 JARDIM DOS CAMPOS (Junto ao busto do escritor JÚLIO DINIS)

13;00 RESTAURANTE “A GARRAFEIRA”

Ficas desde já mobilizado para confirmares a tua presença e de quantas pessoas te acompanham impreterivelmente até ao dia; 17 de Maio.

Contacto:

José Pinho da Costa
Rua Tenente-Coronel Camossa, 177
3880-100 OVAR
Telefones Móbil: 964 013 329 ou 256 572 053 ou 256 572 881
e-Mail: jpcovr@sapo.pt

Obs: A fim de facilitar e evitar fila na hora do almoço, podem pagar antecipadamente 18,50 Euros por cada pessoa. Enviar cheque ou vale de correio, para morada acima.


OVAR
CHEGAR E FICAR


Ovar, situa-se a cerca de 35Km das cidades do Porto e de Aveiro, no extremo norte da Ria de Aveiro.

Para chegar até Ovar, poderás fazê-lo através de uma das inúmeras circulações dos Caminhos de Ferro (consulta as tabela dos horários) com paragem em: OVAR. Aqui chegados, podes fazer o percurso até ao Jardim dos Campos, +- 10 minutos a pé.

Caso venhas de carro do Sul pela A1, sai para ESTARREJA e entra na A29 e sai em: OVAR SUL. Segue sempre em frente para Ovar/Furadouro/Hospital até aos Bombeiros V. de Ovar, vira à direita (Centro) até ao JARDIM dos CAMPOS ou JARDIM as ROSAS +- 200 mts.

Caso venhas do Norte, pela A29, sai em OVAR NORTE. Segue as rotundas. Na 4 Rotunda (estátuas em mármore) Contorna e segue para Ovar Centro. Vira à direita no semáforo. Procura seguir a pista do Hospital, segue em frente até aparecer outro semáforo (em frente fica os Bombeiros) Vira à esquerda, (Centro) o Jardim dos Campos ou Jardim das Rosas fica +- a 200 mtos.

Ainda podes chegar aqui através da EN109 e seguindo as indicações já descritas em cima.

Podes estacionar a viatura no parque do restaurante e seguir a pé até ao jardim logo abaixo uns 200 mts.


ONDE PERNOITAR

AQUA HOTEL Telf. 256 575 106 em OVAR
HOTEL MEIA-LUA Telf. 256 581 060 em OVAR
POUSADA DA JUVENTUDE Telf. 256 591 832 em OVAR
ESTALAGEM RIABELA Telf. 234 838 137 em TORREIRA estrada da Ria
INATEL telf. 256 372 048/9 em STA. MARIA DA FEIRA
PENSÃO RESIDENCIAL LOIOS Telf. 256 379 570 em STA. MARIA DA FEIRA
NOVA CRUZ HOTEL Telf. 256 371 400 em STA.MARIA FEIRA (100 m portagem AE1 saída para S.M. da FEIRA)


ALMOÇO CONVÍVIO - OVAR 23 DE MAIO DE 2009
BATALHÃO DE ARTILHARIA 1914
TITE - GUINÉ 1967/67

EMENTA


Entradas - Rissóis, Croquetes e Bolinhos de Bacalhau
Sopa de Legumes
Cozido à Portuguesa
Vinho Verde e Maduro da Casa, Cerveja, Sumos e Águas
Salada de Frutas, Pudim Molotof e Bolo do Batalhão
Café, Digestivos e Espumante

Preço por pessoa... 18,50 Euros
Crianças até 10 anos pagam 50%

RESTAURANTE GARRAFEIRA
Telef 256 574 118
Fax 256 574 400
__________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 23 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3348: Tabanca Grande (93): José Pinho da Costa, ex-1.º Cabo Op Mensagens da CCS/BART 1914, Guiné, 1967/69

Vd. último poste da série de 1 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4120: Convívios (104): Pessoal de Bambadinca 1969/71: BCAÇ 2852, CCAÇ 12, Pel Caç Nat 52, 54 e 63... Castro Daire, 30/5/2009

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Guiné 63/74 - P3373: História de Vida (17): O Costa e a Madrinha de Guerra (José Martins)

1. Em mensagem do dia 13 de Outubro de 2008, o nosso camarada José Martins dizia-nos:

Assunto: Será possível o contacto?

Boa tarde

Estando deliciado com as minhas leituras de fim de semana, que são a continuação das leituras de fim de dia, o programa que passava na TV chamou-me a atenção: Falava dos anos 60 e tinha, entre outras coisas, imagens da guerra. A páginas tantas, entram dois convidados (*): Ele, um camarada nosso que esteve em Tite. Ela, a madrinha de guerra, que só este ano se tinham conhecidoum ao outro. O José da Costa e a Maria da Graça. Ele, tanto quanto me lembro, era Operador de Mensagens, ela funcionária autárquica.

O José da Costa mostrou, então, um pequeno baú onde tinha guardado, nestes 40 anos, a correspondência quer tinha recebido (familia, namorada, amigos, madrinha de guerra).
Disse ter estado em Tite entre 1967 e 1969.

Se as minhas investigações não me atraiçoam, deve ter estado no BART 1914 ou no Pelotão de Morteiros 1208 (neste caso teria sido destacado para serviço no Batalhão, o que também aconteceu ao nosso António Santos).

O interesse deste assunto, além de ser um camarada dos mais antigos, tem um espólio com a correspondência trocada com a sua madrinha, que nos poderá elucidar de que assuntos tratavam e, sobretudo, o blogue pode ser (é de certeza) um óptimo veículo para rendermos homenagem às moças da nossa juventude que, tirando tempo ao seu lazer e entrando num campo que lhes era desconhecido, mantiveram a autoestima de muitos camaradas nossos.

Será que o José da Costa nos lê? Será que quer partilhar connosco as suas memórias?

Um Abraço
José Martins
Ex-Fur Mil Trms
CCAÇ 5
Canjadude,
1968/70


2. No dia seguinte, recebemos do José Martins a seguinte mensagem:

Assunto: José Pinho da Costa

Boa tarde camaradas

Acerca do que escrevi sobre o programa da RTP 1, A Minha Geração, consegui, graças à gentileza da Junta de Freguesia de Ovar, a quem publicamente agradeço, localizar o camarada José Pinto da Costa, Operador de Mensagens do BART 1914 (Tite, Abril de 1967 a Fevereiro 1969).

Falei com ele e fui autorizado a informar-vos do seu contacto, tendo-me esclarecido que também a 1914 tem um blogue, editado pelos camaradas Leandro Guedes, Pica Sinos e José Justo:
http://bart1914.blogspot.com/ (**)

In illo tempore

Já agora, um texto retirado desse blogue, e que tem a data de 6 de Outubro (com a devida vénia, ao blogue e ao Zé Justo).

Um abraço
José Martins
____________

Nasceu mais um vedeta televisiva !! O sr. José Costa deu um show, que embora curtinho foi de alta qualidade!!

Estiveste mesmo à altura, companheiro. E com a coragem de dizer umas verdades bem reais: ...que vão para lá seis meses...não disparam um tiro...e ganham balúrdios !!

É assim mesmo. Até tem direito a reportagens na televisão, como se fossem para o "horror das trincheiras"!!.

Logicamente os tempos são outros, felizmente para todos, mas é abismal o contraste, e dói saber como são tratados muitos camaradas de armas que levam vidas abaixo de cão devido ao ferrete que os marcou para o resto das suas tristes e sofridas vidas.

E de certeza que estes militares em missão não se alimentam como nós em Tite, durante dois anos !! Enternecedor, ver-vos aos dois! e o relato do vosso reencontro pós 40 anos... Imagino a sensação.

A velha malinha com as cartas, não lembra a ninguém, passados tantos anos ?!
Pela tua prestação, manda o Governo da República que sejas promovido a General por mérito.


Amigo, os meus parabéns, e como disse a Catarina: "vão falando os dois"...

Um grande abraço
Zé Justo

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3. Comentário de CV (***):

O nosso camarada José Costa resolveu ao fim destes anos todos procurar a sua madrinha de guerra e tentar reconstituir o passado. A D. Maria da Graça por sua vez confessou já não se lembrar muito bem daqueles tempos, nem sequer possui as cartas que o José Costa lhe enviou. Ele sim, mantém as dela num pequeno baú, que levou consigo, junto com outras cartas e aerogramas enviadas quiçá por familiares e amigos.

Aqui fica um pouco reforçada a ideia do quanto eram importantes as madrinhas de guerra para os militares, ao ponto de muitos de nós ainda conservarmos a nossa correspondência intacta. Claro que as ditas madrinhas de guerra, ao restabelecerem família, talvez por uma questão de pudor, se desfaziam daquela correspondência que seria hoje um suporte de enorme importância para a feitura de memória futura.

Deixamos aqui um convite público ao camarada José Costa para, sem prejuízo do blogue do seu Batalhão, nos contar algumas das suas histórias. Não faz mal que estejam por ventura já publicadas, não queremos ser exclusivos.
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Notas de CV:

(*) Podem ver um vídeo, disponível no You Tube, na Conta do camarada Pica Sinos, com o início da entrevista em http://www.youtube.com/watch?v=u4BrCqMjx1k&eurl=http://bart1914.blogspot.com/


(**) Sobre o BART 1914 e seu Blogue, vd. respectiva apresentação:

Batalhão de Artilharia 1914 - em Tite, na Guiné/Bissau

A CCS do Batalhão de Artilharia 1914 esteve aquartelada em Tite, em pleno mato no Sul da Guiné, de Abril de 1967 até Março de 1969. Permaneceram também em Tite durante esse tempo a Comp. de Artilharia 1743, o Pelotão de Morteiros 1208, o Pelotão Daimler 1131 e uma Secção de Obuses. Faziam parte desta Unidade o destacamento do Enxudé, no rio Geba, S. João, Nova Sintra e Jabadá. Lembraremos neste blog "aqueles que da lei da morte se libertaram", dando generosamente a própria vida.

(***) Vd. último poste da série História de Vida > 7 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3181: História de vida (16): A falsa Mariama, mandinga de Bambadinca, a sua filha, e o seu amigo... (Alberto Nascimento)