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quinta-feira, 31 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P27074: Felizmente ainda há verão em 2025 (4): alzheimareados com a canícula...














Lourinhâ > Praia da Areia Branca, a caminho do Vale de Frades e de Paimogo > 26 de julho de 2025 > Paisagens jurássicas que fazem parte da "Formação Lourinhã"

(...) "Formação Lourinhã é uma formação geológica localizado no oeste de Portugal, nominada em homenagem ao concelho de Lourinhã. 

"A formação é da idade do Jurássico Superior, e tem notável semelhança com a formação Morrison nos Estados Unidos da América e com as camadas de Tendaguru na Tanzânia. (...) 

"Além de abundante fauna fóssil sobretudo de dinossauros (...) comprovada pela ocorrência de ossos, a Formação Lourinhã também tem numerosas pegadas (...)". Fonte: Wikipedia.

Fotos (e legenda): © Luís Graça 2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Há uma crise de colaborações no blogue quando chega a canícula e o pessoal vai para banhos... 

Há também uma crise da habitação: as "datchas" estão sobrelotadas... Logo não há férias para os antigos combatentes: a guerra acabou, estão desempregados...Mas a guerra nunca acaba para quem andou nela... É como estas paisagens jurássicas da "formação Lourinhã": são restos (violentíssimos) de outras batalhas com 163,5 milhões a 145 milhões de anos.

Há, por fim, uma crise de inspiração e transpiração... Vamos  ter que põr ar condicionado na Tabanca Grande, sob pena da Alta Autoridade para as Condições de Trabalho mandar fechar o estaminé...

Andamos, por isso,  para aqui a recuperar algumas "pichagens" nos muros da Tabanca Grande.  Algumas podem ofender a moral pública...O leitor terá que decidir se tem 18 ou mais para as ler. 

Já sabíamos, desde os "saudosos" (para alguns) tempos da Guiné, que a guerra tem de parar quando o termómetro chega aos 40 graus centígrafos... Façamos, por hoje, e se calhar nos próximos dias, uma paragem na guerra. 

Recusamo-nos a combater por falta de condições bélicas...


1.1. Mr. Joseph Belo (s/l, s/d), régulo sempiterno da Tabanca da Lapónia (a tal que é de um homem só, e que agora corre o risco, por abandono do posto de sentinela, de ir parar ás mãos dos "ocupas", com a crise da habitação que também já chegou àquelas bandas).

(,..) Nem tudo deverá ser levado demasiadamente “a sério” quando apresentado em inocentes pósteres vindos de…longe!

A este respeito o saudoso escritor José Cardoso Pires comentava, em roda de amigos, nas noites de 1974/1975 no lisboeta "João Sebastião BAR" , referindo-se a algumas das auto-importantes personalidades do Conselho da Revolução:

“Alguns papagaios julgam-se em pleno Amazonas quando o dono lhes coloca um ramo de salsa nas grades da gaiola “.

Tudo mais não terá (neste tipo de pósteres de Verão) que a levíssima , e fresca, importância que lhes damos. (...)


 1.2. Há quem se tenha preocupado, ultimamente, com  o  estado de saúde mental do blogue, de quem o faz, de quem o (e)dita, e até de quem o lê... Alguém insinuou que quem o (e)dita, podia andar, com este calor todo,  já  meio "alzheimareado". 

O assistente de IA, o "sabe-tudo", não soube responder : a estas duas perguntas elementares

(i) o que quer dizer o raio do vocábulo  "alzheimareado" ?; e

(ii) onde vem grafado ? 

Respondeu, solícito, diligente, o "sabe-tudo":

(...) Encontrei um único registo escrito do termo “alzheimareado” num blogue português, usado como expressão coloquial e carregado de humor negro, destacando um comentário que associava estar “alzheimareado” a tornar-se “parkinsónico e alzheimareado” como uma espécie de crítica jocosa à memória falível blogueforanadaevaotres.blogspot.com.

Isso sugere que o vocábulo surgiu em contexto informal e comunitário — especificamente num blogue sobre memórias da Guiné, onde se listam termos depreciativos de forma metafórica: “protésico, radioativo, parkinsónico e alzheimareado” blogueforanadaevaotres.blogspot.com.

Não foi possível encontrar outras ocorrências em plataformas públicas, como dicionários ou redes sociais, o que indica que o termo ainda é muito raro e não difundido. (...)


1.3. O que o (e)dita, escreveu na legenda de um foto do avião  DO-27 (Poste P27070) algo que pode ser interpretado como um sintoma de quem anda já "alzheimareado", talvez com o desconforto térmico da canícula do verão:


(...) Era uma aeronave que  adorávamos  quando nos trazia de Bissau os frescos e a mala do correio ou, no regresso, nos dava boleia até Bissau, para apanharmos o avião da TAP e ir de férias... 

Era uma aeronave preciosa nas evacuações (dos nossos feridos ou doentes, militares e  civis)... 

Era um "pássaro" lindo a voar nos céus da Guiné, quando ainda não havia o Strela...

Em contrapartida, tínhamos-lhe, nós, os "infantes",  a "tropa-macaca", um "ódio de morte" (sic) quando se transformava em PCV (posto de comando volante) e o tenente-coronel, comandante do batalhão, ou o segundo comandante,  ou o major de operações,  ia ao lado do piloto, a "policiar" a nossa progressão no mato... e a denunciar a nossa posição no terreno!

Quando nos "apanhavam" e ficavam à nossa vertical, era ver os infantes (incluindo os nossos "queridos nharros") a falar, grosso, à moda do Norte, com expressões que eram capazes de fazer corar a púdica da Maria Turra:

"Cabr*es..., filhos da p*ta..., vão lá gozar pró car*lho..., daqui a um bocado estamos a embrulhar e a levar nos c*rnos!...". (...)

(Revisão / fixação de texto: LG)

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Nota do editor LG:

Último poste da série > 30 de julho de 2025 > Guiné 61/74 - P27072: Felizmente ainda há verão em 2025 (3): recordando o meu esforçado, voluntarioso, amável , efémero e... clandestino professor de pilotagem do DO-27, o "Pombinho", que veio expressamente do Brasil para assistir ao lançamento do nosso livro "Nós, as enfermeiras paraquedistas", em 26/11/2014, no Estado Maior da Força Aérea, em Alfragide (Maria Arminda Santos, Setúbal)

sábado, 14 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26919: Tabanca Grande (576): Jacinto Rodrigues, ex-Alf Mil Art, CMDT do Pel Caç Nat 57 (Cutia e Mansabá, 1969/71), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 906

1. Mensagem do nosso camarada, e novo tertuliano, Jacinto Rodrigues, ex-Alf Mil Art, CMDT do Pel Caç Nat 57 (Cutia e Mansabá, 1969/71), com data de 12 de Junho de 2025:

Caro Luis Graça,
Largos anos passados desde a minha "estadia" na Guiné, entre Setembro de 1969 e Setembro de 1971, onde comandei o Pelotão de Caçadores Nativos 57, no Destacamento de Cutia e em Mansabá, aqui estou a candidatar-me a “tabanqueiro”, apadrinhado pelo Carlos Vinhal, meu “escrivão”, segundo ele diz, pois coadjuvava-me na elaboração dos autos de procedimento disciplinar, quando os havia.

 O outro meu padrinho é o meu amigo Ernestino Caniço que comandou um pelotão de Daimlers  quando estava em Mansabá. Foram eles que chegaram até mim, passados tantos anos! E, por isso, estou-lhes grato.

Estive a comandar o Pelotão de Caçadores Nativos 57, entre Setembro de 1969 e Setembro de 1971, em Cutia, um pequeno destacamento, a meio caminho (15 kms) entre Mansoa e Mansabá, e, depois, em Mansabá, aquando da construção da estrada entre Bironque (a 5/6 kms a norte de Mansabá) e Farim.

Tal como tu, certamente, vivi momentos difíceis e complicados, agravados pelo facto de ter comigo apenas meia dúzia de camaradas metropolitanos, pois os soldados do pelotão eram todos eles naturais da Guiné, de diversas etnias e viviam na tabanca cá com a respectiva família.

Apesar de tudo, foram dois anos que jamais poderei esquecer e que lembro todos os dias. E nessas memórias estão os camaradas com quem convivi e de quem tenho as melhores recordações.

Tal como me referiste no teu mail, remeto uma foto desses tempos da Guiné e uma actual.

Será um privilégio fazer parte deste grupo de combatentes.

Um abraço, Camarada,
Jacinto Rodrigues
ex-alferes miliciano

Alf Mil Art Jacinto Rodrigues
Mansabá > Cap Inf Carreto Maia, cmdt da CCAÇ 2403 (de cabeça descoberta); Alf Mil Art Jacinto Rodrigues, cmdt do Pel Caç Nat 57 (sentado) e Alf Mil Cav Ernestino Caniço, cmdt do Pel Rec Daimler 2208 (à direita da foto).
Mansabá > Uma equipa de futebol, onde o editor reconhce o Alf Mil Art Jacinto Rodrigues, na fila da frente, à direira. O Alf Mil Cav Ernestino Caniço é o terceiro, a partir da esquerda, na fila de trás.
Interior do destacamento de Cutia. Foto © César Dias
Localização do destacamento de Cutia, sensivelmente a meia distância entre Mansabá e Mansoa
Infogravura: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (Carta da Província da Guiné - Escala 1:500.000)
O nosso camarada Jacinto Rodrigues na actualidade
Arganil > Encontro de 2025 do pessoal do BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Três ilustres tertulianos do nosso Blogue: ex-Alf Mil Cav Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Art Jacinto Rodrigues e ex-Cap Mil Jorge Picado
Arganil > Encontro de 2025 do pessoal do BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) > Jacinto Rodrigues e Ernestino Caniço

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2. Comentário do editor CV:

Caríssimo camarada Jacinto Rodrigues, está apresentado oficialmente à tertúlia. Terá ao seu dispor o lugar estatístico 906 debaixo do nosso poilão, mas "sentar-se-á" onde muito bem entender.

Dizem as nossas normas, "muito rígidas" (ver aqui), que na tertúlia nos tratamos por tu e não distinguimos os antigos e actuais postos militares; profissões; habilitações académicas e outras possíveis distinções sociais.  

Une-nos aquela terra vermelha, manchada com o sangue de portugueses e guineenses; a água daquelas bolanhas que bebemos quando a sede já não era mais suportável; os sustos das emboscadas; as muitas noites mal dormidas, no mato e nos aquartelamentos, e a incerteza do regresso para junto das nossas famílias. Além de tudo, só nós nos compreendemos já que a família está farta de nos ouvir.

O editor Luís Graça delegou em mim a missão de receber o ex-alferes Rodrigues, meu contemporanêo em Mansabá, um camarada cordial no trato. É uma honra e um gosto fazê-lo, tratando-se de quem se trata.

Lembro-me de entrar na secretaria da CART 2732 e, dirigindo-se a mim, dizia algo parecido como: "nosso furriel, tem disponibilidade para me escrever aí à máquina umas notas para eu enviar para Bissau?" Segundo me dizia, era preciso manter activos os autos de que era responsável, pelo que de vez em quando havia que mandar papelada para a Secção de Justiça e Disciplina.

Quando há uns bons meses o camarada Rodrigues me contactou por me ter encontrado na net, foi um desfilar de lembranças daqueles tempos que,  sendo maus, são vivências da nossa juventude, irrepetíveis, que jamais se apagarão da nossa memória de velhos combatentes.

Neste blogue temos a oportunidade de deixar escrito o que ainda retemos daqueles dois difíceis anos da nossa vida, pelo que convidamos o "alferes" Rodrigues a contribuir para esta feitura de memórias.
Que retém do comportamento dos seus militares guineenses enquanto combatentes ao lado dos portugueses? Que experiência lhe trouxe para a vida o contacto tão próximo com pessoas que tinham um modo de pensar e de viver tão diferentes dos nossos? A história, filosofia de vida e religião daquele povo, apesar dos nossos estúpidos preconceitos, mantinham-se praticamente intactos, resistindo a séculos de evangelização. 


Caro Jacinto Rodrigues, está apresentado. Não termino sem antes de lhe deixar o habitual abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores, com a certeza de que estaremos aqui ao dispor para o que nos achar úteis.
Se quiser que lhe façamos um postalinho de aniversário, só tem que nos indicar o dia e o mês em que nasceu, o resto é connosco.

Os meus votos de boa saúde
Um abraço a título pessoal do furriel escrivão
Carlos Vinhal, por acaso, também coeditor deste Blogue.

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Nota do editor

Último post da série de 25 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26845: Tabanca Grande (575): Joaquim Caldeira, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2314 / BCAÇ 2834 (Tite e Fulacunda, 1968/69), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 905

domingo, 1 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26872: Convívios (1037): Fotorreportagem do 61º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Algés, 29 de maio de 2025 (Manuel Resende / Luís Graça ) - Parte III

 



Foto nº 19A e 19> Magnífica Tabanca da Linha > 61º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 29 de maio de 2025 > Ao centro (foto nº19), o cor cmd ref Raul Folques, o nosso "Torre e Espada", com o ten gen pilav ref José Nico... Do lado esquerdo, é o José Augusto Oliveira.

Foto nº 19A (a primeira de cima): o cor Raul Folques tem já c. 30 referências no nosso blogue, mas ainda não se senta à sombra do nosso poilão; o mesmo se passa com o ten gen pilav José Nico, com 32 referências; o Raul Folques é um assíduo frequentador da Tabanca da Linha; sem um nem outro, a história da nossa guerra ficará incompleta...



Foto nº 20> Magnífica Tabanca da Linha > 61º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 29 de maio de 2025 >  António Brito Ribeiro (São João Estoril, Cascais)


Foto nº 21> Magnífica Tabanca da Linha > 61º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 29 de maio de 2025 > Orlando Pinela (Caxias / Oeiras) e, a seu lado, o Jorge Lopes Passos (Carnaxide) (este camarada ficou triste por não ter visto o Briote, já não o vê desde 1966).



Foto nº 22> Magnífica Tabanca da Linha > 61º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 29 de maio de 2025 >  
João Pereira da Costa (Lisboa) e António Alves (Lisboa),. dois bons camaradas que eu também gostaria de ver sentados à sombra do nosso poilão...


Foto nº 23> Magnífica Tabanca da Linha > 61º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 29 de maio de 2025 > O António Graça de Abreu (à direita), um dos veteranos do nosso blogue (para o qual entrou em 05/02/07); foi também cofundador, em 2010, da Tabanca da Linha)... A seru lado, um convidado, GNR, que veio com o José Augusto Batista (furriel da minha Companhia, a CCAÇ 2585, que se vê em outra foto).


Foto nº 24> Magnífica Tabanca da Linha > 61º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 29 de maio de 2025 > O Júlio Campos (que foi da CCS/BART 2917, Bambadinca, 1970/72), de rendição individual: mora no Serixal, e é "pira" aqui na "Magnífica". AS seu lado, o Vitor Simões (Carnaxide) (não foi à Guiné, esteve sempre no Quartel do Lumiar e foi como convidado pelo José Augusto Oliveira).



Foto nº 25> Magnífica Tabanca da Linha > 61º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 29 de maio de 2025 > Domingos Pardal (Beloura / Sintra) e Jorge Ferreira (Caxias / Oeiras)....

Estes dois camaradas que nunca se tinham encontrado na vida, conheceram-se no Hotel Riviera ( Junqueiro. Carcavelos, Cascais), por ocasião do 32º almoço-convívio do Magnífica Tabanca da Linha, em 20 de julho de 2017: tinham um ponto em comum, chamado Buruntuma, lá no cu de Judas" da Guiné... e ficaram todo o almoço a conversar animadamente à volta de um álbum de fotografias... Domingos Pardal, conhecido empresário de mármores em Pero Pinheiro, e o então "periquito" Jorge Ferreira, o fotógrafo de Buruntuma... que ficou encantado com a partilha de informação e conhecimento e com o ambiente da Tabanca da Linha (de tal maneira ficou fã, que raramente falha ao nossos almoços- convívios...).

O Pardal esteve em Cufar (que foi estrear) e depois em Buruntuma (aqui esteve 11 meses)... Em Cufar foi contemporâneo do meu primo José António Canoa Nogueira (1942-1965) (sold do Pel Mort 942, adido ao BCAÇ 619, morto em combate).

Na altura o Domingos Pardal aceitou o meu convite para integrar a Tabanca Grande; foi sold cond auto da CCAV 703 / BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66). A esta subunidade pertenceu também o nosso grão-tabanqueiro Manuel Luís Lomba. Por qualquer razão, nunca chegou a mandar a foto da praxe (a do "antigamente")...Em suma, estás em falta, Domingos Pardal!)


 
Foto nº 26> Magnífica Tabanca da Linha > 61º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 29 de maio de 2025 > Carlos Silvério (Ribamar. Lourinhã), ao centro; Joaquim Grilo  Almeida (Lisboa), à direita, e  o António Andrade (Oeiras) à esquerda (Estes dois últimos ainda não são membros da Tabanca Grande, distração deles ou minha).



Foto nº 27> Magnífica Tabanca da Linha > 61º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 29 de maio de 2025 > 
 O Manuel Gonçalves, a esposa, Maria de Fátima, "Tucha" (Carcavelos, Cascais), e a Alice Carneiro, esposa do nosso editor LG (Lourinhã).


Foto nº 28> Magnífica Tabanca da Linha > 61º almoço-convívio > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 29 de maio de 2025 >  Hélder Sousa  (Setúbal) e Rogé Guerreiro (Cascais)  (O Rogé Henriques Guerreiro foi 1.º Cabo Op Cripto, CCAÇ 4743, Gadamael e Tite, 1972/74; é m,membro da nossa Tabanca Grande desde 6 de maio de 2012).

Fotos: © Manuel Resende (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Continuação da fotorreportagem do último almoço-convívio da Tabanca da Linha,  Algés, 29 de maio de 2025, em que participaram 83 "magníficos" dos 87 inscritos. Fotos do Manuel Resende;  legendagem: LG.

PS - Alguns camaradas só consegui identificá-los com a preciosa ajuda do "régulo" Manuel Resende (e da sua "base da dados").

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Nota do editor:

Último poste da série > 31 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26868: Convívios (1035): Fotorreportagem do 61º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Algés, 29 de maio de 2025 (Manuel Resende / Luís Graça ) - Parte II

domingo, 25 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26845: Tabanca Grande (575): Joaquim Caldeira, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2314 / BCAÇ 2834 (Tite e Fulacunda, 1968/69), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 905

1. Em mensagem de 22 de Maio de 2025, o nosso camarada e novo membro desta tertúlia, Joaquim Caldeira, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2314/BCAÇ 2834 (Tite e Fulacunda, 1968/69), enviou-nos as suas fotos da praxe a fim de ser apresentado.

Recordamos que o nosso camarada Aníbal José da Silva, no seu poste Guiné 61/74 - P26825: (Ex)citações (433), referiu o nome do Joaquim Caldeira por ter encontrado na Net um texto da autoria deste. Segundo o relato do Caldeira, comandava, em 4 de Agosto de 1969, a coluna apeada entre Tite e Nova Sintra, que escoltava alguns militares da CCAV 2483, entre os quais o malogrado Soldado Domingos da Conceição Verdade Ventinhas, falecido em virtude dos ferimentos resultantes do accionamento, por ele próprio, de uma mina antipessoal reforçada com TNT. O Aníbal, que caminhava junto do Ventinhas, ficou ferido com gravidade pela projecção de lama que o atingiu especialmente na cara, resultando a perda de visão durante algum tempo e sequelas que ainda hoje se mantêm.


Lembremos o texto do Aníbal José da Silva no P26825:

EMOÇÕES E AMIZADES FORTES

Ao pesquisar na Net informações relacionadas com o aquartelamento de Nova Sintra, na Guiné, tive acesso ao Blogue do Batalhão de Artilharia 1914, que o meu, Batalhão de Cavalaria 2867, rendeu na região do Quínara em Março de 1969.

Nele li as crónicas do Furriel Joaquim Caldeira, da CCAÇ 2314, e numa delas com o título “Um tronco sem pernas e sem braços”, verifiquei que, pelas piores razões, eu era um dos protagonistas da história (ver recorte de imprensa abaixo). Fiquei com muita curiosidade e vontade de falar com o Caldeira.

Através do mensenger do facebook fiz-lhe chegar, em 30/11/2016, a seguinte mensagem:

Amigo Joaquim Caldeira

Peço desculpa por o tratar assim, mas creio que não me levará a mal este tratamento. Não nos conhecemos pessoalmente, muito embora tivéssemos tido um contacto pessoal, no, para mim, trágico dia 04/08/69.

Na net, ao pesquisar informaçoes e relatos sobre Nova Sintra, encontrei as suas crónicas e numa delas a referência àquele dia trágico com o título “Um tronco sem pernas e sem braços”. Eu era o vagomestre da CCAV 2483 sediada em Nova Sintra, que naquela madrugada chuvosa, fomos comboiados de Tite para Nova Sintra, numa coluna apeada que o meu amigo comandava e que segundo refere na crónica “tinha perdido os dois olhos”.

As lesões que sofri nos olhos e de que tenho sequelas, não foram tão graves quanto à aparência daquele dia. Estive quarenta dias no Hospital Militar de Bissau, trinta dos quais internado e dez na consulta externa. Nos primeiros vinte dias não via rigorosamente nada, para além das dores horríveis nos olhos.

E passo a apresentar-me. O meu nome é Aníbal (...) e quero agradecer-lhe o muito que fez por mim naquele dia.


Dias depois o Caldeira telefonou-me, mas não foi possível estabelecer qualquer conversa, tendo ele enviado a seguinte mensagem:

“Boa tarde, sou o Caldeira. Ainda estou comovido com a notícia de que, o homem que ficou cego naquela manhã, afinal vê. Levei quase 50 anos com estes demónios que me atormentavam desde então. Desculpa não ter conseguido falar. È muita emoção para gerir. Temos muito que falar , muitas memórias para recordar. Afinal, consegues ver e estou muito feliz por isso. Em boa hora me lembrei de escrever aquela aventura. Sem isso nunca teria tido paz e sossego. Também nunca cheguei a saber quem foi que pisou a mina. Assim que puder eu ligo. Ficas a pertencer ao meu grupo de combate.

Um abraço sentido,
J Caldeira”.


Fur Mil Joaquim Caldeira em Tite
Joaquim Caldeira na actualidade


Sobre a CCAÇ 2314 / BCAÇ 2834

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Comentário do coeditor CV:

Caro Joaquim Caldeira,

Sê bem aparecido na tertúlia e que te mantenhas por cá, assim como nós todos, por muitos e bons anos, são os votos da tertúlia.

Ocupas "administrativamente" o lugar 905 deste já extenso grupo de antigos combatentes e amigos da Guiné que se sentam à sombra deste frondoso "Poilão".

O nosso editor Luís Graça já te disse o essencial sobre o nosso Blogue que é um repositório de memórias contadas na primeira pessoa, pelo que não te vou maçar quanto a isto.

Sendo tu o primeiro representante da tua 2314 na tertúlia, tens a responsabilidade acrescida de nos deixares algo que a perpetue na nossa página, que queremos faça parte da História de Portugal e da guerra na Guiné, em particular. As guerras são uma desgraça, criada nos gabinetes do Poder, que matam a eito, não poupando civis e militares, homens, mulheres e crianças, novos ou velhos. Não queremos que volte a acontecer algo semelhante com e em Portugal e, se possível no mundo inteiro.

É fácil, como já sabes, é só enviares os textos, em word preferencialmente, e as tuas fotos, devidamente legendadas, em formato JPEG. Isto não esquisitice, é só para facilitar o nosso trabalho de edição.

A terminar, não me posso esquecer de deixar-te um abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores.

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26833: Tabanca Grande (574): José Manuel Loureiro Cochofel, ex-Fur Mil Inf - Minas e Armadilhas, da CCAÇ 1551 / BCAÇ 1888 (Bambadinca, Fá Mandinga, Xitole e Saltinho, 1966/68), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 904

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano José Manuel Loureiro Cochofel, ex-Fur Mil Inf - Minas e Armadilhas, da CCAÇ 1551 / BCAÇ 1888 (Bambadinca, Fá Mandinga, Xitole e Saltinho, 1966/68), com data de 21 de Maio de 2025, com a sua apresentação à tertúlia do nosso Blgue:

Sou o José Manuel Loureiro Cochofel, nascido em 11/12/1945, em Ribeira de Pena e actualmente tenho residência em Grijó, Vila Nova de Gaia.
Estou na situação de aposentado depois de uma vida ligada à Gestão de Pessoas.

Ingressei no Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria em 1965 no CSM em Tavira, concluindo a instrução em 30/10/1965. De seguida ingressei na Escola Prática de Engenharia em Tancos onde tive oportunidade de frequentar e concluir em 11/12/1965 o Curso de Minas e Armadilhas.
Passei depois a integrar o Regimento de Infantaria I, na Amadora.
No final desse ano de 1965 fui destacado para dar formação a uma companhia em Chaves.
Concluída essa etapa fui destacado para Santa Margarida e integrar a CCAÇ 1551, do BCAÇ 1888, que veria a ser destacada para a Guiné (Bissau).

De 20/4/1966 a 22/01/1968, estive na Guiné como Furriel Miliciano de Minas e Armadilhas, SPM 3358, CCAÇ 1551 / BCAÇ 1888, passando por vários locais (Bambadinca, Fá, Xitole, Ponte dos Fulas, Saltinho, etc.).

Envio algumas fotos

Cumprimentos
José Cochofel


O Soldado Instruendo do CSM (CISMI) José Manuel Cochofel
BI do Fur Mil Inf MA José Manuel Cochofel
Fotos tiradas durante a viagem para a Guiné, a bordo do N/M Uíge
A caminho de Bambadinca
Xitole > Fur Mil José Manuel Cochofel
Almoço com camaradas do Pelotão
Alferes e Furriéis do Pelotão do Fur Mil José Manuel Cochofel
Fur Mil José Manuel Cochofel em Bissau com camaradas
Ex-Fur Mil José Manuel Cochofel na actualidade

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2. Comentário do editor CV:

Caro José Manuel Cochofel, sê bem-vindo à nossa Tabanca Grande, tertúlia de antigos combatentes e amigos da Guiné. Temos para ti o lugar 904 à sombra do nosso poilão. Muito obrigado por te juntares a nós.

Tanto do BCAÇ 1888 como da tua CCAÇ 1551, não temos registos dignos de nota, talvez por, da tua Companhia, termos na tertúlia só o camarada José Moreira de Castro Neves, que foi Furriel de Armas Pesadas. Talvez tenhas contacto com ele uma vez que é um nortenho de Valongo. 

Terás de assumir a responsabilidade de fazeres, aqui no Blogue, a história da 1551, que afinal é parte da tua própria memória enquanto combatente. É da nossa responsabilidade deixar algo aos vindouros, contado por cada um de nós, os que lá estivemos, antes que o faça alguém que nunca pisou aquela terra vermelha, cor natural, mas tanbém da cor do nosso sangue ali derramado. 

Ficamos ao teu dispor para qualquer dúvida. No fim deste teu poste verás alguns marcadores que te levarão directamente aos postes onde é contado algo sobre, por exemplo, BCAÇ 1888; CCAÇ 1551; Bambadinca, etc. É só explorares. Também se clicares, lá em cima, no nome das localidades por onde andaste, abres as Cartas respectivas, podendo assim revisitares as tabancas e as picadas que jamais esqueceste.

Termino, deixando-te um abraço em nome da tertúlia e dos editores, que ficam na expectativa de novas notícias tuas.

CV
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Nota do editor

Último post da série de 7 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26774: Tabanca Grande (573): António Augusto Arteiro Cardoso, ex-Fur Mil Vagomestre da 2.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/73 (Camajabá e Piche, 1974), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 903

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26774: Tabanca Grande (573): António Augusto Arteiro Cardoso, ex-Fur Mil Vagomestre da 2.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/73 (Camajabá e Piche, 1974), que se senta à sombra do nosso poilão no lugar 903

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano, António Augusto Arteiro Cardoso, ex-Fur Mil Vagomestre da 2.ª CCAÇ / BCAÇ 4610/73 (Camajabá e Piche, 1974), com data de 5 de Outubro de 2025:

Camaradas Carlos Vinhal e Luís Graça.
Grato pelo v/ email e cá estou a dar noticias.

Os dados militares:

Furriel Miliciano com especialidade em Administração Militar (Vagomestre), na Póvoa de Varzim depois de ter feito a recruta no RI5 (Caldas da Rainha).

Fui mobilizado para a Guiné em 1973 incorporado na 2.ª CCaç / BCaç 4610/73.

Embarquei no Niassa no célebre dia em que uma explosão, tentou travar a nossa ida.

"A 9 de Abril de 1974, as Brigadas Revolucionárias realizam a sua última acção, o atentado ao navio Niassa, que ia partir com um contigente de soldados para a Guiné. A bomba tinha sido fabricada em casa de Laurinda Queirós e José Francisco, militantes do PRP/BR que integravam uma célula juntamente com Orlando Lindim Ramos, e prestavam apoio logístico a outros militantes das Brigadas.

A bomba tinha sido colocada num fato que tinha um colete integrado. O plástico cortado em fatias ia dentro do forro do colete que, por sua vez, foi por baixo do blusão do militar que estava encarregado de transportar e colocar a bomba no interior do navio, montando-a aí. A principal preocupação era que a família do soldado percebesse que algo estava errado com o fato, se o abraçassem. A bomba foi colocada no porão adaptado a dormitório dos soldados e estava preparada para explodir às 18 horas. 

Uma hora e quinze minutos antes, as Brigadas telefonaram para o Porto de Lisboa a reivindicar a colocação da bomba e a alertar para o navio ser evacuado, o que permitiu que não houvesse acidentes maiores ou danos mortais. Os danos acabaram por ser apenas materiais e depois de reparado o rombo provocado, o navio partiu para a Guiné. Poucos dias depois dá-se o 25 de Abril."

Acção de sabotagem ao navio Niassa em "Luta Armada em Portugal (1970-1974)", Tese de Doutoramento de Ana Sofia de Matos Ferreira, pág. 300

Após o IAO lá fomos para Piche e a companhia foi deslocada para Camajabá, cujo comandante era Cap Mil Inf José Emídio Barreiros Canova (de Coimbra??).

Regressei em Outubro de 1974 onde fiquei em Lisboa na Comissão Liquidatária em Campolide até fim de Janeiro de 1975.

Aqui seguem fotos de lá e uma atual.

Foto 1 > Cumeré > Durante o IAO
Foto 2 > Xime > Retirada da companhia (aqui fiquei sem a mala com os meus pertences que me foi roubada)
Fotos 3 e 4 > Comemoração da Independência em Bissau (Agosto/Setembro) 1974, em frente ao Palácio do Governador. Ao lado da bandeira do PAIGC, o meu caro amigo Furrirel Miliciano Enfermeiro Manuel Herberto Furtado, entretanto falecido.
Foto 5 > Bissau > Aguardando regresso no UIGE junto ao porto, muito perto do "PELICANO"

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2. Comentário do editor CV:

Caro António Cardoso,

Muito obrigado por te juntares à tertúlia do nosso blogue. Sê bem-vindo. Vais sentar-te no lugar 903 do nosso poilão.

Pertences à geração do fim da guerra, por um lado tiveram azar por irem para a Guiné a tão poucos dias do 25 de Abril de 1974, por outro tiveram sorte porque, se tiveram "guerra", foi por pouco tempo.

Desconhecemos como seria o vosso estado de espírito na altura da mobilização uma vez já havia pronúncios de que algo muito importante estava para acontecer, o regime estava a cair de podre. 

O 25 de Abril foi o fim do conflito, mas talvez não da tensão entre a tropa portuguesa e o inimigo de ontem, porque não haveria total confiança entre as partes beligerantes. Os recalcamentos contra a potência colonial, pelo povo guineense, eram por demais evidentes. Em algumas das fotos aqui publicadas, retrantando o pós 25 de Abril, vemos que a tropa do PAIGC se apresentava nos quartéis, ainda ocupados por nós, armada até aos dentes.

Tu poderás esclarecer-nos já que a maioria de nós esteve no TO da Guiné em plena querra, quando ainda valia tudo, até matar gente desarmada que apenas queria conversar, estou a lembrar-me do assassinato dos três Majores e seus acompanhantes, no chão manjaco, em Abril de 1970.

Estamos receptivo às tuas fotos que documentam os dias finais da nossa ocupação naquele pequeno território, assim como das tuas memórias escritas. Serão muito imortantes para memória futura.

Não te disse, mas és um dos poucos representantes da especialidade de Vagomestre aqui no blogue, a maioria é (foi) operacional, não me referindo só aos atiradores, mas também aos nossos queridos camaradas do serviço de saúde e aos das transmissões, duas especialidades importantes demais quando saíamos para as operações. Não vou esquecer ainda os nossos camaradas condutores, muito sacrificados também pelas minas e nas emboscadas, que não popupavam nada nem ninguém.

Dizes que moras em Esposende. Da nossa tertúlia, tens como vizinhos: o Albino Silva (1968/70), o Fernando Cepa (1967/69) e o Mário Migueis da Silva (1970/72). Se me escapar alguém, não é por desconsideração.

Termino, enviando-te um abraço de boas-vindas em nome da tertúlia e dos editores.
Carlos

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Nota do editor

Último post da série de 30 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26745: Tabanca Grande (572): Joaquim Galhós, ex-fur mil, de rendição individual, que integrou a CCAV 3420 (Pete, 3 meses), o Pel Caç Nat 57 (Cutia, 12 meses) e o BENG 447 (Brá, 9 meses): é natural do Barreiro, e senta-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 902