Pesquisar neste blogue

Mostrar mensagens com a etiqueta Tabanca Grande. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Tabanca Grande. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26429: As nossas geografias emocionais (36): Fulacunda, sempre!... (Henk Eggens, médico neerlandês, a viver em Portugal)





Foto nº 1 e 1A > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) >  Vista aérea da pista, do heliporto, do aquartelamento e da tabanca de Fulacunda... São visíveis o perímetro do aquartelamento, os espaldões do obus 14 e outras armas pesadas (que já identificámos noutro poste)... Podem-se contar inclusive as moranças civis e as instalações da tropa...  Tinha também valas e abrigos... Assinalada a amarelo, a "morança" que o nosso amigo dr. Henk Eggens, médico, cooperante, neerlandès, habitou em 1980/82 (e que integrava as antigas  instalaçóes das NT).

Segundo informação recente do nosso amigo e camarada Jorge Pinto, a população de Fulacunda andaria à volta de 400 pessoas de etnia biafada, em 1972/74 . Havia uma família balanta e outra fula,   "Toda esta população tinha familiares nas tabancas do mato que rodeavam Fulacunda e que muitas vezes vinham de visita, nos davam algumas 'informações' sobre o movimento do bigrupo de Bunca Dabó, levando em troca uns quilos de arroz"... Não havia comerciantes, nem colonos... A atividade agrícola era residual,,, "O alimento da população era basicamente o arroz fornecido pela tropa".


Foto (e legenda):  © Jorge Pinto (2025). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: LG/HE]



 Foto nº 2> Guiné-Bissau > Região de Quínara > Fulacunda > 1980 >   "Casa do médico, Land Rover do projeto,  mota da noiva e carro 404 privado".


Foto: (e legenda) © Henk Eggens (2024). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: LG/HE]




Foto nº 3 > Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) >  Uma "peladinha"... em frente à futura casa do dr. Henk Eggens.

 
Foto (e legenda);  © Fernando Carolinbo  (2025). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: LG/HE]


1. Mensagem do nosso amigo Henk Eggens (*), com data de  18/1/2025, 16:53

Olá Luís, kuma di kurpu? 

Gostei de ver mais fotografias da minha tabanca de então.(**)

A primeira fotografia que mando junto, com círculo a amarelo,  mostra onde morei; um ano fiquei sozinho, depois um ano vivi com a minha 'noiva', que depois ficou esposa/companheira de vida durante 26 anos antes de falecer há 19 anos.

A "morança" compostaq de duas casas, nós uma, e o chefe da aldeia, Carlitos, com a sua família na outra.

Não sei quem ocupava este prédio durante a época colonial. Como o prédio era dentro do quartel, seria um oficial do exército português? Ou era um escritório?

A segunda fotografia mostra a nossa casa em 1980, com os meios de transporte disponíveis para nós.

Também achei interessante a fotografia e o comentário sobre filhos de povos mistos (mulheres guineenses e soldados portugueses) (**). O que aconteceu com a maioria destas crianças? Os pais reconheceram a paternidade? Ficaram na tabanca ou foram para Portugal para serem criadas e educadas? Tens informação sociológica sobre este assunto?

Na altura tinha um assistente de laboratório, Manuel, de origem cabo-verdiano, que me ajudava em Fulacunda. O povo lhe chamou de burmedjo. Foi totalmente aceite na tabanca. Mas ... quando houve o golpe de Estado em 1980, liderado por 'Nino' Vieira, com tendências anti-caboverdianas (o presidente Luís Cabral foi preso por um ano depois do golpe), o pobre Manuel ficou em baixo da sua cama por três dias, com medo. Depois tudo voltou ao normal.

Em Cabinda (Angola, onde vivi, de 1976-1978), pessoas de cor mais clara (podiam ser mestiços) eram chamados mwana mundele (na língua Lingala), criança do branco. De vez em quando estas palavras eram utilizadas como insulto.

Bem, mando-te um AB e mantenhas (mantenha-se),

Henk.

PS -  Podes publicar este texto no blog se quiseres, na esperança de ter respostas às minhas perguntas.

(Revisão / fixação de texto, pontual: LG)


2. Comentário do editor LG:

Obrigado, Henk, pelo que temos falado, és cidadão do mundo, e um grande "africanista" (cem qualquer conotação colonial)... Para além da Guiné-Bissau, trabalhaste em Angola, Indonésia, etc,. como especialista em medicina tropical, e muito em particular na área da prevenção e controlo da lepra. Tens uma visão integrada e global da saúde pública.  E depois escreves muitissimo melhor o meu portuguès do que eu o teu neerlandês...

Deixa-me,  antes de mais dizer-te que lamento que tenhas ficado viúvo tão cedo e com duas filhas órfãos... Tens, no entanto, uma história de vida rica...Vamos "partindo" (partilhando, em crioulo)  memórias, boas e más, das nossas "geografias emocionais": é o que eu e todos nós aqui, "amigos e camaradas da Guiné", te podemos oferecer... (***)

Acabo de publicar a tua mensagem com a tua autorização. É bom para todos: cá está a tal blogo...terapia, que tu querias saber o que era:  tens que acompanhar o nosso blogue...para perceber uma dos "slogans"; "O Mundo é Perqueno e a nossa Tabanca é Grande"... (Tabanca é a nossa tertúlia, ou comunidade virtual, que se se reune à sombra de um simbólico poilão, e onde cabemos todos com tudo o que nos une e até cm aquilo que nos pode separar...)

Sem querer dar uma definição (sempre redutora), direi que esta "terapia" ou "catarse", pela palavra e a imagem, pela partilha de memórias e afetos, num grupo de pares (antigos conmbatentes), funcionou muito bem nos primeiros anos do blogue...

Como sabes,  os antigos combatentes são sempre mal tratados em todas as guerras, aqui, na tua terra, em Timor, na Guiné, em Angola, em Moçambique, em França, nos EUA... Como deves imaginar, a guerra colonial, a seguir ao 25 de Abril de 1974, foi silenciada, esquecida,. branqueada, escamoteada... O mesmo aconteceu, pelo menos, aos guineenses que pagaram um elevado "imposto de sangue" na luta pela independência da sua terra (e, por tabela, de Cabo Verde).

Sobre as rivalidades (e graves conflitos) entre os guineenses e a nomenclatura cabo-verdiana do PAIGC,  não vou falar agora. Nem sobre os filhos que os militares portugueses deixaram na Guiné (uma estimativa aponta para umas escassas centenas, infelizmente um valor demasiado alto: o Portugal, democrático0, do pós-25 de Abril, não teve nem a coragem nem a lucidez  nem a compaixão de reconher estes filhos da guerra, eufemisticamente também conhecidos como "filhos do vento", por analogia com os "dust children" daa guerra do Vietname)... 

Ficará a conversa para mais tarde, que os dois assuntos são c0mplexos e delicados.

(Revisão / fixação de texto, superficial: LG)

_____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 28 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26209: Ser solidário (275): Quatro anos como médico cooperante (1980-1984), em Fulacunda e em Bissau (Henk Eggens, neerlandês, consultor internacional em saúde pública,
reformado, a viver em Santa Comba Dão)

(**) Vde. poste de 18 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26400: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (35): Jorge Pinto (ex-alf mil, 3.ª C / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74) - Parte V

(***) Último poste da série > 20 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26292: As nossas geografias emocionais (35): Helsínquia, Finlândia (António Graça de Abreu)

domingo, 26 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26427: Tabanca da Diáspora Lusófona (30): José António Marinho, que vive em New Jersey, e pertenceu à CCS/BCAÇ 2928, Bula, 1970/72 (João Crisóstomo)



1. Mensagem recebida pelo formulário de contacto do Blogger:


Data - sexta, 24/01/2025, 03:45


Vivo nos EUA en NJ (New Jersey), gostava. que me inscrevessem no blogue. 

Estive em Bula. de
1970. a 1972, na CCS/BAÇ 2928.
Obrigado

Cumprimentos,
José Antônio A Marinho | Email: (...)


2. O nosso coeditor Carlos Vinhal está a tratar do pedido de ingresso na Tabanca Grande. Pedimos, entretanto, ao régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, o  João Crisóstomo,  para contactar o seu "vizinho" de New Jersey e nosso camarada... Eis a mensagem que ele lhe enviou:


Caro camarada José António Marinho,


Acabo de receber uma mensagem do “comandante” de todos os "camaradas da Guiné”, Luís Graça, dando-me conhecimento da tua mensagem: (...) "Vivo nos EUA en NJ gostava. que me inscrevessem no blog, estive em Bula,  de 1970. a 1972 na CCS/BCAÇ 2928. Obrigado." (...)

Mas que agradável surpreza! Um camarada meu, que vive em New Jersey, portanto meu vizinho, (eu vivo em Queens , Nova Iorque ) e eu nem sequer tinha conhecimento!

Podes dar-me o teu número de telefone que eu ligo-te, talvez mesmo ainda hoje, ou amanhã?

Eu estive na Guiné: Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole, Missirá… em 1965/67. Temos com certeza "manga de assuntos" de interesse para falar.

Espero a tua resposta por E mail, pode ser? Ou mesmo telefone,  se quiseres ligar-me. Senão eu ligo-te. Diz-me as melhores horas para ti, Eu , embota já velhote, ando/estou sempre a correr, sempre com mil coisas a fazer mas para os meus amigos ( e, para mim, os "camaradas da Guiné” são como irmãos),  eu cá me viro…  
 
(...) Com "parte mantenhas”…

João Crisóstomo (segue a morada e os contactos)



João Crisóstomo, 

_______________

Nota do editor:

Último poste da série > 1 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26333: Tabanca da Diáspora Lusófona (29): Happy New Year 2025! (João Crisóstomo, Régulo, Nova Iorque)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26416: Os 111 históricos do nosso blogue, que agora passam a "senadores" (2): a entrada do Virgínio Briote, em 17/10/2005, com a publicação de um conto traducional "Ansumane, o caçador de crocodilos"


Guiné > Região de Tombali > Catió > Ganjola > c. 1967/69 > Um crocodilo apanhado por militares no rio de Ganjola. O zebro devia ser dos fuzileiros. Poucos camaradas viram, ao  vivo os furtivos crocodilos, mas havia-os por todo o lado, do rio Cacheu ao rio Cumbijá... Alguns eram pequenos e  eram confundidos com jacarés (repteis que náo existiam na Guiné nem no resto da África.

Foto (e legenda): © Alcides Silva (2016). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Foi assim que o Virgínio entrou paara o nosso blogue, em 18 de outubro de 2005. Tratou-me cerimoniosamente por você (*): o que era natural, não nos conhecíamo-nos,  pessoalmente...  E contou-nos uma história, muito bonita, não de caça ao crocodilo, mas de amor, entre um caçador de crocodil0s, Ansumane, e a uma jovem, Cadi, que foi forçada a casar-se com outro homem...



Caro Luís Graça,

Descobri há pouco tempo o seu interessante blogue. Todos os dias à noite passo por ele e vou-me actualizando, lembrando aqueles tempos. Passei também por aquelas terras. Fui mobilizado, em rendição individual, para a Guiné em Janeiro de 65, para um batalhão que tinha participado na Op Tridente, na Ilha do Como e que mais tarde esteve em quadrícula, sediado em Farim.

Fui colocado em Cuntima, na fronteira norte. E, quando o Batalhão se preparava para regressar, ingressei nos comandos em Brá. Corri com o meu grupo a Guiné quase toda. Também fui a Satecuta, ao Galo Corubal e por lá andei 19 dias, na época das chuvas.

Tenho muita coisa escrita, coisas que guardei para mim, que fechei numa mala, quase durante 40 anos. Envio-lhe uma história que ouvi lá.

Um abraço,
V. Briote


2. Comentário do editor LG, com data de 19/10/2005:

(...) Como vês, Virgínio, a malta vai juntando peças para fazer o puzzle da memória da guerra (colonial ou do Ultramar, como queiras), sem sentimentos de culpa, sem acusações, sem vanglórias... Tem sído bonito, dizem-me,  e eu também sinto que sim. E talvez para o ano, a gente se possa juntar, conhecer pessoalmente e beber um copo. (...) (**)

_____________

ANSUMANE, O CAÇADOR DE CROCODILOS

(conto tradicional guineense, 
recolhido por Virgínio Briote)


A agitação interior que eu sentia, miudinha, contrastava com a calma daquela noite de lua cheia nas margens do rio.

− Boa noite, patrão! 

O Braima, camisa a arrastar pelo chão, gorro de lã na cabeça, cachimbo há que tempos nos dentes. Braima Dafé, pés grandes, seco, resistência incomum, dia a dia a remar a canoa entre as margens, levando a mancarra que os nativos tinham para vender aos comerciantes.

 Patrão, tem canoa ali na margem, quer passar?

Rio acima, a brisa fresca e mansa a dar-lhes, o chlap chlap do remo. A agitação a dissipar-se, pouco e pouco a vida a ficar para trás até desaparecer, dobrada a curva do rio. E logo ali, entre os tufos das palmeiras, duas árvores despidas, encostadas uma à outra, ramos entrelaçados de tal forma que àquela distância, lhe pareciam duas pessoas abraçadas uma à outra, uma delas com um braço erguido como se pedisse auxílio ao céu.

− O que é aquilo, Braima?

 
− Eh, patrão, aquelas árvores são pessoas! Sim, patrão, há muito tempo. Nem tinha ainda nascido o avô do meu avô. Quando as mulheres adúlteras eram castigadas com o desprezo, às vezes até com a morte. No tempo em que havia respeito pela honra, não era como agora...

... Pois nesse tempo, uma bajuda chamada Cadi foi prometida ainda menina ao poderoso Bacar Seidi, um velho rabugento já com oito mulheres. Cadi a crescer, o coração fraco a palpitar, começou a inclinar-se para Ansumane, caçador de crocodilos, o mais famoso da região.

Ansumane correspondia, queria mesmo casar com ela, mas o pai já a tinha prometido a outro, mais dotado que o caçador, a coragem como único dote. Olhavam-se com aqueles olhos que toda a tabanca via, nos batuques Cadi a dançar, seios para cima e para baixo, as ancas fartas, os olhos de Ansumane. Ele bem gostava de satisfazer o seu corpo, ela de casar com ele, ai dela, tinha que cumprir a palavra de seu pai, casar com Bacar Seidi.

Passaram tempos, muitos mesmo até que um dia, com grande desgosto de Ansumane, Cadi foi entregue a Bacar Seidi, e outras luas passaram. Ansumane sem conseguir desviar-se para outra, rodeava a morança, procurava nem que fosse só vê-la, os dias a passarem-se, ele sempre a magicar como a havia de convencer a ser dele, a vontade de caçar crocodilos a passar. O homem dela, conhecedor da amizade que os unia, vigiava as redondezas, nunca se sabe.

Até que um dia as febres tomaram conta de Bacar Seidi. Ansumane, na sua ronda noturna como era costume, viu a adorada Cadi, ao ar fresco da noite na varanda.

Cadi, como um assobio baixo, ela a correr, o impulso do coração mais forte que o chamamento dele, para os braços do amado.

− Tens que ser minha!.

 
− Não posso, Ansumane, eu sou do Bacar, ele é o homem a quem Alá me entregou!

− Mas ele é velho e tu não gostas dele, tu gostas de mim, eu sei!

 É verdade, Ansumane, mas ele é o meu homem e eu a sua mulher.

Ansumane a apertá-la mais contra o seu peito, mãos nervosas nos redondos de Cadi, aquele corpo jovem, ela a estremecer, um delírio, ele a insistir:

− Cadi, vem comigo, fujamos, tenho a canoa na margem, se atravessarmos pela bolanha depressa chegamos! Vamos, Cadi, para um lugar que ninguém nos conheça, onde o teu homem nunca nos alcance. 

Cadi mesmo junto ao coração dele, a tentação mais forte, o corpo a palpitar:

− Ansumane sim, é um homem jovem, viçoso, meu homem é velho.

Mão na mão, a passos largos na estreita vereda, a serpentear pelas palhotas, a bolanha, a seguir a margem do rio. Junto à sebe da purgueira, o sussurrar da brisa agitou as ramagens do arbusto. Não contavam, estremeceram, abraçaram-se como se estivessem mais protegidos. Acharam que não podiam esperar mais. E no silêncio da noite, deram-se um ao outro, as estrelas a brilharem como testemunhas. Ficaram esquecidos, a onda de loucura passara, Cadi em si, o erro agora sem remédio, não podia voltar para o seu homem, tinha mesmo que fugir com Ansumane.

 
− Vamos depressa antes que Bacar dê pela minha falta, vamos!

Na morança, Bacar há muito que despertara a arder em febres, se tomasse um chá de 'buco'  (#talvez ficasse melhor, diria a Cadi que lho preparasse.

−  Cadi, Cadi! 

A voz dele a voltar para trás. Ergueu-se um pouco para ver a esteira de Cadi, devia estar a repousar, não a viu, Cadi, outra e outra vez o eco sem resposta. Onde estaria Cadi a esta hora que ninguém está fora das moranças, obra de Ansumane, seria?

A cólera deu-lhe forças, levantou-se, a espada de gume curto na mão enrugada, correu para o rio, o que as pernas deixavam, um pressentimento estranho.

Não queria acreditar, as febres, Cadi mão na mão de Ansumane a caminho do rio a dois passos. Não conseguindo alcançá-los, "Caaadiii!!!", …um grito áspero de gelar a chegar até eles. Estacaram, tolhidos sem poder mexer-se!

Que Alá os livrasse da vingança no fio da espada, tão cortante como a voz que os fizera deter, incapazes de mais um passo que fosse!

Morrer! Não, ela não queria morrer às mãos de Bacar, os braços a rodear o corpo forte de Ansumane, mais protegida da fúria de Bacar.

Morrer! Não, ele não queria, nem a morte de Cadi que agora mais que nunca era sua. E,  erguendo-se para o céu, pediu a Alá que os protegesse.

A prece foi ouvida. Quando Bacar já a curta distância, a espada no ar prestes a abater-se sobre as cabeças, Alá livrou-os da morte, transformou-os em árvores! Foi assim que um pedaço de pau encontrou a espada de Bacar!

Dizem que hoje, tantas luas passadas, em noites de tempestade ainda escorrem gotas de sangue daquele lanho já seco pelos tempos!

... Quando Braima acabou a história, fixei melhor as estranhas árvores, a ver se via nelas a infeliz história de Ansumane, o caçador de crocodilos, a fantasia das palavras de Braima ainda no ar.

O silêncio daquela noite brilhante foi subitamente quebrado por um uivo, sinistro de um cão! Braima respondeu com um prolongado:

− Eh! eeeeh! 

E estalou repetidamente com a língua…

−  Quando os cães uivam é sinal que algum mal está para acontecer! Vamos embora, patrão, é melhor! 

Umas remadas fundas viraram a canoa em direcção à vida. (***)

Virgínio Briote

(Revisão / fixação de texto / nota: LG)


(#) Nota de LG: "Buco", do crioulo da Guiné-Bissau: planta medicinal de cujas folhas se faz um chá usado na prevenção do paludismo e no pós-parto. Fonte: Porto Editora – buco no Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2025-01-22 18:13:25]. Disponível em https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/buco

____________

Notas de L.G.


(*) Vd. pposte de 17 de outubro de 2005 > Guiné 63/74 - P223: Tabanca Grande: Virgínio Briote (ex-Alf Mil Comando, Cuntima e Brá, 1965/67) e a história de Ansumane, caçador de crocodilhos (conto tradicional)

(**) Vd, poste de 19 de outubro de 2005 > Guiné 63/74 - P228: Virgínio Briote, velhinho de 65, comando, contador de estórias

(***) Último poste da série > 22 de janeiro de 2025 >
Guiné 61/74 - P26414: Os 111 históricos do nosso blogue, que agora passam a "senadores"  (1): Virgínio Briote e Rogério Freire, que hoje fazem anos

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26414: Os 111 históricos do nosso blogue, que agora passam a "senadores" (1): Virgínio Briote e Rogério Freire, que hoje fazem anos


Virgínio Briote, ex-alf mil cav, CCAV 489 (Cuntima)  e ex-alf mil 'cmd', Comandos do CTIG,  cmdt do Grupo Diabólicos (Brá) (set 1965/ set 67); nascido em Cascais, frequentou a Academia Militar; fez o 2º curso de Comandos do CTIG. Comandou o Grupo Diabólicos (Set 1965 / Set 1966); regressou a casa em Jan 1967: casado com a Maria Irene Fleming,prof de liceu, reformada; foi quadro superior da indústria farmacêutica; entrou para a Tabanca Grande em 17/10/2005 (*).

Tem mais de 300 referências no nosso blogue; é autor de notáveis séries como "Guiné, ir e cvoltar", "Brá, SPM 0418", " Memórias de um comando em Barro", "Recordando o Amadu Djaló (...)"; é editor (jubilado) do no blogue desde 11/7/2007 (**); é também autor de um dos melhores blogues intimistas sobre a experiência de um antigo combatente: Guiné, ir e voltar: Tantas Vidas" (foi descontinuado em 2008, mas pode ser acedido aqui no Arquivo.pt)




Rogério Freire (foto atual do Facebook)


Rogério Freire é autor e editor da página,  CART 1525, Os Falcões (Bissorã, 1966/67), uma das mais antigas da nossa blogosfera, centrada numa só companhia e, ainda por cima, das mais completas em termos de informação (*). 

É uma página que ele vai vai mantendo, com tenacidade e paixão,  e que também está agora preservada no Arquivo.pt (última "captura" pelo robôs em 1/2/2023, 07:07).

O Rogério Freire, que foi alf mil daquela companhia, e profissionalmente foi delegado de propaganda médica e esteve ligado  à área da informática, é também um dos históricos do nosso blogue (entrou em 13/10/2005) (***), eonde tem 32 referências. e é um dos que mais se tem preocupado com o futuro dos nossos blogues e páginas na Net. Infelizmente, ele é também o único representante dos "Falcões" na Tabanca Grande... 


1.  Em   1 de junho de 2006, éramos 111, os amigos e camaradas da Guiné.  São (ou foram, alguns infelizmente já morreram: 21, ou seja, 18,9%) os históricos da I série do nosso blogue. Mudámos de "instalações" no final de maio de 2006.  Vamos recordá-los individualmente,  com destaque para os que continuaram connosco e se mostratam mais ativos ao longo destes anos.



  • A. Marques Lopes (1944-2024),
  • A. Mendes,
  • Abel Maria Rodrigues,
  • Afonso M.F. Sousa,
  • Aires Ferreira,
  • Albano Costa,
  • Amaro Samúdio,
  • Américo Marques (1951-2019),
  • Ana Ferreira,
  • Antero F. C. Santos,
  • António Baia,
  • António Duarte,
  • António J. Serradas Pereira,
  • António (ou Tony) Levezinho,
  • António Rosinha,
  • António Santos,
  • António Santos Almeida,
  • Armindo Batata,
  • Artur Ramos,
  • Belmiro Vaqueiro,
  • Carlos Fortunato,
  • Carlos Marques dos Santos (1943-2019), 
  • Carlos Schwarz ("Pepito") (1949-2014),
  • Carlos Vinhal,
  • Carvalhido da Ponte,
  • David Guimarães,
  • Eduardo Magalhães Ribeiro,
  • Ernesto Ribeiro,
  • Fernando Chapouto,
  • Fernando Franco (1951-2020),
  • Fernando Gomes de Carvalho,
  • Hernani Acácio Figueiredo,
  • Hugo Costa,
  • Hugo Moura Ferreira,
  • Humberto Reis,
  • Idálio Reis,
  • J. C. Mussá Biai,
  • J. L. Mendes Gomes,
  • J. L. Vacas de Carvalho,
  • João Carvalho,
  • João S. Parreira,
  • João Santiago,
  • João Tunes,
  • João Varanda,
  • Joaquim Fernandes,
  • Joaquim Guimarães,
  • Joaquim Mexia Alves,
  • Jorge Cabral (1944-2021) 
  • Jorge Rijo,
  • Jorge Rosmaninho,
  • Jorge Santos,
  • Jorge Tavares,
  • José Barreto Pires,
  • José Bastos,
  • José Casimiro Caravalho,
  • José Luís de Sousa,
  • José Manuel Samouco,
  • José Martins,
  • José (ou Zé) Neto (1927-2007),
  • José (ou Zé) Teixeira,
  • Júlio Benavente
  • Leopoldo Amado (1960-2021), 
  • Luis Carvalhido,
  • Luís Graça,
  • Luís F. Moreira (1948-2013), 
  • Luís Moreira,
  • Manuel Carvalhido,
  • Manuel Castro,
  • Manuel Correia Bastos,
  • Manuel Cruz,
  • Manuel Domingues,
  • Manuel G. Ferreira,
  • Manuel Lema Santos,
  • Manuel Mata,
  • Manuel Melo,
  • Manuel Oliveira Pereira,
  • Manuel Rebocho,
  • Manuela Gonçalves ("Nela") (1946-2019), 
  • Mário Armas de Sousa,
  • Mário Beja Santos,
  • Mário Cruz,
  • Mário de Oliveira (Padre) (1937-2022),
  • Mário Dias (ou Mário Roseira Dias),
  • Mário Migueis,
  • Martins Julião,
  • Maurício Nunes Vieira,
  • Nuno Rubim (1938-2023), 
  • Orlando Figueiredo,
  • Paula Salgado,
  • Paulo Lage Raposo,
  • Paulo & Conceição Salgado,
  • Paulo Santiago,
  • Pedro Lauret,
  • Raul Albino (1945-2020), 
  • Renato Monteiro (1946-20121), 
  • Rogério Freire, 
  • Rui Alexandrino Ferreira (1943-2022),
  • Rui Esteves,
  • Rui Felício,
  • Sadibo Dabo,
  • Sérgio Pereira,
  • Sousa de Castro,
  • Tino (ou Constantino) Neves,
  • Tomás Oliveira,
  • Torcato Mendonça (1944-2021), 
  • Victor Barata (1951-2021).
  • Victor Condeço (1943-2010),
  • Victor David (1944-2024),
  • Victor Tavares, 
  • Virgínio Briote, 
  • Vitor Junqueira, 
  • Xico Allen (1950-2022),
  • Zélia Neno (1953-2023).
(Total=111)

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26409: Tabanca Grande (566): Angelino dos Santos Silva, grão-tabanqueiro nº 897, ex-fur mil OE, 26ª CCmds (Brá, 1970-1972), poeta e escritor, natural de Recarei. Paredes, Vale do Sousa



Angelino Santos, ex.fur mil OE, 26ª CCmds (Brá, 1970/72)



Paredes > Recarei > Anos 50 > O artista quando jovem,
com outros colegas e vizinhos... Náo sabemos identificá-lo. A foto serviu para compor a capa do livro "Memórias da Aldeia", o livro mais recente do Angelino dos Santos Silva



Capa do romances histórico  "Geração de 70: época das chuvas" (2014). 

Fotos: Facebook de Angelino Santos Silva  (com a devida vénia)


1. O Angelino dos Santos Silva é o primeiro, no ano em curso, a sentar-se à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande, de acordo com a sua vontade expressa e respondendo ao nosso convite, que já tem dois anos (*).

O nosso camarada Angelino Santos Silva, nasceu em  25 de novembro de 1948, em Recarei, Paredes,  vale do Sousa (berço da nossa nacionalidade): escritor, ex-fur mil 'cmd', 26ª CCmds, Bula, Teixeira Pinto e Bissau, 1970/72, passa a  ser o nosso grão-tabanqueiro nº 897.

Frequenta, com alguma regularidade, as Tabancas do Norte, com destaque para a Tabanca de Matosinhos, a Tabanca da Maia, e o Bando do Café Progresso. (E julgamos que também a Tabanca dos Melros, em Fânzeres, Gondomar.)

Angelinos, és ecebido de braços abertos na Tabanca Grande, a mãe de todas as tabancas. Teremos oportunidade de nos conhecermos pessoalmente; para além da Guiné e da escrita, temos mais afinidades, a sensibilidade sociocultural, o gosto pela música, o amor aos "nossos" vales, o teu o do Sousa, o meu  o do Tâmega (meu, por afinidade, a Alice Carneiro é do Marco de Canaveses, tua vizinha, e eu vou aí há 50 anos). 

Senta-se no lugar nº 897 e partilha connosco histórias e memórias do teu tempo de Guiné e da tua 26ª CCmds, que tem apenas 9 referências no nosso blogue. Quanto às nossas 10 regras editoriais, náo te vou maçar com a sua discriminaçáo, tens aqui o link para saber mais sobre nós, o blogue dos amigos e camaradas da Guiné (na badana do lado esquerdo). O teu nome passa igualmente a figurar na lista, de A a Z, dos 897 grão-tabanqueiros.

 
De acordo com os elementos que recolhemos sobre ti, sabemos algo mais (falta-nos apenas um foto do teu tempoo de "comando"):

(i) concluído ensino básico, faz os seus estudos na cidade do Porto;

(ii) aos 17 anos entra na EFACEC como estagiário escolar, situação que se manteve até ingressar no Serviço Militar Obrigatório.

(iii) como trabalhador-estudante faz o SPI (secção preparatória de admissão) para entrada no Instituto Industrial do Porto;

(iv) em 1969 vai para o CIOE, em Lamego, para frequentar o Curso de Comandos;


(v) integrado na 26ª Companhia de Comandos, embaraca em março de 1970 no T/T "Niassa" para a Guiné, onde permamceu  22 meses;

(vi) em "março de 71, sofre em combate um 'acidente' provocado por mina anticarro que o projecta a cerca de 30 metros": como "ia dependurado no lado contrário ao rebentamento da mina, quis a sorte que ficasse apenas com algumas queimaduras nas costas, provocado pela água da bateria do camião cisterna, que ficou completamente destruído" (sorte, que não tiveram os camaradas dentro do camião):  esteve hospitalizado dois meses;

(viii) regressado à Efacec em 1972, "iniciando a carreira profissional como Técnico de Projetos de Engenharia de Equipamentos de Produção e Distribuição de Energia Elétrica, profissão que manteve até 1982"

(ix) em 1982 sai da Efacec e "inicia uma nova carreira profissional como vendedor de Produtos Químicos de Manutenção Industrial": Chhefe de Vendas ao fim de meio ano, "foi promovido a Diretor Técnico/Comercial da zona Norte, ao fim de três anos, cargo que ocupou durante 20 anos na Quimivenda";

(x) "o gosto pela escrita em prosa e poesia é de sempre, mas apenas em 2010 começou a publicar os seus textos": "Pedaços de Vida" foi o seu primeiro romance (2010) (ver aqui a recensáo crítica feita pelo nosso camarada Mário Beja Santos; "Geração de 70: época das chuvas" (romance histórico, 2014); "Mar de Saudade" (2022) é livro de poesia;  o livro mais recente (2024) são as "Memórias da Aldeia"; mais de 4 dezenas de personagens, entre vivos e mortos, ajudam a reconstruir as memórias da terra natal do autor, Recarei, os seus usos e costumes, o seu modo de ser e estar, entre as décadas de 1920 e 1970; é um trabalho de pesquisa etnográfica.

Fonte: Facebook de Angelino Santos Silva


2. No princípio de 2023, trocámos mensagens, eu e o Angelino,  na página do Facebook da Tabanca Grande. Por qualquer razão acabámos por não dar seguimento à nossa intenção de o apresentar, formalmente, aos amigos e camaradas da Guiné:


Tabanca Grande Luís Graça 17/1/2023, 12:45

Angelino, lúcida e corajosa a tua "pedrada no charco" (...). Posso publicá-la no blogue da Tabanca Grande ? Vejo que és amigo do Facebook, mas não do Blogue. Aceita o meu convite para te juntares aos 868 amigos e camaradas da Guiné que se reunem sob o "poilão" da Tabanca Grande... Duas fotos e duas linhas de apresentação, e já está. Tens um auditório mais vasto do que aqui... Luís Graça.

Angelino Santos Silva 17/1/2023,  14:54

(...)  Obg, Luís, claro que sim, podes publicar. Aproveito para te felicitar pelo enorme trabalho que levas a cabo ao longo de 20 anos em prol dos Combatentes. Obg por me aceitares no blogue. Abraço.


(**) ~Ultimo poste da série > 28 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26208: Tabanca Grande (565): Jorge Fernando Ferreira Pedro, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CART 6251/72 (Catió e Cabedú, 1972/74), que se senta no lugar 896 do nosso poilão

sábado, 11 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26376: O nosso blogue em números (105): estamos mais pobres: perdemos em 2024 mais 9 membros da Tabanca Grande (74 nos últimos 6 anos)

1. Continuando a fazer o balanço (bloguístico) de 2024 (*)... 

Foram 9 (nove) os amigos e camaradas da Guiné, membros da nossa Tabanca Grande, que se despediram da Terra da Alegria, ao longo do ano de 2024.  Ficam em campa rasa, metaforicamente falando, à sombra do nosso poilão.  Guardemos deles e delas as nossas melhores memórias. 

  • A. Marques Lopes (1944-2024) | 
  • Aurélio Trindade (1933-2024) | 
  • Elisabete Silva (1945-2024) | 
  • Florimundo Rocha (c.1950-2024) | 
  • Humberto Trigo de Bordalo Xavier (1935-2024) | 
  • Joaquim Sequeira (1944-2024) | 
  • José Manuel Amaral Soares (1945-2024) 
  • Luiz Fonseca (1949-2024) | 
  • Regina Gouveia (1945-2024) |




A.Marques Lopes (1944-2024)







Elisabete Sillva (1945-2024)





Florimundo Rocha (1950-2024)




Humberto Trigo de Bordalo Xavier (1942-2024).


Joaquim Nunes Sequeira (1944-2024)


Luiz Fonseca (1949-2024)


Regina Gouveia (1945-2024)


2. Nos últimos seis anos, de 2019 a 2024, perdemos 74 membros da Tabanca (25 só em 2021, em plena pandemia), número assim discriminado por anos (**):

2024 =  9
2023 = 13
2022 = 12
2021 = 25
2020 =   9
2019 =   3

Subtotal = 74, que representam 49.3% do total (n=150) dos falecidos desde o início do blogue. Infelizmente este número deve pecar por defeito. Há membros da Tabanca Grande que há muitos anos não fazem "prova de vida".

Os 150 falecidos (de que temos conhecimento) representam 16,7% do nosso total de membros (registados) da Tabanca Grande (n=896).


2. É uma dor de alma ter de listar de novo os nomes dos nossos amigos e camaradas que nos deixaram só nestes últimos seis anos... Aqui vão os restantes (2o23-2019):

  • António Cunha (Tony) (c.1950 -c. 2022) (só soubemos em 2023)
  • António Eduardo Ferreira (1950 - 2023)
  • Armando Tavares da Silva (1939-2023)
  • Carlos Alberto Cruz (1941-2023)
  • Carronda Rodrigues (1948-2023)
  • Cunha Ribeiro (1936-2023)
  • Fernando Costa (1951-2018)(*)
  • Fernando Magro (1936 - 2023)
  • José António Paradela (1937-2023)
  • José Carlos Suleimane Baldé (c.1951-2022) (só soubemos em 2023)
  • José Marcelino Sousa (1949 - 2023)
  • Manuel Gonçalves (Nela (1946-2019 (só soubemos em 2023)
  • Nuno Rubim (1938 - 2023)
  • Zélia Neno (1953 - 2023)

____________


___________

  • Alcídio Marinho (1940-2021)
  • Aniceto Rodrigues da Silva (1947-2021)
  • Carlos Azeredo (1930-2021)
  • Carlos Domingos Gomes (Cadogo Pai) (1929-2021)
  • Celestino Bandeira (1946-2021)
  • Cláudio Ferreira (1950-2021)
  • Cristina Allen (1943-2021)
  • Cristóvão de Aguiar (1940-2021)
  • João Cupido (1936-2021)
  • João Diniz (1941-2021)
  • Joaquim da Silva Correia (1946-2021)
  • José Eduardo Oliveira (JERO) (1940-2021)
  • José Manuel Dinis (1948-2021)
  • José Martins Rosado Piça (1933-2021)
  • José Pardete Ferreira (1941-2021)
  • Leopoldo Amado (1960-2021)
  • Mamadu Camará (c. 1940-2021)
  • Manuel Amaral Campos (1945-2021)
  • Marcelino da Mata (1940-2021)
  • Otelo Saraiva de Carvalho (1936-2021)
  • Paulo Fragoso (c.1947-2021)
  • Queta Baldé (1943-2021)
  • Renato Monteiro (1946-2021)
  • Torcato Mendonça (1944-2021)
  • Victor Barata (1951-2021)

__________

  • Domingos Fernandes (1946-2020)
  • Eduardo Jorge Ferreira (1952-2019)
  •  Fernando Franco (1951-2020)
  •  Isabel Levezinho (1953-2020)
  • José Barreto Pires (1945-2020)
  • José Ceitil (1947-2020)
  •  José Maria da Silva Valente (1946-2020)
  •  Libório Tavares (Padre) (1933-2020)
  • Lúcio Vieira (1943-2020)
  • Luís Rosa (1939-2020)
  • Raul Albino (1945-2020)

___________

  • Carlos Marques dos Santos (1943-2019)
  • Jorge Rosales (1939-2019)
  • Mário Gualter Pinto (1945-2019)
_______________

3 de janeiro de 2024 > Guiné 61/74 - P25030: In Memoriam: Os 14 membros da Tabanca Grande falecidos em 2023 (ou cuja notícia da morte só foi sabida por nós em 2023)

10 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P23970: O nosso blogue em números (85): Em 2022, tivemos 12 "baixas mortais" e outras tantas entradas para a Tabanca Grande (dos quais 3 a título póstumo)... Somos agora 867 grã-tabanqueiros, dos quais 129 já falecidos (c. 15%)

4 de janeiro de 2022 > Guiné 61/74 - P22875: O nosso blogue em números (73): em 2021, tivemos 25 "baixas mortais" e 31 novos membros da Tabanca Grande (dos quais 13 a título póstumo)... Somos agora, entre vivos e mortos, 855 grã-tabanqueiros

10 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21754: O nosso blogue em números (70): em 2019 e 2020, entraram 40 novos membros para a Tabanca Grande: somos agora um total de 824 (dos quais 10% já faleceram)

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Guiné 61/74 - P26368: O nosso blogue em números (104): O nº de novos membros da Tabanca Grande tem vindo a abrandar desde a pandemia: somos agora 896



Infrografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2025)


1. Mais dados estatísticos sobre o nosso blogue (*): em 2024 entraram 14 
 novos membros para a Tabanca Grande, quatro dos quais a título póstumo.

Passámos de 882 (em 2023)  para 896 (Gráfico nº 8) não conseguindo atingir o "pico da montanha" (que eram os 900).
 
Em relação à entrada de novos membros, chamamos  a atenção para o facto de a média anual. nos últimos quatro anos (2021-2024) estar  agora nos 10.   
 
 Aqui vai a lista dos novos membros, entrados em 2024, por ordem cronológica de entrada (entre parênteses o número de grão-tabanqueiro) (n=14):

  • Alberto Pires ("Teco) (883)
  • Humberto Trgo de Bordalo Xavier (884)(*)
  • Vctor Carvalho (885)
  • Rui Chamusco (886)
  • José Cuidado da Silva (887)
  • Otacílio Luz Henriques (888)
  • Carlos Parente (889)
  • José Álvaro Carvalho (890)
  • Aurélio Trindade (891) (*)
  • Elisabete Silva (892) (*) 
  • Eugénio Ferreira (893)
  • António Galinha Dias (894)
  • José Manuel Amaral Soares (895) (*)
  • Jorge Pedro (896).
(*) a título póstumo

Já lá vai o tempo em que o  número de membros da nossa Tabanca Grande  crescia, com regularidade, a uma méda de 4 por mês, ou seja, quase um por semana... Éramos:
  • 111, em junho de 2006;
  • 390 em 2009;
  • 595 em 2012;
  • 710 em 2015;
  • 731 (em 2016): 
  • 765 (em 2017):
  • 783 (em 2018);
  • 800 (em 2019);
  • 824 (em 2020).
Depois o ritmo começou a abrandar (Gráfico nº 8 ), o que é compreensível face ao duplo processo de envelhecimento (para além da pandemia que deixou sequelas):
  • do nosso blogue (que fez 20 anos em 23/4/2024);
  • e do "público-alvo" a que se dirige, os combatentes da guerra colonial / guerra do ultramar na Guiné (1961/74)...

Uma das sequelas da pandemia foi a interrupção do Encontro Nacional da Tabanca Grande, que era também uma das vias de recrutamento de novos tabanqueiros. O último que se realizou foi justamente o XIV Encontro Nacional, em 25 de maio de 2019. E o primeiro em 2006. Será que vamos ter "genica" para preparar o próximo, o XV ?

(Continua)
__________

Nota do editor:

(*) Último poste da série > 12 de janeiro de 2024 > 8 de janeiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26360: O nosso blogue em números (103): De 2010 a 2024, o Chrome (45%) estava à frente dos navegadores, e o Wndows (68 %) à frente dos sistemas operativos...Cerca de 12% dos acessos ao blogue eram feitos por telemóvel e smartphone

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26210: Lembrete (49): Tabanqueiros/as do Centro, que não vos falte o fôlego para apagar amanhã as 100 velas do bolo!



Logo da Tabanca do Centro, que vai fazer amanhã o seu 100º encontro, como de resto já tínhamos anunciado no poste P26132 (*)...  



1. Na Ortigosa, concelho de Leiria, na nossa já conhecida Quinta do Paul (fizemos lá dois Encontros Nacionais da Tanca Grande, o III e o IV, em 2008 e 2009, respetivamente), amanhã há festa.  

As inscrições já fecharam, mas o nosso lembrete vem a propósito, porque amanhã é dia de "ronco" para os tabanqueiros do Centro. E  Tabanca Grande, que é, a bem dizer, ... "a mãe de todas as tabancas", vem regozijar-se e desejar, a todos e a todas, bom almoço e bom convívio. Que não lhes falte o fôlego para apagar as 100 velas do bolo... 

Hoje, no Centro Comercial Alegro, em Alfragide, encontrei o meu vizinho, e bom amigo,  Juvenal Amado e ouvi-o combinar com o Miguel Pessoa, que mora em Benfica, a hora e o local para apanhar a boleia do costume até à Ortigosa... 

Recorde-se que foi, em dezembro de 2009, que  o Juvenal Amado (na altura a viver em Alcobaça, e hoje na Reboleira, Amadora) , o Vasco da Gama (Figueira da Foz) e o Manuel Reis (Aveiro) tiveram a ideia de criar a Tabanca do Centro. 

Aos pais-fundadores juntaram-se o Joaquim Mexia Alves (Marinha Grande e Monte Real) e o Miguel Pessoa (Lisboa). E tudo começou regularmente à volta da mesa e do famoso "cozida à Portuguesa", servido às 4ªs feiras na Pensão Montanha, em Monte Real. E tão famoso que chegou a vir gente da Suécia para provar a iguaria da "chef" Dona Preciosa...

Depois o mundo deu muitas voltas, mas a Tabanca do Centro nunca perdeu o seu lugar de equidistância "geodésica" entre todas as tabancas da Tabanca Grande... Pois ela fica, rigorosamente, ao Centro, entre o Norte e o Sul, o Oeste e o Leste... Quem não acreditar, que vá lá medir...

100 encontros é mais do que uma "marca", é um "marco"... E no dia 27 de janeiro de 2025 haverá outro bolo, com 15 velas para soprar, comemorativo do 15º aniversário do primeiro (e histórico) encontro. 

Tenho pena de lá não poder estar amanhã. Mas daqui vão os meus xicorações, alfabravos, quebra-costelas, mantenhas e beijinhos para todos/as os/as tabanqueiros/as do Centro (que esse é do género...neutro). 

A Tabanca Grande também está bem representada na lista dos inscritos para o 100º convívio da Tabana do Centro (contámos pelo menos 15 grãos-tabanqueiros, que vão com links com as suas referências no nosso blogue).

A Tabanca Grande sente-se também  orgulhosa por estar na génese de todas as congéneres espalhadas pelo País, a começar, historicamente, pela Tabanca de Matosinhos, a Tabanca do Centro e, mais tarde, a Tabanca da Linha, dos Melros (Fânzeres, Gondomar), etc.
 
Estas, e outras Tabancas mais pequenas (da Maia, do Algarve, da Diáspora Lusófona, etc.), são um caso de estudo, surgidas quase espontaneamente, com o fim de manter o convívio entre velhos camaradas da Guerra do Ultramar / Guerra Colonial, que agora têm mais tempo disponível e perderam todo o tipo de complexos, por ventura imputados ao seu passado como combatentes nos territórios africanos de então.

Desejamos à Tabanca do Centro uma vida longa e activa, salientando o fundamental papel que têm mantido os  seus mentores, com destaque para o Joaquim Mexia Alves e o  Miguel Pessoa, sem esquecer os outros pais-fundadores. (LG)



29Nov2024 | Inscritos: 45
(Revisão / fixação de texto, links: LG)
____________