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Ramiro Jesus: membro da Tabanca Grande desde 9/9/2012; mora em Aveiro |
1. Mensagem de Ramiro Jesus (ex-fur mil cmd, 35.ª CComandos, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73)
Data - sábado, 26/07/2025, 22:34
Assunto - TV
Boa-noite, Luís e restantes camaradas ex-combatentes.
Deixei passar dois dias para ver se via no nosso blogue alguma reação ao programa que a RTP transmitiu na passada quinta-feira, acerca das nossas saudosas guerras. (*)
Como ninguém se manifestou, vinha eu, deste modo, perguntar ao grupo se terei sido o único que achou aquilo uma verdadeira pobreza franciscana.(**)
E aproveitar para perguntar aos responsáveis do canal que pagamos diariamente, se não encontram alguém que saiba história e seja capaz de enquadrar, com respeito por essa história, as entrevistas que tenham feito, com gente também capaz de exprimir as verdades e realidades da mesma, bem enquadradas com as tais imagens reais das lutas no mato, picadas ou bolanhas e não com os "filmes" que nos pediam para fazer (no meu caso, sempre negados) na época do Natal, normalmente desenroladas ao lado das pistas dos aviões ou pertinho do arame farpado dos quartéis.
Parece-me que, isso sim, seria uma boa homenagem aos ainda sobreviventes que por cá andamos e um bom contributo para o ensino - aos nossos filhos e netos - da verdadeira Históra da guerra colonial/ guerra do ultramar.
2. RTP > Linha da Frente > Marcados pela Guerra :
Episódio 19 de 48 | Duração: 30 min
Sinopse: Entre 1961 e 1974 cerca de 800 mil jovens portugueses partiram para combater nas colónias africanas. Hoje, 60 anos depois, a guerra mantém-se viva na memória dos que estiveram nas três frentes de batalha: Angola, Guiné e Moçambique.
Boa-noite, Luís e restantes camaradas ex-combatentes.
Deixei passar dois dias para ver se via no nosso blogue alguma reação ao programa que a RTP transmitiu na passada quinta-feira, acerca das nossas saudosas guerras. (*)
Como ninguém se manifestou, vinha eu, deste modo, perguntar ao grupo se terei sido o único que achou aquilo uma verdadeira pobreza franciscana.(**)
E aproveitar para perguntar aos responsáveis do canal que pagamos diariamente, se não encontram alguém que saiba história e seja capaz de enquadrar, com respeito por essa história, as entrevistas que tenham feito, com gente também capaz de exprimir as verdades e realidades da mesma, bem enquadradas com as tais imagens reais das lutas no mato, picadas ou bolanhas e não com os "filmes" que nos pediam para fazer (no meu caso, sempre negados) na época do Natal, normalmente desenroladas ao lado das pistas dos aviões ou pertinho do arame farpado dos quartéis.
Parece-me que, isso sim, seria uma boa homenagem aos ainda sobreviventes que por cá andamos e um bom contributo para o ensino - aos nossos filhos e netos - da verdadeira Históra da guerra colonial/ guerra do ultramar.
Propunha ainda que, se porventura fosse viável fazer o que sugiro, por uma equipa com verdadeiros conhecimentos, os trabalhos fossem separados por episódios, por cada uma das antigas colónias/províncias, pois creio estar certo de que as realidades em cada terreno eram bem diferentes entre a Guiné, Angola ou Moçambique.
E pronto. Agora que desabafei e fiz a minha sugestão, agradeço que analises se vale a pena publicá-la. Ficas à vontade.Entretanto, agradeço a dedicação dispensada ao blogue por todos os editores e despeço-me com um forte abraço. Ramiro Jesus.
E pronto. Agora que desabafei e fiz a minha sugestão, agradeço que analises se vale a pena publicá-la. Ficas à vontade.Entretanto, agradeço a dedicação dispensada ao blogue por todos os editores e despeço-me com um forte abraço. Ramiro Jesus.
(Revisão / fixação de texto, título: LG)
Episódio 19 de 48 | Duração: 30 min
Sinopse: Entre 1961 e 1974 cerca de 800 mil jovens portugueses partiram para combater nas colónias africanas. Hoje, 60 anos depois, a guerra mantém-se viva na memória dos que estiveram nas três frentes de batalha: Angola, Guiné e Moçambique.
"Marcados Pela Guerra" mostra a profundidade e persistência do impacto psicológico da Guerra Colonial nos ex-combatentes.
O stress pós-traumático, frequentemente não diagnosticado e silenciado ao longo de décadas moldou vidas e deixou marcas invisíveis na saúde mental de milhares de homens.
"Marcados Pela Guerra" é uma reportagem da jornalista Sandra Claudino, com imagem de Emanuel Prezado, e edição de Nuno Castro.
Próximas emissões deste episódio:
27 Jul 2025 | 10:30
27 Jul 2025 | 11:20 | RTP3
28 Jul 2025 | 02:45 | RTP3
29 Jul 2025 | 13:30 | RTP3
30 Jul 2025 | 05:20 RTP Internacional
Fonte: RTP > Programa > TV
_________________
Notas do editor:
(*) 21 de julho de 2025 > Guiné 61/74 - P27039: Agenda Cultural (897): Programa "Linha da Frente", reportagem "Marcados pela Guerra": RTP 1, quinta-feira, dia 24, às 21h00... Um dos participantes é o nosso camarada José Saúde (ex-fur mil OE/Ranger, CCS / BART 6523, Nova Lamego, 1973/74; vive em Beja)
(**) Último poste da série > 21 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21929: E os nossos assobios vão para... (3): O moderador e os intervenientes do debate da TVI sobre o Marcelino da Mata... (Belarmino Sardinha, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do STM)
(**) Último poste da série > 21 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21929: E os nossos assobios vão para... (3): O moderador e os intervenientes do debate da TVI sobre o Marcelino da Mata... (Belarmino Sardinha, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista do STM)
4 comentários:
Ramiro: obrigado pelo teu comentário. E a frontalidade a que já nos habituaste. Não vejo televisão. Ou vejo cada vez menos. Sou seletivo. E depois, ouço mal, não posso ter o televisor em altos berros. E depois também não tenho, do passado, a melhor memória das minhas experiências de colaboração com este meio de comunicação social. Talvez reveja este episódio 19 da temporada 17 do programa "Linha da Frente", quando passar a estar disponível na RTP Play.
Pelo que vi (de esguelha) e ouvi (mal), há sempre dois ou três handicaps, na TV, quando se revisita a guerra colonial / guerra do ultramar e os seus fantasmas: a começar pelas imagens, os filmes de arquivo, que são, como bem dizes, de uma "verdadeira pobreza franciscana".. Em 13 ou 14 anos de guerra, a televisão pública só dispõe de "enlatados" de 1961, Angola, capacete de aço, espingarda mauser, catana, viaturas blindadas da II guerra mundial...
Pelo que eu percebi, o foco da reportagem era o "stresse pós-traumático de guerra"...Para além dos profissionais da ADFA que lidam com este problema (nomeadamente, psicólogos), foram ouvidos camaradas nossos (e seus familiares) que estão a ser apoiados...
Tenho pudor em falar sobre o vi (de esguelha) e ouvi (mal)... Mas também não sei quais foram os critérios jornalísticos usados para selecionar os entrevistados (neste caso as "vítimas de stress pós-traumático")... Em televisão, usa-se muito o critério da conveniência... A televisão custa uam pipa de massa por minuto...
Enfim, deram-nos 30 minutos, a nós, coitadinhos dos antigos combatentes... Concordo contigo: não temos que lhes ficar agradecidos...
Quando aquilo acabou, pensei: foi mais do mesmo.
Os entrevistados como são seleccionados? A maioria de nós (ou todos) não conseguimos o distanciamento suficiente para falarmos do nosso passado sem nos comovermos, logo a voz sai embargada e o discurso pouco claro.
Os entrevistadores fazem o trabalho de casa? Acho que não, porque não conseguem abordar os velhos combatentes de modo a "tirar" deles as melhores memórias.
Na edição das peças, o que cortam? Aqui ou ali não tiram sentido ao que foi dito?
Depois, nós continuamos com o discurso do desgraçadinho, como se a condição de antigo combatente, fosse, à partida, uma condição que nos menospreza. Devíamos, sim, era exigir que tratassem condignamente os nossos camaradas doentes, fisícos e psicológicos, deficientes comprovados da guerra. Tudo o mais é conversa barata, e posso afirmá-lo pela minha experiência ao longo de anos, nas minhas modestas acções reinvidicativas a favor dos antigos combatentes.
Para comer, ainda vão aparecendo mais de cem, mas nas cerimónias públicas em que lembramos os nossos camaradas caídos em campanha, aparecem sempre os mesmos, dúzia e meia, poucos mais.
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira
Eu, para esse peditório já dei.
Também não vejo televisão quanto muito alguns filmes e não gosto de filmes velhos
Um abraço
Juvenal Amado
Caríssimo Ramiro de Jesus também fiquei decepcionado e triste, quanto a Homens que estiveram no terreno para contar a história o leque vai-se fechando "abruptamente" cito por exemplo o Sr. Coronel Matos Gomes, embora este tenha deixado em livros grande parte da história da guerra do Ultramar.
Colaço.
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