1. Comentário do Gil Moutinho ao poste P20965 (*):
[à esquerda, o nosso grã-tabanqueiro Gil Moutinho, ex-fur nul piloto aviador, BA12, Bissalanca, 1972/73, é um dos régulos da Tabanca dos Melros: mantém a parte agrícola da sua quinta e faz a gestão do restaurante Choupal dos Melros, em Fânzeres, Gondomar, especializado em eventos (casamentos, batizados, festas)]
Ao ler referência aos bombardeamentos noturnos, e não havendo referência aos T6 "Roncos" nessa matéria, lembro que a 24 e 27 Setembro de 1973 participei em missões noturnas ATIP [, Ataque Independente Preparado], em parelha.
Foram algumas experiências e não tiveram muita repetição, não sei quantas missões se fizeram.
Os bombardeamentos não eram em picada mas em linha de vôo,e tínhamos algum receio que as bombas ficassem presas ao avião pelas cavilhas das espoletas, e seria um problema.
A eficácia seria duvidosa e nós dizíamos que era para gastar stocks e chatear o IN.
Também de dia continuaram os bombardeamentos mas a grande altitude e com pouca precisão.
Achegas que vão surgindo das memórias
Gil Moutinho
PS - Por favor, não generalizem o meu comentário destes bombardeamentos pontuais e digamos experimentais, passando para toda a actuação da FA num período difícil para todos.
Ainda vejo muitos "bem hajam" à FAP, seja nos bombardeamentos, de apoio nos embrulhanços, seja nas evacuações. Os factos da saga do ten pilav Castro Gil, de Copá a Piche, são reais, não romanceados!
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Nota do editor:
(*) Vd. poste de 11 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20965: FAP (116): O último ano do Fiat G-91 - II (e última) Parte (José Matos)
(...) Operações nocturnas
As missões de Fiat à noite são executadas com luzes de posição apagadas. Esta restrição implicava que a força atacante não fosse superior a 2 caças e que a actuação, no local de acção, obedecesse a um rígido sistema de escalonamento em altitude, tanto na fase da entrada como na da saída dos passes de tiro e à selecção de um ponto em terra bem conhecido para a reunião e regresso à base, dos aviões.
Quanto ao apoio, este era relativamente fácil de prestar, porque o clarão do disparo das armas da guerrilha, denunciava a sua posição no terreno. No local de acção, o primeiro jacto a entrar tinha, por isso, grande probabilidade de infligir danos ao inimigo. Fizeram-se saídas desta natureza a favor de Gadamael Porto e outra em apoio de Cufar. (...)
Em relação ao C-47, foi engendrado um visor a partir de um derivómetro usado no DC-3 Skymaster, que media ângulos na horizontal e na vertical. Ao fim de alguns voos gerou-se uma tabela de tiro e a aeronave entrou em acção, a coberto da noite. O avião adaptado era, habitualmente, usado em missões de reconhecimento fotográfico e tinha, por isso, uma abertura no dorso inferior traseiro, para instalação da máquina fotográfica. Era por essa abertura que os militares a bordo lançavam manualmente bombas de 15 kg. Os voos eram habitualmente feitos a 10 000 pés (3000 metros) fazendo bombardeamento de área. (...).
A estreia do C-47 nesta função acontece em Setembro de 1973 com 3 acções/3 saídas nocturnas, continuando em Novembro com 5 acções/5 saídas e em Dezembro com 12 acções/12 saídas.[35]
Podemos agora ver pela análise dos SITREPS (“Situation Report”) da época que o número de acções aéreas de ataque do G.91 aumenta de forma consistente a partir de Agosto de 73, atingindo o pico máximo em Outubro (126 acções). (...)