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segunda-feira, 14 de maio de 2018

Guiné 61/74 - P18633 Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXI: As minhas estadias por Bissau (iv): janeiro-fevereiro de 1968


Foto nº 44 A > Bissau, feveiro de 1968 > O autor, à direita, com o seu camarada Verde, junto à estátua de Diogo Cão, com as muralhas da Amura, por detrás (*).


Foto nº 44 >  Bissau, fevereiro de 1968 < Praça e estátua de Diogo Cão


Foto nº 45 > Bissau, janeiro de 1968 > Passeio de motorizada pela marginal


Foto nº 46 > Bissau,  c. janeiro de 1968 > O Virgílio Teixeira e o seu camarada Verde, em passeio com motorizada. Ao fundo, o famoso restaurante "O Solar dos Dez" que era frequentada pelas altas patentes militares do CTIG.


Foto nº 46 A > Bissau,  c. janeiro de 1968 >  Ao fundo, o restaurante "O Solar dos Dez"


Foto nº 47 > Bissau, fevereiro de 1968 > Em primeiro pleno, à direita: o alferes mil Fragateiro, do presidente do CA do BCAV 1915, ao lado Fragateiro, o alf mil Alberto Fontão, comandante de um PINT [Pelotão de Intendência]; e depois o fur mil Nelson, ajudante do Fragateiro; eu, do lado esquerdo, de óculos, e à minha direita, um furriel de quem não me lembro o nome.


Foto nº 62 > Bissau, fevereiro de 1968 > No café Bento petiscando qualquer coisa. No extremo esquerdo sou eu, no direito é o meu amigo do Porto e do  café Cenáculo, hoje  economista, o alferes Pinto Gomes, que estava na Chefia da Contabilidade. Ao lado dele está o furriel Riquito.do meu CA, e os outros dois são também oficiais da Chefia de Contabilidade. Éramos todos do Porto.


 Foto nº 54 > Bissau, 2 de fevereiro de 1968 > O N/M Funchal, ao fundo. Transportou o alm Américo Tomás, e sua comitiva na visita presidencial à Guiné, ainda no tempo do gen Schulz


Foto nº 59 > Bissau, 2 de fevereiro de 1968 > Visita do alm Américo Tomás >  Final da Av da República, hoje, Av Amílcar Cabral. A estátua que se vê era a de Nuno Tristão, erigida por ocasião do 5º centenário do seu desembarque em terras da Guiné (1446).


Foto nº 64 > Bissau, fevereiro de 1968 > Num domingo,  sentado na marginal junto ao porto cais de Bissau, com um camarada, parece-me o irmão do furriel Riquito,  do meu CA [, Conselho de Administração], mas não tenho a certeza.

Guiné > Bissau > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69).

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69); natural do Porto, vive em Vila do Conde, sendo economista, reformado; tem já mais de meia centena de referências no nosso blogue.

Recorde-se que o Virgílio Teixeira, de acordo com o seu CV militar:

(i) entrou em Mafra, na Escola Prática de Infantaria (EPI), em 3 de janeiro de 1967, ainda antes de completar os 24 anos de idade:

(ii) como habilitações literárias, tinha já os dois primeiros anos da Faculdade de Economia do Porto (, licenciatura que completou depois da tropa);

(iii) ao fim de 9 meses, partíu de Figo Maduro,  em 20 de setembro de 1967,  num avião militar, com o comando avançado do BCAÇ 1933,  para render o outro batalhão, o BCAV 1915, que seguiu para Bula;

(iv) fez o serviço no CTIG como alferes miliciano, sendo a sua especialidade o serviço de administração militar (SAM);

(v) nessa qualidade, foi chefe do conselho administrativo (CA) do BCAÇ 1933, ou seja, o oficial mais perto do comandante de batalhão, que era um tenente-coronel;

(vi) não tendo sido um "operacional" propriamente dito, por isso, "contar muita coisa sobre operações em concreto, embora tivesse feito muitas colunas militares de reabastecimentos, quer por rio ou por estrada", além de muitas patrulhas à volta dos aquartelamentos, e vivendo muitas vezes os bombardeamentos contínuos às  posições [das NT]";

(vii) faz questão também de declarar que dá "um valor enorme ao sacrifício das nossas tropas": "conheço, por aquilo que leio agora, o que se passou e nós não sabíamos quase nada. Passaram mais de 40 anos até se perceber o que foi aquela guerra";

(viii) "esta reportagem - Bissau, parte I - pretende focar apenas a cidade e arredores de Bissau, as suas várias escapadelas, outras deslocações em serviço, as vivências e acima de tudo as loucuras da juventude, por esta cidade-capital, que, apesar de tudo, ficou marcada para o resto da vida";

(ix) "os comentários que são feitos às fotos, são apenas de memória, o que veio à cabeça, e por consulta a vários elementos escritos, em especial aquilo que está escrito nas costas das fotos";

(x) a esta parte o autor chama-lhe “As minhas Estadias por Bissau” ; deixa, para futura reportagem , o tema "Bissau – Parte II"; e aí sim, vai dar-lhe um nome sonante: “As minhas férias na Guiné”... que engloba tudo, Bissau, Nova Lamego e São Domingos, incluindo os aquartelamentos de Cacheu, Susana e as praias de Varela.


Guiné 1967/69 - Álbum de Temas: T031 – Bissau - Parte 1 > (iv) Jan / fev  1968 > Legendagem (**)

F44 – Numa praça junto ao Hotel Portugal, com a imagem de um navegador português, que vergonhosamente não me lembra o nome, (,talvez Diogo Cão? Pero Vaz de Caminha?)... Estou eu e o meu camarada Verde do BCAÇ 1932. a imitar o nosso navegador. Bissau, Fev68.

[Observação do editor Vd. poste P14211 (*)

Praça e estátua de Diogo Gomes frente à ponte cais de Bissau... Ao fundo, muralhas da fortaleza da Amura. Segundo Ana Vaz Milheiro, especialista em arquitetura colonial do Estado Novo, o pedestal (agora vazio) da estátua do Diogo Gomes ainda lá está, tal como a inscrição, um exerto do canto VII dos Lusíadas, "Mais mundo houvera"... O pedestal é obra do Gabinete de Urbanização do Ultramar. A estátua (removida, depois da independência,  para o forte do Cacheu) deve ser da autoria do escultor Joaquim Correia, autor de monumento análogo que ainda hoje está de pé na cidade da Praia, Cabo Verde. 

Esta e outras estátuas (Honório Barreto, Nuno Tristão, Teixeira Pinto) faziam parte de "um escrupuloso programa de 'aformoseamento' do espaço público", integrado nas comemorações do 5º centenário do desembarque de Nuno Tristão. na altura do governo de Sarmento Rodrigues (1945-48). No entanto, a colocação das estátuas destas figuras históricas da colonização só será efetuada na segunda metade da década de 1950 [Vd. Ana Vaz Milheiro - 2011, Guiné-Bissau. Lisboa, Círculo de Ideias, 2012. (Coleção Viagens, 5), pp. 32-33].


F45 – Um passeio de motorizada, num Domingo de manhã, na marginal do porto, com as palmeiras bem grandes e arranjadas, verdejantes, com pouca gente nas ruas. Bissau, Janeiro68.

 F46 – Uma volta de motorizada com o amigo e camarada Alferes Verde, na marginal, junto aos Estaleiros Navais da Marinha, com excelente e privilegiada localização, como mandam as normas da Marinha. Ao fundo fica então o famoso Restaurante ‘O Solar dos Dez’ que frequentava muitas vezes e que também era poiso habitual das altas patentes militares, incluindo o Spínola e seus convidados. Recorda-me, entre outras especiarias, a famosa Mousse de chocolate gelada, a colher espetada ficava de pé. Bissau. Foto tirada entre Jan-Março 68.

F47 – No café Bento [, a famosa 5ª Rep.] em noite quente. Um grupo de amigos e camaradas. Tem 3 elementos do CA [Conselho Administrativo]  do BCAV 1915, que eu fui render em Set67 em Nova Lamego, e encontrámo-nos depois em Bissau. Os da frente, à direita o alferes Fragateiro,  Chefe do CA do BCav1915; do lado esquerdo,  o ajudante Furriel Nelson (Já meu conhecido do Instituto Comercial do Porto); em frente outro furriel de que não sei o nome. Ao lado do Fragateiro temos o alferes Alberto Fontão, Comandante de um Pelotão Independente de Reabastecimentos e Intendência, era meu amigo antes da guerra e continua a ser, fomos colegas da Faculdade de Economia do Porto, frequentávamos o mesmo café Cenáculo desde 1961 quando inaugurou, e ainda hoje existe, por ali estudávamos à noite até muito tarde, no dia seguinte era dia de trabalho.

O Fontão vivia lá em Bissau com a mulher e uma filha pequena, visitei-o algumas vezes e levei a passear a filha Eunice, com apenas 2 anos na minha motorizada, ela ainda se lembra hoje de mim, apesar de não haver qualquer convívio posterior.

Não tive boas recordações do Fragateiro, não sei porquê, mas vê-se pela fotografia que não estamos risonhos, e apesar de ele ser também do Porto: trabalhou na propaganda médica e encontrei-o uma vez e não falámos, quase nada.  Penso que não nos entendemos lá muito bem por causa das "contas" do batalhão,  que eu recusei, eu não sabia nada daquilo, Depois ele foi para Bula e regressou uns meses antes do nosso batalhão. Dizem que nunca mais quis falar da Guiné. Bissau, Fev68.

F54 – No porto de Bissau, atracado o Paquete Funchal que transportou a comitiva da visita do Presidente Tomaz à Guiné. Sobre este acontecimento já existe uma grande reportagem com os Postes e roncos da visita. Bissau, 02Fev68.

F59 – Junto a uma estátua que não consigo identificar quem é a personagem [, é a do navador Nuno Tristão, no final da Avda República].  Captada na Praça do Império junto ao Palácio do Governador, na visita do Presidente Almirante Américo Tomaz à Guiné. Bissau, 02Fev68.

F62 – No café Bento petiscando qualquer coisa. No extremo esquerdo sou eu, no direito é o meu amigo do Porto e do café Cenáculo, hoje conomista, o alferes Pinto Gomes, que estava na Chefia da Contabilidade, tinha lá a mulher, a Acácia, e tinha como companhia na mesma casa onde viviam, a irmã Amélia, o marido, cunhado, o alferes Fontão, já com uma filha pequena, Eunice.

Ao lado do Pinto Gomes,  está o furriel Riquito.  do meu CA, e os outros dois são também oficiais da Chefia de Contabilidade. Éramos todos do Porto. Bissau, Fev68.

F64 – Num domingo sentado na marginal junto ao porto cais de Bissau, com um camarada, parece-me o irmão do furriel Riquito do CA, mas não tenho a certeza. Bissau, Fev68.
_________________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 4 de maio de 2018 > Guiné 61/74 - P18604: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte XXXI: As minhas estadias por Bissau (iii): 4º trimestre de 1967

(**) Vd. poste de  2 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14211: Memória dos lugares (285): Fortaleza da Amura, estátua de Diogo Gomes, ponte cais de Bissau e edifício da Alfândega (Arménio Estorninho / Agostinho Gaspar / António Bastos)

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Guiné 61/74 - P18145: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte V: Nova Lamego e São Domingos


Guiné > Região de Cacheu > São Domingos  > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  São Domingos

Foto 242 – O Dakota 655 a levantar voo da pista de S. Domingos, talvez em abril ou maio de 68. Os abastecimentos e as deslocações daquela zona eram feitas por avião ou barco, a via terrestre estava interditado. As fotos das aeronaves eram feitas em muitas posições, e o normal era captar o avião numa pequena vala, deitado e virado com a máquina para o ar. Tenho fotos espectaculares, espontâneas, inéditas. A visita do Dakota significava a vinda e ida de militares, e o correio, e os víveres frescos, armamento e munições urgentes.



Guiné > Região de Cacheu > São Domingos  > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >  São Domingos

Foto 408 – É um impressionante pôr de sol, em São Domingos, 1968, época das chuvas, possivelmente entre maio e outubro. Tenho muitas destas, acho que parece o cogumelo da bomba atómica de Hiroxima e Nagasáqui. Para conseguir isto era preciso esperar às 6 horas da tarde, início da noite, e esperar a sorte para apanhar o sol e nuvens. Até merece ir para o concurso das melhores fotos!...


Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAªÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > Nova Lamego

Foto 727 – Esta é uma rua de Nova Lamego, já era uma cidadezinha com ruas e população, alguns civis brancos, mas muito poucos, e eram Libaneses comerciantes. A tropa ocupava vários edifícios, isolados uns dos outros, mas aqui era o centro das operações do sector Leste, comandado pelo nosso Batalhão, tínhamos sob o nosso comando 17 unidades, entre várias Companhias da metrópole, comandos locais, milícias, pelotões independentes num total de cerca de 3000 homens, espalhados por Madina do Boé, Beli, Cabuca, Piche, Canquelifá, Buruntuma, Pirada, e tantas outras. Aqui os abastecimentos também eram feitos por via terrestre, organizavam-se colunas de muitas viaturas, fazia-se o percurso de 70 km até Bambadinca, onde descarregavam no porto os nossos abastecimentos. Também me coube a mim comandar algumas destas colunas, nunca tivemos problemas de maior, tínhamos Bafatá pelo meio, e aquilo era mais ou menos seguro. Estivemos lá entre outubro de 67 e fevereiro de 68.



Guiné > Região de Gabu >Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >    Foto s/n > Coluna Nova Lamego-Piche. De pé, o alferes mil SAM Virgílio Teixeira.



Guiné > Região de Gabu > Piche > Foto s/n (já aqui publicada no poste P18095)


Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar_ Blogue Luís Graça & Camaradas da Guine]



1. Esclarecimentos adicionais do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69):
´

Quanto ao assunto da foto de Piche, é assim:

Eu fiz uma pesquisa completa nos meus papéis e fotos e em especial pelo livro original que tenho da 'História da Unidade - BCAÇ 1933'. Neste livro está cá tudo que passou sob o comando do BCAÇ 1933, quer em Nova Lamego, em Bissau - um mês - e em São Domingos. 

Foram muitas unidades que no total não andam longe de 40 a 50, não vou contá-las agora. Parte das Companhias orgânicas, como a  CCAÇ 1792 foi um mês mais tarde e para outras zonas, e a CCAÇ 1791 andou por Farim etc, só a  CCAÇ 1790 esteve em Nova Lamego, mas a maior parte do tempo sob o comando doutro batalhão, BCAÇ 2832, salvo erro.

Faziam parte das Unidades sob o comando do nosso Batalhão de NL, a CCAV 1662, eles tinham um pelotão em Nova Lamego, e por isso fazíamos muitas deslocações entre estas duas unidades. Estive a ler ontem muita coisa à procura do Capitão da 1662. Realmente encontrei-o, é mesmo o Cap Mil António Sousa Pereira, e encontrei o nome dele nas páginas dos Louvores, recebeu um Louvor no dia 1-3-68 do Comandante do Batalhão, que nessa altura era o nosso Ten Cor Armando Vasco de Campos Saraiva, e foi feito mais ou menos na hora da despedida de Nova Lamego. O nosso Cap Sousa Pereira era um homem bem fixe, por isso eu gostava de ir lá, Não sei a qual Batalhão pertencia esta Companhia, eu julgo que era do BCAV 1915 que nós fomos render em Nova Lamego, mas não encontrei nada, inclusive no blogue da Tabanca Grande,  por isso não afirmo. 

Nunca mais osube deste camarada Capitão Sousa Pereira, pode ser que ele venha a ver a foto e dê sinais de vida, oxalá!

Curiosamente encontrei uma foto da autoria do alf mil médico Lema Santos, na hora do embarque, em 4 de agosto de 1969, mas tirada de terra para o mar, ao contrário das minhas, pois eu já estava no Uíge desde o dia anterior, e muita tropa também embarcou de terra no porto de Bissau, e foi essa que ele postou - é assim que se chama? - Pelos vistos ele anda por aí também na Tabanca Grande

Sobre a nossa foto, está à esquerda um Homem da terra, pertencia lá à religião cujo templo é o fundo da foto, depois temos o capitão [António Sousa Pereira, cmdt da CCAV 1622] o nosso médico, alf mil Lema Santos, eu,  Virgilio Teixeira, e ao meu lado direito um cabo do meu batalhão que me lembro bem dele, mas não sei o nome nem o que fazia em concreto na nossa companhia.


Alf inf Gamboa
Foto: Academia Militar,com a devida vénia 
Há uma história triste com o alferes inf Gamboa, da CCAÇ 1589,  que também estava subordinada ao nosso comando. Num certo dia de dezembro eu estava para ir numa coluna a Piche, estivemos a conversar debaixo duma enorme árvore, e tenho uma foto desse momento, com ele e outros militares que seguiram mais logo. Depois por qualquer razão que desconheço, não me deixaram ir, e a coluna partiu para Piche. 

Uma ou duas horas depois vem uma informação de uma emboscada com minas e a noticia que um dos mortos era o alf  Gamboa. Foi um choque. Apanharam um turra que fez parte dessa emboscada e trouxeram-no para Nova Lamego já morto, foram os elementos do pelotão AML 1143 e foi exposto na praça pública. Tenho fotos dessa exposição pública, não sei se interessa mostrar isto. Sei que depois se fizeram algumas barbaridades e eu, apesar de fotografar alguma coisa, não participei nesse baile. 

Nessa noite fizemos o velório do Gamboa, ele usava um chapéu de cowboy americano com as abas para cima. Foi uma grande perda, pois falamos algumas vezes. (***)


2. Continuação da publicação de um conjunto de fotos, selecionadas, do álbum do nosso camarada Vírgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) (*).

Cremos que o Virgílio Teixeira é o primeiro alferes miliciano SAM - Serviço de Administração Militar,  a integrar a nossa Tabanca Grande. É economista reformado.

Recorde-se que o nosso camarada Virgílio Teixeira passou o Natal de 67 em Nova Lamego, e o Natal e Fim de Ano de 68 em São Domingos (**)

O alf mil SAM Virgílio Terixeira
Como fez questão de partilhar connosco a sua vida militar, sabemos que o Virgílio Teixeira:

(i) entrou em Mafra, na Escola Prática de Infantaria (EPI),  em 3 de janeiro de 1967, ainda antes de completar os 24 anos de idade:

(ii) como habilitações literárias, tinha já os dois primeiros anos da Faculdade de Economia do Porto;

(iii)  ao fim de 9 meses, partiu de Figo Maduro em 20 de setembro desse ano num avião militar, com o comando avançado para render o outro batalhão., o BCAV 1915, que seguiu para Bula;

(iv) fez  o serviço no CTIG  como alferes miliciano, sendo a sua especialidade o serviço de  administração militar (SAM), portanto chefe do conselho administrativo do BCAÇ 1933, ou seja. o oficial mais perto do comandante de batalhão;

(v) não sendo  "operacional", não pode, por isso, "contar muita coisa sobre operações em concreto, embora tivesse feito muitas colunas militares de reabastecimentos, quer por rio ou por estrada, fazendo muitas patrulhas à volta dos aquartelamentos, e vivendo muitas vezes os bombardeamentos contínuos às nossas posições, pois como digo sempre, as balas e morteiros não traziam o código postal de destino, caíram muitas à porta do meu dormitório, da messe e em muitos outros lugares";

(vi) faz questão também de declarar  que dá "um valor enorme ao sacrifício das nossas tropas": "conheço,  por aquilo que leio agora, o que se passou e nós não sabíamos quase nada. Passaram mais de 40 anos até se perceber o que foi aquela guerra".

____________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 21 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18117: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) - Parte IV: Bissau, ponte-cais, 4 de agosto de 1969, no regresso a casa.. O fotógrafo estava lá em cima, no N/M Uíge, a ver chegar as lanchas LDG, LDM e LDP, carregadas de tropas vindas do interior e que encostaram ao navio... Vinha tudo ao molhe e fé em Deus!

(**) Vd. poste de 23 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18129: Feliz Natal 2017 e Melhor Ano Novo 2018 (10): Virgílio Teixeira, ex-Alf Mil SAM da CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69)

(***) Augusto Manuel Casimiro Gamboa, alf inf. QP, morto em  14/12/67. Era natural de São Tomé e Príncipe. Está sepultado no cemitério do Alto de São João, Lisboa.

Ver  também poste de  poste de 29 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6658: Lista alfabética dos 75 alferes mortos no CTIG, 54 (72%) dos quais em combate (Artur Conceição)

Ver ainda poste de 8 de julho de  2010 > Guiné 63/74 - P6698: José Corceiro na CCAÇ 5 (14): Emissor receptor AN/PRC-10

(...) Em Canjadude, em 1971, pode-se testemunhar o seguinte: Durante uma flagelação do inimigo ao Aquartelamento, no dia 21 de Julho de 1971 ao escurecer, o fogo do IN danificou as duas antenas horizontais existentes do AN/GRC-9, que estavam instaladas e suportadas pelos ramos do embondeiro grande, que estava ao lado do campo de futebol e de uma mangueira que estava junto da Parada Alferes Gamboa. (O nome desta Parada, era uma homenagem ao Alferes Augusto Manuel Casimiro Gamboa, que segundo se dizia, já após o término da sua comissão de serviço na Guiné, perdeu a vida numa emboscada do IN, no dia 14 de Dezembro 1967, quando a coluna que o transportava de Canjadude para Nova Lamego sofreu um ataque, em Uelingará, entre Canjadude e Nova Lamego. Contava-se em Canjadude, que foi todo esquartejado no tórax para lhe arrancarem o coração, assim como o despojaram de todos os seus haveres). (...)

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14566: Tabanca Grande (462): Arnaldo Guerreiro, sold cond, Pel Rec AML 2024, "Cavalos de Aço" (Bula, 1968/69)... Grã-tabanqueiro n.º 686

1. Mensagem do novo grã-tabanqueiro, Arnaldo Guerreiro [, foto de 2006, à esquerda[:

Data: 3 de maio de 2015 às 16:43
Assunto: Guiné 68-69

Junto envio algumas fotos para serem incluídas no Blogue da Tabanca Grande.

A minha passagem pela Guiné foi entre janeiro de 68 e outubro de 69, (regressei alguns meses antes, evacuado com hepatite, não mais voltando à Guiné).

Fui  soldado condutor AML Panhard. Estive em Bula com o Pel Rec AML 2024, mais tarde incluído no Batalhão de Cavalaria 1915.

No caso de quererem mais alguma foto ainda tenho.

Arnaldo Guerreiro

2. Comentário dos editores:

Arnaldo, és vem vindo à Tabanca Grande. Pelo teu perfil, no Google +, sabemos que trabalhaste na Martins &amp; Rebello, SA, frequentaste em 2011 a Escola Secundária Martinho Árias, "vives em Portugal" (sic)  e és um pai e avô. E vê-se que és feliz, a avaliar pelo teu perfil no Google Mais:

Primeiro, tens como slogan "Nunca é tarde para aprender", o que é encorajante para muitos camaradas da tua/nossa geração, e que fizeram a guerra da Guiné, mas sentem-se pouco ou nada à vontade para comunicar connosco, através da Internet... Ora este blogue é teu e é deles. Este blogue é de todos os amigos e camaradas da Guiné que queiram dar a cara, como tu. O que nós queremos é não perder as memórias da nossa geração, a começar pelas fotos dos nossos álbuns. E, naturalmente, reforçar os laços de amizade e camaradagem que nos unem, desde então. Como camaradas que fomos (e somos), tratamo-nos por tu.

Por outro lado, na tua apresentação dizes que és natural de Évora,  vives em Espírito Santo, Soure... E mais: "Motivos de orgulho: Já sobrevivi a duas guerras, Guerra do Ultramar (Guiné) e enfarte do miocárdio". Achamos que sim, que mereces mais um louvor por teres sabido e podido fintar a morte!... E, já agora, conta-nos como é que lidaste com a hepatite que, na altura, era uma doença tramada que dava direito imediato a evacuação para a metrópole... Deves ter sido tratado no  Hospital Militar de Doenças Infecto-Contagiosas (HMDIC), o Hospital Militar de Belém, que era então autónomo (em relação ao Hospital Militar Principal).

Em suma, camarada, tens todo o direito de te sentares à sombra do  mágico e fraterno poilão da Tabanca Grande.  E para nós, que já cá estamos, alguns há 11 anos (!),  é um honra poder receber-te. Passas ser o n.º 686 (*)... 

Do Pel Rec AML 2024 temos apenas um  camarada teu, se não erramos, o ex-fur mil cav Bernardino Cardoso (**)... Mas vais descobrir mais malta do teu tempo de Bula. Manda mais fotos, com legendas, dos sítios por onde passaste. E divulga o nosso blogue entre os teus camaradas de cavalaria. (Sobre o BCAV 1915, temos ainda poucas referências).



O sold cav condutor de AML Arnaldo José Fialho Guerreiro, junto a uma Panhard

O sold cav condutor de AML Arnaldo José Fialho Guerreiro


Louvor atribuído ao sold cav condutor de AML Arnaldo José Fialho Guerreiro, saído na Ordem de Serviço , n.º 305, de 21/12/1968, do BCAV 1915 (Guiné, 1967/69).

Fotos: © Arnaldo Guerreiro (2015). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG]
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Notas dos editores:

domingo, 13 de maio de 2012

Guiné 63/74 - P9893: Em busca de ... (187): Maria Luísa procura ex-combatentes da CCAV 1693 e do BCAV 1915, camaradas de seu marido, falecido recentemente

1. Telefonou, para o nosso editor Luís Graça, a Maria Luísa, natural de/ou a residir em Valpaços, Trás-os-Montes, viúva do nosso camarada António Maria Ambrósio Fernandes. Trabalha numa escola e ficou viúva recentemente.

Deseja voltar a ir aos “encontros da Guiné” do pessoal da BCAV 1915* (Tigres da Guiné), mas deixou de ter contactos. Nunca mais recebeu nenhuma carta sobre os convívios. Ainda foram, em vida do marido, ambos, a dois encontros, um dos quais na Lousã. 

O marido era o 1.º Cabo Telegrafista António Maria Ambrósio Fernandes. Foi mobilizado pelo RC 3 de Estremoz e pertenceu à CCAV 1693 (Companhia independente), Nova Lamego e Piche, 1967/69.

Tinha-se reformado em dezembro de 2011 e morreu em 4 de fevereiro de 2012.

Emocionada, Maria Luísa prometeu-nos mandar duas fotos do marido, para conhecimento dos antigos camaradas, quando a filha que vive algures na região centro (Condeixa ?), vier a Valpaços. A filha escolherá, digitalizará as fotos e enviará para o nosso blogue, já que está mais à vontade com o computador.

A Maria Luísa não tem email. Gostava muito de voltar a encontrar e a conviver com os antigos camaradas do marido. Viu o nosso blogue e pensou que a podíamos ajudar.

Tem o telemóvel: 963 603 480

************

Divisa: ...na guerra conduta mais brilhante


BATALHÃO DE CAVALARIA N.º 1915 (BCAV 1915, GUINÉ 1967/69)


Mobilizado no RC 3, em Estremoz, desembarcou em Bissau em 14 de Abril de 1967, não dispondo de companhia operacionais no seu quadro orgânico.

Em 15 de Abril de 1967 rende o Batalhão de Caçadores nº 1856, assumindo o Sector L3, sediado em Nova Lamego, ao qual pertenciam os subsectores de Bajocunda, Canquelifá, Buruntuma, Piche, Madina do Boé e Nova Lamego.

Em 1 de Julho de 1967 o subsector de Piche foi integrado no Sector L3, tendo sido retirado ao Sector do Batalhão de Caçadores nº 1877. Foi rendido pelo Batalhão de Caçadores nº 1933 e transferido para o Sector O1, com sede em Bula.

Em 18 de Fevereiro de 1969 foi rendido pelo Batalhão de Caçadores nº 2861 e regressou à metrópole em 03 de Março de 1969.

Vd. página do BCAV 1915 "Tigres da Guiné" em http://josetito1.blogspot.pt/ do nosso camarada José Tito


COMPANHIA DE CAVALARIA N.º 1693 (CCAV 1693, GUINÉ 1967/69)

Mobilizada no RC3 de Estremoz, desembarcou em Bissau em 15ABR67.

Em 15ABR67 seguiu para Nova Lamego a fim de efectuar o treino operacional sob a orientação do BCAV 1915 e seguidamente constituir a subunidade de intervenção e reserva do Agr1980, em substituição da CCAV 1662.

Em 20SET67 foi rendida pela CART 1742, tendo seguido para Bula a fim de substituir a CCAÇ 1496 no sector do BCAÇ 1876 e depois do BCAV 1915.

Em 18 FEV69 foi substituída pela CCAÇ 2466 e recolheu a Bissau a aguardar embarque.

Regressou à Metrópole em 02MAR69
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 29 de Janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9417: Em busca de... (181): Camaradas que tenham pertencido ao BCAV 1915 ou BCAÇ 2861 (Bissorã e Bula, 1968/69)

Vd. último poste da série de 23 de Abril de 2012 > Guiné 63/74 - P9785: Em busca de ... (186): Esquadrão de Reconhecimento (EREC) 8740/72 (Bula e Bissau, 1973/74) (Nelson Manuel Maduro / Júlio Maduro Simões, Rio de Couros / Ourém)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6773: Tabanca Grande (232): António Marques Barbosa, gondomarense, benfiquista, bom gigante, membro da Tabanca de Matosinhos, ex-Fur Mil Cav, Pel Rec Panhard 1106 (Bula, 1966/68)















Guiné > Região de Cacheu >  Bula > Pel Rec Panhard 1106, Os Cavaleiros Blindados  (1966/68) > O Fur Mil Cav António Barbosa, natural de Gondomar, hoje reformado da Polícia Judiciária,  benfiquista assumido e destemido num mar de dragões, membro da Tabanca Pequena de Matosinhos, e a partir de agora membro da Tabanca Grande. É uma presença permanente, notada e notória, das famosas 4ªs feiras no Restaurante Milho Rei, por muitas razões e mais uma: com ele ninguém vai aos figos, nem lhe faz o ninho atrás da  orelha... 

Mobilizado pelo Regimento de Cavalaria nº 7, fez parte do primeiro pelotão de Panhards que foi para a Guiné... Bateu toda a região do Cacheu... Só não me explicou como é que um calmeirão, como ele, cabia naquelas latas de sardinha... Estive ontem, com ele, mais uma vez, na Tabanca dita Pequena de Matosinhos... Já era altura de o integrar, de pleno direito, na Tabanca Grande. Sê bem vindo, camarada! De outros camaradas como, por exemplo, o Manuel Carmelita, estou à espera que me mandem as fotos da praxe...


(i) Partiu de Lisboa em 31 de Maio de 1966;

(ii) Desembarcou  em Bissau em 6 de Junho de 1966;

(iii)  Em Bissau, esteve instalado provisoriamente no Forte de S. José da Amura durante o 1º mês;

(iv) Seguiu, em Julho, seguiram,  para o sector de Bula, tendo ali ficado primeiramente integrado no dispositivo e manobra do BCAV 790 e depois no BCAV 1915, com Secções estacionadas em Teixeira Pinto e noutros destacamentos do Sector;

(v) A sua actividade operacional foi esencialmente desenvolvida no apoio às colunas auto de reabastecimentos e operações militares;

(vi) Sofreu 16 emboscadas;

(vii) Locais onde esteve:  Bula, Có, Pelundo, Teixeira, Pinto, Bachile, Cacheum, Binar, Biissorâ, Biambe, Mata Jomete, Mansoa, Naga;

(viii) Regresso: Embarque em Bissau em 26 de Janeiro de 1968 e desembarque em Lisboa a 3 de Fevereiro de 1968;

(ix) Comandante: Alf Cav Bayan.






Guiné- Bissau > Região de Cacheu > Bula > Abril de 2010 > O regresso a Bula, 42 anos depois... O António Barbosa é o primeiro da esquerda... e na ponta direita está o nosso conhecido Xico Alen. A foto foi tirada pelo Manuel Carmelita, se não erro. Em Bula, António Barbosa e os seus amigos da visitaram a Clínica Pediátrica de S. José de Bor, instituição que está receber apoio da Tabanca de Matosinhos.

Fotos: © António Barbosa (2010). Direitos reservados

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Nota de L.G.:

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3810: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (3): Unidades de comando em Bajocunda

Continuação da publicação do trabalho de pesquisa do nosso camarada José Martins (*):

Copá, na fronteira com o Senegal (1965-1974) - Parte III: Unidades de comando no subsector de Bajocunda (**)

Unidades de comando:

BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 506 (BCAÇ 506, 1963/65)

Mobilizado no Regimento de Infantaria 2, em Abrantes, desembarcou em Bissau em 20 de Julho de 1963, recebendo os elementos do recompletamento do BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 238, que rendeu, assumindo a mesma zona de acção, que passou a ser designada por sector D.

Em 1 e 8 de Agosto de 1963 e 8 de Julho de 1964, foram criados no sector, pela chegada de novas unidades, os subsectores de Piche, Xitole e Fajonquito. A zona de acção foi reduzida em 24 de Agosto de 1964 dos subsectores de Bambadinca e Xitole, e aumentada do subsector de Pirada (onde se incluía Bajocunda) em 29 de Outubro de 1964.
Em 11 de Janeiro de 1965 a zona D passou a designar-se por Sector L2, abrangendo os subsectores de Bafatá e Fajonquito.

Foi rendido pelo Batalhão de Cavalaria nº 757 em Bafatá e regressou à metrópole em 29 de Abril de 1965.

BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 512 (BCAÇ 512, 1963/65)

Foi mobilizado no Regimento de Infantaria nº 7, em Leiria e desembarcou em Bissau em 22 de Julho de 1963, composto por Comando e Companhia de Comando e Serviços.

Em 20 de Agosto de 1963 seguiu para Mansoa para preparar a sua zona de acção – Sector C - cuja responsabilidade assumiu em 1 de Setembro de 1963, englobando as companhias estacionadas nos subsectores de Mansoa, Mansabá, Bissorã e Farim, sendo acrescentados os subsectores de Enxalé e Bigene em 08 e 23 de Dezembro de 1963.

Por remodelação do sector, foi reduzido em 23 de Maio de 1964 dos subsectores de Farim e Bigene e em 31 desse mês foi reduzido dos subsectores de Mansabá e Bissorã.

Em 22 de Julho de 1964 foi substituído pelo Batalhão de Artilharia nº 645, tendo sido deslocado para Bissau (Brá) onde assumiu a responsabilidade da segurança do Centro de Instrução de Comandos.

Em 29 de Dezembro de 1964 foi transferido para o então criado sector L3, com sede em Nova Lamego e abrangendo os subsectores de Nova Lamego, Piche e Pirada, assumindo a responsabilidade do mesmo em 11 de Janeiro de 1965.

Foram criados, sucessivamente os subsectores de Canquelifá em 25 de Fevereiro de 1965, de BAJOCUNDA em 11 de Março de 1965, de Madina do Boé e o de Buruntuma em 23 de Maio de 1965, estes três subsectores foram criados com recurso a unidades de intervenção do Comando-Chefe.

Foi rendido pelo Batalhão de Cavalaria nº 705 em 1 de Junho de 1965, regressando a Bissau, onde embarcou de regresso em 12 de Agosto de 1965.

BATALHÃO DE CAVALARIA Nº 705 (BCAV 705, 1964/66)

Mobilizado no Regimento de Cavalaria 7, em Lisboa, desembarcou em Bissau em 24 de Julho de 1964, ficando nesta cidade como força de intervenção às ordens do Comando– Chefe, sendo as suas companhias atribuídas como reforço e para realização de operações noutros sectores.

Em 15 de Fevereiro de 1965 foi deslocado para Bafatá, onde comandou a actividade operacional das suas companhia e preparou a rendição do Batalhão de Caçadores nº 512.

Em 1 de Junho de 1965, rende o Batalhão de Caçadores nº 512, estacionado em Nova Lamego, e assume e responsabilidade do Sector L3, que inclui os subsectores de Pirada, BAJOCUNDA, Canquelifá, Buruntuma, Piche, Madina do Boé e Nova Lamego

Em 1 de Maio de 1966, rendido pelo Batalhão de Caçadores nº 1856, regressa a Bissau, embarcando de regresso à metrópole em 14 de Maio de 1966.

BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 1856 (BCAÇ 1856, 1965/67)

Mobilizado do Regimento de Infantaria nº 1, na Amadora, desembarcou em Bissau em 6 de Agosto de 1965, ficando aquartelado em Brá (Bissau), às ordens do Comando – Chefe, orientado para a zona Leste, sendo as suas subunidades atribuídas de reforça a outros batalhões para diversas operações.

Em 2 de Março de 1966 o comando instalou-se em Nova Lamego, enquanto a Companhia de Comando e Serviços era instalada em Piche até 23 de Abril de 1966.

A 1 de Maio de 1966 e substituindo o Batalhão de Cavalaria nº 705, assumiu a responsabilidade do Sector L3, que englobava os subsectores de BAJOCUNDA, Canquelifá, Piche, Buruntuma, Madina do Boé e Nova Lamego.

Rendido pelo Batalhão de Cavalaria nº 1915, tendo embarcado para a metrópole em 15 de Abril de 1967.

BATALHÃO DE CAVALARIA Nº 1915 (BCAV 1915, 1967/69)

Mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, em Estremoz, desembarcou em Bissau em 14 de Abril de 1967, não dispondo de companhia operacionais no seu quadro orgânico.

Em 15 de Abril de 1967 rende o Batalhão de Caçadores nº 1856, assumindo o Sector L#, sedeado em Nova Lamego, ao qual pertenciam os subsectores de BAJOCUNDA, Canquelifá, Buruntuma, Piche, Madina do Boé e Nova Lamego.

Em 1 de Julho de 1967 o subsector de Piche foi integrado no Sector L3, tendo sido retirado ao Sector do Batalhão de Caçadores nº 1877.

Foi rendido pelo Batalhão de Caçadores nº 1933 e transferido para o Sector O1, com sede em Bula. Em 18 de Fevereiro de 1969 foi rendido pelo Batalhão de Caçadores nº 2861 e regressou à metrópole em 03 de Março de 1969.

BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 1933 (BCAÇ 1933, 1967/

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 15, em Tomar, desembarcou em Bissau em 02 de Outubro de 1967. Foi colocado no Sector L3 em sobreposição com o Batalhão de Cavalaria nº 1915, assumindo a responsabilidade deste sector em 11 de Outubro de 1967, que abrangia os subsectores de BAJOCUNDA, Buruntuma, Canquelifá, Piche, Pirada, Madina do Boé e Nova Lamego. Neste sector, de 23 de Outubro a 4 de Dezembro de 1967, foi criado o subsector temporário de Canjadude.

Foi rendido na missão que desenvolvia pelo Batalhão de Caçadores nº 2835, em 21 de Fevereiro de 1968, recolhendo a Bissau a guardar colocação. Em 02 de Abril de 1968, rende o Batalhão de Caçadores nº 1894 no Sector O1-B, designado por Sector 06 a partir de 04 de Outubro de 1968, até 1 de Agosto de 1969, data em que é rendido pelo Batalhão de Cavalaria nº 2876.

Regressou à metrópole em 20 de Agosto de 1969.

BATALHÃO DE CAÇADORES Nº 2835 (BCAÇ 2835, 1968/70)

Mobilizado no Regimento de Infantaria nº 15, em Tomar, desembarcou em Bissau em 4 de Janeiro de 1968, permanecendo em Bissau, tendo as suas companhias sido atribuídas em reforça de outros batalhões.

Em 21 de Fevereiro de 1968 assume a responsabilidade do Sector L3, com sede em Nova Lamego e subsectores em Canquelifá, Piche, Pirada, Buruntuma, BAJOCUNDA, Madina do Boé e Nova Lamego, rendendo o Batalhão de Caçadores nº 1933.

Em 14 de Julho de 1968 este sector foi aumentado com a criação dos subsectores de Canjadude e Cabuca.

Tendo sido criado o Sector L4, em 24 de Novembro de 1968, este batalhão foi reduzido dos subsectores de Piche, Canquelifá, Buruntuma e BAJOCUNDA.

Em 4 de Fevereiro de 1969, foi reduzido do subsector de Madina do Boé com a retirada das nossas forças no território a sul do Rio Corubal, nesta zona.

De 15 de Março a 11 de Outubro de 1969, este batalhão esteve integrado no Comando Operacional nº 5.

Foi rendido em Nova Lamego em 29 de Novembro de 1969 pelo Batalhão de Caçadores nº 2893, regressando à metrópole em 4 de Dezembro de 1969.

BATALHÃO DE ARTILHARIA Nº 2857 (BART 2857, 1969/71)

Mobilizado no Regimento de Artilharia Ligeira nº 5, em Penafiel, desembarcou em Bissau em 15 de Novembro de 1969, assumindo a responsabilidade do Sector L4, com sede em Piche e criado em 24 de Novembro de 1968, em área retirada ao Sector L3 sedeado em Nova Lamego, abrangendo os subsectores de Piche, Buruntuma, Canquelifá e BAJOCUNDA. Este sector é integrado no Comando Operacional nº 5, entre 15 de Março e 11 de Outubro de 1969.

Em 27 de Junho de 1970, o subsector de BAJOCUNDA é integrado no Comando Operacional Temporário nº 1.

Este batalhão é rendido em 12 de Agosto de 1970 pelo Batalhão de Cavalaria nº 2922, regressando a Bissau em 27 de Agosto de 1970 e embarcando de regresso em 04 de Outubro de 1970.

COMANDO OPERACIONAL TEMPORÁRIO Nº 1

Foi criado em 27 de Junho de 1970, para fazer face à intensa actividade IN, levada a cabo na região de Pirada – BAJOCUNDA, a partir de 13 de Julho de 1970.

Assume a responsabilidade da zona com sede em BAJOCUNDA e integrando os subsectores de Pirada e Bajocunda, retirados ao Batalhão de Caçadores nº 2863 e Batalhão de Caçadores nº 2857, ficando na dependência do Comando de Agrupamento nº 2957.

Em 20 de Agosto de 1970 o sector foi aumentado com um novo subsector instalado em Paúnca por atribuição de uma nova subunidade.

Em 12 de Novembro de 1971 assume a responsabilidade desta zona de acção o Batalhão de Cavalaria nº 2834, passando a ser designado por Sector L6, tendo o Comando Operacional nº 1 sido extinto em 22 de Novembro de 1971.

BATALHÃO DE CAVALARIA Nº 3864 (BCAV 3864, 1971/73)

Mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, em Estremoz, desembarcou em Bissau em 30 de Setembro de 1971, realizando a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional no Centro de Instrução Militar, em Cumeré, entre 04 e 21 de Outubro de 1971.

Em 12 de Novembro de 1971 assumiu a responsabilidade do sector atribuído ao Comando Operacional nº 1 abrangendo os subsectores de BAJOCUNDA, Paúnca e Pirada.

Com a extinção do Comando Operacional nº 1 em 22 de Novembro de 1971, a zona passa a designar-se por Sector L6, aumentado do subsector de Mareué, retirado ao Batalhão de Caçadores nº 2854, sendo este subsector extinto em 11 de Março de 1973 e o seu território integrado nos subsectores já existentes.

Em 25 de Novembro de 1973 foi rendido pelo Batalhão de Cavalaria nº 8323/73, recolhendo a Bissau e regressando à metrópole em 15 de Dezembro de 1973

BATALHÃO DE CAVALAEIA Nº 8323/73 (BCAV 8323/73, 1973/74)

Mobilizado no Regimento de Cavalaria nº 3, em Estremoz, desembarcou em Bissau em 29 de Setembro de 1973 e realizou a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional no Centro de Instrução Militar, em Bolama, de 05 de Outubro a 31 de Outubro de 1973.

Assume a responsabilidade do Sector L6, com sede em Pirada, em 25 de Novembro de 1973, abrangendo os subsectores de BAJOCUNDA, Paúnca e Pirada.

Coordenou e comandou o movimento de retracção do dispositivo as Nossas Tropas, a partir de 21 de Agosto de 1974, com a entrega ao PAIGC dos subsectores de Paunca, em 21 de Agosto de 1974; de BAJOCUNDA, em 22 de Agosto de 1974; e de Pirada em 27 de Agosto de 1974; iniciando o deslocamento para Bissau, regressando à metrópole em 10 de Setembro de 1974.

José da Silva Marcelino Martins
josesmmartins@sapo.pt

Furriel Miliciano de Transmissões de Infantaria
Companhia de Caçadores nº 5 – CTIGuiné
Nova Lamego e Canjadude - Jun1968 a Jun1970
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Notas de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores desta série:

26 de Janeiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3795: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (1): O princípio do fim, a história do Soldado António Rodrigues

26 de Janeiro de 2009 >Guiné 63/74 - P3797: Copá, abandonado em 14/2/1974 (José Martins) (2): Unidades de intervenção no subsector de Bajocunda

(**) Vd. poste de 28 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3809: Os últimos dias do destacamento de Copá, Janeiro/Fevereiro de 1974 (Helder Sousa / Fernando de Sousa Henriques)

domingo, 20 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2459: O Nosso Livro de Visitas (6): Eduardo Santos, ex-1.º Cabo Cripto, CCS/BCAV 1915 (Nova Lamego e Bula, 1967/69)

1. Mensagem do nosso camarada Eduardo Santos

Caros amigos:
Nas minhas deambulações pela net encontrei o vosso blog, parece-me que em boa hora.

Sou mais um daqueles que partiu voluntário para a Guiné então dita Portuguesa.

Embarquei no Uige em Abril de 1967 e regressei em Março de 1969, tendo cumprido a minha obrigação para com a Nação.

1.º Cabo com a Especialidade de Cripto, CCS/BCAV 1915.

A permanência na Guiné durante esses cerca de 23 meses permitiram-me conhecer uma realidade diferente.

Nova Lamego e Bula foram os locais de que guardo recordações até ao fim da minha vida. De uma forma especial, Nova Lamego, talvez porque as condições eram diferentes.

Não tenho muitas histórias, mas ficaram gravadas aquelas que vivi. A seu tempo, talvez possa contar alguma.

Hoje resido em Fátima, exerço o jornalismo no sector desportivo e é com prazer que entro em contacto com o blog e simultâneamente com tantos camaradas que ainda vivem para o contar.

Estou em http://jotaedu.blogspot.com/, que é o meu blog principal onde, se o desejarem, terei o maior gosto em receber todos aqueles que me visitarem.

Espero voltar noutra ocasião, por ora deixo um abraço amigo.
Eduardo Santos

2. Comentário de CV

Caro Eduardo
A nossa Tabanca Grande está sempre ao dispôr de quem quiser participar nesta cruzada de levar a todos os nossos leitores um pouco da história da nossa geração, enquanto combatentes de uma guerra que não queríamos, pelos motivos por demais discutidos.

Se e quando quiseres podes participar, lendo e criticando ou, melhor ainda, como participante activo.

Recebe aquele abraço da equipa editora e dos tertulianos do nosso Blogue.