Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Guiné 61/74 - P21758: Notas de leitura (1333): “De Lisboa a La Lys, O Corpo Expedicionário Português na Primeira Guerra Mundial”, por Filipe Ribeiro de Meneses, Publicações Dom Quixote, 2018 (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 17 de Maio de 2018:
Queridos amigos,
A investigação deste conceituado historiador que em 2010 publicou a incontornável biografia política de Salazar, é muitíssimo incómoda para todos aqueles que têm procurado tecer hagiografia sobre um dos maiores desastres militares portugueses. Em síntese, a linha democrata do regime republicano, com Afonso Costa na proa, investiu fortemente para a criação do Corpo Expedicionário Português, após a declaração de guerra à Alemanha, tínhamos que nos provar briosos nas trincheiras da Flandres.
O historiador narra as intrigas, as tensões nos Altos Comandos, o diálogo penoso entre estes e a hierarquia militar britânica, o estranhíssimo comportamento de uma maioria dos oficiais do CEP, mal relacionados com os seus subordinados e chegamos àquele 9 de abril que começou com uma tempestade de fogo sobre as linhas do CEP e uma demandada em catástrofe, sobre a mesma há narrativas desencontradas.
Este livro é porventura a investigação mais rigorosa e atual sobre estes acontecimentos fatídicos que irão preludiar a queda do regime republicano.
Um abraço do
Mário
De Lisboa a La Lys: A tragédia de 9 de abril de 1918
Beja Santos
“De Lisboa a La Lys, O Corpo Expedicionário Português na Primeira Guerra Mundial”, por Filipe Ribeiro de Meneses, Publicações Dom Quixote, 2018, é mais uma investigação de gabarito de um historiador que se consagrou com a obra Salazar: Uma Biografia Política. La Lys, como o autor observa, foi um dos dias mais mortíferos da história militar de Portugal. Numa só manhã, perto de 400 portugueses morreram, muitos mais foram feridos e o número de prisioneiros rondou os 6600. O Corpo Expedicionário Português (CEP), símbolo máximo do esforço de guerra nacional durante a I Guerra Mundial, desapareceu dos campos de batalha franceses enquanto unidade organizada. O regime republicano apostara forte neste Corpo Expedicionário, tudo fez para o enviar com celeridade para a Frente Ocidental, o descalabro de La Lys iria pôr o regime em xeque e o seu militar mais prestigiado, Gomes da Costa, aparecerá à frente do 28 de maio de 1926.
O que Filipe Ribeiro de Meneses investiga e dá à estampa é muito incómodo para os nossos brios e compromete em grande parte a hagiografia que se tem pretendido montar sobre os lances de heroísmo e a bravura do militar português nas trincheiras da Flandres. A história bem comportada do CEP, como Ribeiro de Meneses ilustra, é um conto de fadas, baseia-se em inúmeros testemunhos que servem para comprometer o manto diáfano da fantasia.
O historiador enceta o seu trabalho falando de seu avô Mário Ribeiro de Meneses, capturado em La Lys e levado para território alemão, daqui travará correspondência com a família e nos aperceberemos das peripécias do que foi o seu regresso e de outros milhares de militares. Mas peripécias, jogos políticos e um impressionante desfasamento entre oficiais, sargentos e praças, é o que não falta neste documento rigoroso, e com um novo olhar historiográfico.
Chegado o CEP a França, logo começaram as dificuldades, assinaladas as péssimas relações, que atravessaram todo o contingente. Chegaram a Brest e pouco antes tinha havido em Lisboa o golpe de Estado de Machado Santos, com revoltosos detidos, que depois embarcariam para França. O general Tamagnini irá queixar-se permanentemente que estava sob vigilância ideológica do partido de Afonso Costa, através de um major. Eram difíceis as relações com os aliados britânicos, estes cedo se aperceberam que havia que dar mais instrução para a guerra que o contingente português iria enfrentar (o que tinham aprendido em Tancos estava bem distante do que iam experimentar nas trincheiras), Afonso Costa negociara com Londres a contribuição portuguesa para o esforço de guerra: o Exército Português teria o seu setor próprio a defender, com o seu comando próprio, com a sua completa autonomia. A prática ensinou que não podia ser assim. O autor recorda que 1917 foi um ano cruel para os Aliados, a Batalha de Passchendaele que resultou num massacre de enormes proporções, aspirava-se à chegada de contingentes que renovassem os corpos de Exército completamente estafados pela vida das trincheiras e por desaires sucessivos frente aos alemães.
A logística também cedo se revelou difícil, desde o transporte marítimo à distribuição de peças de artilharia e armamento ligeiro; para além do frio, ia muita gente doente e doenças venéreas não faltavam. Ao mais alto nível, discutia-se a preparação e a ida para as trincheiras.
O historiador, mais do que altamente documentado, cruzando agilmente a documentação britânica e portuguesa, revela o vai e vem das decisões, mostra a correspondência intercetada pela censura, veja-se este trecho de um soldado: “Aqui não se fazem avanços. Os que os tentam fazer perdem toda a sua gente com as minas que o inimigo faz explodir, em vista de nós termos minas por baixo das trincheiras deles e eles debaixo das nossas. A guerra das trincheiras é isto só: ataques de artilharia, gases, de noite cortarem arames uns aos outros, metralhadores a fazer constantemente fogo, para não deixar avançar o inimigo, morteiros que enterram um homem vivo e de vez em quando lá morrem meia dúzia, e assim passamos estes dias até nos chegar também a vez”.
Se a falta de coesão no CEP era indisfarçável, o golpe de Estado sidonista e o afastamento dos políticos que tudo tinham feito para que Portugal entrasse na guerra introduziu novos embaraços, acrescidos das dificuldades manifestadas pelos britânicos no transporte regular de tropas portuguesas para a guerra. De janeiro para fevereiro de 1918, o CEP aparecia constituído em corpo de exército mas pouco apto para empreender raides contra posições alemãs. Não obstante, as forças portuguesas passaram a penetrar nas linhas inimigas. O estado de saúde dos militares portugueses não era abonatório, como escreveu nessa altura Jaime Cortesão: “Pálidos, magros, exaustos, os pulmões roídos dos gases, os pés triturados das marchas, sem esperança nem apoio moral, arrastam-se, sob o imenso fogo que tomba do céu, por essas estradas, como uma legião miserável de abandonados”. E assim chegamos ao cenário da ofensiva alemã de 9 de abril, o historiador colige o que há de mais expressivo nas narrativas contraditórias, pois as versões documentais estão longe de coincidir. Os relatos ingleses evidenciam que se susteve a gigantesca ofensiva alemã, a barragem de fogo foi infernal e desfez aquela linha da frente, pôs a generalidade das nossas forças numa retirada caótica, a infantaria alemã não teve dificuldade naquele número elevado de capturas. Iniciaram-se novas discussões, os britânicos entendiam que os portugueses não deveriam regressar como força independente às primeiras linhas e é nesse período transtornado que a Alemanha, exausta e à beira da guerra civil, capitulou. As consequências para Portugal foram igualmente dramáticas: “Em La Lys findou o sonho de uma República capaz de transformar os destinos de Portugal, do seu domínio colonial e dos Portugueses de todo o mundo, mobilizando todas essas forças em torno do sacrifício dos soldados nas várias frentes de combate e da valorização, pelo mundo fora, do bom nome português”.
De leitura obrigatória.
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Nota do editor
Último poste da série de 4 de janeiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21734: Notas de leitura (1332): Espaço social e movimentos políticos na Guiné-Bissau (1910-1994), por Philip Havik, na Revista Internacional de Estudos Africanos, n.º 18-22, 1995-1999 (2) (Mário Beja Santos)
domingo, 10 de junho de 2018
Guiné 61/74 - P18731: (In)citações (119): Coisas e Loisas acerca da nossa Guerra de África, das nossas Forças Armadas e da Descolonização e dos seus Destroços (1) (Manuel Luís Lomba)
1. Mensagem do nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma,
1964/66) com data de 31 de Maio de 2018, trazendo-nos uma reflexão intitulada Coisas e Loisas acerca da nossa Guerra de África, das nossas Forças Armadas e da Descolonização e dos seus Destroços.
Pertencemos à geração, ora grisalha, que “FOI ATÉ ONDE A PÁTRIA FOI”, que fez o 25A74 e o 25N75, a destituir governos que não gostava e que reconstruiu Portugal dos destroços da Descolonização e do PREC.
Somos uma fonte da nossa história, depomos na primeira pessoa, como actores vivos dos seus factos acontecimentais. Ninguém é obrigado a condescender com o branqueamento da que vem sendo escrita “sob o manto diáfano da fantasia” ideológica, nem com a sua perversão por parte dos complexados “cientistas sociais” emergentes.
De facto, tudo o que nos séculos XV e XVI os Portugueses descobriram já existia – mas estava encoberto. A gesta dos Descobrimentos, em primeiro; a saga e a diáspora da Expansão, depois. E sempre. A guerra africana dos Portugueses tem designação matricial: do Ultramar para nós e de Libertação para quem combatíamos. A terceira designação de Guerra Colonial pertence a terceiros, é semântica, mesquinha, redutora, com carga depreciativa sobre o nosso país e a nossa própria cidadania. Aos discordantes: ao menos aceitem essa realidade como aceitam o Novo Acordo Ortográfico…
Os mesmos que montavam emboscadas e faziam cercos, assaltos, etc a grupos armados, portadores do armamento mais evoluído, que manobravam segundo as mais avançadas tácticas de guerra, arriscavam as vidas e integridade física a proteger as populações indefesas, as sementeiras e as colheitas da subsistência das suas comunidades, garantiam-lhe a mobilidade por terra, ar e água, construíam-lhes casas, infra-estruturas urbanas, postos médicos de serviços universais, escolas, estrada e em escoltas para salvar doentes e parturientes. Jamais os países da CPLP beneficiaram de cooperação tão eficiente, extensa, profunda e inclusiva – e a custo zero. Existia um Estado e obrigámo-nos a fazê-lo funcionar. Essa realidade era uma guerra colonial?
De personalidade complexa, Salazar (e a sua circunstância), para além de ditador suave (comparável a De Varela, da Irlanda, a grande distância da de Franco, da Espanha, Mussolini da Itália, Hitler, da Alemanha, Estaline da URSS ou da de Fidel Castro, de Cuba) foi um grande patriota. Pegou num Estado em falência total, consequência da nossa guerra na África e participação na Europa – a nossa derrota em La Lys aconteceu há 100 anos - e da irresponsabilidade dos “progressistas” da I República, lidou com a Guerra Civil da Espanha e com II Guerra Mundial.
Levantou o Estado Português “orgulhosamente só”, começando por mandar regressar de Genebra os diplomatas, que penosamente negociavam um empréstimo emperrado na Sociedade das Nações, obviamente à “custa dos mesmos” do costume; entrou da nossa história como estadista de primeira água, até mais até pela sua seriedade – não se apropriou do que pertencia a todos; o invés dos políticos poltrões e corruptos desta era “Pós Verdade”, desde deputado a presidente da câmara, (salvo muitas e honrosas excepções), que além de conduziram o país à falência, em época de paz e prosperidade, colocaram o Estado Português sob o protectorado do FMI, do BCE e da Comissão Europeia, com a tarefa de levantarem de novo o Estado Português, também às “custas dos mesmos” do costume, obviamente.
Não me esqueço ter sentido arrepios ao ver do General Garcia Leandro, grande capitão da Guiné, do 25A74 e do 25N75, a dizer na televisão, ainda comovido, ter chorado na madrugada da chegada desse dia da chegada da “troika”!
Sem lhe desculpar o modo esdrúxulo como se auto-impôs Presidente do Conselho, no contexto do tufão Humberto Delgado, um dos seus ex-capitães, Salazar terá lidado com o caso da Índia e com o desencadear da guerra africana num estádio de acentuada senilidade.
(Lembremo-nos o desempenho político do notável Mário Soares, nos seus últimos tempos de vida).
(continua)
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Nota do editor
Último poste da série de 21 de março de 2018 > Guiné 61/74 - P18442: (In)citações (118): sociocoreografia de um batuque (Cherno Baldé / Valdemar Queiroz)
Coisas e Loisas acerca da nossa Guerra de África, das nossas Forças Armadas
e da Descolonização e dos seus Destroços
I
Pertencemos à geração, ora grisalha, que “FOI ATÉ ONDE A PÁTRIA FOI”, que fez o 25A74 e o 25N75, a destituir governos que não gostava e que reconstruiu Portugal dos destroços da Descolonização e do PREC.
Somos uma fonte da nossa história, depomos na primeira pessoa, como actores vivos dos seus factos acontecimentais. Ninguém é obrigado a condescender com o branqueamento da que vem sendo escrita “sob o manto diáfano da fantasia” ideológica, nem com a sua perversão por parte dos complexados “cientistas sociais” emergentes.
De facto, tudo o que nos séculos XV e XVI os Portugueses descobriram já existia – mas estava encoberto. A gesta dos Descobrimentos, em primeiro; a saga e a diáspora da Expansão, depois. E sempre. A guerra africana dos Portugueses tem designação matricial: do Ultramar para nós e de Libertação para quem combatíamos. A terceira designação de Guerra Colonial pertence a terceiros, é semântica, mesquinha, redutora, com carga depreciativa sobre o nosso país e a nossa própria cidadania. Aos discordantes: ao menos aceitem essa realidade como aceitam o Novo Acordo Ortográfico…
Os mesmos que montavam emboscadas e faziam cercos, assaltos, etc a grupos armados, portadores do armamento mais evoluído, que manobravam segundo as mais avançadas tácticas de guerra, arriscavam as vidas e integridade física a proteger as populações indefesas, as sementeiras e as colheitas da subsistência das suas comunidades, garantiam-lhe a mobilidade por terra, ar e água, construíam-lhes casas, infra-estruturas urbanas, postos médicos de serviços universais, escolas, estrada e em escoltas para salvar doentes e parturientes. Jamais os países da CPLP beneficiaram de cooperação tão eficiente, extensa, profunda e inclusiva – e a custo zero. Existia um Estado e obrigámo-nos a fazê-lo funcionar. Essa realidade era uma guerra colonial?
De personalidade complexa, Salazar (e a sua circunstância), para além de ditador suave (comparável a De Varela, da Irlanda, a grande distância da de Franco, da Espanha, Mussolini da Itália, Hitler, da Alemanha, Estaline da URSS ou da de Fidel Castro, de Cuba) foi um grande patriota. Pegou num Estado em falência total, consequência da nossa guerra na África e participação na Europa – a nossa derrota em La Lys aconteceu há 100 anos - e da irresponsabilidade dos “progressistas” da I República, lidou com a Guerra Civil da Espanha e com II Guerra Mundial.
Levantou o Estado Português “orgulhosamente só”, começando por mandar regressar de Genebra os diplomatas, que penosamente negociavam um empréstimo emperrado na Sociedade das Nações, obviamente à “custa dos mesmos” do costume; entrou da nossa história como estadista de primeira água, até mais até pela sua seriedade – não se apropriou do que pertencia a todos; o invés dos políticos poltrões e corruptos desta era “Pós Verdade”, desde deputado a presidente da câmara, (salvo muitas e honrosas excepções), que além de conduziram o país à falência, em época de paz e prosperidade, colocaram o Estado Português sob o protectorado do FMI, do BCE e da Comissão Europeia, com a tarefa de levantarem de novo o Estado Português, também às “custas dos mesmos” do costume, obviamente.
Não me esqueço ter sentido arrepios ao ver do General Garcia Leandro, grande capitão da Guiné, do 25A74 e do 25N75, a dizer na televisão, ainda comovido, ter chorado na madrugada da chegada desse dia da chegada da “troika”!
Sem lhe desculpar o modo esdrúxulo como se auto-impôs Presidente do Conselho, no contexto do tufão Humberto Delgado, um dos seus ex-capitães, Salazar terá lidado com o caso da Índia e com o desencadear da guerra africana num estádio de acentuada senilidade.
(Lembremo-nos o desempenho político do notável Mário Soares, nos seus últimos tempos de vida).
(continua)
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Nota do editor
Último poste da série de 21 de março de 2018 > Guiné 61/74 - P18442: (In)citações (118): sociocoreografia de um batuque (Cherno Baldé / Valdemar Queiroz)
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sexta-feira, 6 de abril de 2018
Guiné 61/74 - P18494: Efemérides (272): No Centenário da Batalha de La Lys, homenagem aos Combatentes do Concelho de Barcelos (Manuel Luís Lomba)
1. Mensagem do nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66) com data de 29 de Março de 2018:
Olá, Carlos.
O Grupo Alcaides Unidos, associação de que sou presidente, vai celebrar o Centenário da Batalha de La Lys no dia 8 de Abril de 2018.
Programa anexo.
Abraço
Manuel Luís Lomba
____________
Nota do editor
Último poste da série de 1 DE ABRIL DE 2018 > Guiné 61/74 - P18475: Efemérides (271): A minha Páscoa no mato, há 45 anos (José Claudino da Silva, ex-1º cabo cond auto, 3ª CART / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74)
Olá, Carlos.
O Grupo Alcaides Unidos, associação de que sou presidente, vai celebrar o Centenário da Batalha de La Lys no dia 8 de Abril de 2018.
Programa anexo.
Abraço
Manuel Luís Lomba
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Nota do editor
Último poste da série de 1 DE ABRIL DE 2018 > Guiné 61/74 - P18475: Efemérides (271): A minha Páscoa no mato, há 45 anos (José Claudino da Silva, ex-1º cabo cond auto, 3ª CART / BART 6520/72, Fulacunda, 1972/74)
quinta-feira, 27 de julho de 2017
Guiné 61/74 - P17623: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte XIII: Quarenta nos depois, continuavam a reunir-se e a homenagear os seus mortos...
[57]
[52]
[53]
[54]
[55]
[56]
1. Continuação da publicação da brochura "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE ref José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp. inumeradas, il.) [, imagem da capa, à direita].(*)
José Rebelo, capitão SGE reformado, foi em plena II Guerra Mundial um dos jovens expedicionários do RI I1, que partiu para Cabo Verde, em missão de soberania, então com o posto de furriel (1º batalhão, RI 11, Ilha de São Vicente, ilha do Sal e ilha de Santo Antão, junho de 1941/ dezembro de 1943).
Faria depois da Escola de Sargentos de Águeda, tal como o futuro cap SGE e escritor Manuel Ferreira (1917-1992), mobilizado como furriel miliciano pelo RI 7 (Leiria) (esteve no Mindelo entre 1941 e 1946).
Promovido a alferes, o José Rebelo comandou a GNR em Tavira, até 1968. Colaborava com regularidade, no jornal "Povo Algarvio", onde o nosso camarada Manuel Amaro o conheceu, pessoalmente. Em 1969, já capitão, foi o Comandante da Companhia da Formação no Hospital Militar da Estrela, em Lisboa.
É muito provável que já não esteja entre os vivos. De qualquer modo, é credor de toda a nossa simpatia, apreço e gratidão, cabendo-nos por isso honrar a sua memória e a dos seus camaradas, onde se incluíram os pais de alguns de nós, mobilizados para Cabo Verde, por este e por outros regimentos.
É muito provável que já não esteja entre os vivos. De qualquer modo, é credor de toda a nossa simpatia, apreço e gratidão, cabendo-nos por isso honrar a sua memória e a dos seus camaradas, onde se incluíram os pais de alguns de nós, mobilizados para Cabo Verde, por este e por outros regimentos.
[Foto, à esquerda, do então furriel José Rebelo, expedicionário do 1º batalhão do RI 11]
2. A brochura, de grande interesse documental, e que estamos a reproduzir, é uma cópia, digitalizada, em formato pdf, de um exemplar que fazia parte do espólio do Feliciano Delfim Santos (1922-1989), que foi 1.º cabo da 1.ª companhia do 1.º batalhão expedicionário do RI 11, pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306 / BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73).
Recorde-se que se trata de um conjunto de crónicas publicadas originalmente no semanário regional, "O Distrito de Setúbal", e depois editadas em livro, por iniciativa da Assembleia Distrital de Setúbal, em 1983, ao tempo do Governador Civil Victor Manuel Quintão Caldeira.
A brochura, ilustrada com diversas fotos, dos antigos expedicionários ainda vivos nessa altura, tem 76 páginas, inumeradas. As páginas que publicamos hoje [cap XV], não vêm numeradas no livro. [corresponderiam às pp pp. 52 a 57].
O batalhão expedicionário do RI 11, Setúbal, com pessoal basicamente originário do distrito, partiu de Lisboa em 16 de junho de 1941 e desembarcou na Praia, ilha de Santiago, no dia 23. Esteve em missão de soberania na ilha do Sal cerca de 20 meses (até 15 de março de 1943), cumprindo o resto da comissão de serviço (até dezembro de 1943) na ilha de Santo Antão.
2. A brochura, de grande interesse documental, e que estamos a reproduzir, é uma cópia, digitalizada, em formato pdf, de um exemplar que fazia parte do espólio do Feliciano Delfim Santos (1922-1989), que foi 1.º cabo da 1.ª companhia do 1.º batalhão expedicionário do RI 11, pai do nosso camarada e grã-tabanqueiro Augusto Silva dos Santos (que reside em Almada e foi fur mil da CCAÇ 3306 / BCAÇ 3833, Pelundo, Có e Jolmete, 1971/73).
Recorde-se que se trata de um conjunto de crónicas publicadas originalmente no semanário regional, "O Distrito de Setúbal", e depois editadas em livro, por iniciativa da Assembleia Distrital de Setúbal, em 1983, ao tempo do Governador Civil Victor Manuel Quintão Caldeira.
A brochura, ilustrada com diversas fotos, dos antigos expedicionários ainda vivos nessa altura, tem 76 páginas, inumeradas. As páginas que publicamos hoje [cap XV], não vêm numeradas no livro. [corresponderiam às pp pp. 52 a 57].
O batalhão expedicionário do RI 11, Setúbal, com pessoal basicamente originário do distrito, partiu de Lisboa em 16 de junho de 1941 e desembarcou na Praia, ilha de Santiago, no dia 23. Esteve em missão de soberania na ilha do Sal cerca de 20 meses (até 15 de março de 1943), cumprindo o resto da comissão de serviço (até dezembro de 1943) na ilha de Santo Antão.
Quarenta anos do seu regresso, os expedicionários do Onze conrtinuavam a reunir-se e a homenager os seus mortos. É um ritual universal, que aontece em todos os países, em todas as épocas, em todas as guerras... (LG)
PS - Nesta cerimónia, realizada em Setúbal, em 9 de abril de 1981, esteve presente o cor inf Luís Casanova Ferreira (1931-2015) que fez duas comissões no CTIG (1964/66 e 1970/74) e foi um dos capitães de Abril. Provavelmente na sua qualidade de antigo comandante do RI 11, tendo passado à reserva justamente nesse ano de 1981.
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Nota do editor:
Último poste da série > 26 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17284: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte XII: O "cancioneiro" da Ilha do Sal
Último poste da série > 26 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17284: "Expedicionários do Onze a Cabo Verde (1941/1943)", da autoria do capitão SGE José Rebelo (Setúbal, Assembleia Distrital de Setúbal, 1983, 76 pp) - Parte XII: O "cancioneiro" da Ilha do Sal
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sábado, 25 de abril de 2015
Guiné 63/74 - P14525: Efemérides (186): Dia 9 de Abril de 2015 - Dia do Combatente - 97.º Aniversário da Batalha de La Lys e Romagem ao túmulo do Soldado Desconhecido, na Batalha (Carlos Vinhal)
Dia do Combatente - 97.º Aniversário da Batalha de La Lys
e
Romagem ao túmulo do Soldado Desconhecido, na Batalha
A Direção do Núcleo de Matosinhos organizou, no dia 9 de Abril, uma deslocação à Batalha, num autocarro alugado, com um grupo de 51 participantes entre sócios, familiares e amigos, acompanhados por seis elementos da Direção e o sócio Porta-Guião, Combatente Patrocínio Amorim, a fim de estarem presentes na cerimónia.
Depois do almoço no Regimento de Artilharia de Leiria, dirigiram-se ao Santuário de Fátima onde se realizou, da parte da tarde, uma visita à Exposição “Neste Vale de Lágrimas”, onde se encontra “O Cristo das Trincheiras”, e à Capelinha das Aparições.
Deste dia ficam algumas fotos:
Fotos: © Núcleo de Matosinhos da LC
Texto editado por Carlos Vinhal a partir do texto enviado pelo Núcleo de Matosinhos da LC
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Nota do editor
Último poste da série de 22 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14500: Efemérides (185): Tabanca de Matosinhos, 10 anos de convívio fraterno e solidariedade que merecem ser festejados, com um almoço especial, animado com fados e guitarradas, na 4ª feira, dia 29 de abril, no sítio do costume, o Restaurante Milho Rei, Rua Heróis de França 721, Matosinhos, telef 22 938 5685 (José Teixeira)
e
Romagem ao túmulo do Soldado Desconhecido, na Batalha
A Direção do Núcleo de Matosinhos organizou, no dia 9 de Abril, uma deslocação à Batalha, num autocarro alugado, com um grupo de 51 participantes entre sócios, familiares e amigos, acompanhados por seis elementos da Direção e o sócio Porta-Guião, Combatente Patrocínio Amorim, a fim de estarem presentes na cerimónia.
Depois do almoço no Regimento de Artilharia de Leiria, dirigiram-se ao Santuário de Fátima onde se realizou, da parte da tarde, uma visita à Exposição “Neste Vale de Lágrimas”, onde se encontra “O Cristo das Trincheiras”, e à Capelinha das Aparições.
Deste dia ficam algumas fotos:
Interior do Mosteiro da Batalha
Autoridades e Convidados presentes
Desfile das Forças em Parada
Desfile dos Guiões dos Núcleos da Liga dos Combatentes
O Porta-Guião do Núcleo de Matosinos, Patrocínio Amorim, o terceiro a partir da esquerda
Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, Dra. Berta Cabral; General Ramalho Eanes e General Chito Rodrigues
Entrada para a Exposição "Neste Vale de Lágrimas"
O Cristo das Trincheiras
A Representação do Núcleo de Matosinhos fotografada no Regimento de Artilharia de Leiria
Fotos: © Núcleo de Matosinhos da LC
Texto editado por Carlos Vinhal a partir do texto enviado pelo Núcleo de Matosinhos da LC
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Nota do editor
Último poste da série de 22 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14500: Efemérides (185): Tabanca de Matosinhos, 10 anos de convívio fraterno e solidariedade que merecem ser festejados, com um almoço especial, animado com fados e guitarradas, na 4ª feira, dia 29 de abril, no sítio do costume, o Restaurante Milho Rei, Rua Heróis de França 721, Matosinhos, telef 22 938 5685 (José Teixeira)
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
Guiné 63/74 - P14119: Contraponto (Alberto Branquinho) (53): "A Malta das Trincheiras" de André Brun
1. Em mensagem do dia 2 de Janeiro de 2015, o nosso camarada Alberto Branquinho (ex-Alf Mil de Op Esp da CART 1689, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), enviou-nos mais um dos seus Contraponto(s).
Boa noite Carlos
Aqui estou, em pleno Ano Novo, ressuscitado, a desejar-te um optimíssimo 2015 e a enviar mais um Contraponto.
Aconselho-te vivamente a leitura do livro de que falo no texto.
Abraço
Alberto Branquinho
CONTRAPONTO
53 - "A MALTA DAS TRINCHEIRAS"
Porque no transacto ano de 2014 se completaram 100 anos sobre o início da I Grande Guerra, a Sociedade Portuguesa de Autores reeditou, em colaboração com a editora “Guerra & Paz”, o livro “A MALTA DAS TRINCHEIRAS” de André Brun, que tem como subtítulo “Migalhas da Grande Guerra”.
Ora, como o subtítulo indica, são textos curtos, com quatro, cinco páginas e sem qualquer sequência narrativa, nos quais o autor transmite variadíssimos aspectos da realidade nua e crua da guerra em que esteve envolvido: as cidades da retaguarda, mais ou menos destruídas, abandonadas pelas populações e ocupadas pelos militares, o avanço das tropas para a 3.ª e 2.ª linhas das trincheiras e, depois, o dia-a-dia e os combates na trincheira da linha da frente.
São pequenas histórias, apontamentos, comentários, análises donde ressaltam, com uma clareza e comunicação incríveis, o sofrimento, a tragédia, o humor, as situações pícaras, a rotina das trincheiras (a abissal diferença entre a noite e o dia, o tempo de sol e o de chuva e neve, com os seus lamaçais), a crítica à retaguarda e às suas burocracias inúteis, que nunca tinham em conta a situação real de quem tinha que sobreviver naquelas condições e conviver com o boche que estava nas trincheiras mesmo em frente.
Através destes pequenos textos André Brun transmite vivamente a realidade das trincheiras, que eu não tinha conseguido apreender desta maneira através da leitura de livros tipo romance, com uma história encadeada (com princípio, meio e fim). É, assim, mais um exemplo (talvez o primeiro em situação de guerra) de como se pode descrever, pintar, ilustrar, transmitir uma realidade de um dado espaço/tempo ou circunstância (acentuando o trágico, surrealista, humano, cómico, pícaro, sarcástico, burlesco), através de pequenas histórias com gente dentro – os militares, mas, também, o drama das populações desalojadas.
Num texto intitulado “O mosqueiro da batalha” há referências sofridas ao 9 de Abril de 1918, dia da batalha de La Lys.
Noutro texto, “O pintor das trincheiras”, fala-nos do famoso pintor Sousa Lopes, que, voluntário e graduado em capitão, foi para as trinchas desenhar, tomar apontamentos, fazer croquis da vida real nas mesmas, dizendo que foi “imediatamente baptizado” pelos soldados como: “Aquele nosso capitão que tira fotografias com um lápis”.
A terminar, transcrevo uma passagem irónica (página 73) que, pelo seu conteúdo, nos diz muito: “À tarde, em três macas rodadas, vamos levá-los ao cemitério, a um daqueles cemitérios de guerra postos à beira das estradas, para que o nosso espírito se não esqueça de que é mais fácil nestas paragens ganhar uma cruz de pau do que uma cruz de guerra”.
1 – André Brun escreveu, também, entre outros, “A maluquinha de Arroios” e “A vizinha do lado”, ambos adaptados ao cinema.
2 - A todos aqueles que, aqui neste blogue, falam, por vezes, em “linha da frente” ou em “trincheiras” na Guiné, mais uma vez digo que em qualquer guerra de guerrilha não se combate para conquistar território. Na Guiné não tínhamos, portanto, “linhas da frente” nem “trincheiras”.
Valas não são trincheiras. Estas tinham quilómetros e quilómetros, eram mais altas que um homem, sempre ziguezagueando e, dentro delas, havia tudo aquilo que um quartel necessitava – secretaria, comunicações, dormitórios, algum paiol, etc.. .O texto “A terra de ninguém” começa assim: «Passou-se a segunda linha, B.line, e vai-se descendo pela trincheira de comunicação. Por fim, um entrincheiramento perpendicular. É a primeira linha, aquela para onde nos conduzem as várias setas das tabuletas:”To the front line”». (Convirá referir que o batalhão português de André Brun estava integrado nas tropas inglesas.
Alberto Branquinho
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Notas do editor
(*) Vd. poste de 15 de novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7286: Notas de leitura (171): A Malta das Trincheiras, de André Brun (Arménio Estorninho)
Último poste da série de 13 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13135: Contraponto (Alberto Branquinho) (52): A Guerra (Colonial) no Feminino
Boa noite Carlos
Aqui estou, em pleno Ano Novo, ressuscitado, a desejar-te um optimíssimo 2015 e a enviar mais um Contraponto.
Aconselho-te vivamente a leitura do livro de que falo no texto.
Abraço
Alberto Branquinho
CONTRAPONTO
53 - "A MALTA DAS TRINCHEIRAS"
Porque no transacto ano de 2014 se completaram 100 anos sobre o início da I Grande Guerra, a Sociedade Portuguesa de Autores reeditou, em colaboração com a editora “Guerra & Paz”, o livro “A MALTA DAS TRINCHEIRAS” de André Brun, que tem como subtítulo “Migalhas da Grande Guerra”.
Ora, como o subtítulo indica, são textos curtos, com quatro, cinco páginas e sem qualquer sequência narrativa, nos quais o autor transmite variadíssimos aspectos da realidade nua e crua da guerra em que esteve envolvido: as cidades da retaguarda, mais ou menos destruídas, abandonadas pelas populações e ocupadas pelos militares, o avanço das tropas para a 3.ª e 2.ª linhas das trincheiras e, depois, o dia-a-dia e os combates na trincheira da linha da frente.
São pequenas histórias, apontamentos, comentários, análises donde ressaltam, com uma clareza e comunicação incríveis, o sofrimento, a tragédia, o humor, as situações pícaras, a rotina das trincheiras (a abissal diferença entre a noite e o dia, o tempo de sol e o de chuva e neve, com os seus lamaçais), a crítica à retaguarda e às suas burocracias inúteis, que nunca tinham em conta a situação real de quem tinha que sobreviver naquelas condições e conviver com o boche que estava nas trincheiras mesmo em frente.
Através destes pequenos textos André Brun transmite vivamente a realidade das trincheiras, que eu não tinha conseguido apreender desta maneira através da leitura de livros tipo romance, com uma história encadeada (com princípio, meio e fim). É, assim, mais um exemplo (talvez o primeiro em situação de guerra) de como se pode descrever, pintar, ilustrar, transmitir uma realidade de um dado espaço/tempo ou circunstância (acentuando o trágico, surrealista, humano, cómico, pícaro, sarcástico, burlesco), através de pequenas histórias com gente dentro – os militares, mas, também, o drama das populações desalojadas.
Num texto intitulado “O mosqueiro da batalha” há referências sofridas ao 9 de Abril de 1918, dia da batalha de La Lys.
Noutro texto, “O pintor das trincheiras”, fala-nos do famoso pintor Sousa Lopes, que, voluntário e graduado em capitão, foi para as trinchas desenhar, tomar apontamentos, fazer croquis da vida real nas mesmas, dizendo que foi “imediatamente baptizado” pelos soldados como: “Aquele nosso capitão que tira fotografias com um lápis”.
A terminar, transcrevo uma passagem irónica (página 73) que, pelo seu conteúdo, nos diz muito: “À tarde, em três macas rodadas, vamos levá-los ao cemitério, a um daqueles cemitérios de guerra postos à beira das estradas, para que o nosso espírito se não esqueça de que é mais fácil nestas paragens ganhar uma cruz de pau do que uma cruz de guerra”.
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Notas finais:1 – André Brun escreveu, também, entre outros, “A maluquinha de Arroios” e “A vizinha do lado”, ambos adaptados ao cinema.
2 - A todos aqueles que, aqui neste blogue, falam, por vezes, em “linha da frente” ou em “trincheiras” na Guiné, mais uma vez digo que em qualquer guerra de guerrilha não se combate para conquistar território. Na Guiné não tínhamos, portanto, “linhas da frente” nem “trincheiras”.
Valas não são trincheiras. Estas tinham quilómetros e quilómetros, eram mais altas que um homem, sempre ziguezagueando e, dentro delas, havia tudo aquilo que um quartel necessitava – secretaria, comunicações, dormitórios, algum paiol, etc.. .O texto “A terra de ninguém” começa assim: «Passou-se a segunda linha, B.line, e vai-se descendo pela trincheira de comunicação. Por fim, um entrincheiramento perpendicular. É a primeira linha, aquela para onde nos conduzem as várias setas das tabuletas:”To the front line”». (Convirá referir que o batalhão português de André Brun estava integrado nas tropas inglesas.
Alberto Branquinho
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Notas do editor
(*) Vd. poste de 15 de novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7286: Notas de leitura (171): A Malta das Trincheiras, de André Brun (Arménio Estorninho)
Último poste da série de 13 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13135: Contraponto (Alberto Branquinho) (52): A Guerra (Colonial) no Feminino
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