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segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24620: Memórias de Gabú (José Saúde) (99): Recordando o saudoso enfermeiro Dinis (José Saúde)



Enfermeio Dinis, militar e amigo



O Alfredo Dinis, já falecido




Fotos (e legendas): © José Saúde (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné



1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos mais uma mensagem rebuscada nas suas memórias.



As minhas memórias de Gabu:
Recordando o saudoso enfermeiro Dinis

Camaradas,

Contemplando alguns dos momentos em que a “pica” da guerrilha guineense atormentava o mais paciente combatente, eis-nos perante uma manhã onde o calor imperava, o que aliás era normal, e um imprevisível estrépito som que impôs momentos de autêntica aflição aos camaradas que, entretanto, descansavam ou que passavam algum do seu tempo disponível no quartel, este o quartel novo construído na orla de Nova Lamego, ou seja, rente à estrada que nos levava a Bafatá, sendo o outro aquartelamento no interior da urbe.

O som, deveras enorme e que tudo fez tremer, foi, tão-só, o rebentamento de uma panela na messe de sargentos que, entretanto, já cozinhava o almoço para a rapaziada. É óbvio que alguns dos nossos camaradas cozinheiros foram apanhados de surpresa, sendo o mais fustigado o Filipe, com queimaduras no corpo.

Na verdade, o conflito armado que nos fora comum, trouxe, também, inevitáveis “chagas” em corpos de jovens que num qualquer instante se viam confrontados com alterações do seu próprio físico.

Era, no fundo, o agitar de uma guerrilha que se expandia por todo o território de uma Guiné que a todos incomodou, não obstante o lugar para qual tivéssemos sido arremessados.

Dinis na sua missão como enfermeiro a tratar das mazelas que ficaram bem patentes no corpo do camarada Filipe

De estatura física a atirar para o baixo, arrisco um metro e sessenta ou um pouco mais, franzino, mas sempre ágil na sua entrega à vida, o enfermeiro Dinis, camarada da minha companhia, era um rapaz cuja dedicação à causa que a tropa lhe concedera muito o terá notabilizado.

Lembro-me, perfeitamente, dele passar defronte às minhas instalações ao lado de um outro camarada, creio que de transmissões, e que muitas vezes apelidei como a sorte grande e a terminação.

A razão deste meu pequeno devaneio prendia-se com o facto do Dinis, pequeno em altura, mas com um coração enorme, ombrear lado a lado com um camarada alto e esguio que se mandava para mais de um metro e oitenta.

Curioso é que o Dinis, um militar simpático e afável, nunca impunha restrições para uma espontânea cavaqueira na missão que escrupulosamente cumpriu como antigo combatente na Guiné. De um outro modo, recordo as minhas idas à enfermaria e ser atendido, com pompa e circunstância, pelo meu amigo Alfredo Dinis que se predispunha a uma ajuda momentânea caso a necessidade assim o determinasse.

Por uma questão de ética olvidemos o Alfredo e falemos simplesmente do enfermeiro Dinis, como era hábito a malta tratá-lo no interior do aquartelamento. Na minha memória subsiste a imagem de um jovem, cara de menino, cuja pronuncia era tendencialmente marcada pela dicção de uma Invicta que todos conhecemos como a maravilhosa cidade do Porto.

Numa intromissão às temáticas de Gabu em memórias, revejo a irreverente ação militar do enfermeiro Dinis. Foram muitas as idas para o mato em que este nosso amigo acompanhava o grupo e vincava presunçosamente a sua próspera especialidade numa população onde o valor das carências impunha óbvias restrições humanitárias.

Recordo, por exemplo, as visitas às tabancas de Gabu em que o Dinis, munido com sua mochila entolhada em mesinhos, distribuía remédios santos para gentes nativas que viam nele um deus caído do céu. A patologia constatada implicava uma receita urgente. E o Dinis já conhecia os males e as suas curas. Tanto mais que naqueles lugares ermos nem o sol quase penetrava pela orla do denso mato que rodeava a tabanca e as queixas eram as rotineiras.

As minhas recordações guardam, igualmente, outras circunstâncias em que afabilidade do Dinis denotava uma mensurável devoção à causa que mui dignamente serviu.

Lembro, uma ocasião em que um gerador, adstrito à messe de sargentos, rebentou. O estrondo no quartel foi enorme e a manhã foi de autêntico sobressalto para toda a rapaziada. Uns ainda dormiam e outros matavam o tempo com premeditados afazeres. Uma carta para a namorada escrita sob um cenário de guerra, ou uma missiva, quiçá faustosa, para uns pais sempre carentes de notícias da peleja de além-mar e sobretudo do estado físico do seu querido descendente.

Estava eu sentado num confortável cadeirão, feito à maneira de um homem grande, situado à frente dos aquartelamentos dos sargentos, ao lado da messe, meditando num horizonte onde a guerra não perspetiva melhorias e eis-me a ouvir o tamanho estrondo.

Confesso que o estampido me pareceu que vinha das traseiras da messe de sargentos. Não hesitei e lá fui para saber o que acontecera. Viveram-se então momentos de pânico, sendo o infeliz contemplado da desgraça o camarada Filipe, um rapaz que trabalhava na copa da nossa messe.

O corpo do militar Filipe registava fartas queimaduras e a dor sentida pelo camarada era grande. Havia partes do seu corpo em que a pele queimada dera lugar a uma mancha vermelha que deixava antever preocupação. O rosto e os braços, em particular, indiciavam dor.

Perante o sucedido o Filipe ficou entregue aos cuidados do pessoal de enfermagem da nossa companhia. O furriel enfermeiro Navas e o Dinis prestaram-lhe os primeiros socorros, seguindo-se os cuidados diários do nosso saudoso homem do Norte. Sei que o enfermeiro Dinis foi incansável nos seus préstimos, sei também que este meu velho camarada portuense já partiu para a tal famigerada viagem sem regresso, que descanse em paz, restando, porém, alvíssaras ao nosso amigo Filipe que nunca mais soube da sua presença territorial.

Um abraço, camaradas
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523
___________

Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série de 24 DE AGOSTO DE 2023 > Guiné 61/74 – P24585: Memórias de Gabú (José Saúde) (98): Histórias e explanações sobre a existência de Gabu (José Saúde)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14106: Memórias de Gabú (José Saúde) (50): Recordando o saudoso enfermeiro Dinis. Homem, militar e amigo.

1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos mais uma mensagem desta sua fabulosa série.

As minhas memórias de Gabu

Recordando o saudoso enfermeiro Dinis
Homem, militar e amigo

De estatura física a atirar para o metro e sessenta, ou nem tanto, franzino, mas sempre ágil na sua entrega à vida, o enfermeiro Dinis, da minha companhia – CCS do BART 6523 -, era um rapaz cuja dedicação à causa que a tropa lhe concedera muito o notabilizou.

Lembro-me, perfeitamente, de passar defronte às minhas instalações ao lado de um outro camarada, creio que de transmissões, que muitas vezes apelidei como a “sorte grande e a terminação”.

A razão deste meu pequeno devaneio prendia-se com o facto do Dinis, pequeno em altura, mas com um coração enorme, ombrear lado a lado com um camarada alto e esguio que se mandava para cima de um metro e oitenta.

Curioso é que o Dinis, um militar simpático e afável, nunca impunha restrições para uma espontânea cavaqueira na missão que escrupulosamente cumpriu como antigo combatente na Guiné. Aliás, recordo as minhas idas à enfermaria e ser atendido, com pompa e circunstância, pelo meu amigo Alfredo Dinis que se predispunha a uma ajuda momentânea caso a necessidade assim o determinasse. 

Por uma questão de ética olvidemos o Alfredo e falemos simplesmente do enfermeiro Dinis como era hábito a malta tratá-lo. Na minha memória subsiste a imagem de um jovem, cara de menino, cuja pronuncia era tendencialmente marcada pela dicção de uma “Invicta” que todos conhecemos como a maravilhosa cidade do Porto.

Numa intromissão às minhas memórias de Gabu, revejo a irreverente ação militar do enfermeiro Dinis. Foram muitas as idas para o mato em que este nosso amigo acompanhava o grupo e vincava presunçosamente a sua próspera especialidade numa população onde as carências impunham óbvias restrições humanitárias e físicas.

Recordo, por exemplo, as visitas “pomposas” às tabancas de Gabu em que o Dinis, munido com sua mochila de “mesinhos”, distribuía remédios santos para gentes nativas que viam nele um deus caído do céu. A patologia constatada implicava uma receita urgente. E o Dinis já conhecia os males e as suas curas. Tanto mais que naqueles lugares ermos as queixas eram as rotineiras e obviamente reconhecidas. 

As minhas memórias guardam, também, outras circunstâncias em que afabilidade do Dinis denotava uma mensurável devoção à causa que mui dignamente serviu. Lembro, por exemplo, quando num certo dia, que não posso precisar porque se esvaziou da minha mente, o Dinis, após o almoço, recebeu na enfermaria um camarada que acabara de morrer num contacto com o IN, sendo a razão da sua morte um pequeno orifício de uma bala que, infelizmente, lhe penetrou a fronte e se alojou no cérebro. Comentámos a fatalidade do nosso camarada e o destino cruel que a guerra na Guiné lhe traçou.

Numa outra ocasião um gerador, adstrito à messe de sargentos, rebentou. O estrondo no quartel foi enorme e a manhã foi de autentico sobressalto para toda a rapaziada. Uns ainda dormiam e outros “matavam” o tempo com premeditados afazeres. Uma carta para a namorada, escrita sob um cenário de guerra, ou uma missiva, quiçá faustosa, para uns pais sempre carentes de notícias da peleja de além-mar e sobretudo do estado físico e moral do seu querido descendente.

No meu caso estava sentado num “confortável” cadeirão, feito à maneira de um homem grande, situado à frente dos aquartelamentos dos sargentos, ao lado da messe, meditando num horizonte onde a guerra não perspetiva melhorias e eis-me a ouvir na plenitude tamanho ronco.

Confesso que o estrondo pareceu-me que vinha das traseiras da messe de sargentos. Não hesitei e lá fui para saber o que acontecera. Viveram-se então momentos de pânico, sendo o infeliz contemplado da desgraça o camarada Filipe, um rapaz que trabalhava na copa da nossa messe.

O corpo do militar Filipe registava fartas queimaduras e a dor sentida pelo camarada era grande. Havia partes do seu corpo em que a pele queimada dera lugar a uma mancha vermelha que deixava antever preocupação. O rosto e os braços, em particular, indiciavam dor.

Perante o sucedido o Filipe ficou entregue aos cuidados do pessoal de enfermagem da companhia. O furriel enfermeiro Navas e o Dinis prestaram-lhe os primeiros socorros, seguindo-se os cuidados diários do nosso saudoso homem do Norte.

Sei que o enfermeiro Dinis foi incansável nos seus préstimos, sei também que este meu velho camarada portuense já partiu para a tal famigerada viagem sem regresso, descansa em paz, restando, porém, alvíssaras do Filipe. 

O Filipe era também um rapaz do Norte, creio, ficando por ora este meu apontamento como a linha aberta de um azimute que possa, eventualmente, reencontrar este camarada da CCS do BART 6523, Nova Lamego, Gabu, 1973/74.


O enfermeiro Dinis na prestação de cuidados ao nosso camarada Filipe 


 O enfermeiro Dinis na prestação de cuidados ao nosso camarada Filipe


Dinis junto a ambulância apanhada ao IN pelo grupo de Marcelino da Mata

Um abraço camaradas, 
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523
___________
Nota de M.R.:

O meu saudoso Amigo Alfredo Dinis era nosso camarada tabanqueiro, tendo deixado parte das suas memórias, que podem ser vistas em:

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/Alfredo%20Dinis

Vd. último poste desta série em: 


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Guiné 63/74 - P7357: In Memoriam (64): Hoje faleceu o Alfredo Dinis (ex-1º Cabo Enfermeiro da CCS / BART 6523, Nova Lamego, 1973/74)


1. Amigos e Camaradas, comunico-vos mais uma triste notícia. Faleceu hoje no IPO do Porto o nosso Camarada Alfredo Dinis, que foi 1.º Cabo Enf da CCS do BART 6523 - Nova Lamego -, 1973/74. Era membro da nossa Tabanca Grande, desde Outubro de 2009 (*).


Muito conhecido na zona da Sé do Porto, onde vivia desde miúdo, era um Homem de baixa estatura física mas de grande coração e elevada formação moral, respeitador, educado, amigo dos seus amigos e sempre pronto a ajudar quem mais necessitava.
Acerca de 5 anos foi-lhe diagnosticado um cancro na faringe e parte da língua, tendo sido submetido a oito operações no IPO do Porto.

O Alfredo em pleno tratamento de queimaduras no seu Camarada de Companhia - Filipe (Matosinhos)

Era um lutador,. amigo de viver, muito feliz com a nova casa que a Câmara Municipal do Porto (sua entidade patronal) lhe atribuira recentemente, na zona de Costa Cabral, mas a doença foi mais forte e acabou por derrotá-lo.
Hoje, quando ia visitá-lo por volta das 19h30, recebi a triste notícia de que falecera de madrugada.
Até no IPO era muito estimado, pois ao ver o sofrimento à sua volta e estando de baixa prolongada, dedicava quase todo o seu tempo livre ao voluntariado nesta instituição.
Resta-me dedicar-lhe as seguintes palavras: “Bom Amigo e Excelente Camarada,  até breve, que Deus permita que, no seu maravilhoso e infinito reino, te acolha eternamente junto d’Ele!”


O louvor que o Alfredo recebera, lavrado pelo Comandante da sua CART 6523
__________
Notas de M.R.:




domingo, 28 de março de 2010

Guiné 63/74 – P6060: O meu álbum de fotos (3) (Alfredo Dinis)

1. O nosso Camarada Alfredo Dinis, que foi 1.º Cabo Enf da CCS da CART 6523 - Nova Lamego -, 1973/74, dando continuidade à publicação das suas fotos (postes P5369 e P6033), enviou-nos em 27 de Março de 2010, a seguinte mensagem:

Camaradas,

Hoje envio mais algumas fotos das minhas "férias" passadas em Nova Lamego.


Estas considero-as de rara oportunidade, pois foram obtidas no início do ano de 1974, após uma mortífera emboscada que nos preparou o PAIGC, onde a nossa Companhia sofreu 7 mortos e 2 feridos com gravidade.
A coluna saíra de Nova Lamego em direcção a Piche, estávamos no princípio do ano de 1974, se não me engano, à frente seguia uma viatura chaimite carregada de pessoal da minha Companhia.
Aspecto de uma Chaimite idêntica à que seguia no topo da coluna, que, a dada altura, pouco antes de chegarmos a Piche, foi atingida com granadas de RPGs, disparadas por um guerrilheiro do PAIGC, que se encontrava acoutado em cima de uma palmeira, provocando 7 mortos e 2 feridos com muita gravidade.
Após o ataque estou Eu em pleno tratamento dos feridos: o motorista, Alf Mil Silva, Fur Mil Cripto Alves e o Fur Mil Santos
2 soldados que não consigo identificar, o Fur Mil Santos, o Fur Mil Cripto Alves, o Alf Mil Silva e EU
Também com algumas escoriações ficou o Alf Mil Freitas (Madeirense)
O Alferes Silva também tinha ganho alguns arranhões
Nova Lamego > Aqui foi a vez de tratar de graves queimaduras do Filipe, resultantes da explosão de um gerador de energia, no quartel
Nova Lamego > Ainda a tratar das queimaduras do Filipe
Na calmaria que se seguiu, poso para a foto junto do Alf Mil Freitas (Madeirense)
O Alf Mil Silva, Eu e o Alf Mil Freitas
Um abraço para todos,
Alfredo Dinis
1º Cabo Enf CCS do BART 6523

Fotos: Alfredo Dinis (2009). Direitos reservados.
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

21 de Março de 2010 > Guiné 63/74 – P6033: Estórias avulsas (78): O meu álbum de fotos 2 (Alfredo Dinis)

domingo, 21 de março de 2010

Guiné 63/74 – P6033: O meu álbum de fotos (2) (Alfredo Dinis)

1. O nosso Camarada Alfredo Dinis, que foi 1.º Cabo Enf da CCS da CART 6523 - Nova Lamego -, 1973/74, dando continuidade à publicação das suas fotos (poste P5369), enviou-nos em 21 de Março de 2010, mais as seguintes fotografias:
Camaradas,
Hoje envio mais algumas fotos, todas elas das minhas "férias" passadas em Nova Lamego.
Brevemente enviarei algumas fotos de rara oportunidade, obtidas após uma mortífera emboscada que nos preparou o PAIGC, onde sofremos 7 mortos e 2 feridos com gravidade.


O navio Niassa que nos transportou para a Guiné em 6 de Julho de 1973
Nova Lamego: Eu à entrada de uma moradia
Nova Lamego: Passeando entre a população local
Nova Lamego: Uma das inúmeras progressões no Rio Corubal
Nova Lamego: As lavadeiras na famosa Fonte do Alecrim
Nova Lamego: Um Fiat G86 pronto para arrancar carregado de "ameixas"
Nova Lamego: Um DC3 (vulgo Dakota) em operação de rotina
Nova Lamego: Uma DO 27 que levava e trazia pessoal e o indispensável correio

Nova Lamego: Um Alouette III cruzando os céus
Nova Lamego: Eu junto da célebre ambulância capturada pelo grupo do lendário operacional Marcelino da Mata ao PAIGC
Um abraço para todos,
Alfredo Dinis
1º Cabo Enf CCS do BART 6523

Fotos: Alfredo Dinis (2009). Direitos reservados.
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

15 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5994: Estórias avulsas (77): A minha viagem à Guiné-Bissau (José Casimiro Carvalho, Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAV 8350)

sábado, 28 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5369: O meu álbum de fotos (1) (Alfredo Dinis)


1. Mensagem do Alfredo Dinis, que foi 1.º Cabo Enf da CCS do BART 6523, Nova Lamego, 1973/74, com data de 27 de Novembro de 2009:

Camaradas,

Enviei estas 4 fotografias ao Magalhães Ribeiro e, como a escrita não é um dos meus fortes, desafiei-o a fazer uma coisa que não se pede a ninguém, que é escrever algo sobre os amigos e a sua definição pessoal de amizade.Amizade que eu tanto prezo e estimo, entre aqueles que comigo privaram de perto nos meus tempos do serviço militar e, em especial, aqueles com quem me irmanei na minha comissão na Guiné.Na foto 3, estão 4 deles, o Baião, o Caetano, o Camilo e o Diniz.

2. Esperando não defraudar as expectativas do Diniz, meu bom Amigo pessoal, em relação ao que me ocorreu dizer, em poucas palavras, sobre o que eu penso sobre os diversos tipos de amigos:

Os Amigos… os bons!

Há Amigos e há …migos
Nem o à merecem!
Uns melhores, outros…
Nem por isso!
Alguns raríssimos…
Melhores que irmãos são!
Prontos a escutarem-nos,
Prontos a nos amparem,
Nos bons e maus momentos!
Com a palavra certa,
O gesto certo e preciso…
O abraço solidário,
Às vezes tão… necessário!
São os nossos cúmplices,
Os nossos confidentes,
Com quem contamos…
Desabafamos…
Segredos profundos!
São raros espécimes…
Como os diamantes,
Sagrados e eternos!
Deus permita que tais…
Preciosidades…
Sejam imortais!
MR

Foto 1: Eu em Nova Lamego.

Foto 2: Alfredo Dinis Nova Lamego.

Foto 3: O Baião, Caetano, Camilo e o Operador-Cripto Diniz, em Nova Lamego,

Foto 4: No navio Niassa – Eu e, à direita, o Damásio (Morto em Combate).


Um abraço para todos,
Alfredo Dinis
1º Cabo Enf CCS do BART 6523

Fotos: Alfredo Dinis (2009). Direitos reservados.
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.

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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: