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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Guiné 61/74 - P27494: Aviões que serviram na guerra colonial na Guiné, e os do tempo da CCAÇ 816 (1965/67) (Rui Silva, ex-2.º Sarg Mil)

1. Trabalho enviado ao blogue pelo nosso camarada Rui Silva, ex-2.º Sarg Mil da CCAÇ 816 (Bissorã, Olossato e Mansoa, 1965/67) que ele elaborou e publicou no facebook privado da CCAÇ 816.


AVIÕES QUE SERVIRAM NA GUERRA COLONIAL NA GUINÉ, E OS DO NOSSO TEMPO (1965-1967)

- Nota: algumas destas aeronaves estiveram na Guiné antes de nós ali chegarmos e outras estiveram posteriormente

Os 9 primeiros conhecemo-los bem e, pessoalmente, mais ainda a avioneta DORNIER DO 27, o avião DAKOTA DC-6 e os helicópteros ALOUETTE II e o ALOUETTE III, estes 2 últimos no transporte de feridos do mato para o Hospital Militar de Bissau, nomeadamente nas operações a Iracunda (23Jun/65 e 7Mai/66), Biambi (10Jul/65), na limpeza da estrada Olossato-Farim (1 Ago/65) e na célebre operação a Morés (20Fev/66) aqui mais no transporte de evacuados por insolação e do material capturado levado para o Olossato:

A última foto mostra o avião civil (não militar) o quadrimotor “Super. Constellation” da TAP, no aeroporto de Bissau, que nos trazia para férias na metrópole. A viagem demorava cerca de 8 horas de Bissau para Lisboa e era direta. O regresso fazia-se com escala na ilha do Sal em Cabo Verde.


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Bombardeiro bem nosso conhecido, muitas vezes atuaram em operações nossas com realce para a atuação na célebre emboscada na bolanha de Joboiá (estrada Olossato-Farim) naquele domingo em 1 de Agosto de 1965 onde os bombardeiros tiveram uma ação preponderante e decisiva, sem esquecer a nossa valentia.arvard.
O T-6 foi um dos mais famosos aviões monomotores de hélice, conhecido por nomes como Texan, Harvard, Yale, Wirraway, Mosquito, Boomerang e Tomcat, conforme o país que o usava.
Foi adoptado na Força Aérea de 55 países, desde avião de treino de pilotos a bombardeiro.
Criado em 1935 pela North American, começou a ser utilizado em força em 1940, sendo introduzido em Portugal em 1946.
O T-6,avião convertido em caça-bombardeiro ligeiro, equipado com metralhadoras, mísseis, bombas convencionais ou de napalm debaixo das asas ou a actuar como avião de reconhecimento.

Caraterísticas do avião:
Monomotor de propulsão a hélice
Envergadura de 12,81m
Potência: 600 CV
Veloc. máx.: 335 km/h
Voo até 7400 metros de altura
Veloc. de subida: 6,1 metros por segundo

Equipamento de combate do T6:
4 metralhadoras Browning 7,7 mm (duas em cada asa)
2 bombas de 50 kg
6 bombas de 15 kg
Contentores de napalm (alternativa)
1 mira de pontaria


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Caça-bombardeiro monomotor turbo-jato também bem nosso conhecido.
Com 8,56 metros de envergadura, atingia a velocidade máxima de 1090 km/h; tinha um raio de acção de 1850 km; com tecto de serviço de 13.260 m.
Era armado com quatro metralhadoras Browning 12,7 mm ou dois canhões DEFA de 30 mm para além de 3 câmaras fotográficas Vinten, 1 frontal e 2 laterais.
Em Março de 1966, foram embarcados oito FIAT G.91R/4 que iriam constituir a Esquadra 21 "Tigres" na Base Aérea n.º 12 em Bissalanca, ex-Guiné Portuguesa, a qual se tornou operacional em finais de Junho do mesmo ano.
Regressaram a Portugal em 1974, após mais de 14.000 horas de voo em missões de combate.
Na Guiné foram abatidos ou destruidos por acidente 7 Fiat, 6 abatidos pelo inimigo, 3 deles por mísseis Strela; 1 por acidente com bomba, tendo morrido 1 piloto num dos aviões abatidos.


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Esta avioneta foi utilizada na Guiné em missões de observação e sobretudo para transporte de mantimentos, evacuação de feridos, etc. dadas as suas capacidades de descolar e aterrar em espaços muito curtos.
No Olossato, aquando das primeiras vezes que lá fomos antes de nos instalarmos definitivamente, ainda deu para ver os destroços de um junto à messe dos Furrieis.
Aeronave monomotor de trem de aterragem convencional fixo com roda de cauda, monoplano de asas altas, totalmente revestido a tela.
Tripulação: 1 piloto.
Capacidade de carga: 2 passageiros.
160 CV de potência.
Envergadura 10,97 metros
Velocidade máxima 211 km/h
Tecto de serviço 3900 metros.
Esta avioneta viria a ser substituida pelos Dornier, ainda dentro do nosso tempo


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Muitos de nós andaram nesta avioneta e logo começou nos primeiros tempos com o transporte por evacuação de Bissorã para o Hospital Militar de Bissau, do “Maravilhas” acidentado com arma de fogo.
O DO 27 é um avião monomotor, asa alta, trem de aterragem convencional fixo, com a capacidade de transportar seis passageiros ou o equivalente em carga.

Na Guiné tinha a missão de transporte de passageiros, evacuação de feridos, militares para consultas no Hospital Militar em Bissau, reconhecimento aéreo e transporte de correio a nossa avioneta do coração.
Esta avioneta transportou muitos elementos da Companhia para Bissau para férias ou ali em trânsito para férias na Metrópole.
Era também a avioneta do correio e muito exaltávamos quando a víamos no ar no dia certo.
Esporadicamente foram utilizados em missões de apoio utilizando foguetes montados sob as asas.
Avioneta com uma envergadura de 12 metros; uma velocidade máxima de 250 km/h e um teto máximo de 5,5 km.


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Avião bimotor, operava em missões de carga e transporte de passageiros. Durante a Guerra do Ultramar nas três frentes executaram missões de reconhecimento aéreo, lançamento de paraquedistas (principalmente), transporte de feridos, busca e salvamento e até serviu de bombardeamento.
Tripulação: 4 (piloto, co-piloto, navegador e operador de rádio)
Passageiros: (paraquedistas e outros) 28
Envergadura: 29,41m
Potência: 1200 CV
Velocidade máxima: 360 km/h
Teto máximo: 8045m


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Avião dos evacuados para os Hospitais da metrópole; o avião que me trouxe como evacuado (Jan1966), e ao “Doutor" e ao Alferes Costa em outras datas.
Eram aviões quadrimotores, construídos no final da II Guerra Mundial para missões de transporte de longa distância. A Força Aérea utilizou os DC-6 nos Transportes Aéreos Militares (TAM) que ligavam a Metrópole a Bissau, Luanda e Beira. Serviram frequentes vezes para evacuar os feridos dos teatros de operações para o Hospital Militar Principal em Lisboa. Podiam transportar além de uma tripulação de 4 pessoas também cerca de 55 passageiros, a uma velocidade de 500 quilómetros por hora.
16 horas de voo com escala (45 minutos) em Las Palmas, de Bissau a Lisboa.
Avião com uma envergadura de 35,81 m
Teto máximo 7600 m


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Avião bimotor de dupla cauda e de asa alta, com 2 motores em estrela e um peso máximo de descolagem de 21 mil kg. Visualização de manobras aéreas com salto de paraquedistas.
Intrigavamo-nos quando víamos passar aquele avião com duas fuselagens. Único no género, que víssemos.
Usados em Tancos para treino de paraquedistas e, nas colónias, conjuntamente com os Douglas (Dakotas), deram suporte aéreo nas áreas de comunicação, lançamento de paraquedistas e transporte de feridos.
Com uma envergadura de 32,5m
Velocidade máxima: 405 Km/h
Tecto de serviço: 7100 m
Distância máxima de voo: 2500 Km
Capacidade de transporte: 32 passageiros ou carga até 5800 Kg
Tripulação: 5 (2 pilotos, mecânico, navegador e operador de rádio).


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O helicóptero que transportava os feridos em macas suspensas do lado de fora da aeronave. Bem nosso conhecido pois, logo de princípio víamo-los passar por cima do quartel de Brá onde estivemos nos primeiros 15 dias de Guiné, já bem baixos e a caminho do Hospital Militar mais adiante e ali perto.
Intrigávamo-nos porque eles levavam um ou duas (uma de cada lado) o que pareciam macas suspensas do lado de fora da aeronave. Deduzimos que só podia ser para servirem ao transporte de feridos (ou mortos) e assim era.
Alguns militares da CCAÇ 816 chegaram a utilizá-los pelos piores motivos (feridos), nomeadamente em consequência das operações a Iracunda (23Jun65 - 2 feridos), a Biambi (10Jul65 – a única operação que atuamos em conjunto com a CCAÇ 818 –1 ferido) e na estrada Olossato-Farim (1Ago65 -3 feridos graves +1 morto, este o Furriel Silva que não chegou a sair do Olossato onde esteve em câmara ardente). Aqueles 3 feridos transportados também para o Hospital Militar de Bissau.
Os Alouette II começaram a ser substituídos em Novembro de 65 (tínhamos meio ano de Guiné) pelos Alouette III que se mantinham em operacionalidade quando regressamos à então Metrópole.
O Alouette II foi o primeiro helicóptero do mundo, motorizado com turbina a gás a ser certificado para voo.
Diâmetro do rótor principal: 10,20m
Potência: 530 CV
Velocidade máx: 185 km/h
Tecto máximo: 2300m
Capacidade de transporte: Piloto e co-piloto, e cinco passageiros ou peso equivalente de carga; ou então duas macas e assistente.


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O Alouette III veio substituir o II por ser mais rápido, mais ampla cabine de pilotagem e com capacidade para mais pessoas no interior; os feridos eram transportados no seu interior. O Alouette III tinha também uma mais ampla capacidade de voo, mais veloz e mais teto.
É um desenvolvimento do Alouette II, tendo um tamanho maior e uma maior capacidade de carga. O Alouette III era reconhecido pelas suas capacidades de operação em grandes altitudes, sendo o ideal para o salvamento em áreas montanhosas, o que na Guiné não era o caso.
Em Novembro de 1965 ocorreu o primeiro voo de Alouette III na Guiné, sendo colocados na BA 12 - Bissalanca.
Estes helicópteros foram introduzidos em Portugal em 1963, primeiro em Angola e depois na Guiné. Portugal terá sido o primeiro país que os usou em combate, em missões diversas, desde transporte de feridos ou por evacuação, mormente por insolação, até ao apoio no combate ou até escolta.
O Alouette III evacuou 3 feridos da CCAÇ 816 e outros evacuados por desidratação e ainda na envolvência de transportes de armamento militar capturado ao inimigo na célebre operação “Castor” em 20 de Fevereiro de 1966. Aqui foram 6 helicópteros a atuar, pela celeridade da operação, e num vai-e-vem constante. Mais tarde, aquando de nova operação a Iracunda, em 7 de maio 1966, transportou 1 ferido grave, o saudoso Tiago Manso, que viria a falecer uns dias mais tarde no Hospital Militar de Bissau. (RIP Tiago).
Tripulação: piloto e co-piloto + 5 passageiros
Diâmetro do rotor horizontal: 11,02m
Velocidade máxima: 220 km/h
Potência: 870 CV
Teto máx.: 3200 m


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Avião caça-bombardeiro, com motor turbo jato, monomotor e monoplano.
Foram fornecidos aos aliados dos EUA, nomeadamente Bélgica, Dinamarca, França, Itália, Holanda, Noruega, Portugal, Turquia e Republica da China (Taiwan) e a países não alinhados como o Irão, Tailândia, e Jugoslávia. Portugal seria o último país a abater os seus F-84G ao serviço operacional da sua força aérea, em 1976, depois de os utilizar de forma intensa na guerra de independência das suas colónias em África, em particular em Angola, onde equipou a esquadra 93.
Este caça terá atuado fugazmente na Guiné
Velocidade máxima: 1020 km/h
Teto de serviço: 12350 m
Taxa de subida: 19,1 m/s


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Avião caça transónico, com motor turbojato, monomotor, monoplano.
Primeiros caças na Guiné como aviões de reconhecimento antes da guerra eclodir.
Quando aquela começou estes caças transformaram-se em bombardeiros e equiparam-se com seis metralhadoras Browning Colt TM3, calibre 12,7 mm, e podiam transportar vários tipos de armamento, como os foguetes de 2,75”, bombas GP de 50 e 250 kg e tanques de napalm de 350 L.
Os Sabre foram, ainda em 1963, substituídos pelos T6 Havard que nós tão bem viemos a conhecer e a tê-los em companhia em diversas operações.
Tripulação: 1 piloto
Envergadura de 11,31m
Veloc. máx.: 995 km/h
Teto de serviço: 14600 metros


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O Lockeed PV2 Harpoon era um bombardeiro médio, bimotor. Transportava bombas no compartimento central e nas asas, podendo ser instaladas até oito metralhadoras 12,7 mm na proa.
Utilizado na Guiné também como se fosse um caça-bombardeiro.
Atingia a velocidade de 450km/h


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O C-54 Skymaster é um avião movido a hélice de quatro motores, desenvolvido pela Douglas Aircraft Company. Operou durante a Segunda Guerra Mundial e no transporte aéreo em Berlim. A partir de 1945, muitas companhias aéreas civis operavam com esta aeronave em todo o mundo.
Úteis em tarefas de transporte, lançamento de paraquedistas, como avião-hospital, etc.
O C-54 Skymaster foi usado na Guerra Colonial inclusivamente na Guiné
Envergadura: 35,8 m
Potência: 1450 CV
Velocidade máxima: 442 km/h
Teto máximo: 6800 m


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O avião Douglas Invader B-26 foi um avião bimotor desenvolvido pelos Estados Unidos como uma aeronave de ataque e bombardeiro leve durante a Segunda Guerra Mundial,
O trem de aterragem era triciclo, com comando da roda de proa a partir do “cockpit”.
3 tripulantes (piloto, mecânico de voo e operador de rádio)
Equipava metralhadoras, foguetes e bombas.
Envergadura: 21,34 m
Potência (por motor): 2000 CV
Velocidade máxima: 570 km/h
Teto máximo: 6700m


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Avioneta de fabrico francês utilizada em reconhecimento, transporte ligeiro, evacuação, etc. Avioneta parecida com a Auster e a Dornier, já acima referidas e que passou fugazmente pela Guiné.
Os franceses utilizaram os Broussard na luta contra os guerrilheiros argelinos, utilizando um canhão móvel que disparava através da porta traseira, situada no lado esquerdo.


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Aeronave bimotor terrestre de trem de aterragem convencional retrátil, monoplano de asa baixa, duplo estabilizador vertical, revestimento metálico, cabina integrada na fuselagem, destinado a transporte ligeiro, patrulhamento, reconhecimento e instrução de navegação.
Envergadura: 14,5 m
Velocidade máxima: 352 km/h
Teto de serviço: 5548 m
Tripulação: piloto e co-piloto


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Em 1970, (já passados 3 anos do regresso da CCAÇ 816) a Força Aérea Portuguesa adquiriu 13 helicópteros Puma, devido à necessidade de maior capacidade de transporte durante a Guerra do Ultramar.
Com uma tripulação de 2 pilotos e podendo transportar 18/20 homens com o seu equipamento habitual (paraquedistas), um número bastante superior aos 5 passageiros possíveis com os Alouette III, o que aumentou significativamente a mobilidade do Exército Português.
Considerado um helicóptero médio com capacidade para voar com todo o tempo. Estava equipado com 2 turbinas “Turbomeca” com 1900 CV de potência, tinha um peso máximo à descolagem de 3770 kg e uma velocidade máxima de 258 km/hora, possuindo uma autonomia de 5 horas. Podia ser equipado com armamento: 1 canhão de 20 mm, 2 metralhadoras coaxiais de 7,62 mm ou mísseis.
Também possuía um guincho para recolha de pessoas a partir do chão ou do mar, radar e piloto automático que lhe permitia fazer estacionário automaticamente.


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Foram 2 destes aviões que vieram a substituir os Dakota DC-6 que desde 1961 vinham mantendo a ligação da metrópole com Angola, Guiné e Moçambique.
O Boeing 707 é um avião comercial a jato quadrimotor de porte médio e fuselagem estreita desenvolvido e produzido pela Boeing entre os anos de 1958 e 1979.
Foram os aviões quadrireactores que passaram a transportar as tropas entre a Metrópole e as 3 colónias em guerra, substituindo os navios.
No nosso tempo a pista do aeroporto de Bissau não reunia condições para estes aviões a jato nem sequer estes existiam na frota portuguesa da TAP.
Tripulação: piloto, co-piloto e engenheiro de bordo
Capacidade para 202 passageiros
Envergadura 44,42m
Velocidade (de cruzeiro) 815 km/h

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Avião monomotor de asas fixas e baixas com um piloto e até 6 passageiros.
Avioneta com caraterísticas semelhantes às “Dornier”.
Possuía uma envergadura de 10 metros e uma potencia de 300CV, com uma velocidade máxima 280 km/h e com um teto de serviço de 4950m.


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O P2V5 Neptuno, equipados com meios sofisticados electrónicos principalmente para a detecção e o combate a submarinos.
A Força Aérea fez deslocar rapidamente vários meios aéreos para os chamados territórios ultramarinos e os P2V-5 passam também a ser usados nas colónias portuguesas em missões de natureza diversa.
O P2V5 Neptuno é um avião bimotor, asa média, de trem de pouso retráctil,
Aeronave de patrulha marítima e anti-submarina, com motores radiais a pistão e motor turbojato, bimotor monoplano, para uso civil e militar
Velocidade máxima: 515 km/h
Envergadura: 30,48m
Estavam equipados com oito suportes de rockets em cada asa


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sexta-feira, 11 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26675: (In)citações (265): Obrigado ao vagomestre Vieira que das tripas fez coração... e ao Noratlas da FAP que, de vez em quando, nos largava uns frescos de paraquedas ( Ramiro Figueira e Carlos Barrros, 2ª CART / BART 6520/72, Nova Sintra, 1972/74)


 








Guiné > Região de Quínara > Nova Sintra > >2.ª CART/BART 6520/72 (Nova Sintra, 1972/74) > Largada de frescos e correio, de paraquedas, através do Noratlas. Fotos do álbum de Ramiro Figueira


Fotos (e legenda): © Ramiro Figueira (2025). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Quínara > Nova Sintra > CART 2711 (1970/72) > s/d > Largada de frescos e correio, de paraquedas... Foto do álbum de Herlânder Simões, ex-fur mil d"Os Duros de Nova Sintra", de rendição individual, tendo estado no TO da Guiné, em Nova Sintra e depois Guileje, entre maio de 1972 e janeiro e 1974.


Foto (e legenda): © Herlânder Simões (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mensagem de Ramiro Figueira, médico na situação de reforma, que foi Alf Mil Op Especiais na 2.ª CART/BART 6520/72 (Nova Sintra, 1972/74); membro recente da Tabanca Grande (desde  23 de junho de 2022), tem 9 referências no blogue.


Data - domingo, 23/03/2025, 18:25
Assunto - Vagomestres, precisam.se! (*)


Boa tarde

Como sabem, não fui vagomestre em Nova Sintra, estas funções eram desempenhadas pelo
furriel Vieira, um homem da zona de Leiria. Não me lembro do pessoal se queixar do vagomestre, lembro-me sim das inúmeras queixas sobre a comida, mas toda a gente sabia que o vagomestre fazia o que podia com o que lhe enviavam.

Os frescos constituíam um problema realmente, mas não passou, felizmente, por “excursões” a Bissau em busca de alimentos embora algumas vezes se levantasse a questão o que acabou por nunca acontecer.



O lendário Noratlas da nossa gloriosa FAP... Fonte: Wikipedia (com a devida vénia)


Os frescos chegavam-nos do ar, literalmente…
como uma periodicidade de que não me lembro. A Força Aérea enviava um Nortlaas que os largava de paraquedas no quartel espalhando-os um pouco por todo o lado, sobretudo na pista improvisada que servia o quartel.

Recordo-me de uma das vezes um paraquedas caiu em cima dos telhados de zinco provocando um enorme barulho que simulou o rebentamento de granadas que levou a algumas corridas às valas….


Abraço
Ramiro Figueira



2. Mensagem do Carlos Barros, ex-fur mil arm pes inf, 2ª C/BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1972/74), "Os Mais de Nova Sintra".

Data - Quarta, 2/04/2025, 18:01
 

O Vagomestre de Nova Sintra, da 2ª C/BART 6520/72,  era o nosso querido e amigo Vieira sempre pronto a servir-nos bem, dentro da rotineira ementa- arroz com salsichas, salsichas com arroz...- e quando havia caça - javali/gazela...- era momento de júbilo no seio dos comensais. 

Muitas vezes, os vagomestres eram criticados por todos nós todavia, eles faziam o possível dentro do orçamento exigido pelos comandantes , do Batalhão ou da Companhia.

Devo realçar, que em Nova Sintra, em 1972/74, nunca passamos fome, isto na essência da palavra, a alimentação era pouco nutritiva e os legumes eram algo que raramente víamos. Chegámos a estar 3 meses sem ver um único legume ou hortaliça...

Um dia, implantamos um "projeto rudimentar de plantação de tomates" e mal nasciam, eram logo surripiados e nunca atingiam a adolescência...

Pensamos em cultivar alfaces , um sonho que o calor abrasador da Guiné não nos permitia sonhar com esse "luxo leguminoso" e o nosso Vieira, lá fazia de "tripas coração" para satisfazer as nossas exigências. 

Este amigo continua a ir aos nossos encontros, vamos no 50º e sempre foi uma pessoa maravilhosa e só pedimos desculpa das insinuações que fazíamos aos vagomestres , acusados de pouco honestos e todos nós sabemos do que se passava dentro dos quartéis ou destacamentos onde a seriedade estava em "crise" e eles, algumas vezes, levavam por tabela!.

Obrigado, Vieira, pela tua prestação como vagomestre em Nova Sintra e, se tiveste falhas, também nós tivemos e estamos todos perdoados!... (**)

Carlos M. Lima Barros
Ex-furriel dos "Mais de Nova Sintra" 
"Armas Pesadas" - sempre alinhou , quase diariamente, no mato.
2ª CART / Bart 6520/72 (Nova Sintra, Tite, Gampará, 1972/74)

3. Comentário do editor LG:

No passado 21/03/2025, às 22:02, tinha mandado para a caixa de correio de  cerca de quatro dezenas de grão-tabanqueiros uma mensagem sob o título "Vagomestres, precisam-se!"... Poucos me responderam. Um deles foi Ramiro Figueira, hoje médico, bem como o Carlos Barros, professor reformado, ambos da 2ª C/BART 67520/72, 

 O teor da minha mensagem era o seguinte (*):

Camaradas, grão-tabanqueiros:

Uma das coisas intrigantes da Tabanca Grande é que há uma enorme escassez de... vagomestres!...

Pelas minhas contas, assim de cabeça, vivos, temos o João Bonifácio (vive no Canadá, era da CCAÇ 2402, do nosso histórico Raul Albino, já falecido) e agora Aníbal José da Silva (que foi do CCAV 2383, Nova Sintra, 1969/0)... Temos ainda o Vitor Alves, da CCAÇ 12 (2ª geração), já falecido,,, (E já me esquecia do António Tavares (ex-fur mil SAM, CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72).

No blogue e ao fim de 20 anos temos 40 referências à figura do vagomestre (2 por ano em média!)... Mas, bolas, foram nossos camaradas e ajudaram-nos a não morrer de fome...

O que se passa com eles ? Não têm boas recordações da Guiné, como todos nós temos ? Bolas, foi o tempo mais divertido das nossas vidas!

Vamos lá a comentar este bem humorado poste, escrito por uma vagomestre que já mereceu honras de Tabanca Grande!... Vocês estão a imaginar o pobre do Aníbal a carregar às costas (e a suar em pinga!) uma carcaça de vitela (!) do táxi à avioneta dos TAAG, em Bissalanca, para matar a malvada aos seus camaradas de Nova Sintra ? E, se calhar, nem recebeu um simples louvor no fim da comissão! (*)

Cinquenta anos depois, camaradas, digam lá qualquer coisinha sobre os ossos queridos vagomestres que fizeram das tripas coração!... Sem ironia!...

Bom fim de semana... E alimentem o blogue, que também tem "barriga".... Um Ab, Luís

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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:


(**) Último poste da série > 4 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26653: (In)citações (264): Morreu Roberta Flack aos 88 anos, a mesma Roberta Flack que acompanhava as noites do medo no mato da Guiné... (Ramiro Figueira, ex-Alf Mil Op Especiais)

quinta-feira, 13 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26579: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (19)

Foto 148 > Fevereiro de 1971 > Olossato > Furriel Pereira (Pelotão de obuses) e João Moreira junto ao avião Nord Atlas que foi buscar a avioneta acidentada.
Foto 149 > Fevereiro de 1971 > Olossato > Furriel Pereira (Pelotão de obuses), João Moreira, Nogueira (transmissões) e Verde (mecânico). Carregar avioneta acidentada no avião Nord Atlas.
Foto 150 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira junto ao avião Nord Atlas
Foto 151 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira junto ao avião Nord Atlas
Foto 152 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira na avioneta acidentada
Foto 153 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira junto ao Nord Atlas
Foto 154 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira junto â avioneta acidentada
Foto 155 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira

(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 6 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26560: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (18)

quinta-feira, 6 de março de 2025

Guiné 61/74 - P26560: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (18)

Foto 139 > Janeiro de 1971 > Olossato > João Moreira. No fim do jogo que se disputava diariamente ao fim da tarde.
Foto 140 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira > Mais uma foto para enviar para "tranquilizar" a família.
Foto 141 > Fevereiro de 1971 > Olossato > Furriéis Silva (transmissões), Sousa, Teixeira, João e Pereira. (Os 2º, 3º e 5º elementos eram do Pelotão de obuses). Eu e o Silva éramos da CCAV 2721.
Foto 142 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira (CCAV 2721) e Sousa (Pelotão de obuses). Foto para "tranquilizar" a família.
Foto 143 > Fevereiro de 1971 > Olossato > Furriéis João e Pereira (Pelotão de obuses). O fotógrafo foi fotografado.
Foto 144 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira. Mais uma foto para "tranquilizar" a família.
Foto 145 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira. Dando notícias para a família.
Foto 146 > Fevereiro de 1971 > Olossato > João Moreira > Avião Nord Atlas que foi buscar uma avioneta que "perdeu" uma asa ao aterrar.

(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 27 de fevereiro de 2025 > Guiné 61/74 - P26533: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (17)