Foto nº 1 > Guiné > Região de Quínara > Nova Sintra > 2ª C / BART 6520/72 (1972/74) > 17 de julho de 1974 > Uma data histórica > Menos de dois meses depois Portugal reconhecia a independência da República da Guiné-Bissau, hoje um país irmão, lusófono, integrado na CPLP.
Foto nº 1A> Guiné > Região de Quínara > Nova Sintra > 2ª C / BART 6520/72 (1972/74) > 17 de julho de 1974 > Representantes do PAIGC e das NT
Foto nº 1B > Guiné > Região de Quínara > Nova Sintra > 2ª C / BART 6520/72 (1972/74) > 17 de julho de 1974 > Os representantes do PAIGC vieram armados, como aconteceu em todos ou quase todos os sítios: afinal, o terreno não era neutro... O Comandante do Setor do PAIGC, Quinto Cabi, aqui de perfil, à direita, mostra-se confiante, mas não larga a Kalash.
Foto nº 1 C > Guiné > Região de Quínara > Nova Sintra > 2ª C / BART 6520/72 (1972/74) > 17 de julho de 1974 > O comandante do pelotão de milícia, de camisola branca, parece estar de semblante carregado, tal como os seus homens.
Guiné > Região de Quínara > Nova Sintra > 17 de julho de 1974 > Entrega do destacamento de Nova Sintra aos guerrilheiros do PAIGC.
Foto (e legenda): © Ramiro Figueira / Carlos Barros (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
(i) ex-fur mil, 2ª C/BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1972/74), "Os Mais de Nova Sintra", os últimos a ocupar o aquartelamento de Nova Sintra antes da sua transferência para o PAIGC em 17/7/1974; (ii) membro da Tabanca Grande nº 815, tem mais de 2 dezenas e meia de referências
Quando os guerrilheiros entraram no destacamento de Nova Sintra, o Comandante, Capitão Machado e outros graduados, devidamente fardados com os seus camuflados de combate, receberam com dignidade os combatentes do PAIGC acompanhados com uma população civil que lhe era afeta.
Numa fase inicial, depois de contactos prévios com os Comandantes do PAIGC, foram autorizados a entrarem no aquartelamento e, por mera coincidência, os furriéis Barros (eu próprio) e o Ferreira tomaram a iniciativa de irem ao encontro dos guerrilheiro, abrindo-lhes o " portão" junto às bananeiras.
E não houve qualquer problema nessa convivência, embora numa fase inicial, existia um certa "receio", natural, porque algo poderia acontecer de menos bom, como aconteceu em Angola e Moçambique.
Estes são os factos para a história, entre muitos, da Guerra Colonial.
Legenda das fotos:
O primeiro com boina e óculos [1], é o Tenente-Coronel Fernando José de Almeida Mira (falecido). Era o comandante do BART 6520/72 (Tite).
De costas, o Capitão Mil Inf João Barbosa Machado, de Nova Sintra [, 2ª C / BART 6520/72] [2]. (Antes dele, a companhia teve dois comandantes: cap mil inf Armando da Fonseca Cirne e cap art José Manuel Campante de Carvalho.)
Boné azul,, o Comandante do Setor do PAIGC, Quinto Cabi (apresentou-se como tal...) [3].
À direita de barrete na cabeça e camisa branca, o Comandante de Milícias que tinham sido
colocados em Nova Sintra. [4]
De camisola verde, junto ao Ten Coronel Almeida Mira, outro comanante do PAIGC, o responsável da artilharia da zona de Tite, de seu nome Tchambu Mané [5]. Não se lhe vê o rosto, apenas o peito. Enverga uma camisola com a efíge do Amílcar Cabral.
Fotografia [nº 1] cedida pelo ex-Alferes Miliciano Ramiro Figueira, de Nova Sintra, 2ª CART / Bart 6520/72 (1972/74).
2. Comentário do editor LG:
O Jorge Pinto, ex-alf mil, da 3ª C/BART 6520/72, que estava em Fulacunda, já aqui contou como se processou lá a visita dos homens do PAIGC, a primeira depois da assinatura da paz [, foto à esquerda, desarmado, num grupo de guerrilheiros, na margem esquerda do Rio Geba] (**):
Tentando esclarecer algumas dúvidas e para melhor compreensão do "acontecimento" retratado pelas fotos, importa saber:
1º Em 1972/74, Fulacunda é uma tabanca totalmente isolada. A única picada transitada era a que servia de acesso ao porto de reabastecimento e que distava uns 4/5 km
2º O referido grupo Bunca Dabó, pelo que sei, patrulhava/circulava a zona entre Fulacunda e os rios Corubal e Geba e por isso flagelava/atacava Fulacunda de vez em quando.
3º A visita deste grupo, composto por cerca de 50 elementos a Fulacunda, durante 1 dia, foi programada e preparada, mas desconheço pormenores. Sei, apenas que o mesmo já tinha acontecido noutras localidades da Guiné.
4º Naturalmente que a população de Fulacunda recebeu estes guerrilheiros, que vinham fortemente armados, em grande tensão. As fotos 3,4 e 4B, demonstram isso.
5º A "exigência" da ida ao porto de Fulacunda, no mesmo dia da visita, considerei-a inútil, pois não fomos fazer nem ver nada de novo. Nesta viagem de 4/5 Km iam cerca de 15 (guerrilheiros), bem armados, conforme fotos demonstram. Da parte das NT ia eu, um furriel e o cabo condutor, totalmente desarmados. Nenhum elemento da população nos acompanhou. Esta ficou dentro do recinto que era cercado por arame farpado conversando com os restantes elementos do PAIGC. As fotos 5 e 5A retratam a saída da Tabanca para o Porto. As outras são tiradas no próprio porto.
Sei que foram colocadas outras questões, mas para essas não possuo respostas com o "rigor cientifico" que a "delicadeza" da situação histórica vivida nessa época exige. O "devir histórico" se encarregará de as desnudar...
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Notas do editor:
(*) Último poste da série > 21 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21930: Pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra (Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª C/BART 6520/72, 1972/74) (19): o nosso macaquinho de estimação, o Piquete
(**)Vd. comentário ao poste de 3 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15818: (De)caras (32): Visita a Fulacunda, em julho de 1974, de Bunca Dabó e do seu bigrupo, "armado até aos dentes"... (Jorge Pinto, ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, 1972/74)