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sexta-feira, 9 de maio de 2025

Guiné 61/74 - P26784: Efemérides (455): Cerimónia da inauguração do Monumento Concelhio aos Combatentes do Ultramar, do Dia do Combatente e do 16.º Aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, levadas a efeito no passado dia 3 de Maio de 2025 (Carlos Vinhal)

Realizou-se em Matosinhos, no passado dia 3 de Maio de 2025, a cerimónia de inauguração do Monumento Concelhio aos Combatentes do Ultramar, do dia do Combatente e do 16.º Aniversário do Núcleo de Matosinhos, promovida pelo Núcleo e pela Câmara Municipal de Matosinhos e que contou com as presenças do Secretário Geral da Liga dos Combatentes, Coronel Lucas Hilário, da Presidente da Câmara, Dra. Luísa Salgueiro e do Vice-Presidente da Câmara, Dr. Carlos Mouta, entre outras entidades.

A cerimónia iniciou-se pelas 10h30, perante o testemunho de muitas dezenas de pessoas presentes em frente ao Monumento Concelhio aos Combatentes do Ultramar, localizado ao lado do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Leixões, onde se encontravam posicionados os Porta-Guiões dos Núcleos de Matosinhos, Porto, Penafiel, Lixa e Marco de Canavezes, uma Guarda de Honra composta por sócios combatentes do Núcleo e um clarim dos Bombeiros Matosinhos-Leça da Palmeira.
O orador deu indicações para se proceder à audição do Hino Nacional que foi cantado por todos os presentes.


De seguida, realizou-se a inauguração do Monumento pela Presidente da Câmara e pelo Secretário Geral da Liga dos Combatentes, Presidente do Núcleo e Arquiteto Rocha dos Santos e o Diácono, Sr. Daniel Basto, procedeu à sua bênção.
Posteriormente iniciou-se a cerimónia de homenagem aos mortos caídos pela Pátria: em seguida foi feita a deposição de coroas de flores no Monumento pelas seguintes entidades: Presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Leça do Balio, Presidente da Junta da União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, Presidente da Junta União de Freguesias de Custóias, Leça do Balio e Guifões, Câmara Municipal de Matosinhos e Liga dos Combatentes. O clarim dos Bombeiros Matosinhos-Leça da Palmeira executou os principais toques de homenagem.
O Diácono Sr. Daniel Basto fez a evocação religiosa.

Seguiram-se as intervenções alusivas à cerimónia e que foram feitas pelo sócio combatente Arquiteto Rocha dos Santos, pelo Presidente do Núcleo, pelo Secretário Geral da Liga dos Combatentes e pela Presidente da Câmara.
Procedeu-se à imposição da Medalha Comemorativa das Campanhas a 9 sócios combatentes do Ultramar e à entrega de 3 Testemunhos de Apreço aos associados com 50 anos de sócio. Foram igualmente condecorados pelo Secretário Geral da Liga dos Combatentes, Coronel Lucas Hilário, com a Medalha de Bons Serviços (grau prata), nos termos do Regulamento das Recompensas da Liga dos Combatentes dois dirigentes: sócio combatente Sargento Mor José Gomes e sócio efetivo Sargento Chefe Domingos Batoca.
Foi também entregue ao sócio combatente Sargento Mor Carlos Narra um Testemunho de Apreço pelos bons serviços prestados ao Núcleo nos três anos em que prestou serviço efetivo na Liga dos Combatentes.

O Secretário Geral da Liga dos Combatentes procedeu à entrega, a uma sócia avó, do Diploma “Dos Avós aos Netos” e dos cartões dos seus netos sócios, inserido no “Programa dos Avós aos Netos”, pretendendo-se, com esta iniciativa, incutir nos mais novos os valores da portugalidade e da cidadania, que decorrem do próprio estatuto da Liga.
A cerimónia terminou com a audição do Hino da Liga.

Pelas 13H00, no Hotel Tryp Expo, em Leça da Palmeira, com a Sala Caravela completamente lotada, deu-se início ao almoço de confraternização. O Presidente do Núcleo, antes do almoço, deu as boas vindas a todos os presentes e informou os participantes do programa previsto para depois do café.

De seguida, mandou o clarim subchefe dos Bombeiros Matosinhos-Leça da Palmeira tocar para o início da 2.ª refeição.

O programa para este dia prosseguiu com a entrega por parte do Presidente do Núcleo de duas lembranças aos sócios Dr. Jorge Magalhães e Arquiteto Rocha dos Santos, pelo seu contributo voluntário através da prestação de ações relevantes ao Núcleo e à Liga dos Combatentes. Entregou igualmente ao Secretário Geral da Liga dos Combatentes, Coronel Lucas Hilário, a Medalha do Núcleo e um donativo do Núcleo para a Liga Solidária, com o objetivo de apoiar a construção de Residências Seniores para os combatentes e famílias mais idosos de que são exemplos as de Estremoz e Porto.

Seguiu-se a animação musical com a atuação do Quinteto de metais mais percussão da Banda de Moreira da Maia de que faz parte o Vogal do Núcleo, Sargento Chefe Domingos Batoca. O seu desempenho foi brilhante e muito apreciado por todos os participantes que interagiram com grande satisfação com as músicas apresentadas.


Para encerrar o programa estabelecido, o Secretário Geral da Liga dos Combatentes e o Presidente do Núcleo cortaram o bolo, cantou-se os parabéns ao Núcleo e foi lançado o Grito da Liga.

De entre as muitas entidades presentes, destacam-se o Secretário Geral da Liga dos Combatentes, a Presidente da Câmara e o Vice-Presidente da Câmara, o Deputado da Assembleia da Républica, Dr. Eduardo Pinheiro, o Comandante da Divisão Policial da PSP de Matosinhos, o Comandante do Destacamento da GNR de Matosinhos, o Presidente da Junta da União de Freguesias de Custóias, Leça do Balio e Guifões, o Presidente da Junta da União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, os representantes dos Núcleos do Porto, Maia, Penafiel, Lixa e Marco de Canavezes e o Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Leça do Balio, representante do Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Leixões, representante do Lar dos Pescadores de Matosinhos, familiares dos matosinhenses falecidos no Ultramar, sócios familiares e amigos, combatentes e público em geral.

Como notas relevantes deste dia fica, em primeiro lugar, a concretização da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, que será um exemplo representativo e emblemático da presença de muitas centenas de cidadãos matosinhenses na Guerra do Ultramar.
Neste dia, igualmente passamos o testemunho aos vindouros, o sacrifício dos 70 jovens militares matosinhenses, vidas que foram tiradas e que recordamos, e os que ainda estão vivos e lutaram pela sua bandeira.
Em segundo lugar, o destaque da disponibilidade, a dedicação e o empenho evidenciados pelos nossos dirigentes que tudo fizeram para que a concretização deste dia memorável para o Núcleo fosse um êxito e, mais uma vez, a evidência da importância da realização destas cerimónias para fortalecer os laços de amizade e de união entre dirigentes, sócios, familiares e amigos envolvidos pela sua demonstração de adesão aos objetivos da Liga: defesa dos valores morais e históricos de Portugal, promoção da solidariedade social e do apoio mútuo aos mais carenciados.

Texto e fotos do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes
Fixação do texto, selecção e edição das fotos da responsabilidade do editor CV

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Notas do editor

Vd. post de 10 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26671: Efemérides (452): Cerimónias de inauguração do Monumento Concelhio aos Combatentes do Ultramar, do Dia do Combatente e do 16.º Aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes (Carlos Vinhal)

Último post da série de 5 de maio de 2025 > Guiné 61/74: P26766: Efemérides (454): O fim da guerra do Vietname foi há 50 anos ("Diário de Lisboa", 30 de abril de 1975)

sábado, 26 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26732: Efemérides (453): Lourinhã, 25 de abril de 2025: cerimónia de homenagem aos combatentes da guerra do ulltramar / guerra colonial

 




Foto nº 1 > Aspeto parcial do Monumento aos Combatentes da Lourinhã > Largo António Granjo. Inaugurado em 2005. Autoria: 2005. Arquiteto: Augusto Silva; escultora: Andreia Couto.


Foto nº 2 > Intervenção do Jaime Silva, ex-alf mil pqdt, BCP 21 (Angola, 1970/72), e membro da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste


Foto nº 3 > O Jaime Silva chamando pelos nomes dos 20 lourinhanenses mortros em comnbate (11) ou por acdiente (9), nos 3 TO da guerra do ultramar / guerra colonial. (Está já no prelo o livro que o Jaime Silva, nosso grão-tabanqueiro, elaborou de homensagem aos seus conterrâneos,  mortos na guerra colonial)



Foto nº 4 > Intervenção do presidente da AVECO - Associação dos Veteranos Combatentes do Oeste, com sede na Lourinhã. aO Adelino sucedeu ao Castro.  (A AVECO tem cerca de 4 centenas de associados.)



Foto nº 5 : Intervenção do município, engº João Duarte (que teve 3 irmãos mobilizados)



Foto nº 5 > Deposição de um ramo de flores na base do munumento


Foto nº 6 >  Intervenção do Calçada, que foi condutor auto, tendo integrado uma CCmds (Moçambique, 1969/71)

Lourinhã > 25 de abril de 2025 > Cerimónia de homenagem aos combatentes da Lourinhá que morreram na guerra do ultramar / guerra colonial: foram 20 ao todo (11 em combate e 9 por acidente); 9 em Angola, 6 na Guiné; 5 em Moçambique. 


Fotos (e legendas):  © Luís Graça (2025). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Nota do editor:

Último poste da série > 10 de abril de 2025 > Guiné 61/74 - P26671: Efemérides (452): Cerimónias de inauguração do Monumento Concelhio aos Combatentes do Ultramar, do Dia do Combatente e do 16.º Aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes (Carlos Vinhal)

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Guiné 61/74 - P26671: Efemérides (452): Cerimónias de inauguração do Monumento Concelhio aos Combatentes do Ultramar, do Dia do Combatente e do 16.º Aniversário do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes (Carlos Vinhal)

CONVITE DO NÚCLEO DE MATOSINHOS DA LIGA DOS COMBATENTES

CERIMÓNIAS DE INAUGURAÇÃO DO MONUMENTO CONCELHIO AOS COMBATENTES DO ULTRAMAR, DO DIA DO COMBATENTE E DO 16.º ANIVERSÁRIO DO NÚCLEO DE MATOSINHOS DA LIGA DOS COMBATENTES

PROGRAMA


O Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes e a Câmara Municipal de Matosinhos, vão promover as cerimónias em epígrafe, que terão lugar no próximo dia 03 de Maio (sábado) em que estarão presentes, a Presidente da Câmara, Dra. Luísa Salgueiro e o Presidente da Liga dos Combatentes, Tenente General Chito Rodrigues e que terá o seguinte programa:

10h25 – Receção às entidades convidadas e concentração dos participantes na Rua Augusto Gomes, ao lado do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Leixões (gaveto da Rua Augusto Gomes com a Rua Alfredo Cunha).

10h30 - Início da cerimónia militar:
- Hino Nacional;
- Inauguração e bênção do Monumento;
- Toque de Sentido;
- Deposição de coroa de flores;
- Toque de Silêncio;
- Toque de Homenagem aos Mortos;
- Minuto de Silêncio;
- Evocação religiosa;
- Toque de Alvorada;
- Toque a Descansar;
- Intervenções alusivas ao ato;
- Condecorações;
- Testemunhos de Apreço;
- Hino da Liga dos Combatentes;
- Fim da cerimónia.

12h30 – Almoço no Hotel Tryp Expo em Leça da Palmeira:
- Na Sala Caravela (Piso 1):
- Almoço e animação musical.

O PRESIDENTE
Armando José Ribeiro da Costa
Tenente Coronel

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Comentário do editor CV:

Em 2014, ainda no mandato do saudoso Dr. Guilherme Pinto, Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, procedeu-se à inauguração de um Memorial aos Combatentes da Guerra do Ultramar do Concelho de Matosinhos, com a presença do Presidente da Direcção Central da Liga dos Combatentes, Tenente General Joaquim Chito Rodrigues. Confesso que na altura senti uma certa vergonha pelo que se estava a inaugurar, ainda por cima por fazer parte da comissão que trabalhava junto do Presidente da Câmara. Fomos todos apanhados de surpresa quando vimos aquele minúsculo Memorial de pé, a abanar com o vento, já que estava um dia de temporal. Exigimos no momento que se procedesse aos trabalhos de consolidação daquilo.

O monumento então inaugurado nunca foi do agrado dos Antigos Combatentes do Concelho, começando pela escolha do material empregue, aço corten, popularmente conhecido por "chapa enferrujada", quer pelas suas dimensões, cerca de 1,70 de altura, que passava despercebido a quem passava pelo local.
Após muitas reclamações, tentou-se dar-lhe alguma dignidade com um arranjo ajardinado envolvente, mas às tantas as cebes estavam com metade da altura do Monumento.

Finalmente, ao fim de 11 anos, o bom senso saiu vitorioso, estando neste momento em curso obras tendo em vista dar aos Combatentes matosinhenses um Memorial mais digno do seu esforço em África.
O editor, que não conhece o projecto final, pelo que já pôde ver no terreno, ficou com a esperança de que a obra, a inaugurar no próximo mês de Maio, fique do agrado de todos.

Foi este o Memorial inaugurado no dia 25 de Abril de 2014[1]

Carlos Vinhal
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Nota do editor

[1] Vd. post de 2 de Maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13084: Efemérides (151): Inauguração do Memorial aos Combatentes da Guerra do Ultramar - 1961-1974 do Concelho de Matosinhos (1) (Carlos Vinhal)

Último post da série de 5 de março de 2025 > Guiné 61/74 - P26556: Efemérides (451): Memórias do dia 2 de Março de 1970. O infortúnio levou a que o Fur Mil António Carvalho da CCAÇ 14, numa acção de neutralização de minas antipessoais, calcasse uma não detectada (Eduardo Estrela, ex-Fur Mil)

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Guiné 61/74 - P25986: Contributo para o estudo da participação dos militares de Fafe na Guerra do Ultramar: uma visão pessoal (Excertos) (Jaime Silva) - X (e última) Parte: papel do município e gentes de Fafe na preservação da memória da guerra colonial

 



SILVA, Jaime Bonifácio da - Contributo para o estudo da participação dos militares de Fafe na Guerra do Ultramar : uma visão pessoal.

In:  Artur Ferreira Coimbra... [et al.]; "O concelho de Fafe e a Guerra Colonial : 1961-1974 : contributos para a sua história". [Fafe] : Núcleo de Artes e Letras de Fafe, 2014, pp. 23-84.

Capa e dedicatória autografada,com data de 12/12/2014.


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Jaime Bonifácio Marques da Silva (n. 1946): 

(i) foi alf mil paraquedista, BCP 21 (Angola, 1970/72); (ii) tem uma cruz de guerra por feitos em combate; (iii) viveu em Angola até 1974; (iv) licenciatura em Ciências do Desporto (UTL/ISEF) e pós-graduação em Envelhecimento, Atividade Física e Autonomia Funcional (UL/FMH); (v) professor de educação física reformado, no ensino secundário e no ensino superior ; (vi) autarca em Fafe, em dois mandatos (1987/97), com o pelouro de desporto e cultura; (vii) vive atualmente entre a Lourinhã, donde é natural, e o Norte; (viii) é membro da nossa Tabanca Grande desde 31/1/2014; (ix) tem 85 referências no nosso blogue.

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1. Estamos a reproduzir, por cortesia do autor (e com algumas correções de pormenor), excertos do extenso estudo do nosso camarada e amigo Jaime Silva, sobre os 41 mortos do concelho de Fafe, na guerra do ultramar / guerra colonial. A última parte do capítulo é dedicada  ao papel do município e gentes de Fafe na preservação da memória da guerra do ultramar / guerra colonial (pp. 79/84).


Contributo para o estudo da participação dos militares de Fafe na Guerra do Ultramar – Uma visão pessoal [Excertos] (*)


XI (e última) Parte: O concelho de Fafe e a evocação da memória da Guerra Colonial (pp. 79/84)



O concelho de Fafe, nomeadamente a partir de 1996, tem tido um papel meritório na luta contra o esquecimento a que todos os combatentes da Guerra do Ultramar foram votados pelos sucessivos governos de Portugal, desde a Revolução de Abril de 1974.

O primeiro momento ocorreu a 25 de abril de 1996, quando a Câmara Municipal organizou, na Casa Municipal de Cultura, uma exposição de fotografia alusiva à Guerra Colonial, cedida pelos ex-combatentes de Fafe e intitulada: “África: Memórias de uma Guerra  - 100 Fotografioas de Ex-Combatentes de Fafe" (...).

Na altura, sendo o vereador responsável pelo Pelouro da Cultura, dinamizador e responsável pela exposição, escrevi um texto com o objetivo de enquadrá-la e contextualizá-la no tempo e espaço histórico e do qual destaco:

"Trinta e cinco anos volvidos sobre a eclosão da guerra em África e numa altura em que sociedade se dispõe, finalmente, a soletrar as primeiras letras de um livro que não é “branco”, parece-me importante, no momento em que se comemora mais um aniversário da Revolução de Abril, abrir nesta Casa de Cultura uma exposição de reflexão sobre a guerra em África.

As 100 fotografias expostas são retalhos do quotidiano de 20 ex-combatentes fafenses que operaram nas três frentes de combate." (…)


Levei dois anos a concretizar esta exposição. Não foi fácil a busca e a cedência do material ora exposto. Obtive respostas como: 


Fafe > Monumento
 aos combatentes
da guerra colonial.
 (2012)
  • “queimei tudo”;
  • “não quero saber”;
  • "já não sei onde param as fotografias”; ou 
  • “porquê uma exposição sobre guerra se há problemas mais importantes a resolver?”.

Esta exposição, património da Câmara Municipal,  percorreu o país no âmbito das iniciativas da Delegação de Fafe da APVG (Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra).

Quatro anos depois, em 28 de maio de 2000, a Assembleia Municipal aprova por unanimidade uma proposta apresentada por mim, à data membro da mesma Assembleia, no sentido da Câmara Municipal mandar projetar e erigir, em local digno, um simples Memorial onde se eternizem os nomes dos Combatentes de Fafe mortos na Guerra Colonial.

Em 2001, a Câmara Municipal cedeu uma sala de trabalho para a Delegação de Fafe da APVG instalar a sua sede, organizando esta,  
nesse ano, o I Encontro de Ex-Combatentes de Fafe.

A 6 de novembro de 2005, inaugurou-se o
 monumento em memória dos Combatentes 
da Guerra Colonial, erigido na Av Brasil.  A sua construção só foi possível graças ao empenho dos membros da direção da Delegação da APVG e ao apoio financeiro da Câmara Municipal, das Juntas de Freguesia, de algumas empresas e população de Fafe. (...)

 Em 17 de março de 2012, um grupo de ex-combatentes de Fafe tomou a iniciativa de organizar a Cerimónia Evocativa dos 50 anos do início da Guerra do Ultramar em homenagem aos militares de Fafe mortos em combate. (..,)

 A efeméride iniciou-se em 5 de abril de 2013 com uma Exposição Documental sobre a Guerra Colonial, coordenada pelo Museu da Guerra Colonial de V. N. Famalicão (5 a 19.4.2013), seguindo-se o “II Curso Livre de História Local” (24.10 a 21.11.2013), da responsabilidade do Núcleo de Artes e Letras de Fafe (NALF), e o “Ciclo de Cinema sobre a guerra (25 a 29.11.2013), organizado pelo Cineclube de Fafe.

O programa da “Evocação dos 50 anos do início da Guerra Colonial” prolongou-se ao longo do ano de 2013, nomeadamente com o lançamento do Livro de Atas do Curso Livre de História Local, subordinado ao tema da participação dos militares de Fafe na Guerra Colonial (1961 -1974).

Nota final

Como nota final e à guisa de conclusão, gostaria de clarificar a minha posição pessoal sobre as razões que me levaram a aceitar o convite para abordar a História do enquadramento e da participação dos militares de Fafe durante a Guerra Colonial. 

Obviamente, não me move nenhuma tentativa de recuperação de saudosismos do passado ou a apologia de pretensos heroísmos serôdios, descabidos e sem sentido, mas, tão só, contribuir de forma lógica e racional, com base nos documentos, testemunhos e na minha participação no conflito, para um melhor conhecimento e compreensão dos factos que ocorreram durante os percursos destes militares, uma vez chamados e obrigados a fazer uma guerra que, como afirmou o General Ramalho Eanes quando em viagem oficial à Guiné – Bissau, foi uma guerra inútil, uma guerra injusta e uma guerra evitável (Teixeira, 2010, p. 55) (1).

Ficaram muitas questões por abordar e dar resposta, nomeadamente, ouvir o testemunho dos feridos graves. No futuro, esse será, certamente, um dos temas importantes a prosseguir na pesquisa. O primeiro passo foi dado.

E sobre a importância do estudo da História e do dever de todos lutarem contra a amnésia coletiva que se instalou em Portugal após o final da Guerra em África, tal como já se tinha instalado em relação à participação dos soldados portugueses na Primeira Guerra Mundial, finalizo, citando o ex-presidente da República e Alto-Comissário das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio, que no passado dia 29 de outubro de 2013, na Fundação Calouste Gulbenkian, defendeu, na abertura da conferência “Portugal e o Holocausto – Aprender com o Passado, ensinar para o Futuro”, que o ensino da História do século XX é fundamental para a procura de pontos para a resolução de conflitos. O século XX ainda há pouco nos deixou e os seus medos já estão a ser empurrados para a memória espúria. O passado recente é o mais difícil de perceber e nós tratamos o século passado com ligeireza, alertando que o “genocídio” não foi um acidente da história, foi um produto de um estrato social (in jornal Público, de 30.10.13).

Também a Guerra em África, pensamos nós, foi o produto de um estrato social dominante no Portugal do após Segunda Guerra Mundial que, não querendo compreender os sinais de mudança dos tempos, tomou uma má decisão política, feita à revelia dos portugueses e de todos os pareceres da comunidade internacional, arrastando este pobre país para uma Guerra sem sentido e para a qual nem sequer estava preparado, nem tinha meios técnicos e humanos para a suportar. Só a carne para canhão da sua juventude, incluindo a dos jovens de Fafe que por lá deixaram a vida.

Estão de parabéns, por isso, a Câmara de Fafe, o NALF, o Cineclube e todos os que cooperaram na concretização desta efeméride.

Nota do autor:

(1) Teixeira, A, A, (2010) - A Guerra de Angola: 1961/1974.  Edição QuidNovi.

(Seleção, revisão / fixação de texto: LG)

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Notas do editor:

(*) Último poste da série > 18 de setembro de 2024 > Guiné 61/74 - P25953: Contributo para o estudo da participação dos militares de Fafe na Guerra do Ultramar: uma visão pessoal (Excertos) (Jaime Silva) - Parte X: Testemunho 5: "Desaparecido em combate, em Moçambique, em 15/11/1972: fur mil op esp / ranger João Manuel de Castro Guimarães"

(**) Vd. postes de:

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25610: Para Bom Observador, Meia Palavra Basta (2): o que há em comum na estátua de Nicolau Lobato, herói nacional timorense, inaugurada em 2014, e a estátua aos combatentes do ultramar da freguesia de Atalaia, inaugurada um ano antes ?

 



Timor-Leste > Dili > Aeroporto Internacional > Estátua de Nicolau Lobato (1946-1978), 1º ministro (de 28 de novembro a 7 de dezembro de 1975) e 2º presidente da República Democrática de Timor Leste (1977/78).  Ao tempo da admimistração portuguesa, o o Nicolau Lobato foi seminarista, e depois, como serviço militar obrigatório,  fur mil, vagomestre, do exército português, CCAÇ 15 (Caicoli, 1966/68).(*)


Fonte: Wikimedia Commons (com a devida vénia...).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2024)



Lourinhã >  Atalaia> 16 de junho de 2013 > Inauguração do monumento aos combatentes da 
freguesia de Atalaia > Vista parcial do monumento  (**)

Foto (e legenda): © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados [Edição:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Mais um desafio, no âmbito da série  "Para Bom Observador, Meia Palavra Basta" (***)...  

Qual é a relação entre as duas imagens, a estátua, em bronze,  de Nicolau Lobato, herói nacional de Timor-Leste, inaugurada em 2014, e a estátua, também em bronze, inaugurada em 13 de junho de 2013, na Atalaia, Lourinhã, de homenagem aos combatentes daquela freguesia que passaram, durante a guerra do ultramar / guerra colonial, por 5 diferentes teatros de operações (Angola, Guiné, Índia, Moçambique e Timor) ?

Vários camaradas nossos, naturais do concelho da Lourinhã, fizeram a sua comissão de serviço militar em Timor, ao tempo da guerra do ultramar / guerra colonial. 

__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 4 de junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25602: Viagem a Timor: maio/julho de 2016 (Rui Chamusco, ASTIL) - VI (e última) Parte: Regresso a Lisboa, via Singapura e Londres... E que Deus seja louvado!

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25578: Efemérides (439): Inauguração do Monumento aos Antigos Combatentes do Concelho de Beja, levado a efeito no passado dia 9 de Maio de 2024 (José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp)


1. Mensagem do nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu, 1973/74), com data de 28 de Maio de 2024:

Inauguração do Monumento aos Antigos Combatentes do Concelho de Beja

Homenagem os Antigos Combatentes

Realizou-se no pretérito dia 9 de maio, 2024, feriado municipal da cidade de Beja, a inauguração do Monumento aos Antigos Combatentes da Guerra Colonial – Angola, Moçambique e Guiné -, onde perpetuamente nele permanecerão registados os nomes dos mortos naturais do concelho.

O evento mereceu as honras oficiais, civis e militares, tendo-se verificado a presença de muitos antigos camaradas que lutaram nas três frentes do conflito ultramarino, tendo também sido homenageados dois dos antigos camaradas e sócios da Liga dos Combatentes.

Sendo o momento de imagens não irei, por isso, alargar-me com o texto, mas deixar-vos um conjunto de fotografias que enalteceram o tão prestigioso evento. Resta, porém, dizer-vos que houve discursos, nomeadamente do presidente da câmara municipal de Beja, Paulo Arsénio, e também por parte da Liga dos Combatentes.

Abraço, camaradas
José Saúde


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Nota do editor

Último post da série de 29 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25577: Efemérides (438): 10 de Junho, Dia de Portugal - Homenagem Nacional aos Combatentes, Igreja de Santa Maria de Belém, nos Jerónimos e junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Lisboa

terça-feira, 7 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25489: Os nossos seres, saberes e lazeres (627): "Monumento aos Combatentes do Ultramar - Belém", um apontamento filmográfico de Manuel Lema Santos, 1.º Tenente da Reserva Naval

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Lema Santos, 1.º Tenente da Reserva Naval, enviada no dia 3 de Maio de 2024,via WhatsApp, ao coeditor Carlos Vinhal:

Meu Caro Carlos Vinhal,

Grato pela conversa telefónica havida com duração acima de 01:30. Grande paciência a tua!

O link permite o acesso a um filme que rodei com a minha "GoProHero12Black" em 20240424.

Depois de o referir com alguns elementos históricos descritivos, editei o filme que titulei com o nome de "Monumento aos Combatentes do Ultramar - Belém".
Apenas uma legenda: «esquecidos"
Em:
https://youtu.be/eYEqiJC60Fs


2. Ainda no mesmo dia, via WhatsApp, resposta enviada ao camarada Manuel Lema Santos:

Caríssimo Manuel Lema Santos,

Já vi o teu filme, que mostra muito bem o nosso Memorial, só tenho uma dúvida quanto aos mais esquecidos. Serão os falecidos em campanha, cujo nome ali fica perpetuado, ou nós que passámos uma vida na condição de anónimos até que a maravilha da internet nos pôs todos em contacto para que unidos pudéssemos gritar que ainda cá estamos?

Se não te importares, aproveito a tua mensagem para encimar o link para o teu filme, quando publicar no blog. Publiquei um pequeno comentário ao teu filme no youtube (sou o MrCaresvi). O filme está muito bom, quase um trabalho de profissional.

Aqui fica o meu abraço e os votos de saúde para ti e para a tua excelentíssima família.
Carlos Vinhal


3. Nova mensagem de Manuel Lema Santos

Meu Caro Carlos Vinhal,

Na minha perspectiva aglutinadora é o conjunto de ambos... todos "esquecidos". Julgo que quando falamos de Antigos Combatentes estaremos a referir todo os que se bateram por Portugal, mesmo no pós Guerra do Ultramar. Houve outras pelejas...

Uns tiveram menos ou nenhuma sorte e cairam em combate. Aos que regressaram vivos compete, ainda que com mazelas várias ou saúde mental diminuída de que as memórias históricas são parte, alertar permanentemente responsáveis Políticos e Instituições, para a necessidade de distinguir e honrar os que se bateram pelo País, independentemente do destino último de cada um.
Afinal o que os distingue dos que nunca compareceram à chamada, dos refractários ou dos desertores? Claro que não me permito considerar um devassado conceito de "objector de consciência", onde eventualmente nos classificamos todos em relação a um filosófico conceito de guerra.

Forte abraço,
MLS





Localizado junto ao Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa. Foi criado para homenagear todos os militares que combateram nas várias frentes, em defesa da Pátria. Criado em 1991 por uma equipa liderada pelo arquitecto Francisco José Ferreira Guedes de Carvalho.
Foi inaugurado a 15 de janeiro de 1994 por Prof. Doutor Adriano Moreira e pelo General Altino de Magalhães, ao tempo Presidente da Liga dos Combatentes. Desde esse ano, em cada dia 10 de Junho, é ali realizado o Encontro Nacional de Combatentes.

O monumento é constituído por um lago com uma estátua central. No ano 2000, ao longo do Forte do Bom Sucesso, foram afixadas lápides onde figuram os nomes dos caídos no cumprimento do dever pátrio.

Durante o período da guerra em África (1961-1974) foram empenhados nas três frentes cerca de 800.000 militares portugueses, dos quais a maioria, cerca de 70 %, eram oriundos de Portugal Continental, Açores e Madeira e cerca de 30 % de recrutamento local (Angola, Guiné e Moçambique).

As forças militares portuguesas eram constituídas essencialmente por militares do Serviço Militar Obrigatório e, no Exército, essa realidade era bastante mais expressiva, pois os militares do Exército representavam 92 % do total do pessoal, a Força Aérea 5 % e a Marinha 3 %.
Registaram-se 202.000 faltosos e cerca de 20.000 refratários, o que representa um universo superior a 220.000 homens que, deliberadamente não se apresentaram para cumprirem o serviço militar durante o período da guerra (1961-1974), aos quais se juntam cerca de 9000 desertores.

Durante o período em que decorreu a guerra morreram mais de 10.000 militares, sendo a maioria do Exército (9.638), seguidamente da Força Aérea (511) e finalmente da Marinha (260). Entre os civis contaram-se aproximadamente 6.200 mortos e 12.200 feridos.
Entre os movimentos independentistas (Angola, Guiné e Moçambique) contaram-se 28.226 mortos e 9.450 feridos.

Filme, imagens e edição do autor da publicação
Fontes da descrição: Wikipédia, Revista Portuguesa de História Militar, Ano I - nº 1 (Dezembro 2021) e Marcha dos Marinheiros pela Banda da Armada

Manuel Lema Santos
1TEN RN, 1965-1972
LFG «Orion» - Guiné, 1966/68
CNC/BNL, 1968/70
EMA, 1970/72

Música
Marcha dos Marinheiros
Banda da Armada Portuguesa
Antologia do Centenário 1903-2003

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Nota do editor

Último post da série de 4 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25477: Os nossos seres, saberes e lazeres (626): Itinerâncias avulsas… Mas saudades sem conto (152): Lembranças de Manuel de Brito e da Galeria 111 (2) (Mário Beja Santos)

sábado, 20 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25417: Efemérides (435): Homenagem aos Combatentes no Ultramar naturais da Freguesia de São Saturnino e inauguração do Monumento de Homenagem do Município de Fronteira aos Combatentes do Ultramar



Fronteira: Câmara homenageia combatentes do Ultramar nos 50 anos de Abril

A Câmara de Fronteira vai assinalar os 50 anos de Abril com a inauguração de um Monumento de homenagem aos combatentes do Ultramar, naturais da freguesia de São Saturnino.

A inauguração está marcada para o dia 25 de abril, pelas 11:30, em Vale de Maceiras, na freguesia de São Saturnino.

As comemorações integram ainda um almoço, animação musical com Nuno Florentino e jogos tradicionais.

Gabriel Nunes
18-04-2024
Rádio Portalegre

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Nota do editor

Último post da série de 18 DE ABRIL DE 2024 > Guiné 61/74 - P25409: Efemérides (434): Homenagem aos Combatentes da Guerra do Ultramar da União das Freguesias Anreade e São Romão - Concelho de Resende (Fátima's)

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23792: Efemérides (376): Inauguração de um Monumento aos Combatentes do Ultramar de Vitorino das Donas (Ponte de Lima), realizada no dia 12 de Novembro (António Mário Leitão, ex-Fur Mil)

1. Mensagem do nosso camarada António Mário Leitão, (ex-Fur Mil na Farmácia Militar de Luanda, Delegação n.º 11 do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos (LMPQF), 1971 a 1973), com data de 14 de Novembro de 2022:

Caro Luís, um grande abraço!
Envio-te uma nota de imprensa da inauguração de um Monumento aos Combatentes de Vitorino das Donas (P.Lima), realizada no dia 12.
Envio também fotografias, para difundires como entenderes.
Foi um feito memorável, ao qual estive ligado até à medula. Começou a ser pensado em Junho, sem quaisquer garantias de financiamento. Propusemos a ideia à população, que se quotizou admiravelmente. Esteve cá o Gen. Chito Rodrigues, o Sec. Estado da Defesa, a Câmara Municipal, uma força militar de Cavalaria 6, autoridades militares do distrito, vários oficiais superiores portugueses e galegos, e muita gente. Foi uma experiência magnífica.

Obrigado e outro abraço!
Mário

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Nota do editor

Último poste da série de 6 DE NOVEMBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23767: Efemérides (375): Faria hoje 78 anos, se fosse vivo, o nosso querido "alfero Cabral", de seu nome completo Jorge Pedro Almeida Cabral (1944-2021)...