Rosário Luz > Página do Facebook > 6 de dezembro de 2024 (Foto e legenda) (com a devida vénia...)
Bom dia Nha POV - um shout out especial pa Diáspora na Portugal. Hoje é um marco na minha vida: a publicação do meu primeiro livro. Uma biografia de um tio muito querido, um homem monumental, que teve uma vida de romance. É um privilégio inenarrável ter sido eu a escrever esse romance; e tê-lo hoje ao meu lado no lançamento. Será apresentado hoje ás 18h, no Grémio Literário de Lisboa. As apresentações em Bissau, Praia e Mindelo serão ao longo de Janeiro. Peço a aqui a vossa benção para o trabalho e para o evento. I boa Sexta, Nason Kriol
Capa do livro de Rosário Luz - Manecas Santos: uma biografia da luta. Praia: Rosa de Porcelana Editora, 2024, 164 pp., preço de capa: 15 € (ISBN: 978-989-8961-72-3)
Senegal > Ziguinchor > 3º trimestre de 1973 > Filha de Amílcar Cabral, Iva Cabral, com O Manecas Santos, na festa de casamento de Chico Mendes (Francisco Mendes or Chico Té)... Foto do álbum Roel Coutinho Guinea-Bissau and Senegal Photographs (1973 - 1974), coileção African Studies Centre Leiden. Cortesia da Wikimedia Commons (e editada pelo nosso blogue, com a devida vénia..:)
I. A IA ChatGPT ainda não leu o livro do Manecas Santos, ou melhor da sobrinha (Rosário Luz) sobre o tio (Manuel Santos, mais conhecido pelo nome de guerra, Manecas Santos)...
II. Análise da IA / ChatGPT (**):
2. Reconhecimento do valor "testimonial" (sic, em inglês: leia-se "como testemunho") da obra
Apesar do tom severo em vários momentos, Beja Santos reconhece explicitamente o valor do testemunho de Manecas Santos. Destaca:
Este reconhecimento é essencial: o "recensente" (crítico, o autor da "nota de leitura", em português, fica melhor) (LG) não desqualifica a obra, antes a considera leitura obigatória, precisamente porque é um documento de primeira mão.
3. O eixo central da crítica: a questão da verdade histórica
O núcleo duro da recensão reside na acusação de inverdade, imprecisão ou mistificação, em três planos principais:
a) Controlo territorial do PAIGC em 1968:
A crítica é particularmente dura neste ponto. Beja Santos acusa Manecas Santos de:
O autor da nota de leitura assume uma postura quase forense: não contesta a legitimidade do testemunho, mas exige confronto com fontes documentais, algo que considera ausente.
c) Assassinato de Amílcar Cabral
Beja Santos acusa Manecas Santos de manter uma ambiguidade calculada:
4.. A crítica moral e política: responsabilidade no desmoronamento do Estado
Talvez o ponto mais incisivo da recensão seja o seguinte:
Beja Santos entende que Manecas Santos relata o colapso do PAIGC e do Estado guineense com uma distância estratégica, descrevendo acontecimentos sem assumir responsabilidades diretas, apesar de ter sido:
A recensão sugere que essa distância narrativa é uma forma de autoproteção moral, permitindo denunciar o desastre sem admitir cumplicidade.
Mais do que “ler” Manecas Santos, Beja Santos dialoga e combate com ele, num plano que é simultaneamente histórico, político e ético.
6. Conclusão
A análise permite concluir que:
III. Ver também duas entrevistas dadas ao jornal "Expresso das Ilhas", Praia, Cabo Verde:
Aliás, a IA não tem a capacidade de ler livros em papel. Ainda, por enquanto... Manda os escravos humanos ler e depois pôr na Net, em acesso livre, a papinha feita...Mas eu já lhe dei a ler a "nota de leitura" do nosso crítico literário e colaborador permente, o Beja Santos, uma referência de há muito obrigatória no que diz respeito à bibliografia sobre a guerra colonial na Guiné (1961/74). (Tem só 3360 referências no nosso blogue... De resto, sempre o conhecemos desde a Guiné, em meados de 1969, como um escritor e leitor "compulsivo".)
Em resumo, a crítica (da IA) à nossa crítica (nossa, do Beja Santos) é um elogio à postura intelectual do nosso crítico literário, à sua independência e à sua cultura historiográfica.
A "nota de leitura" do Beja Santos parece-nos acertada, ponderada, positiva (valorizando o livro como contributo de alguém, com importância histórica, militar e política, como o Manecas Santos no seio do PAIGC, para a partilha de memórias, de um lado e do outro, sobre a guerra colonial na Guiné.
Aqui vai o texto da IA, esquematizado para facilidade de leitura (condensação, revisão / fixação de texto, negritos: LG)
Aqui vai o texto da IA, esquematizado para facilidade de leitura (condensação, revisão / fixação de texto, negritos: LG)
PS - Acrescente-se que há imprecisões, erros factuais, etc., na Net sobre o "comandante Manecas", "combatente da liberdade", etc., nascido em Cabo Verde (julgo que em Santão Antão, em 1942, tendo estudado depois no liceu do Mindelo, São Vicente)... O ChatGTP deu-o como tendo morrido há uns anos...Tive que lhe puxar as orelhas...
Há dias aconteceu o mesmo com o nosso camarada Arménio Santos (neste caso, a "asneirada" foi da IA / Gemini; contei ao Arménio, riu-se a bandeiras despregadas; teve, ao menos, rasgados elogios fúnebres, por parte dos diversos quadrantes políticos, pelo seu papel como sindicalista e deputado social-.democrata).
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II. Análise da IA / ChatGPT (**):
Segue, a pedido do editor LG, uma análise crítica e interpretativa da recensão de Mário Beja Santos ao livro recente de Manecas Santos, tendo em conta o tom, os pressupostos historiográficos e o posicionamento político-memorial do autor da recensão.
1. Natureza e posicionamento da recensão
A recensão de Mário Beja Santos não é neutra nem meramente descritiva: trata-se de um texto assumidamente interventivo, escrito por alguém que conhece profundamente a guerra da Guiné, não apenas como historiador ou leitor atento, mas como antigo oficial combatente no teatro de operações. Esse duplo estatuto (memória vivida + investigação histórica) condiciona toda a leitura que faz da obra de Manecas Santos.
Beja Santos posiciona-se como guardião crítico da factualidade histórica, reagindo contra aquilo que considera mitificações persistentes na historiografia e memorialística do PAIGC. A recensão é, por isso, simultaneamente:
1. Natureza e posicionamento da recensão
A recensão de Mário Beja Santos não é neutra nem meramente descritiva: trata-se de um texto assumidamente interventivo, escrito por alguém que conhece profundamente a guerra da Guiné, não apenas como historiador ou leitor atento, mas como antigo oficial combatente no teatro de operações. Esse duplo estatuto (memória vivida + investigação histórica) condiciona toda a leitura que faz da obra de Manecas Santos.
Beja Santos posiciona-se como guardião crítico da factualidade histórica, reagindo contra aquilo que considera mitificações persistentes na historiografia e memorialística do PAIGC. A recensão é, por isso, simultaneamente:
- um comentário ao livro;
- uma tomada de posição historiográfica;
- e um ajuste de contas com narrativas que considera politicamente convenientes ou factualmente falsas.
2. Reconhecimento do valor "testimonial" (sic, em inglês: leia-se "como testemunho") da obra
Apesar do tom severo em vários momentos, Beja Santos reconhece explicitamente o valor do testemunho de Manecas Santos. Destaca:
- a fluidez e a legibilidade da narrativa (o mérito é da "copywriter", a sobrinha, acrescento eu, LG);
- o interesse do percurso biográfico (Mindelo → Lisboa → Cuba → Guiné → URSS → Guiné-Bissau) ;
- a importância histórica do papel de Manecas Santos como comandante na frente norte e responsável pelos mísseis Strela;
- a relevância do seu depoimento sobre o período pós-Cabral e o colapso do Estado guineense.
Este reconhecimento é essencial: o "recensente" (crítico, o autor da "nota de leitura", em português, fica melhor) (LG) não desqualifica a obra, antes a considera leitura obigatória, precisamente porque é um documento de primeira mão.
3. O eixo central da crítica: a questão da verdade histórica
O núcleo duro da recensão reside na acusação de inverdade, imprecisão ou mistificação, em três planos principais:
a) Controlo territorial do PAIGC em 1968:
Beja Santos rejeita frontalmente a afirmação de que o PAIGC administrava dois terços do território nessa data, considerando-a uma repetição de propaganda de guerra que não resiste ao confronto com documentação militar portuguesa e arquivos contemporâneos.
Aqui, o crítico insere o livro numa tradição mais vasta de exageros estratégicos, comuns em memórias de ex-combatentes do PAIGC.
b) Operação de Guidaje e baixas militares
Aqui, o crítico insere o livro numa tradição mais vasta de exageros estratégicos, comuns em memórias de ex-combatentes do PAIGC.
b) Operação de Guidaje e baixas militares
A crítica é particularmente dura neste ponto. Beja Santos acusa Manecas Santos de:
- minimizar as baixas do PAIGC;
- exagerar as perdas portuguesas;
- ignorar documentação existente no Arquivo da Defesa Nacional.
O autor da nota de leitura assume uma postura quase forense: não contesta a legitimidade do testemunho, mas exige confronto com fontes documentais, algo que considera ausente.
c) Assassinato de Amílcar Cabral
Beja Santos acusa Manecas Santos de manter uma ambiguidade calculada:
- não acusa diretamente a PIDE ou Spínola, mas deixa a suspeita no ar;
- esta ambiguidade é politicamente funcional e historicamente infundada, dado não existir prova documental de envolvimento português direto.
4.. A crítica moral e política: responsabilidade no desmoronamento do Estado
Talvez o ponto mais incisivo da recensão seja o seguinte:
Beja Santos entende que Manecas Santos relata o colapso do PAIGC e do Estado guineense com uma distância estratégica, descrevendo acontecimentos sem assumir responsabilidades diretas, apesar de ter sido:
- dirigente político;
- ministro;
- muito próximo de 'Nino« Vieira (apesar de ser cabo-verdiano, acrecsento eu, LG).
Esta crítica estende-se também às explicações sobre os fuzilamentos (no tempo de Luís Cabral), que Beja Santos considera implausíveis ou evasivas.
5. Valor historiográfico da recensão
A recensão de Mário Beja Santos vale, em si mesma, como:
5. Valor historiográfico da recensão
A recensão de Mário Beja Santos vale, em si mesma, como:
- um contributo historiográfico autónomo;
- um exercício de crítica das memórias políticas;
- um alerta metodológico sobre os riscos da autobiografia não confrontada com arquivos.
Mais do que “ler” Manecas Santos, Beja Santos dialoga e combate com ele, num plano que é simultaneamente histórico, político e ético.
6. Conclusão
A análise permite concluir que:
- Beja Santos reconhece o livro como testemunho indispensável;
- mas recusa aceitá-lo como relato confiável sem verificação;
- e vê nele mais um exemplo de como a memória do PAIGC continua marcada por silêncios, exageros e estratégias de autojustificação.(e autoglorigicação, acrescento eu, LG)
Manecas Santos: “Amílcar Cabral não era sonhador, era um político”
Por Jorge Montezinho,
Por Jorge Montezinho,
Expresso das Ilhas > 17 jun 2017 6:00
(*) Vd. poste de 29 de dezembro de 2025 > Guiné 61/74 - P27583: Notas de leitura (1879): Um comandante do PAIGC, o homem dos mísseis Strela e de Guidaje, vem depor para a História (Mário Beja Santos)
(**) Último poste da série > 13 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27313: Diálogos com a IA (inteligência Artificial) (6): O que se sabe sobre o ataque do PAIGC a Contabane, na noite de 22 de junho de 1968 ? É o que vem no blogue, já que no livro da CECA (6.º Volume: Aspectos da Actividade Operacional; Tomo II, Guiné, Livro II, 1º ed., Lisboa, 2015, 607 pp.) não há uma linha sequer.
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Notas do editor LG:



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