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sábado, 29 de julho de 2023

Guiné 61/74 - P24516: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte V: Período de 1 de novembro a 31 de dezembro de 1970: as primeiras duas baixas em combate


Guiné > Região de Tombali > Carta de Catió (1956)  (Escala 1/50 mil) > Posição relativa de Catió e alguns rios envolventes: Tombali, Cobade, Umboenque, Ganjola, etc.

Guiné > Região de Tombali > Carta de Cacine (1960)    (Escala 1/50 mil)  > Posição relativa de Cabedú, e dos rios Cumbijã e Cacine.

Infografias: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)


1. Continuação da publicação de alguns alguns excertos da história da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedu, 1970/72) (*). É mais uma das subunidades, que estiveram no CTIG, e que não têm até à data nenhum representante (formal) na Tabanca Grande.

Uma cópia da história da unidade foi oferecida ao Centro de Documentação 25 de Abril, em vida, pelo então major general Monteiro Valente, ex-elemento do MFA, com papel de relevo nos acontecimentos do 25 de Abril, na Guarda (RI 12) e Vilar Formoso (PIDE/DGS), bem como no pós- 25 de Abril. (Foi também comandante da GNR, e era licenciado em História pela Universidade de Coimbra.)
 

Acrescente-se ainda que o cap inf Monteir0 Valente, entre outros cargos e funções, foi instrutor, comandante de companhia e diretor de cursos de Operações Especiais, no Centro de Instrução de Operações Especiais, em Lamego (1968-1970, 1972-1974). (Foto à direita, cortesia do blogue Rangers & Coisas do MR", do nosso coeditor, amigo e camarada Eduardo Magalhães Ribeiro).

Uma cópia (não integral) desta história da CCAÇ 2792, chegou-nos às mãos há uns largos tempos.


História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte V:

Período de 1 de novembro a 31 de dezembro de 1970:   as primeiras duas baixas em combate


3.Actividades: 

a. Inimigo

(i) Catió: 

Às 20h21, do dia 30 de novembro de 1970, o IN flagelou o reordenamento de Ilhéu de Infandre, à distância,m com armas pesadas (Morte 82), instaladas na bolanha de Catunco (Ilha do Comoo). A reação consistiu na resposta da artlharia de Catió, sendo efetuada uma patrulha ofensiva de reconhecimento na manhã seguinte.

A 28, às 6h30, o IN flagelou Catió com foguetões 122. Os projeteis resultaram curtos no alcance, não produzindo danos, Foi efetauada imediata contraflagelação sonre a base de fogos de Boche-Bissá.

Em 4 de dezembro. às 00h14, nova flagelação de Catió com foguetões 122 mm. Foram ouvidos 4 rebentamentos que resultaram curtos, não provocando danos.

(ii) Cabedú: 

Em 30 de dezembro, pelas 10h11, o IN reagiu a uma patrulha das NT, emboscando-as em Cacine 5 D1-94, e causando-lhe duas baixas.

Apreciação: A atividdae IN não teve expressão significativa. A acção sobre o reordenamenmto de Ilhéu de Infanda teve, provaveelmente,  a intenção de  experimentar a reação das NT, recém-chegadads.

Nas acções de flagelação o IN procurou causar baixas e danos, furtando-se com esses procedimentos ao contacto com as NT que lhe poderiam causar baixas,

b. Nossas Tropas (NT)

Durante o período (novembro-dezembro de 1970) procedeu-se à rendição das guarnições de Catió e Cabedú, Simultaneamente, e ainda durante o perído de sobrepposição,  procurou-se reconhecer a ZA, de modo a permitir o seu conhecimentio e familiarizar os Gr Comb  com o terreno de atuação.

A atividade adotada foi baseada em patrulhamenntos constantes.

(i) Cató:

Foram realizadas as seguintes patrulhas de reconhecimento:
  • Bolanhas situadas entre os rios Cobade e Camechae (21 novembro de 1970);
  • Região de Cubaque (24 nov);
  • Bolanhas situadas a sul do rio Cagopere (1 dez);
  • Estrada Catió-Cufar (2 dez);
  • Região de Cuducó (14 e 20 dez);
  • Região de Cubaque (18 dez).

Diariamente 1 Gr Comb garante a defesa do reordenamento do Ilhéu de Infanda

(ii) Cabedú:

A pequena guarnição de Cabedú, fronteira ao Cantanhez onde o IN dispõe de ampla liberdade de ação e posições muito fortes, continuou a adotar o sistema de armadilhamento, herdado da guarnição anterior, em que procura isolar a área, sob o seu controlo, da que se encointra sujeita ao IN.

Foram realizadas as seguintes patrulhas de reconhecimento:
  • Cabanças do rio Lade (5 e 6 dez);
  • Região de Madina (7  e 23 dez);
  • Região de Cabanta (10 dez)
Nesta ação de patrulhamento ofensivo às região de Cabanta, a 10 de dezembro, as NT foram emboscadas com armas automáticas ligeiras, LGFog e Mor 60, por um Gr IN na região de Cacine 5 D1-94, sofrendo as primeiras baixas em combate no TO da Guiné: 

- Sold at inf, nº mec 00504170, Manuel Pereira Gomes (viria a facelecer a caminho do HM 241);

- Sol at inf, nº mec. 00555870, Josué Ferreira da Silva (viria a ser evacuado para o HMP em 1 de fevereiro de 1971). 

Foram os primeiros militares da Companhia a regar com o seu sangue o solo da Guiné.

Outras patrulhas de reconhecimento:
  • Região de Tarrafo (14 e e 25 de dez);
  • Região da Ponte (16 e 27 dez);
  • Região de Candasse (?)  (19 dez).

No decorrer da patrulha de reconhecimento, do dia 27, as NT accionaram  uma armadilha que por elas havia sido implantada., sofrendo 3 feridos ligeiros (1 militar e 2 milícias): 

- solda at inf nº mec  00777770, Miguel Cuerreiro Correia; 
- cmdt Pel MIl nº 141/66, Duramane Aidorá;
-  sold mil nº 146/60, Lamina Camará.

O 5º Pel Art executou fogos de flagelação.

No campo socioeconómico e psicólógico, há a destacar o reordenamento do Ilhéud e Infanda:

Recebeu esta sububnidade a missão de cocnluir o reordenamento do Ilhéu de Infanda. trata-se de um reordenamento situado  a cerca de 5 km  a SE de Catió, constituído por 108 casas,e  que agrupa as populações  das antigas tabancas do Ilhéu de Infanda e Quibil, num total de 700 pessoas

Fonte: Excertos da história da unidade, pp. 22/II a 24/II. 

(Seleção / revisão e fixação de texto / substítulos / negritos: LG)
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Nota do editor:

sábado, 23 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12332: A guerra vista do outro lado... Explorando o Arquivo Amílcar Cabral / Casa Comum (8): Quando 'Nino' Veira foi preso pelas NT em Cubaque, em meados de 1961... e conseguiu depois fugir da prisão de Catió... (Factos que são confirmados pelo nosso camarada Amadu Bailo Djaló, no seu livro de memórias)


 Guiné > Região de Tombali > Mapa de Bedanda / Escala 1/50 mil > 1961 > Posição relativa de Cubaque onde o 'Nino' terá sido preso, em 1962...

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013).


1. Eis mais  um documento do Arquivo Amílcar Cabral,  que merece ser transcrito, lido e divulgado... Trata-se de uma carta manuscrita, de 5 páginas, sem data... Pelos acontecimentos que relata deve ser, muito provavelmente, de meados de 1961, sendo anterior portanto ao início (oficial ou oficioso) da guerra colonial (23 de janeiro de 1963, segundos alguns historiógrafos...)  quando um  tal João Bernardo Vieira, já conhecido por 'Nino',  mais tarde comandante da Frente Sul,  começou a fazer o seu trabalho de sapa, aliciando gente para o PAIGC, nomeadamente para a guerrilha,  na região de Bedanda.(*)

A carreira de 'Nino' Vieira poderia ter acabado aqui, em Catió, logo m 1961, se ele não tivesse fugido da prisão com a alegada cumplicidade de um cipaio e  de 3 camaradas que assaltaram de noite as instalações em que ele estava em prisão preventiva, às ordens do administrador de Catió. Imaginemos só que ele poderia ter ido parar à Ilha das Galinhas ou ao Tarrafal... Por exemplo, Rafael Barbosa é preso pela PIDE em fevereiro de 1962, depois de aliciar muitos jovens para o futuro PAIGC.

'Nino' Vieira conta aqui, entre outros, pormenores da sua prisão em Catió. É pena que a carta, como de costume, não tenah data. Traços de "transtorno da personalidade histriónica" parecem já revelar-se aqui,  nesta carta que não sabemos se era dirigida ao próprio líder máximo do PAIGC, Amílcar Cabral, se ao seu irmão, Luís Cabral...

2. Carta de  João Bernardo Vieira, 'Nino' [, futuro comandante da Frente Sul]  a Cabral, manuscrita, de cinco folhas, numeradas de 1 a 5:

Caro camarada Cabral

Paz, sossego e bem estar te desejo em companhia de todos aqueles e aquelas do nosso campo.

Quanto a mim, vou indo bem graças ao auxílio das massas populares. Comunico-te de que há dias fui preso pelas tropas coloniais em Cubaque, motivo por que sou denunciado por um empregado da Casa Gouveia em Catió e também pelo Momba, o tal chefe de I [lhéu] de Infanda. Este mandou o seu irmão saber da minha presença em Cubaque e foi informá-lo e ele por sua vez informou também ao administrador. O administrador mandou buscar as tropas em Cufar e estas vieram-me prender.

Esta altura calhou no momento em que estive [estava] desarmado e fui [ia] para tomar banho com o sr. Francisco Venâncio de Madeira, assim que acabei de fazer a instrução aos camaradas.

As tropas depois encercaram (sic) [cercaram] a casa deste senhor, até passaram-lhe a revista, mas não têm encontrado nada porque tinha deixado o meu saco para trás com um camarada. Depois perguntaram [a]o sipaio [cipaio] Adulai Duca se sou de Bedanda, e este disse que não me conhece. Mas depois levaram-me
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«até junto do administrador e este depois preguntou-me [sic] donde sou, disse-lhe a mesma palavra que acabei de pronunciar dantes. Disse-lhe que acabei de chegar de Bissau, e vinha somente para visitar o meu tio em Bedanda.

Depois perguntou da “guia”, e disse-lhe que não a trouxe, porque tenho cartão de identidade, também pediu-me este e disse-lhe que deixei ficar em Bissau. Depois disse-me que tenho de pagar imposto, já que deixei ficar o bilhete de identidade e mandou-me fechar à [na] prisão. Tudo isto foi porque tenho muito desembaraçado (sic) [desembaraço] com eles, por isso não me têm amar[r]ado. Naquela altura tanto o furriel dos paraquedistas como o administrador e o seu secretário não tinham a certeza se de facto era eu quem andava por aí a fazer este serviço, porque viram-me a falar muito desembarassadamente [desembaraçadamente] com eles em todas as perguntas que têm feito, até que o administrador resolveu dizer o nome do imposto neste momento.

Mas logo à noite apareceu outra vez o tal Momba [a] dizer ao administra-
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dor de que a pessoa que se encontra na prisão é a pessoa que tem indicado. Naquela altura o administrador ficou muito furioso até que mandou chamar o Adulai Duca, naquela noite, onde autorizou-o de levar-me muito cedo para poder fazer-me interrogações. O Adulai veio depois informar-me tudo à prisão naquela noite, até disse-me para não mudar de palavra, embora com maltratos e tudo mais.

E mesmo naquela noite apareceu [apareceram] estes bravos camaradas que é [são] Djá [?], Vanguena [?] e João de Pina que arrebentaram a prisão e soltaram-me. Agora o administrador está muito atrapalhado deste facto e espalhou os homens para todas as bandas em [à] minha procura. Mandei estes camaradas com Aliu porque 4 deles foram também denunciados deste acontecimento, por isso já não podem voltar a suas casas, e mais encontram-se todos desarmados.

Também aproveitei deles que é para levarem a canoa conforme a informação do portador. Agradecia depois mandar estes camaradas todos armados, que é para poder começar a fazer pequenas sabotagens. Também acabou de chegar há dias
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em Catió o Jaime [James] Pinto Bull [, 1913-1970, deputado à Assembleia Nacional] (**) onde houve muita festa da [à] sua chegada.

Recebi com o Aliu a importância de 5 mil francos, um rádio marca National com as pilhas sobresselentes [, sobressalentes], medicamentos, plástico, duas camisas e mais este camarada José Domingos Gomes.

Agradecia mandar mais uma pessoa com mais experiência para ajudar-me, porque todos estes aqui trabalham bem, mas quem faz tudo sou eu e mais ninguém.

Porque quando mandei algum deles trabalhar para uma parte voltam sempre com as mesmas palavras de que toda aquela gente só quer para lá a minha presença. Portanto, embora que me encontro duma banda tenho que aparecer para lá organizá-los e tomar os seus nomes. Tudo isto é um grande atraso, por isso mandei pedir mais uma pessoa que saiba ler e escrever.

Junto envio a pistola do Tenguena [?] que tem partido o percutor no momento em que ensinava os camaradas mexer-se nela [sic]. Agradecia também mandar-se um relógio de pulso se há possibilidades, que é para poder saber a hora de abertura das estações [de rádio]. Também preciso
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duma daquelas pistolas novas que há, para lá de 12 balas com a sua respectiva bolsa.

Também não é conveniente mandar estes camaradas desarmados, como acabou de chegar o José. E mais é melhor fazê-los regressar urgentemente junto de mim todos armados.

Manda-me estas pistolas de 12 balas para depois passar esta minha ao José.

Portanto termino na esperança de receber a sua resposta e mais todas as coisas necessárias que possa haver com estes camaradas.

Do camarada e companheiro de luta,

João Bernardo Vieira, ‘Nino’

[PS-] Junto vai o Iembará [?] Madjo e o seu companheiro porque foram chamados ao Tribunal Militar em Bissau. Por isso, depois disto chegar ao meu conhecimento, autorizei-lhes de fugir porque é a mesma questão do ano passado. Também agradecia arranjar capas para os camaradas que se encontram comigo e mais estes que ali foram. Cá dentro somos 5 pessoas, além desses que viram [virão] junto de mim. Agradecia também mandar-me 10 garrafas de óleo e mais esferográficas.

Fonte: (s.d.), Sem Título, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_37302 (2013-11-22)
[Transcrição, revisão e fixação de texto: L.G.] 

3. Excerto do livro do nosso camarada Amadu Bailo Djaló, "Guineense, Comando, Português" (Lisboa: Associação de Comandos, 2010, pp. 30/31):

(...) "Quando eu estava em Catió, em Julho de 1961, toda a a gente falava de um tal Nino Vieira que tinha fugido da prisão da administração de Catió e que tinha sido ajudado por um cabo cipaio, o Adulai Duca Dajaló, casado  com uma irmã do João Bacar Djaló.

"Nessa altura encontrava-se em Catió um colega meu de Bissau, o Adulai  Djá, que enquanto fazia consultas tentava mobilizar pessoal para o PAIGC. Eram os tempos em que o PAIGC, ainda pouco conhecido, estava a começar a emitir um programa pela rádio Conacry.

"Uma tarde, convidado pelo Adulai Djá, fui ouvir a emissão a casa do cipaio. Depois voltámos muitas vezes, fechávamos a porta, para o João Bacar não saber, e ouvíamos o programa quase todo. Nessa altura, o Adulai Djá, estava a tentar aliciar-me e eu estive hesitante" (...)

4. Clicar aqui para ampliar a imagem: Casa Comum.

Instituição:
Fundação Mário Soares
Pasta: 04609.056.054

Assunto: Comunica que foi preso pelas tropas coloniais em Cubaque, depois de ter sido denunciado por um empregado da Casa Gouveia, em Catió, e por Momba, chefe de I. de Infanda, tendo sido liberto mais tarde por 3 camaradas. Informa da chegada de Jaime Pinto Bull a Catió. Solicita o envio de uma pessoa com experiência.

Remetente: João Bernardo Vieira

Destinatário: [Amílcar?] Cabral

Data: s.d.

Observações: Doc. incluído no dossier intitulado Correspondência 1962 (interna).

Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral

Tipo Documental: Correspondencia

Direitos: A publicação, total ou parcial, deste documento exige prévia autorização da entidade detentora.

____________

Notas do editor:

(**) James Pinto Bull (193-1970): morreu, com outros deputados, num desastre de aviação durante uma visita à Guiné em 26/7/1970.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2310: Encontro internacional em Lisboa, em 2010: Nós e os que combateram com e contra nós (Nuno Rubim / Luís Graça)

Guiné > Região de Tombali > Cufar > Ilhéu de Infanda > CCAÇ 1621 (1966/68)> Progressão das NT > Foto cedida, ao Moura Ferreira, por pessoal da CCAÇ 1621, por ocasião do último convívio da unidade (Junho de 2006)...

E a propósito que é feito deste nosso camarada e amigo, o Hugo Moura Ferreira, funcionário (refiormado) do Ministério dos Negócios Estrangeiros, ex-Alf Mil (que esteve na Guiné, entre 1966 e 1968, em Cufar, na CCAÇ 1621, e depois e em Bedanda, na CCAÇ 6), e que eu não eu vejo desde as provas públicas de doutoramento do nosso Leopoldo Amado, na Universidade Clássica de Lisboa ? (1)

Foto: © Hugo Moura Ferreira (2006). Direitos reservados.


1. Mensagem do Nuno Rubim, coronel de artilharia na reforma, duas comissões na Guiné, membro da nossa Tabanca Grande, coração maior, especialista em dioramas, reputado historiógrafo, etc.:

Caro amigo Luís

Nesta tua citação no blogue em 27 /11/ 2007 - e passo a transcrever :

"3. Comentário de L.G.:

'Guiledje na Rota da Independência da Guiné-Bissau'... É com regozijo que o nosso blogue se associa a esta bela iniciativa e sauda fraternalmente a sua comissão organizadora... Este simpósio internacional, que também podia ser realizado em Portugal, não celebra a derrota de ninguém, mas
sim a vitória de dois povos que continuam ligados por laços históricos, afectivos, culturais e linguísticos... Como de um lado e de outro temos dito, esta iniciativa faz parte de um projecto mais vasto de desenvolvimento integrado e sustendo - o 'projecto Guiledje' -, e no essencial representa o
triunfo da vida sobre a morte, a vitória da paz sobre a guerra, a primazia da memória (viva) sobre o esquecimento e o branqueamento da história, a afirmação da esperança no futuro, o reforço da amizade e da solidariedade entre os nossos povos"(...)

sintestizaste de uma forma extraordinariamente feliz e objectiva os sentimentos que nos animam a todos neste projecto. Bem hajas por o teres feito !

E realmente, porque não ser realizada, um dia, uma réplica aqui em
Portugal ?

Um grande abraço
Nuno Rubim

2. Comentário de L.G.:

Fica aqui a minha tímida sugestão e o enérgico desafio do artilheiro Nuno para, em 2010, realizarmos, aqui, na nossa terra, um encontro internacional sobre a Guerra da Guiné... Sob os auspícios do nosso blogue...se ele ainda existir, e nós estivermos no pleno uso das nossas faculdades, físicas e mentais...

Pode ser que tenhamos a coragem de nos metermos numa aventura dessas, convidando, para partilhar connosco estórias e emoções , os velhos combatentes que lutaram com e contra nós, da Guiné-Bissau, de Cabo Verde e de Cuba... Mais, o paisano do Pepito, é claro, que nunca foi combatentes de armas na mão, mas é um homem que ama a sua terra e quer pôr a memória (ainda viva...) da guerra colonial/luta de libertação ao serviço da construção do futuro.
___________

Nota de L.G.:

(1) Vd.post de 29 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1794: Blogoterapia (21): Falar da guerra, com pudor... e com alegria do novo Doutor, Leopoldo Amado (Luís Graça)