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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10670: Agenda cultural (235): Lançamento do livro Dª Berta de Bissau, de José Ceitil, no dia 21, 4ª feira, pelas 18h00, na sede da CPLP, em Lisboa, Rua de São Mamede (ao Caldas), nº 27, com atuação do músico Mamadu Baio, natural de Tabatô (José Ceitil / Hélder Sousa)


1. Mensagem,com data de 10 do corrente, enviada por José Ceitil:



Boa noite, Luís Graça
Junto convite e o pedido de divulgação no seu blogue. Seia um prazer contar com a sua presença.

Cumprimentos, José Ceitil.





Página de rosto do blogue Pensão D. Berta Bissau, criado em 21 de agosto de 2008, por uma das suas "netas", a Mónica Rodrigues:

Cantinho da Avó Berta na Net!... Finalmente um ponto de encontro no ciber espaço para todos os que passaram pela Pensão Central da D. Berta e têm saudades da Avó, da sopa de ostras, da cachupa, das omeletes de camarão e do Alves, é claro!!!!! E que querem divulgar a Pensão Central a outros que vão a Bissau!"... 




Guiné-Bissau > Bissau > Pensão Central, da Dona Berta, uma verdadeira instituição, com direito a foto na Wikipedia, the free encyclopedia... Ver aqui a entrevista que a Dona Berta, aos 80 anos, deu, em Cabo Verde, ao Expresso das Ilhas, em 15/8/2010.

2. Comentário do nosso colaborador permanente, Hélder Sousa, com data de 11 do corrente, a pedido do editor L.G.:


Olá,  Luís:
Estou sempre na esperança de 'ter tempo', mas isto está difícil...

Pois, relativamente à divulgação deste evento, a apresentação/lançamento do "Dª. Berta de Bissau", acho que não ferirá muito a sensibilidade dos que reclamam, com alguma pertinência, é certo, haver recentemente muita divulgação de acontecimentos de carácter cultural que, aparentemente, não estariam no que eles entendem ser o âmbito do Blogue.

Não conheço o conteúdo do livro mas sei que pretende ser a história de vida da Dª. Berta, concomitante da "Pensão Central". O título escolhido de "Dª. Berta de Bissau" parece-me feliz e permite 'visualizar' o conteúdo, marcando-o bem.

Nessa perspectiva considero uma justa iniciativa, bem merecida, já que tanto o estabelecimento como a pessoa que lhe dava, e dá ainda, rosto, estão no imaginário de muitos dos nossos camaradas que 'fizeram a guerra', hospedando-se lá, circulando por lá, fosse em regime mais demorado fosse em alojamento de passagem. 

Já depois da independência é a "Pensão Central" um local incontornável no que respeita ao apoio e identificação de muitos que por foram e estiveram em regime de cooperação.

E ainda hoje assim é. O autor, o meu conterrâneo, amigo e colega de Escola Técnica de Vila Franca de Xira, o José Ceitil, é um homem que gosta de retratar a vida que vê desenvolver-se à sua volta. Tem um outro pequeno livro a que deu o título de "Vidas Simples, Pensamentos Elevados", sendo esse título uma homenagem a um amigo comum, falecido precocemente, Carlos Macieira, que deve ter sido colega de curso em medicina, mais ano menos ano, do Caria Martins, e que a costumava usar com uma outra expressão antecedente: "Luta Dura, Vidas Simples e Pensamentos Elevados", preconizando assim um modo de estar, uma fórmula para 'bem viver'.

O Zé Ceitil, pai da Marta Ceitil que já leva mais tempo de vivência na Guiné do que nós nas nossas comissões, naturalmente que foi visitar a filha à Guiné, várias vezes, para ver 'in loco' como a 'caçulinha' vivia e o que a 'prendia' àquele país, mesmo com todas as dificuldades e perturbações que sabemos e daí a conhecer, estar e aprender com a Dª. Berta foi um passo. Se se acrescentar que a sua sensibilidade o levou a entender a importância da "Pensão Central" e o papel da Dª Berta e o levou a passar ao papel esses sentimentos, somado ao facto de também conseguir 'ver' a Guiné com olhos que não exclusivamente os da desgraça, aguardo com expectativa pelo conteúdo do livro.

Abraço
Hélder Sousa





Mamadu Baio, foto do Facebook

(...) "No estilo afro-mandinga, este músico da Guiné-Bissau, traz a tradição de griots e os instrumentos tradicionais (balafon, kora, djambé, dundumbá, etc.) da sua aldeia Tabatô. Mamadu esteve no Mali a gravar um cd de originais, no estúdio Moffou de Salif Keita, com o seu grupo Super Camarimba. Este conjunto dinâmico de jovens artistas de Tabatô utiliza instrumentos e estilos de dança tradicionais, desenvolve técnicas novas que combinam diferentes influências musicais, promove as tradições “Afro-mandinga” dos seus anciãos em atuações na Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Senegal e Gâmbia. Neste momento Mamadu Baio encontra-se em Lisboa por três meses para se desenvolver musicalmente e conhecer outros artistas com quem possa trocar experiências e promover o trabalho dos Super Camarimba." (...) [Fonte: Lisboa Africana, 12/3/2012].

Recorde-se aqui que o João Graça, membro da nossa Tabanca Grande e da banda musical portuguesa Melech Mechaya (, neste momento em digressão por Cabo Verde e Brasil, no âmbito da 20ª edição do Festival Sete Sois Sete Luas),  conheceu, em finais de 2009, a  mítica Tabatô (que é, na Guiné-Bissau, a tabanca que tem mais músicos por metro quadrado) bem como os Super Camarimba, de que o Mamadu Baio faz parte.

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Nota do editor:

Último poste da série > 13 de novembro de 2012 >  Guiné 63/74 - P10664: Agenda cultural (234): Série "A Guerra", de Joaquim Furtado, RTP1 , às quartas feiras, 22h30: os três G, Guidaje, Guileje, Gadamael, em maio/junho de 1973 (Pedro Lauret)

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P10607: Notas de leitura (424): O meu serviço cívico na Guiné, em 1991 (2) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 17 de Agosto de 2012:

Queridos amigos,
Rasgam-se cartas cujo significado é nulo. Mas foi uma experiência excitante, este serviço cívico em Bissau, entregue aos cuidados da Avó Berta, lendo a “História do Cerco de Lisboa”, de José Saramago, no silêncio que as instalações da CICER proporcionava, fazendo planos para Conselho Interministerial de Defesa do Consumidor que nunca viu a luz do dia.
A despeito dos insucessos, houve um enorme entusiasmo pela obra. Era o tempo em que se criavam partidos, na esperança de reconduzir a Guiné ao nível dos países menos atrasados. Foi esse tempo que se cruzou na minha vida e só resta a sensação de que o dever se cumpriu, mesmo não tendo ficado nenhuma memória daquele projeto de cooperação.

Um abraço do
Mário


O meu serviço cívico na Guiné, em 1991 (2)

Beja Santos

No final de Outubro de 1991, registavam-se progressos nos preparativos de um serviço para os consumidores guineenses, e todos nós estávamos de acordo com o crisma proposto, Comissão Interministerial de Defesa do Consumidor. Antes de sair de Lisboa, os meus superiores tinham sido categóricos quanto ao nível da ajuda, para pôr de pé esta célula, pagar honrosamente ao coordenador e a um funcionário administrativo, senhas de presença para cerca de 6 reuniões anuais, pagamento de impressos e uma ou outra brochura, eu que não excedesse os 8 mil contos na proposta.

Obtivera por parte do ministro a cedência de um espaço, dentro do antigo Quartel-General, destinado a sala de reuniões e um gabinete para o coordenador e serviço de apoio, tudo numa decadência absoluta, levei lá um técnico da Soares da Costa que fez um orçamento realista para tornar aquele espaço acolhedor, funcional. É no meio destas atividades que recebi a visita de Quebá Soncó, o primogénito do régulo Malã, Cuor. Vinha convidar-me a assistir à tomada de posse do novo régulo, de nome Mamadi. Este estivera hesitante em aceitar, já tinha passado a fase de perseguição aos régulos, agora havia aceitação do poder tradicional, mas ficara por definir qual o poder efetivo que o PAIGC autorizava aos régulos. Também pelo Quebá soube que no Leste, um pouco à semelhança do que se passava por todo o país, se formavam novos partidos, o que estava a ganhar grande popularidade na região era o Movimento de Bafatá, inequivocamente tribalista, pois circunscrito a Fulas e Mandingas.

Fui a Missirá e houve grandes alegrias. E depois seguimos para a povoação de Geba, em franca ruína. O ponto mais tocante desta viagem foi a ida a Biana, no regulado de Badora, onde visitei o meu querido amigo Serifo Candé. Abraçou-me e disse-me: “Sabia que me vinhas buscar, sei que me vais dar trabalho em Portugal, estive nos Comandos, aqui tratam-me mal, embora esta seja a minha terra, tem paciência leva-me contigo”.

Felizmente que vivia absorvido pelo meu trabalho, este suavizava-me de todas aquelas dores antigas, persistentes. E apareceram dois juristas que iam dando apoio à elaboração dos documentos de competências e da regulamentação interna do Conselho. No início de Novembro, aparecia o primeiro programa televisivo “1 Milhão de Consumidores”, foi para o ar antes do episódio da telenovela “Sinhá Moça”, o grande êxito do momento, o conteúdo de 10 minutos prendia-se com as escolhas alimentares e a higiene dos alimentos, senti-me muito feliz por ver a minha proposta de texto do guião passada para crioulo.

Por esse tempo, comecei a questionar os quadros dos diferentes ministérios acerca de possíveis candidatos para o cargo de secretário coordenador do Conselho, indicaram-me uma jurista que era mulher do chefe de Estado-Maior da Armada e uma socióloga que vinha da Sorbonne (no entanto, fizeram-me o reparo que tinha sido companheira de um altíssimo dirigente que caíra em desgraça ao tempo do chamado golpe de Paulo Correia, de 1985, talvez o presidente Nino não apreciasse muito ver a dita senhora em tais funções…).

Prometera em 1990 trazer o Cherno Suane para Portugal, o seu processo seguia de vento em poupa na embaixada de Portugal, ele viria em Fevereiro de 1992, nacionalizou-se português e ficou como grande deficiente das Forças Armadas. Continuava os contactos com várias agências das Nações Unidas, organizações não-governamentais, todos me asseguravam que eu não alimentasse grandes esperanças nos apoios governamentais para o meu projeto, aliás essa tal defesa do consumidor iria colidir com interesses instalados. E as notícias que me chegavam de outros projetos eram francamente desanimadoras. Dizia-se à boca cheia que os soviéticos se tinham retirado do empreendimento da central elétrica porque as autoridades guineenses não honravam os seus compromissos, o Banco Mundial recusava-se a mandar mais um dólar pois não havia qualquer empenhamento na redução da dívida externa, que era escandalosa ao tempo.

O dia-a-dia era absorvente e os serões, com o trabalho trazido de Lisboa, atenuavam as saudades, a Joana estava com 20 anos e a encetar, com sucesso, o seu curso de Filosofia, a Locas, com 15 anos, com grandes problemas de entendimento e aproveitamento na área das Ciências.

Preparei os guiões para os próximos 6 programas televisivos, estava encantado por redescobrir o prazer em escrever para a televisão, dela vivia arredado há 11 anos, pois fora afastado da RTP em 1980. O adido para a cooperação da embaixada de Portugal, Domingos Machado, apoiava as minhas diligências para o reforço do projeto da defesa do consumidor. Com o Ministério da Educação pensou-se num curso destinado a professores sobre educação do consumidor, seriam módulos que eu iria organizar para sessões a realizar em Bissau, Bafatá e Bula. Nunca esqueci a reunião com a Diretora-Geral de Educação (que era esposa do ministro Mário Cabral), recebeu-me com os óculos presos com fita gomada, vendo-me o olhar pasmado explicou-me que não havia nenhum oculista em Bissau, estava à espera que uma pessoa amiga viesse até Lisboa.

À porta da Pensão Berta assisti a uma discussão acesa entre partidários do movimento de Bafatá e da Frente Democrática, novidade tão nova não podia haver na Guiné. Ao tempo, o grupo de críticos do PAIGC exprimia-se publicamente nos jornais. E por essa época, junto de um artista que trabalhava batik, de nome Dinis, encomendei para a Joana três peças em batik para aplicar num biombo de bambu.

Novembro caminha para o fim, já existe um plano para as obras das instalações onde funcionará o Conselho, o ministro aprovara uma minuta para o despacho presidencial, parecia ter encontrado um conjunto de quadros dos ministérios com vontade de ser atrelarem às atividades de defesa do consumidor, à cautela preparei um curso intensivo de 3 dias para haver compreensão dos diferentes direitos, dos aspetos legislativos básicos e do que poderiam ser ações eficazes de informação e a preparação de professores numa ótica de apreciação das necessidades básicas do povo guineense. Reencontrei Benício Costa, agora secretário-geral da Assembleia Nacional Popular, fora um aluno exemplar da Cristina até 1973, ano em que fugiu para se encontrar com o PAIGC em Conacri. Deu-me a grata notícia de que tinha estabelecido contato com amigos em Bolama para me dar a pernoita no fim de semana que eu pretendia lá passar.

Entretanto, inclinava-me para a candidatura da secretária coordenadora da socióloga, sentia-a verdadeiramente interessada, Cherno Suane andava entusiasmado com a vinda para Portugal, informava-me cheio de orgulho que iria trabalhar para a construção civil no Algarve, tinha informações que era uma terra com calor, até lembrava a Guiné.

No início de Dezembro, a convite do adido para a cooperação, visitei o complexo hortofrutícola do Quebo, o programa agrícola onde a cooperação portuguesa mais investia. Durante o almoço descobri que os professores de agronomia que ali trabalhavam pertenciam à Junta de Investigações Científicas do Ultramar, inevitavelmente falou-se de Ruy Cinatti e Teixeira da Mota. No regresso, felizmente perto de Bambadinca a viatura do adido para a cooperação pifou, quem veio salvar a situação foi um dos mecânicos que trabalhavam para o Fodé Dahaba. Mas o mais empolgante foi viajar por aquela estrada nova que passava perto de Mato de Cão, havia grandes mudanças, toda aquela região estava povoada, ainda saí da viatura para ver se chegava ao embarcadouro onde esperava as embarcações militares e civis, mas o tarrafo era enorme, limitei-me ao rumorejar do Geba, assim curti saudades.

Era um mercado cheio de vida, lá dentro e cá fora. Hoje é um escombro, nunca se redimiu dos incêndios que o assolaram no conflito político-militar de 1998-1999

É um dos locais mais charmosos de Bissau, em Novembro de 2010 ali voltei a cortar o cabelo. Tenho a certeza que não há barbearia mais portuguesa naquele ponto de África, ainda por cima dali se vê o Bissau Velho irreconhecível.
Fotos ©: Mário Beja Santos. Direitos reservados

(Continua)
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 29 de Outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10589: Notas de leitura (423): O meu serviço cívico na Guiné, em 1991 (1) (Mário Beja Santos)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Guiné 63/74 - P8470: Em Busca de... (166): Precisa-se de depoimentos para fazer a História da Pensão Central da Dona Berta (Hélder Sousa / José Ceitil)

1. Mensagem do nosso camarada Hélder Sousa (ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72), com data de 24 de Junho de 2011:

Caros camarigos
Em anexo envio-vos um "apelo" que me chegou por um amigo, um vilafranquense, o José Ceitil, pai da Marta Ceitil, jovem cooperante e trabalhadora na Guiné e de que já vos enviei algumas das suas experiências na "terra sabi".

Esse "apelo", como podem ler, tem a ver com a tarefa a que ele se propôs, de fazer a "História da Pensão Central" e para tal pretende obter mais alguns depoimentos de camaradas que por lá tenham passado, que tenham as suas recordações 'em dia' e que não se importem de as partilhar.

Se entenderem que tem cabimento, peço então que o façam ter visibilidade.

Abraço
Hélder Sousa

Era assim a Pensão Central em 1997, fora retocada, pintada de branco imaculado, agora está de azul e há muita ferrugem à mostra. Ainda é possível andar num destes táxis azuis, com um ou até quatro passageiros. Importa não esquecer o bem que aqui se fez a quem chegou com fome e à procura de abrigo, de todas as partidas do mundo (foto retirada do site: www.guinee-bissau.net, com os devidos agradecimentos).


Apelo para contributo para a história da “Pensão Central”

Caros camaradas, amigos e outros
Calculo que não é estranho para nenhum dos que “vivem” ou visitam este nosso espaço que uma figura incontornável da História da Guiné-Bissau, da actual mas e principalmente da ‘do nosso tempo’ é a figura da D.ª Berta, intimamente ligada à “Pensão Central”, em Bissau.

Julgo ser do conhecimento geral que a D.ª Berta se encontra bastante doente, que veio há alguns meses (já este ano, salvo erro) para Portugal, que está em tratamento, que se tem aguentado, embora a ‘lei da vida’ não permita alimentar esperanças de eternidade, pelo menos ‘nesta vida’.

Deste modo, um amigo meu, José Ceitil, de seu nome, que também teve o previlégio de conhecer essa grande senhora em Bissau aquando das visitas que fez à sua filha Marta (da qual já dei conta aqui no Blogue de algumas das suas observações enquanto cooperante e trabalhadora na Guiné) e que ganhou por ela uma estima e consideração notáveis, propôs-se fazer a “História da Pensão Central”, partindo das suas memórias.
O José Ceitil é autor de um livro comemorativo dos 90 anos de “Os Belenenses”.

O objectivo deste apelo é para que todos aqueles que tenham como referência a “Pensão Central”, com a memória de episódios ali vividos, ou o relacionamento com a D.ª Berta, que possam e queiram, que entrem em contacto com esse amigo a fim de se poder considerar o contributo para o conteúdo da “História”.

Para além dos que se voluntariem a fazer esse contacto há, para já, um grande interesse em encontrar o “Comandante Pombo”, de que o José Ceitil me disse a D.ª Berta falar bastante, assim como um tal “Cartaxo”, que não sei exactamente se é nome próprio ou referência à eventual terra de origem.


Guiné-Bissau, 18 de Novembro de 2010 > A Avó Berta e Mário Beja Santos.
 Foto de Mário Beja Santos, com a devida vénia

Para contactar o José Ceitil pode-se usar o mail joseceitil@gmail.com

Um abraço para toda a Tabanca!
Hélder Sousa
Fur Mil TRMS TSF
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 27 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8336: Blogues da nossa blogosfera (44): Construção da Ponte de S. Vicente - Guiné Bissau, um Blogue formado por trabalhadores de uma empresa de construção civil, hoje com saudades da Guiné-Bissau (Hélder Sousa)

Vd. último poste da série de 18 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8442: Em Busca de... (165): Malta do BCAV 757 “Sete de Espadas”, BCAÇ 4514/72 e Pelotão de Caçadores Nativo 64, Bafatá (Mário Fitas)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7682: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (17): Algumas conversas para melhor perceber o PAIGC

1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 25 de Janeiro de 2011:

Queridos amigos,


Já estamos na despedida.
Quero agradecer a todos aqueles que contribuíram para clarificar impressões de viagem que deixaram o Tangomau intrigado. Não há nada como descobrir que a viagem ficou incompleta, havendo necessidade de regressar, um dia. Em nome das amizades inigualáveis, em nome do lugar que se habitou e que se grudou ao coração.


Um abraço do
Mário


Operação Tangomau (17)

Beja Santos

Algumas conversas para melhor perceber o Outro, o PAIGC

Despedidas e promessas

1. É uma reunião muito estimulante com mulheres e homens predominantemente entre os 50 e 70 anos. Já se percebeu que não há nenhuma historiografia oficial, formal ou informal, tanto na posse do PAIGC ou dos seus dirigentes históricos. Há arquivos incompletos, há os trabalhos de Luís Cabral, Aristides Pereira, Mário Pinto de Andrade, as prosas laudatórias da propaganda, de um modo geral inúteis para se obter a panorâmica de como o PAIGC se inseriu junto das populações e delas obteve apoios incondicionais ou as abrigou a colaborar na luta; há muita documentação na Fundação Mário Soares, serve para esclarecer alguns ângulos, mas não todos; desapareceram documentos secretos, correio entre dirigentes, ordens de batalha, até comunicados políticos.

Continua a ser tabu o relacionamento entre os dirigentes cabo-verdianos e os quadros militares guineenses. Ninguém usa como referência o Livro Branco do PAIGC, ninguém tem ilusões que é uma historiografia oficial datada, a história não é feita de declarações incontestáveis. É por todos admitido que foi no Congresso de Cassacá (1964) que o poder político se sobrepôs ao poder militar, orientando-o durante e após a independência, até 1980. Eram os comissários políticos que superintendiam as operações militares, os comandantes prestavam permanentemente contas.

A partir de 1980, com a era de Nino, deu-se uma demarcação, com o agravamento da situação económica e financeira, os militares sentiram-se livres de contestar e de se orientar nos negócios. Quando se sentiram ameaçados, como Ansumane Mané, reagiram. Até hoje. Os altos comandos vivem permanentemente à espreita de serem liquidados, desde a época do conflito político-militar de 1998.




O Tangomau já esgotou praticamente o seu stock de imagens. Nas reuniões por onde anda, nem lhe passa pela cabeça tirar fotografias. Socorre-se de fotografias não publicadas. Neste caso, uma panorâmica do cemitério de Bissau, o talhão dos combatentes da guerra da pacificação, rodeado do talhão dos combatentes da guerra que perdurou até 1974. Estava tudo relativamente bem arranjado, a Liga dos Combatentes determinara uma boa limpeza. Estava um dia luminoso, o Tangomau sentiu-se impelido a estranhas orações, quase conversas, entre o céu e a terra, era uma evocação errática e difusa em nome de todos os mortos.


2. O Tangomau muda de registo e pergunta à assistência como é que os quadros do PAIGC sentiam o crescimento do pensamento nacional, houve comentários variegados, alguns deles mereciam aprofundamento e até registo para um qualquer historiador procurar direcções de análise desse PAIGC aparentemente coeso e militarmente indómito. Um dos comentários lembrou ao perguntador a singularidade do desencadear da guerrilha: primeiro, a formação dos agitadores, quadros que foram lançados na subversão, quer nas barbas das autoridades, quer aproveitando a insignificância da sua presença, como foi o caso do Sul; esses agitadores conduziram à mobilização de populações, mesmo à custa do terror e da separação das famílias, em escassos meses, em 1963, o Sul foi transformado em parcelas atomizadas que reduziram a capacidade de manobra das tropas portuguesas.

Cabral era um ideólogo incontestado, nos primeiros anos; os choques virão mais tarde, se bem que permanecessem discretos, entre cabo-verdianos e guineenses, estes últimos frequentaram escolas de formação e foram confrontados com outras formas de racismo. Uma guerrilha que se expande tão rapidamente entre 1963 e 1964, populações a viver sempre em risco e, de um modo geral, a aceitar esses riscos e os sacrifícios no transporte de munições, armamento, comida e medicamentos, tudo acaba por se saldar numa combatividade de âmbito nacional, basta pensar no hino e na bandeira.

Alguém da assistência pede para fazer um comentário: é verdade que hoje o pensamento nacional é difuso, mas no conflito político-militar a população insurgiu-se contra a presença estrangeira, contingentes senegaleses e de Conacri foram severamente reprimidos por exércitos ad hoc, compostos por gente de todas as etnias. E foi lembrado ao perguntador se era possível não haver uma consubstanciada crença no PAIGC quando, em 27 de Abril de 1974, andavam grupos nas ruas de Bissau a gritar vivas ao MFA e ao PAIGC. O Tangomau a todos agradece, amanhã terá um encontro com Filinto Barros e Chico Bá para falar sobre a evolução da guerra de 1973 para 1974, ouvi-los sobre o que devíamos fazer conjuntamente para se estudar melhor o Outro, antes e depois da guerra que findou em 1974.

É a última fotografia que resta de Ponta Varela. Permite verificar a natureza do Geba estreito, que aqui começa ou aqui finda. Neste exactíssimo ponto, dentro da vegetação, os guerrilheiros do PAIGC flagelavam batelões e até lanchas da Armada. O Tangomau sentiu-se compensado da passeata em companhia de gente moçoila, intrigada com o velhote que caminhava despachado aqueles quilómetros ida e volta, encantado com hortas, cabaceiras, poilões e o marulhar da corrente desse Geba, que é o rio da sua vida.


3. Anoitece, o Tangomau despede-se das pessoas que amavelmente cederam a conversar com ele. Regressa à Pensão Central, vem com muita precisão de tomar um banho de caneco, pôr o corpo na horizontal, sentir o fresco de uma ventoinha trepidante. Encontra Patrício Ribeiro, combinam ir jantar num restaurante de comida portuguesa. Antes, conversa com a Avó Berta, conta-lhe o que andou a fazer pela região de Bambadinca. A Avó Berta aproveita para lhe falar de como, com o marido, num oceano de dificuldades, montaram a Pensão Central, como ela sobreviveu a todas as carestias, ali se recebeu professores, ali se manteve a sede viva da cooperação portuguesa e internacional. O Tangomau embevece-se com o fulgor desta senhora exemplar que se recusa a abandonar a grande obra da sua vida.

Refrescado e com o corpo menos moído, vai prestar contas e dar graças ali ao pé, na catedral. Dar graças por o coronel Jales Moreira ter pedido ao Daniel Nunes para encontrar uma solução de acolhimento na região de Bambadinca, foi ele quem apresentou o Tangomau ao embaixador Inácio Semedo, depois este pôs o irmão em acção; dar graças ao Fodé à família, dar graças a quem o reconheceu e o quis rever, com a alegria estampada no rosto, dar graças pela imensidade destas relações indestrutíveis, até ao último alento da sua vida.



Era assim a Pensão Central em 1997, fora retocada, pintada de branco imaculado, agora está de azul e há muita ferrugem à mostra. Ainda é possível andar num destes táxis azuis, com um ou até quatro passageiros. Importa não esquecer o bem que aqui se fez a quem chegou com fome e à procura de abrigo, de todas as partidas do mundo (foto retirada do site: www.guinee-bissau.net, com os devidos agradecimentos).


4. Vão jantar, o Patrício Ribeiro e o Tangomau, num restaurante decorado à portuguesa, até ali há enchidos, cebolas e alhos decorativos. Para surpresa do empregado, o Tangomau pede dois ovos estrelados, umas batatinhas fritas e uma boa salada, tudo a regar com uma cerveja gelada. A assistência grita frenética, o Barcelona esmaga o Real Madrid, há claques furiosas pró e anti-Cristiano Ronaldo. O Real Madrid sai dali desfeiteado, o Tangomau despede-se de Patrício Ribeiro, cai de sono, já está informado que aí pelas 23 horas se apaga a luz com o corte de energia, quer fazer as últimas leituras, preparar-se para os últimos encontros de amanhã, vai entregar cartas a Tumlo Soncó, que dentro em breve parte para o Cuor.

Na cama, folheia os elementos que compilou sobre o MFA da Guiné, o golpe militar que ele desencadeou em Bissau logo a seguir ao 25 de Abril, até o plano de ali fazer uma sublevação caso falhasse o 25 de Abril em Lisboa. Nunca entendeu porque é que os protagonistas não documentaram claramente estes factos, os movimentos, as tensões ideológicas e depois o entabulamento de relações, mais ou menos informais, com o PAIGC e como, logo em 1 de Julho de 1974 centenas de militares exigiram ao Governo de Lisboa o reconhecimento da República da Guiné-Bissau, no fundo se a Guiné o berço do MFA e este conspirou e descolonizou por conta própria no território, que diálogo se estabeleceu com os quadros do PAIGC. E assim adormeceu, mesmo sentindo a pressão do calor e depois de olhar, assombrado, o volteio dos carros na Avenida Amílcar Cabral, a fugir dos buracões do alcatrão, na noite escura.



Este é o Zé Pereira que viajou de Bissorã para me abraçar. Era o 1.º cabo mais culto e desempenado do Pel Caç Nat 52. Foi um exemplo de coragem quando, com Missirá em chamas, foi salvar uma criança esquecida numa morança. O que o Tangomau lhe deve não cabe num possível título de dívida e quando lhe disse: “Zé, deixa-me tirar-te uma fotografia, quer que todos saibam quanto te admiro!” ele logo respondeu: “Sim, mas com o teu livro na mão, este é meu e vou levá-lo para Portugal, quando for visitar o meu filho”. Um pai orgulhoso por ter conseguido dar estudos médios a todos os seus filhos, o Aillton é avançado no Atlético Clube Oriental e está a acabar a licenciatura.


5. De manhã, não há tempo para o devaneio de leituras, é importante escrever ao régulo Carambá, ao Príncipe Samba e ao Fodé. O ambiente escolhido é o do Centro Cultural Francês, é fresco e silencioso, o Tangomau escolhe uma mesa na zona da banda desenhada, bem fornecida e tentadora, sem perda de tempo escrevem-se saudações e promessas.

Que o régulo Carambá veja o Cuor desenvolver-se, do Geba estreito até Madina de Gambiel. Que o régulo esteja descansado, o Tangomau sente impulso para voltar, a velha estrada abandonada de Gambaná atrai-o, percorreu-a vezes sem conta, corta-lhe o coração vê-la reduzida a um caminho alcantilado de pouco préstimo, quer voltar à Aldeia do Cuor que ele encara como uma civilização perdida, nunca decifrou aqueles muros tão altos, houve quem lhe dissesse que ali se pensou criar a povoação mais importante, desistiu-se, sabe Deus porquê, foi assim que nasceu Bambadinca, era por Aldeia do Cuor que se pensava escoar as madeiras exóticas e os produtos agrícolas do Gambiel.

Ao Príncipe Samba desejou-se as maiores felicidades, agradeceu-se o encontro comovente, aquela tradução para crioulo, cheia de intenção e sentimento, aqueles pedidos de ajuda a que ele gostaria de corresponder e lamentavelmente não pode, o Tangomau recorda e acentua a gratidão pela dedicação recebida. Ao Fodé, o muito obrigado por ter convocado tanta gente, ele foi o anjo de S. Gabriel que anunciou a vinda do Tangomau.

Aproveita-se o agradecimento para fazer tábua rasa das diferentes tensões entre ambos, aguarda-se agora reencontro em Lisboa. Escritas as missivas, faz-se a sua entrega no Bairro Missirá, Tumlo lembra ao Tangomau que tem um filho com muito jeito para a bola, pede-lhe encarecidamente ajuda, o Tangomau volta a chorar, de impotência, não pode corresponder a tanto pedido.

Tumlo Soncó sentado, parece que está à espera calmamente que o futuro seja pródigo, lhe traga algumas benesses. É nestas coisas que o Tangomau revela a incipiência própria dos fotógrafos amadores, deixa sombra da Maria Fausta, a mulher de Abudu Soncó, e do Sr. Sabino, o motorista da Embaixada de Portugal.


6. Entregues as cartas, o Tangomau parte para um café onde se vai encontrar com Filinto Barros e Chico Bá, ou Francisco Silva, que foi comissário geral das frentes Norte e Sul. Ambos autorizam que o Tangomau tome notas. A primeira pergunta incidiu sobre o modo como se radicalizou a luta, exigindo, logo após o 25 de Abril uma independência total e irrestrita. Os interlocutores responderam que se temia também com o futuro de Angola e Moçambique: se a independência da Guiné empanasse, haveria consequências para as outras colónias. Era preciso que tudo começasse claramente na Guiné.

Ao contrário do que se tem dito, os negociadores guineenses pediram às autoridades portuguesas para ficarem transitoriamente na Guiné, cedo se aperceberam que não havia condições nem militares nem políticas. Os quadros do PAIGC sabiam não dispor de uma estrutura administrativa capaz para as novas realidades da independência. Os gestores que se prepararam vieram de escolas muito rígidas, como a RDA, uma outra realidade. Filinto Barros lembrou que a confraternização em Bissau teve muito poucas arestas, logo a seguir à chegada do PAIGC, por pura coincidência, encontrou do lado português um oficial da Armada que estudara com ele no Colégio Nuno Álvares. O erro não esteve em exigir a independência, esteve em não partilhar por mais alguns anos com os portugueses a aprendizagem da administração.

Falando dos acontecimentos de 1973 e 1974, estes dois importantes quadros políticos foram consensuais: não havia pressa quanto ao fim da guerra, sentia-se e sabia-se da erosão que a guerra estava a provocar e que a perda de supremacia aérea trouxera uma profunda desmotivação. Mesmo que, por absurdo, os aleados da NATO dessem provisoriamente um equilíbrio militar, a capacidade do PAIGC estava imparável, agora não era só o facto das tropas mal saírem do arame farpado, já se combatia com carros de combate e escolhiam-se alvos como Canquelifá que, tudo previa, iria ser cercada em Maio, em termos semelhantes ao de Guidage, como no ano anterior.

Os informadores do PAIGC em Bissau também sabiam que ia haver abandono de vários quartéis junto da fronteira e com graves consequências para o moral das tropas, essas populações ao abandonarem as suas tabancas iriam concentrar-se à volta de Bissau, agravando todos os problemas. Outra informação digna de nota: quando se proclamou o Estado em 24 de Setembro, a partir dessa data deu-se uma sangria de estudantes já adolescentes que se foram oferecer para a guerrilha. Era uma quantidade impressionante. A direcção do PAIGC ao comentar o facto concluiu que a juventude guineense irreversivelmente se pusera do lado do PAIGC. A relação de forças entrara em desequilíbrio, estes jovens marcavam a diferença. Discutiram-se ainda projectos sobre as relações com o Outro, de ambos os lados. Todos prometeram manter-se em contacto.



O Tangomau voltou à Madina do Gambiel à procura do paraíso, das palmeiras de Samatra. Tudo mudou, mantém-se luxuriante mas aquela beleza esmagadora desapareceu. Foi um dos momentos de decepção. Felizmente que o Tangomau fora reconhecido por Ieró Baldé, não há paisagem que substitua um momento de tanta beleza nos corações.


7. Amanhã haverá despedidas, algumas delas comoventes. E depois terminará este diário composto a trouxe-mouxe. O Tangomau vai às compras, para si e à procura de lembranças para os outros. Será a circunstância para mostrar as últimas fotos e convidar todos os confrades a voltar à Guiné.
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 26 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7676: Ninte Kamatchol: a história da capa de um livro (Mário Beja Santos)

Vd. último poste da série de 21 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7650: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (16): Até Bissau num toca-toca e conversas sobre a história do PAIGC

segunda-feira, 1 de março de 2010

Guiné 63/74 - P5917: História de vida (29): Homenagem dos portugueses a D. Berta, Pensão Central, Bissau (António Rosinha)

1. Comentário, com data de 8 de Fevereiro último,  de António Rosinha (ex-Fur Mil, Angola, 1961/63; antigo quadro técnico da Tecnil, na Guiné-Bissau, 1979/93) ao poste P5788 (*)

 A Dona Berta [, foto à esquerda, ] merecia uma homenagem da embaixada de Portugal em Bissau. Nem sei se já teria sido feita (**)

Os anos de carências incríveis de alimentos em Bissau, em que a cooperação portuguesa de professores e outros, não conseguiam fornecer-se em lado nenhum, todos recorriam à Pensão da Berta, e nunca aquela mulher dizia que não tinha espaço, nem comida na panela.

Como se desenrascava,  ninguem sabia. Mas toda a gente era servida.

Beja Santos, lindo poste (*). Quem podia levar ao conhecimento dela este teu escrito, podia ser algum dos elementos da AD - Bissau, onde labuta o Pepito.

Em África, em paz, não há fome, porque quem tem,  parte com quem não tem (daí o termo guineense "parti")

Penso que,  além do coração dessa senhora ser enorme, havia essa tradição africana, dessa MINDJER GARANDI.

Antº Rosinha

2. Vd. no You Tube os seguintes vídeos sobre esta verdadeira instituição guineense:

Reportagem D. Berta - Pensão Central I  [ Arquivo RTP]  / Alojado em You Tube > MrAzevedo1985 (5' 07'')

Reportagem D. Berta - Pensão Central II [Arquivo RTP] / Alojado em You Tube > MrAzevedo1985
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Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 8 de Fevereiro de 2010 >  Guiné 63/74 - P5788: História de vida (18): D. Berta e a Pensão Central de Bissau são instituições internacionais (Beja Santos)

(**) Julgo já ter sido condecorada por Mário Soares, quando Presidente da República Portuguesa.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5828: Memória dos lugares (70): Pensão Central ou Pensão da Dona Berta: Faço parte da mobília, almoço lá há 25 anos sempre que estou em Bissau (Patrício Ribeiro)

1. Mensagem do nosso amigo Patrício Ribeiro (foto à direita, quando grumete fuzileiro, em 1969, em Angola)(*), com data de 9 do corrente:


Olá,  Luis!

Agradeço o envio para comentário, P5788 do Beja Santos (Não sei como se faz )

Tendo lido o P5788 do Beja Santos, informo que a D. Berta embarcou para Bissau, no início de 2010, após ter estado uns meses em Lisboa, a fazer tratamentos hospitalares e felizmente tudo correu bem.

Ela no aeroporto estava muito contente, mas cheia de saudades de Bissau, dos seus amigos e da sua casa, a Pensão Central.

A Pensão Central continua a ser um local de encontro de amigos, com ambiente familiar; tem as paredes cobertas de Condecorações, tal como do Presidente Mário Soares, do Presidente Pedro Pires, etc. Com fotos de quem por lá passou e gostou, gente importante e outros só amigos.

As netinhas, cooperantres das ONG, com muito carinho, vão ajudando na gestão da Pensão. Fotos minhas não há nas paredes, como dizem as netinhas; faço parte da mobília, só porque almoço lá sempre que estou em Bissau há 25 anos…
Um abraço a todos.

Patricio Ribeiro

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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 12 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5099: História de vida (16): Patrício Ribeiro, 62 anos, ex-fuzileiro, empresário, apanhado do clima...