sábado, 6 de março de 2021

Guiné 61/74 - P21976: Em busca de... (311): Ex-Soldados Instruendos do CSM - 3.º Turno de 1971, RI 5 - Caldas da Rainha, Luís Filipe Calado José da Costa e Luís Alberto Costa Pereira do 2.º Pelotão/5.ª Companhia (Carlos Jorge Pereira, ex-Fur Mil IOI)

1. Mensagem do nosso camarada Carlos Jorge Pereira, ex-Fur Mil IOI do COP 3, Bigene e Guidage, 1972/74, com data de 4 de Março de 2021, solicitando a publicação de uma foto do seu tempo de Recruta nas Caldas da Rainha na expectativa de encontrar os camaradas que estão retratados com ele:

Caro Carlos
Anexo fotografia tirada nas Caldas da Rainha em 4 de Agosto de 1971.
Assentamos praça no Curso de Sargentos Milicianos do 3.º turno de 1971, no 2.º Pelotão da 5.ª Companhia.


Caldas da Rainha, 4 de Agosto de 1971 > Da esquerda para a direita: Luís Filipe Calado José da COSTA, Carlos Jorge Lopes Marques PEREIRA e Luís Alberto COSTA PEREIRA.

Seguimos para Tavira e daí para o Ultramar.
Nunca mais soube deles. Não me recordo para onde foram.


Será que podes fazer uma publicação para tentar saber deles?

Um abraço
Carlos Jorge

____________

Nota do editor

Último poste da série de 31 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21715: Em busca de... (310): Hilário Peixeiro, capitão que conheci no Forte da Graça, em Elvas, em 1973/75 (João Rico, ex-fur enfermeiro)

Guiné 61/74 - P21975: Os nossos seres, saberes e lazeres (439): Fui visitar Alves Redol e Álvaro Guerra, Vila Franca de Xira recebeu-me em festa (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 13 de Novembro de 2020:

Queridos amigos,
Tinha saudades de percorrer a pé Vila Franca, sentir o vetusto, passear junto do Tejo e visitar núcleos artísticos tão interessantes, impressiona-me imenso a arquitetura da Fábrica das Palavras e do Museu do Neorrealismo, que conheço desde a primeira hora, visitei-o de alto a baixo na companhia de David Santos, um museólogo de gabarito, em qualquer parte do mundo. Perguntei pela atual diretora, Raquel Henriques da Silva, uma investigadora de truz, não estava, fica para a próxima. Sentei-me num jardim como igualmente me espequei numa varanda na Fábrica das Palavras, sempre com textos de Alves Redol e a literatura da guerra da Guiné do Álvaro Guerra a fazerem-me companhia. Deste pensei num romance posterior, Café Central, vou revê-lo antes de preparar o próximo passeio, sempre em segurança, ditame máximo da pandemia.

Um abraço do
Mário


Fui visitar Alves Redol e Álvaro Guerra, Vila Franca de Xira recebeu-me em festa

Mário Beja Santos

Na roda da fortuna, aconteceu ter relido dois romances de Álvaro Guerra relacionados com a ambiência vilafranquense, li igualmente Avieiros, de Alves Redol, se bem que o seu livro que eu mais revisito é Barranco de Cegos, por minha conta e risco a sua obra-prima. Agora que sou portador de um cartão em que pago 20€ e posso visitar 19 concelhos da área metropolitana de Lisboa, ponderei uma visita segura a Vila Franca de Xira, estudei o que me interessava ver, almocei ao meio-dia, apanhei comboio em Roma-Areeiro, transbordo para o comboio do Carregado, entrei neste santuário de campinos ainda muita gente amesendava. A estação da CP é mais do que bonita, espelha aquela linha arquitetónica concebida pelo arquiteto Raúl Lino que acreditava na existência de uma casa portuguesa, com mansardas muito nossas, arrebiques nos telhados, varandas quase medievais. Ali fiquei especado a dimensionar o todo, e fui bisbilhotar a azulejaria de Jorge Colaço, um primor que se vai estendendo por muitas estações, havia o cuidado de azulejar tendo em consideração o local, veja-se a tipicidade do que ele forjou para esta estação, e digam lá se não é um regalo para os olhos.
Preparava-me para visitar o Núcleo de Arte Sacra que dá pelo nome de Núcleo do Mártir Santo, na Igreja de S. Sebastião, fundada em 1576 pelo dito jovem monarca, por voto à Peste Grande de 1569. Veio o Terramoto e foi reconstruída. Entre a estação e o templo religioso já passei por ruas de boa escala, vivendas familiares, outras rés-do-chão e primeiro andar, aqui e acolá a arquitetura dos anos 1950 e 1960, com todo o desengonço da escala. Não vi a Arte Sacra porque era terça-feira e só abre de quarta a domingo, postei o olhar na pedra de armas de D. João VI proveniente do antigo Palácio dos Sousas (Palácio da Vilafrancada, terá sido aqui que D. Miguel preparou o seu primeiro golpe que D. João VI ainda pôde travar).
O Museu do Neorrealismo tem farta história, evoluiu a partir de um centro de documentação, tive a dita de ir conhecendo o desenvolvimento graças a um companheiro de colégio, o António Mota Redol, a quem a cultura portuguesa muito deve. É um edifício inspirador, tem a assinatura de Alcino Soutinho, e o seu interior é todo do século XXI, percorrem-se aquelas linhas perfeitas, sobe-se ao terceiro andar e é sempre um gosto rever a exposição permanente intitulada “Batalha pelo conteúdo”, está ali o elementar de como nasceu este movimento de Artes Plásticas, influente entre as décadas 1930 e até ao final da década e 1950, abarcando todos os géneros literários, diferentes artes plásticas, ali se registam o que mais determinante se escreveu e se faz justiça a nomes como Redol, Soeiro Pereira Gomes, Manuel da Fonseca, Fernando Namora, Carlos de Oliveira, Virgílio Ferreira, Júlio Pomar, Manuel Ribeiro de Pavia, Vespeira, Rogério Ribeiro, Querubim Lapa ou Alice Jorge. Por ali andarilhei, estava a ser montada uma exposição, desci ao rés-do-chão para visitar uma exposição alusiva à Biblioteca Cosmos, passei de raspão pelo auditório, tomei um café e fui namorar o recheio da livraria. Abençoada visita!
Museu do Neorrealismo, pormenor da fachada
Fachada lateral com fotografias de expoentes literários neorrealistas: Alves Redol, Carlos Oliveira, Manuel da Fonseca e Mário Dionísio
As linhas puras do interior do Museu do Neorrealismo, concebidas por Alcino Soutinho
Uma homenagem a um dos maiores artistas plásticos do século XX, que andou no neorrealismo, Júlio Pomar
A beleza da organização dos interiores do Museu

Chegou a hora de ir visitar o Museu Municipal, sedeado numa casa apalaçada setecentista, que não foi concluída, marcada por algum barroquismo. Consta que já foi tribunal, cadeia, escola, coletividade e agora é um museu. A pandemia alterou a vida cultural, vinha à espera de me deliciar com as coleções de pintura e gravura, altamente interessantes e com peças de mérito, vinha para ver uma exposição sobre o Oculista Nunes, uma das mais emblemáticas lojas de ótica do concelho, os herdeiros doaram esses objetos de trabalho que podemos agora admirar desde focómetros passando por óculos de ensaio para lentes astigmáticas, esferómetros e cravadeiras de ourives e ótica. Mas a grande surpresa foi a de que quando o imóvel foi recuperado e adaptado a espaço museológico convidou-se o pintor João Ribeiro a pintar 44 telas que foram colocadas junto ao arco da antiga igreja dedicada a Nossa Senhora do Monte do Carmo. Tirei imagem desta bela porta vista do interior do museu. Olhei para o relógio, quero regressar no sentido inverso ao tráfego, hesito se não devo ir ao Celeiro da Patriarcal ver uma exposição de desenho de humor ou se devo ir diretamente para a Fábrica das Palavras, decidi prontamente por este itinerário porque a nova biblioteca, inaugurada em 2014, está junto do Passeio Ribeirinho, beija o Tejo e sugere que se volte em breve para ir a passear pelo menos até Alhandra, sempre com a campina exuberante, terreno fértil ali não falta. E fui maravilhar-me com a obra do arquiteto Miguel Arruda. Ora vejam.
Pus-me à varanda a ver o Tejo correr para o oceano, já congemino novo passeio, ainda tenho uma exposição do desenhador de humor António para ir visitar, chama-se entrelinhas. Como escreveu Arnaldo Saraiva a propósito deste desenhador que é presença permanente do Expresso: “As produções de António mostram bem que nenhum rosto é o que julgávamos ver ou desejávamos ver; há sempre um desconhecido ou um estranho onde julgávamos encontrar o familiar e o ‘normal’. E o que surpreendemos nos outros talvez seja o que ainda não surpreendemos em nós”. Saio da Fábrica das Palavras e contemplo este Álvaro Guerra de quem não me importaria vir um dia aqui falar da sua literatura da Guerra da Guiné, de que foi mestre e esteve entre os primeiros dos primeiros a descrever a tragédia que nós vivemos e que não esquecemos.
A luz começa a empalidecer, está na hora de regressar, desta feita despego-me do lado do Tejo, e o comboio depois inflete para Roma-Areeiro, sei que vou voltar depressa, e com muito prazer.
Fernando Pessoa
Álvaro Guerra
Álvaro Guerra a contemplar o Tejo, sempre com um sorriso
____________

Nota do editor

Último poste da série de 27 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21952: Os nossos seres, saberes e lazeres (438): De Manteigas para o Vale Glaciário do Zêzere (2): (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P21974: Álbum fotográfico de António Marreiros, ex-alf mil, CCaç 3544, "Os Roncos", Buruntuma, 1972, e CCaç 3, Bigene e Guidage, 1973/74 - Parte VI: O Ramadão (2/3)

 

Foto nº 6 > Um cego é conduzido ao local da cerimónia por um familiar ou vizinho


Foto nº 7 > O grupo dos homens



Foto nº 8 > O grupo das mulheres


Foto nº 9 > O almami conduz as orações (1)


Foto nº 10 > O almami conduz as orações (2)


Foto nº 11 > O almami conduz as orações (3)


Foto nº 12 > Fim da cerimónia ? Ao fundo, os rapazes que dispersam


Guiné > Região de Gabu > Buruntuma > CCAÇ 3544, "Os Roncos de Buruntuma" > 1972 > O Ramadão (2 e 3)

Fotos: © António Marreiros (2021). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum do  camarada António Marreiros [ a viver há quase meio século no Canadá (Victoria, BC, British Columbia).  ex- alferes miliciano em rendição individual na CCaç 3544, "Os Roncos", Buruntuma, 1972, e, meses depois, transferido para Bigene, CCaç 3, até Agosto 1974]... 

A sequência é relativa à festa do Ramadão, em Buruntuma, em 1972, e as cimco primeiras fotos já foram legendadas e comentads pelo Cherno Baldé, o nosso assessor guineense, que vive em Bissau, para as questões etnolinguísticas.

2. Legendagem do Cherno Baldé ao poste P21971 (*)

Caros amigos,

O António Marreiros postou mais uma série de excelentes fotos falantes sobre a comunidade de Buruntuma no ano de 1972, por ocasião da celebração do fim do mês sagrado do Ramadão.

A seu pedido, aqui vão os meus comentários [às fotos nºs 1, 2, 3, 4 e 5]



Foto nº 1

Um homem grande no seu traze de festa a caminho do local da celebração que normalmente se realiza no centro da aldeia debaixo de uma árvore, a mais importante, que tradicionalmente recebe este acto de submissão a Alá,  o criador, o benevolente e misericordioso, simbolizando a união e conc+ordia entre os habitantes da aldeia.

Em segundo plano e do lado direito vê-se um abrigo (bunker) contra flagelações e bombardeamentos de artilharia. Este tipo de abrigos feitos para protecção das populações civís existiam nas (fronteiras) zonas mais expostas as flagelações inimigas. Eram relativamente frescas durante o dia e insuportáveis durante a noite. Deviam ser limpos regularmente e bem resguardados sob pena de servir de covíl de cobras e outros répteis que abundam nas regiões tropicais. 

A parte de cima do bunker foi aproveitado para servir de celeiro para stock das reservas de alimentaçao (milho miúdo e sacos de arroz com casca ?) da familia.



Foto nº 2

A árvore da Manjanja (ou Mandjandja) em Crioulo, Tabâ(i) em mandinga e fula, foi o local escolhido para a realização da cerimónia. Os homens estão sentados debaixo da árvore e relaxados, esperando a hora da chegada do Almami (Chefe religioso) e o início da cerimónia que se realiza uma vez por ano após o periodo do Ramadâo (jejum de 30 dias consecutivos, das 5h00 as 7h30). 

A organização da mesma está hierarquizada, tendo na frente os homens, depois o grupo das dos rapazes e criançasem,  seguindo-se as mulheres à uma certa distância, As crianças às vezes misturam-se com o grupo das mulheres.



Foto nº 3 

O Almami (à  frente) e o grupo dos seus auxiliares (seguindo atrás),  a caminho do local da realizaçao da cerimónia, passam pelo grupo dos rapazes que estão sentados não atrás mas à frente das mulheres na ordem hierárquica da cerimónia de reza muçulmana que requer silêncio, calma e grande concentração.




Foto nº 4 

Duas mulheres grandes da aldeia em trajes de festa, aproveitam para os habituais cumprimentos e uma breve troca de palavras antes do início da cerimónia.

Foto nº 5 [em baixo, ao centro] :

Mostra a primeira fila do grupo das mulheres sentadas debaixo do sol e algo impacientes, à espera do inicio da cerimónia, aqui o sol fustiga e não há sombra. 

Em primeiro plano, uma mulher sentada numa pele de carneiro. As esteiras de bambu e as peles de carneiro eram largamente utilizadas antes do aparecimento das esteiras feitas de material polietileno.



Foto nº 5


Melhores cumprimentos,

Cherno Baldé


PS - Fizemos uma pequena correcção à legenda das Fotos nº 2 e nº 3: O grupo dos rapazes vem a seguir ao dos homens adultos e não atrás das mulheres...


2. Legendas complementares do Cherno Baldé às fotos deste poste (Ramadão, 2/3)


As legendas estão perfeitas, gostaria de acrescentar alguns elementos sobre as fotos nºs 10/11 e 12.

Nas fotos nº 10/11 podemos ver do lado direito do Almami, no chão, uma pedra e o bastão que ele trazia na mão que têm significado histórico e que evoca a ligação e herança cultural e religiosa dos Hebreus/Judeus. 

A pedra, na sua forma, simboliza o púlpito e no seu conteúdo sacramental invoca o tabernáculo ou Arca da aliança da religião hebraica e que na religião muçulmana é substituída pela mesquita como lugar sagrado. O bastão por sua vez simboliza o mesmo que Moisés recebeu do Deus no Egipto e graças ao qual conduziu o seu povo atravessando o Mar Vermelho para o Sinai.

No fundo o Ramadão é a repetição ritual e simbólica de uma tradição judaica. Logo a seguir a esta cerimónia vão realizar uma recitação de algumas horas, lendo e traduzindo na lingua local a história resumida da história e da tradição da religião desde os primórdios com Abraão até ao legado (Sunna) do Profeta Mohamed, revisitando outros Profetas importantes como o Moisés (Annab Mússa) e Jesus (Annab Issa, na versão islâmica).

Na foto nº 12, o grupo das crianças já se dispersou, pois a eles não interessa a parte litúrgica da recitação que demora algumas horas, hoje é dia de festa e é esse o espírito que os anima. Em casa vão tomar o pequeno almoço e preparar o carneiro que será sacrificado logo que a cerimónia é finda e que vai juntar toda a família.
_____________


sexta-feira, 5 de março de 2021

Guiné 61/74 - P21973: Blogues da nossa blogosfera (152): "Sempre renas", de JB [, José Belo]: o melhor blogue de fotopoesia da Lapónia sueca


"É uma casa... portuguesa ? /  Sim, dizem uns, outros, não, / Não se tem bem a certeza, / O dono é luso-lapão"... 

"È Belo, não Ruy, José / E de renas, criador, / E agora blogador /, Mas fala pouco... da Guiné"... 

"Diz que o mar o despejou. / E não é nenhuma facécia, / Neste reino da Suécia, / E  só por amor ficou"...

Foto: J. Belo (2020) (Com devida vénia...). Legenda: LG (2021)


1. Blogue Sempre renas, editado por JB desde fevereiro de 2021. 

O seu "perfil"! no Blogger traz poucas informações sobre o blogador Género: Male [, Masculino];  Indústria: Direito / Lei. Localização: Lappland / Sweden  - Key West / Florida / USA. 

Administrou em tempos o blogue "Lappland to Key West" [ ,Da Lapónia a Key West], que já não está "on line" ou em linha (*)... O mesmo aconteceu com o blogue "Merely... Lapland" [, Simplesmente... Lapónia]... 

Afinal, o régulo da Lapónia de vez em quando "desaparece", mas nunca se perde, tal como as suas renas e os seus cães... A última vez foi no ano de 2016... Andou um ano inteiro "desenfiado".... por razões que todos respeitamos (e temos que respeitar). (**)

Como em tempos escrevi, a presença aqui, na Tabanca Grande, de antigos camaradas como o José Belo, que representam  de algum modo a figura do marginal-secante  (o que intersecta dois mundos ou dois sistemas), é extremanete valiosa  e importante para todos nós, porque tem o mérito de nos alertar para (e, logo, ajudar a prevenir) o risco da criação, no nosso blogue, de um pensamento de grupo (em inglês, groupthink)... Ou, como se diz hoje em dia, "pensamento único"... 

Este fenómeno (grupal) tem sido estudado pelos cientistas sociais, incluindo os politólogos. Basicamente, ocorre em grupos demasiado homogéneos e coesos (como são por exemplo, os "homens do Presidente", o "comité central" de certos partidos políticos,  os grupos de combate de forças especiais, e até os ex-combatentes, de um lado e do outro das guerras, como a guerra do ultramar / guerra colonial )... 

Os membros do grupo tendem a minimizar os conflitos interpessoais, a existência de diferentes perspectivas e opiniões, valorizando o consenso a todo o custo, forçando o unanimismo, passando por cima, escamoteando, branqueando, ignorando, criticando  e, em última análise, proibindo e eliminando as saudáveis divergências individuais, ou seja, a necessária e desejável pluralidade de opiniões, valores, percepções, experiências, vvências, informações,  conhecimentos...

Em situações-limite, como a frente de batalha, a coesão grupal e o "espírito de corpo" são fundamentais. Mas o pensamento de grupo pode ter (e tem) consequências disruptuvas e negativas, a nível psicossocial e cognitivo: a pressão para a conformidade e o alinhamento ideológico e comportamental levam, muitas vezes ou quase sempre, à perda de criatividade individual, ca capacidade crítica, da idiossincrasia de cada um, da autonomia, da liberdade de pensamento e de expressão, e infelizmente também à radicalização do discurso e à violência verbal contra o "outro" que não pensa como "nós"... Veja-se como as "igrejas" (religiosas ou laicas) lidam com o fenómeno da "dissidência"...

Tem-se visto isso mais recentemente, seja a propósito da morte de um bravo mas controverso combatente, seja a propósito de  símbolos (como as estátuas e outros signos) das nossas cidades, relacionados  com a colonização/descolonização.

Em suma, muitas decisões (políticas, militares, económicas...) acaba(ra)m em "desastre" devido possivelmente a este fenómeno do "pensamento de grupo". 



2. Dito isto, saudo o regresso do blogue da Tabanca da Lapónia, agora rebatizado "Sempre renas"... 

http://semprerenas.blogspot.com/

O nosso régulo da tabanca de um homem só (, tendencialmente aristocrática, mas "agora aberta ao povo" (**) , que se protege  dso efeitos letais  da solidão com o melhor da natureza da Lapónia sueca e da literatura em português e em sueco...  

Não esconde quais são alguns dos seus preferidos, poetas, escritores, pensadores: Fernando Pessoa, Ruy Belo, Augusto Strindberg, Nils Ferlin e o próprio J. Belo ... Autores por onde perpassa a alegria e o absurdo da vida, sob a "pele" do humor,  do sarcasmo  e da auto-ironia... mas também a procura das suas raízes existenciais mais fundas, sem esquecer a pátria / mátria / fátria, afinal lá tão perto e cá tão longe... e com quem mantém uma relação de amor-ódio, como qualquer bom português da diáspora, desde há séculos (de Camões a Jorge de Sena, do Padre António Veira ao Marquês de Pombal, de Sanches Ribeiro a Fernando Pessoa, de Amadeu Sousa Cardoso a Paula Rego, só para falar de alguns "estrangeirados")...

Citando Ruy Belo (, não são primos, não senhor...), o J. Belo escreve: 

"O meu país ?... O meu país é o que o mar não quer".

Daí os títulos dos postes, ou as legendas das fotografias,... São pedaços de versos, verdadeiras pérolas do pensamento sincrético,  que ele vai buscar ao seu poemário... 

Daí eu chamar-lhe um blogue de fotopoesia, em português, do melhor que há na Lapónia, editado por um luso-lapão que faz gala em dizer, sem nunca se queixar ou reclamar, que o vizinho mais próximo está a escassas 3 centenas de quilómetros:

"As casas vestem os silências das noites".......Home sweet home !


"No meu País ? No meu País não acontece nada... Todos temos uma janela para o mar voltada"  


"Amo infinitamente o finito"


Enfim, um blogue que faz muita falta à nossa blogosfera e... à nossa "higiene mental". (***).

PS - Curiosamente, o José Belo é autor de uma série a que eu dei o título, que ele provavelmente detesta desde o início, mas ficou assim grafado: "Da Suécia com saudade"... Acontece que eu nunca lhe vi, escrita, a palavra "saudade", demasiado "lamechas" para o seu gosto "assuecado"...(Afinal, 40 anos de diáspora, ou de auto-exílio,  em cima do lombo de um português é muito ano...).
_______________


(...) A ideia inicial (e como tal funcionou até aqui) da Tabanca da Lapónia,foi a de dar notícias sobre a Guiné aos inúmeros ex-cooperantes Suecos, Noruegueses e Dinamarqueses, que continuavam interessados, e nostálgicos, quanto à sociedade guineense, como nós, ex-combatentes, ainda e sempre ( tão estranhamente, pelas condições subjacentes) ligados, e amigos sinceros da Guiné-Bissau e dos seus Povos.

A evolucao político-social no país, com um sempre crescente domínio militar, falta de liberdades reais, aliados a uma corrupção galopante, a somar-se à crescente influência dos cartéis internacionais da droga, cada vez mais infiltrados em todos os níveis do poder local, têm criado imagens muito negativas nos meios informativos escandinavos. Criou-se grande desilusão e desinteresse entre muitos, mesmo os que vinham a auxiliar a Guiné desde o início dos anos 60.

Perante tudo isto, e tendo em conta inúmeros E-mails locais por mim recebidos, foi decidido modificar o rumo "editorial" da http://www.lapplandkeywest.com/, voltando-se agora para um diálogo mais prioritário para com o nosso querido Portugal. (...)

(**) Vd. poste de 21 de dezembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16860: O nosso querido mês de Natal de 2016 e Ano Novo de 2017 (11): Joseph Josephsson, aliás J. Belo, o régulo (e único tabanqueiro) da Tabanca da Lapónia...

(****) Último poste da série > 28 de fevereiro de  2021 >Guiné 61/74 - P21957: Blogues da nossa blogosfera (151): Jardim das Delícias, blogue do nosso camarada Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 (61): Palavras e poesia

Guiné 61/74 - P21972: Esboços para um romance - II (Mário Beja Santos): Rua do Eclipse (42): A funda que arremessa para o fundo da memória

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 24 de Fevereiro de 2021:

Queridos amigos,
Sobre aqueles tempos duros de final de setembro e até novembro, a feita cronista da sua comissão na Guiné, a bem amada Annette, faz perguntas para ela obscuras, uma delas tem a ver com a alimentação, como comem, em que condições se cozinha, não há uma só referência a frutas e legumes, observa ela. Paulo dá justificações, a da fruta é mais simples, come-se em conserva ou fruta da região, não é por acaso que ele continua a ser um consumidor compulsivo de papaias. Há igualmente que explicar que a época das chuvas tudo transtorna, gente doente com malária e com líquenes, gente que se arrasta para o posto de sentinela, houve um colapso nervoso de um grande colaborador, ainda hoje Paulo se sente responsável por ter sido negligente, mau observador. E está uma mudança em curso, o Comando de Bambadinca aceitou a transferência do pelotão de caçadores, o régulo está furioso, tem sérias reticências quanto a quem vem, tudo se resolverá com diálogo. E estamos na véspera de um pequeno cataclismo, antes disso uma rudimentar armada do PAIGC vai ser destruída à bala, e bem camuflada no tarrafo ela se encontrava.

Um abraço do
Mário


Esboços para um romance – II (Mário Beja Santos):
Rua do Eclipse (42): A funda que arremessa para o fundo da memória


Mário Beja Santos

Mon adorée, agradeço profundamente a tua carta e a importante questão que me pões para as decisões que tomemos no futuro. Dou aulas às segundas-feiras, depois começam as férias da Páscoa, meti dias de férias no meu trabalho, quarta e quinta-feira, espero que faças férias também na semana seguinte, tenho regresso marcado para quarta-feira. Viajo terça-feira à noite, confesso-te que levo trabalho, dois diretores da Associação Europeia de Consumidores estão disponíveis, reuniremos na terça-feira depois da Páscoa. Concordo contigo, com a meteorologia tão adversa sugiro passeios à volta da capital, tive a ler no Michelin o número impressionante de pequenas vilas, sobretudo no Brabante flamengo, tens luz verde para elaborar um roteiro de pequenos passeios, sabemos de antemão que os museus estarão fechados de sexta a domingo, basta que haja uma nesga de sol daremos passeios. Comprei as lembranças que me pediste para os teus filhos e no aeroporto adquirirei as vitualhas para pôr na mesa o almoço do domingo de Páscoa.

Pedes-me mais informações sobre todo o período que antecede a nossa partida do Cuor para Bambadinca, dizes-me estar intrigada por eu nunca falar na alimentação. Annette, ela foi por vezes um suplício para nós incompreensível. É evidente que naquela atmosfera de guerra e na proliferação de tantos destacamentos, não tinha lógica nenhuma suspirarmos, pela alface, tomate, pepino, agriões, couves, enfim, fruta e legumes fresquíssimos. Não havia na época processos de transporte de ultracongelados, os nossos frigoríficos no mato funcionavam a petróleo, não havia condições de congelar na perfeição, assunto naturalmente arrumado. Mas era inaceitável toda aquela dieta de conservas, buscávamos soluções como comprar aos caçadores carne de gazela ou de porco do mato, para nossa surpresa era possível adquirir na manutenção caixas do melhor bacalhau, vinha mesmo da Noruega, havia as barricas com carnes salgadas, os chouriços e as salsichas, compravam-se galinhas, excecionalmente peixe de rio. Quando cheguei a Missirá, logo o primeiro jantar me deu náuseas, um arroz espapaçado e frango ensanguentado, pretextei problemas de estômago, desforrei-me com leite achocolatado holandês e trinquei umas bolachas. Verificando as ementas pindéricas, a rotina do esparguete com salsichas, como tínhamos dois cozinheiros, Quebá Sissé e Umaru Baldé, pedi na cozinha de Bambadinca que eles fossem ali estagiar, obviamente um de cada vez, e que os apoiassem com informações de aproveitamentos de todos os recursos locais. Aliás, fizeram-se obras na cozinha, a chamada messe foi cimentada, fez-se um armário adequado para guardar a loiça, os talheres e os copos, nunca tive coragem de perguntar a quem me antecedeu como aceitavam comer em condições tão degradantes, era para mim ininteligível aquele desleixo. A dieta melhorou, mas tínhamos outro elemento hostil: ou a época das chuvas ou as viaturas avariadas. Estarás recordada de eu ter escrito que nos deram um barco sintético que transportava mercadorias desde o porto de Bambadinca até a um local chamado Gã Gémeos, aqui uma viatura transportava bidons, sacos e caixas até Missirá. O abastecimento de Finete também me preocupava quando havia viaturas variadas, recorria-se a uma solução drástica, transporte de petróleo em jerricãs, repartia-se o arroz que era transportado à cabeça, e o mesmo tipo de transporte que utilizava para as munições.

Não te esqueças que fizemos um forno, estava já pronto antes do Natal de 1968, foi ali que se prepararam os cabritos e o arroz que se serviu no dia de Natal a toda a população, depois foi a nossa festa de militares, longas mesas onde conviveram os caçadores nativos e os milícias. Tivemos um padeiro exímio, Jobo Baldé, fazia carcaças de excelente qualidade, montou mesmo um negócio particular, autorizei-o, e confesso-te que fiz bem, a população de Missirá passou a comer pão fresco, exigi preços abordáveis, o Jobo aceitava mesmo encomendas da população de Finete, em termos de segurança para nós até era bom, vinham civis armados com uma secção de milícias e regressavam com sacos à cabeça, a rescender bons cheiros.

Aos pequenos-almoços havia café com leite condensado, eu preferia beber chá príncipe, se possível pão fresco com talhadas de marmelada, sempre me repugnou o gosto da margarina. Eu satisfarei quaisquer outras dúvidas que te suscite a nossa alimentação. Quando a bolanha de Finete estava completamente alagada, o barco sintético com o motor em baixo, a prioridade absoluta era para as munições. E daí aquela tragicomédia de termos estado mais de um mês a pé de porco em barrica com o feijão-verde em conserva e para beber as águas Perrier e Evian.

Tu próprio reconheces que o final de setembro e o mês de outubro e a partida em novembro para Bambadinca é dos períodos mais amargos da minha vida na Guiné: a perda de efetivos, o número crescente de doentes, sobretudo com paludismo, a convocação para operações que me obrigava a malabarismos, pondo gente doente na vigilância noturna ou convocando milícias de Finete para os patrulhamentos diários a Mato de Cão, onde cheguei a ir com quinze homens, aquelas estranhas flagelações de fim de tarde, até Finete não foi poupada, mas desta feita com uma flagelação a sério, pois a reivindicação, que sempre reconheci como legítima, do pelotão de caçadores apelar a uma mudança, desde 1966 que andavam no mato, começaram em Porto Gole, depois em Enxalé e desde 1967 em Missirá. Como tu deves supor, eu passo os olhos nos documentos e nos aerogramas que te mando, questiono-me como era possível aquela vida em carrossel agarrar-me ainda às questões administrativas, e dispor de tempo para escrever e ler. O colapso nervoso do furriel Casanova pesou-me muito e nunca me furtei intimamente da responsabilidade de ter negligenciado o seu definhamento. Sentindo a sangria dos efetivos, fui mandando documentos cada vez mais aflitivos para os Comandos de Bambadinca. Pedi e fui compensado, no encontro com o novo comandante de Bambadinca ele informou-me que a partir do início de outubro uma nova unidade colocada ali, a Companhia de Caçadores N.º 12, passaria a ir regularmente a Mato de Cão. E chegou outra boa notícia, iríamos ser substituídos em finais de outubro pelo Pelotão de Caçadores Nativos N.º 54, e havia igualmente a decisão de manter dois pelotões de milícia completos em Missirá e Finete. O régulo do Cuor não gostou da notícia da mudança e, entretanto, fui convocado para um reconhecimento aéreo pelo major de operações, iríamos vasculhar minuciosamente as margens do rio Geba entre Bambadinca, Ponta Varela e São Belchior, havia notícia de que grupos do PAIGC viajavam de piroga até aos Nhabijões, ora se houvesse essa armada primitiva tínhamos que saber onde se posicionava e destruí-la. É um episódio longo, já é muito tarde, parei o relato antes de partir, as saudades são imensas e quero responder inequivocamente ao que me perguntas se podemos viver em Bruxelas e em Lisboa. Iremos falar demoradamente nas nossas férias, abrir caminho para a melhor solução. Percorro a tua bela cidade a palmo, nela sinto-me em casa, não tenhas qualquer dúvida. Sei perfeitamente que tu aprecias Lisboa, mas sugiro que venhas cá mais vezes para te aperceberes se aqui te sentes bem, como eu desejaria tanto. E falaremos francamente dos assuntos financeiros, como tu também tenho que ajudar os meus filhos, como tu gosto muito da minha profissão, e como tu vivo em arrebatamento e quero a companhia de quem amo, entendo que é mérito irrecusável, justifica uma solução de que não nos possamos arrepender, a partir do momento em que adquirimos o estatuto de reformado, nada voltará a ser como dantes. Confio na nossa boa decisão, iremos tomá-la. E com carinho neste momento as minhas mãos percorrem as linhas do teu rosto e te beijo com tanto ardor. Bien à toi, Paulo.
Igreja de São Nicolau, sempre me surpreendi, ao longo das décadas, com esta reminiscência das práticas medievais de adossar espaços comerciais a um templo religioso, este tem um peso carismático, sofreu muito com os bombardeamentos decretados por um general de Luís XIV, encerra relíquias do Santo, e não desgosto das suas linhas barrocas severas no seu interior.
Relíquias de São Nicolau, uma bela peça de ourivesaria de trabalho em ouro
É para mim a imagem mais significativa da Igreja de São Nicolau, este Cristo de outras eras a quem não poucas vezes agradeci a Sua misericórdia e as benesses que me tem concedido ao longo da vida
Quantas vezes sinto a falta destas casas de livros e discos usados onde vivi não sei quantas centenas de horas de êxtase, depois fui aprendendo a moderar-me com o peso da papelada transportada de comboio e de avião, e com a consagração dos voos low cost mais moderado me tornei, embora tenha recorrido a manhas como levar gabardine no verão e encher os bolsos até me tornar no mais obeso dos passageiros
Como esquecer estes encontros súbitos com vestígios do passado, houvera igreja, nunca apurei se foram canhões franceses ou alemães que a derribaram, restou esta imponente torre, e sempre que percorre esta artéria aqui me deixou especar, está na praça de nome Santa Catarina, a igreja é do século XIX a imitar o gótico, diga-se em abono da verdade que é um tanto intragável, mas a torre e põe o seu orgulho de incompletude, é o que resta do que já foi grande
Chama-se Sala Henry Le Boeuf, inaugurada em 1929, daquele palco agradeceram as palmas Serge Prokofiev, Igor Stravinski, Louis Armstrong, Maria João Pires e os Madredeus. É o auditório mais famoso de Bruxelas, aqui escutei desde Rinaldo Alessandrini e o seu conjunto Concerto Italiano e Jordi Savall, a sua mulher a cantora Montserrat Figueras e o Hespèrion XXI
____________

Nota do editor

Último poste da série de 26 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21950: Esboços para um romance - II (Mário Beja Santos): Rua do Eclipse (41): A funda que arremessa para o fundo da memória

Guiné 61/74 - P21971: Álbum fotográfico de António Marreiros, ex-alf mil, CCaç 3544, "Os Roncos", Buruntuma, 1972, e CCaç 3, Bigene e Guidage, 1973/74 - Parte V: O Ramadão (1)



Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4


Foto nº 5

Guiné > Região de Gabu > Buruntuma > CCAÇ 3544, "Os Roncos de Buruntuma" > 1972 >
O Ramadão (1)





1. Mensagem de camarada António Marreiros [ a viver há quase meio século no Canadá (Victoria, BC, British Columbia), ex- alferes miliciano em rendição individual na Companhia CCaç 3544, "Os Roncos", Buruntuma, 1972, e, meses depois, transferido para Bigene, CCaç 3, até Agosto 1974]:


Data - 23/02/2021, 18:29
Assunto - Álbum fotográfico. Buruntuma (1)

Amigos,

Todos os dias dou uma olhadela ao blog e também dei uma gargalhada com a história do frango que voou e a vida no hospital de Bissau...Ainda bem que nunca tive de lá ficar.Visitei amigos hospitalizados e na altura deixou-me pouco desejo de lá voltar...

Tenho um grupo que fotos que o Cherno Baldé talvez possa acrescentar mais importantes detalhes sobre os trajes e cerimónias do Ramadão. Na altura não sabia nada sobre os costumes muçulmanos!

Aqui os dias de inverno vão dando lugar a sinais de primavera mas muito devagar. Para usar o tempo vou aprendendo e conversando italiano com outros “estudantes” espalhados pelo mundo graças ao Zoom e outras plataformas e assim não me sinto tão isolado.

Que continuem todos bem!
Um abraço
Antonio Marreiros (Canada)
__________

Nota do editor:

Guiné 61/74 - P21970: Parabéns a você (1939): Gil Moutinho, ex-Fur Mil Piloto DO e T6 da FAP (BA 12, Bissau, 1972/73)

____________

Nota do editor

Último poste da série de 27 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21951: Parabéns a você (1938): Luís Cardoso Moreira, ex-Alf Mil Sapador da CCS/BART 2917 e BENG 447 (Nova Lamego, S. Domingos e Bissau (1967/69)

quinta-feira, 4 de março de 2021

Guiné 61/74 - P21969: Fotos à procura de... uma legenda (145): às vezes, é tudo uma questão de perspe(c)tiva... Será ?

I

Itália > Florença > Março de 2006 > David, homem, não saias do banho... sem a toalha! 

Réplica (, de 1873,)  da escultura original de David,  por Michelangelo (, datada de 1501-1504), em frente ao Palazzo Vecchio, na Piazza della Signoria,   


Itália > Pisa > Setembro de 2005 > Este fim de semana fui a Pisa, 80 km de Florença, numa pasteleira sem travões

A torre de Pisa, com cerca de 57 m de altura  (datada de 1174). é um ícone de Itália. Depois de longos trabalhos de estabilização, a sua inclinação é agora de 3,99 graus.


Fonte: cortesia de João Graça, blogue arriverdesci portogallo (2005/2006) (com a devida vénia). 

Fotos (e legendas): © João Graça (2021). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


perspectiva

perspectiva | n. f.
3ª pess. sing. pres. ind. de perspectivar
2ª pess. sing. imp. de perspectivar

pers·pec·ti·va |èt|

nome feminino

1. Arte de figurar no desenho as distâncias diversas que separam entre si os objectos representados.

2. Pintura no fim de galeria ou de alameda de jardim para iludir a vista.

3. Aspecto dos objectos vistos de longe.

4. Panorama, vista.

5. Aparência.

6. Esperança.

7. Receio.

8. Previsão.

ter em perspectiva
• Esperar, contar com, ter como provável, obter.

• Grafia alterada pelo Acordo Ortográfico de 1990: perspetiva.

"perspectiva", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/perspectiva [consultado em 04-03-2021].
______________