Do Blogue Jardim das Delícias, do Dr. Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547/BCAÇ 1887, (Canquelifá e Bigene, 1966/68), com a devida vénia, reproduzimos esta publicação da sua autoria.
O JARDIM QUE EU FIZ
ADÃO CRUZ
© ADÃO CRUZ
O jardim que eu fiz
tinha água sonhos e sol.
O jardim que eu fiz
tinha noites de lua cheia.
Não tinha palavras carnívoras
nem ratos comedores da razão.
Os dedos tocavam as flores…
sem perigo.
O dia nascia
e da noite vinha uma promessa de eterno deleite.
A lua deitava-se suavemente no teu regaço
como desejo contido
que sempre haveria de florir
no jardim que fiz um dia.
E os dedos tocavam as flores que se abriam de prazer.
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Nota do editor
Último poste da série de 21 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21928: Blogues da nossa blogosfera (150): Jardim das Delícias, blogue do nosso camarada Adão Cruz, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 1547 (60): Palavras e poesia
1 comentário:
Caro poeta Adão Cruz
Aqui vai então um pequeno comentário, coisa que, sendo poesia, é coisa mais rara em mim.
E é para dizer que entendo (acho eu) que este poema, mais que representar uma "ideia" de jardim, é mais um "desejo" de jardim, um desejo que as coisas sejam assim.
Claro que a realidade, a crua realidade, teima em impor a sua fealdade às coisas mas se não forem os poetas como é que poderemos "sonhar" com a perfeição, com a esperança?
Vivam os poetas!
Hélder Sousa
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