Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Guiné 63/74 - P12362: Convívios (551): I Encontro dos "Errantes" da 3.ª Companhia do BCAÇ 4615/73 (Bassarel, 1973/74), acontecido no passado dia 8 de Setembro de 2013 em Lamarosa (António Tavares Oliveira)
1. Mensagem do nosso novo camarada António Manuel Tavares Oliveira (ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4615/73, Bassarel, 1973/74), com data de 28 de Novembro de 2013:
Amigo Luís Graça
Mais uma luta vencida.
Consegui reunir as minhas tropas.
Levámos a efeito o nosso primeiro Encontro, no passado dia 08 de Setembro de 2013, na Quinta do Sobreiro, Lamarosa, que juntou 41 "Errantes".
Foi um dia memorável, que começou com a concentração, identificação dos presentes, missa e depois o chamado grande convívio, com as pernas debaixo da mesa.
Fomos 91 pessoas reunidas, umas mais comovidas do que outras, mas verificamos que todos e todas ficaram maravilhados com o reencontro.
Dizia uma esposa "realmente não fazia ideia do sentimento que vocês têm uns pelos outros. Vi lágrimas nos olhos de alguns de vocês".
Ficou já agendado o próximo encontro, para o qual já estou a trabalhar e já temos mais gente pronta a avançar.
Agradeço que coloques a foto do I Encontro da 3.ª Companhia do BCAÇ 4615.
Um abraço e até breve
António Tavares
____________
Nota do editor
Último poste da série de 27 DE NOVEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12350: Convívios (550): Almoço de Natal da Tabanca dos Melros, dia 14 de Dezembro, na Quinta dos Choupos, Fânzeres - Gondomar
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Guiné 63/74 - P10035: In memoriam (119): 11 militares (10 da CCAÇ 16 e 1 da 3ª C/BCAÇ 4615) e um número indeterminado de civis, mortos na emboscada de 22/4/1974, na estrada Bachile-Cacheu (José Joaquim Rodrigues / Bernardino Parreira)
Página de rosto do blogue Gotas d' Água... O autor, J.J. Rodrigues, assina-se com o pseudónimo o Gota d' Água, e tem perfil no Blogger desde novembro de 2006... Possui diversos blogues ligados às coisas e às gentes da sua terra (Conceição, Faro)... Diz-se um contador de histórias, "algumas rimadas, outras apenas prosadas, mas todas imaginadas", e onde "qualquer semelhança com situações reais é (im)pura coincidência", pelo menos "até ver"...
Sabemos que se trata de um camarada, ex-fur mil, que pertenceu à 3ª C/BCAÇ 4615/73 (, batalão sediado em Teixeira Pinto),tendo deixado um comentário no poste P4267, de 29 de abril de 2009:
"Olá, amigos. Há algum tempo que sigo o blogue e a página sobre a Guiné, uma vez que também sou um antigo combatente na Guiné. Tentei encontrar notícias do meu Batalhão 4615, que em 73/74 esteve na zona de Teixeira Pinto. Se por acaso algum camarada, desse batalhão, ler este comentário agradeço que me mande uma mensagem para o e-mail: jlrodrigues.22@gmail.com. Um abraço, J.J. Rodrigues".
Depois de diversos mails trocados com o nosso camarada Bernardino Parreira, que vive em Faro e que foi fur mil na CCAÇ 16 (1972/73), descobrimos que se trata do José Joaquim Rodrigues a quem saudamos e convidamos a integrar a Tabanca Grande.
Desta companhia, a 3ª C/BCAÇ 4615, já temos entre nós o António Tavares Oliveira, também ex-fur mil, e que vive em Vila Nova de Gaia. Diz-nos que esteve no TO da Guiné entre Out de 1973 e Set de 1974. O batalhão era conhecido como o Pifas.
Caro amigo [António] Branco
Esta tua crónica demonstra bem a forma como a Guerra evoluiu na zona de Bachile/Teixeira Pinto, entre 1972/73/74. Pelo que se sabe, o poderio militar do PAIGC passou a estar muito acima do que dispúnhamos. O que até ao fim de 1972 parecia ser uma zona "calma", com o perigo à espreita, visto o aquartelamento de Bachile se situar a pouca distância da residência do IN (Caboiana), passou a ser, nos fins de 1972 princípio de 1973, mais um ponto nevrálgico da guerra.
Um grande abraço
Bernardino Parreira
CCAÇ 16
Bachile, 1972/1973
Esta tua crónica demonstra bem a forma como a Guerra evoluiu na zona de Bachile/Teixeira Pinto, entre 1972/73/74. Pelo que se sabe, o poderio militar do PAIGC passou a estar muito acima do que dispúnhamos. O que até ao fim de 1972 parecia ser uma zona "calma", com o perigo à espreita, visto o aquartelamento de Bachile se situar a pouca distância da residência do IN (Caboiana), passou a ser, nos fins de 1972 princípio de 1973, mais um ponto nevrálgico da guerra.
Após o meu regresso [à metrópole], em Março de 1973, tive conhecimento da morte de muitos camaradas da CCAÇ 16, bem como de elementos da população civil, na sequência de ataques do PAIGC. Seria pertinente, para ajudar a escrever a História desta Guerra, que os ex-combatentes que testemunharam, de alguma forma, estes episódios os divulgassem. (*)
Por acaso, encontrei na Internet o testemunho de um meu conterrâneo, de Faro, autor e editor do Blogue "Gotas d' Água", que se refere, precisamente, a um episódio de guerra na zona de Bachile, que vem confirmar, em parte, a justeza desta tua crónica. Dada a falta de espaço, irei transcrever a seguir o relato que encontrei no Blogue "Gotas d'Água".
Um grande abraço
Bernardino Parreira
CCAÇ 16
Bachile, 1972/1973
2. Histórias de guerra VII > Bachile
Reprodução. com a devida vénia, do Blogue Gotas d'Água > 29 de setembro de 2007 > Histórias de guerra VII [,José Joaquim Rodrigues, ex-fur mil, 3ª C/BCAÇ 4615/73, Bachile e Bassarel, 1973/74]
Zona muito perigosa, situada a meio caminho entre Teixeira Pinto e Cacheu, no Bachile estava sedeada uma Companhia de guerreiros operacionais guineenses que operava os Obuses. Nesta Companhia estavam também alguns guerreiros graduados, naturais da metrópole. [Referência à CCAÇ 16].
Mesmo encostada ao Bachile ficava a misteriosa Caboiana, mata onde se sabia existir um quartel-general dos "turras”, nome assustador pelo qual designávamos os guerreiros inimigos; pelo seu lado, eles vingavam-se chamando-nos “tugas” mas que afinal viemos a saber apenas queria dizer “brancos”.
Na recepção, os “velhinhos” logo tentaram matar-nos de susto, exagerando no seu comportamento, mais parecendo acabados de sair do manicómio do que verdadeiros guerreiros. Relataram-nos com exagerados detalhes os sucessivos ataques sofridos ao arame, isto é, junto à vedação exterior do aquartelamento. Segundo afirmavam, os turras não os deixavam dormir ou descansar porque os confrontos eram quase diários. Viver mais de dois anos naquela situação, tinha-os deixado em estado de semi-loucura!
Tanto ronco tinha-os deixado cacimbados! (tanta festa tinha-os deixado malucos!)
Instalámo-nos como pudemos, iniciando de imediato este inevitável esforço de guerra. Agora, em pleno teatro de guerra, todas as operações eram feitas com grande cuidado, devido ao enorme risco que as envolvia.
Felizmente enquanto permanecemos no Bachile não houve qualquer confronto com os guerreiros inimigos, embora por vezes pressentíssemos a sua presença espiando os nossos movimentos.
Finalmente para nosso alívio, chegou o dia de abandonarmos o Bachile. Deixaríamos um grupo em Churobrique e outro em Chulame, indo o resto da Companhia [3ª C /BCAÇ 4615], incluindo o guerreiro do sul [, José Joaquim Rodrigues, o autor do relato], instalar-se em Bassarel, zona teoricamente um pouco mais calma.
No Bachile, mais um pequeno incidente com o guerreiro do sul que aqui "apanhou o paludismo" tendo levado a famosa "injecção de cavalo” o que lhe valeu um enorme inchaço na anca e a perna direita toda apanhada. Pudera, as injecções eram doses para as referidas cavalgaduras, não para humanos, mesmo que guerreiros. Mas o fim justifica o meio e o paludismo foi gradualmente desaparecendo, para alívio do guerreiro do sul.
Na recepção, os “velhinhos” logo tentaram matar-nos de susto, exagerando no seu comportamento, mais parecendo acabados de sair do manicómio do que verdadeiros guerreiros. Relataram-nos com exagerados detalhes os sucessivos ataques sofridos ao arame, isto é, junto à vedação exterior do aquartelamento. Segundo afirmavam, os turras não os deixavam dormir ou descansar porque os confrontos eram quase diários. Viver mais de dois anos naquela situação, tinha-os deixado em estado de semi-loucura!
Tanto ronco tinha-os deixado cacimbados! (tanta festa tinha-os deixado malucos!)
Instalámo-nos como pudemos, iniciando de imediato este inevitável esforço de guerra. Agora, em pleno teatro de guerra, todas as operações eram feitas com grande cuidado, devido ao enorme risco que as envolvia.
Felizmente enquanto permanecemos no Bachile não houve qualquer confronto com os guerreiros inimigos, embora por vezes pressentíssemos a sua presença espiando os nossos movimentos.
Finalmente para nosso alívio, chegou o dia de abandonarmos o Bachile. Deixaríamos um grupo em Churobrique e outro em Chulame, indo o resto da Companhia [3ª C /BCAÇ 4615], incluindo o guerreiro do sul [, José Joaquim Rodrigues, o autor do relato], instalar-se em Bassarel, zona teoricamente um pouco mais calma.
No Bachile, mais um pequeno incidente com o guerreiro do sul que aqui "apanhou o paludismo" tendo levado a famosa "injecção de cavalo” o que lhe valeu um enorme inchaço na anca e a perna direita toda apanhada. Pudera, as injecções eram doses para as referidas cavalgaduras, não para humanos, mesmo que guerreiros. Mas o fim justifica o meio e o paludismo foi gradualmente desaparecendo, para alívio do guerreiro do sul.
Nesta breve referência ao Bachile, cabe aqui o relato de um grave incidente de guerra, ocorrido poucos meses após a nossa saída, no qual foram intervenientes o nosso grupo de Churobrique, um grupo do Bachile, um grupo de combate da 2ª.Companhia e os Fiats da Força Aérea, para além dos guerrilheiros inimigos.
Pelo meio cerca de cinquenta civis que, não tendo directamente a ver com a guerra, só porque naquele momento estavam a trabalhar para as nossas tropas, foram dura e barbaramente castigados.
Uma manhã, o grupo de combate do Bachile [, CCAÇ 16,] fazia, como habitualmente, a escolta a uma Berliet com cerca de cinquenta trabalhadores civis que, havia uma semana, efectuavam trabalhos de “capinagem”, isto é, cortavam o mato que envolvia a estrada para o Cacheu. Atrás, com o objectivo de durante o decorrer dos trabalhos diários, fazer a segurança dos mesmos trabalhadores, seguia um Unimog, com o grupo de combate de Churobrique [3ª C/BCAÇ 4615].
Precisamente ao chegar ao local, onde iriam reiniciar os trabalhos, a pouco mais de quinhentos metros do Bachile, foram surpreendidos pelos guerrilheiros inimigos que, emboscados na mata, dispararam e lançaram uma grande quantidade de granadas.
De todas as mortes a lamentar, houve uma em particular que a todos causou ainda maior consternação e desespero. O furriel que chefiava a escolta, tinha recebido a notícia, há tanto tempo esperada, do fim da sua comissão de mais de vinte e oito meses de guerra. [Referência provável a Arnaldo do Nascimento Carneiro Carvalho]. Naquela manhã, que seria a última no Bachile, ofereceu-se (sem ter de o fazer) para chefiar a escolta, segundo as suas palavras, para fazer a despedida.
E fez, de forma dramática e definitiva! Na emboscada foi atingido em pleno abdómen por uma granada RPG que o destruiu, tendo morte imediata. Nem um único guerreiro daquela escolta sobreviveu nesta emboscada, assim como, todos os trabalhadores civis.
Os guerreiros de Churobrique, um pouco mais atrás, com vários feridos, quase não conseguiram reagir a este inesperado ataque. No entanto, de imediato recebem apoio da 2ª. Companhia que estava sedeada no Cacheu e dos Fiats da Força Aérea, o que fez com que os guerrilheiros inimigos retirassem rapidamente. Para trás não deixaram uma única baixa.
De todas as mortes a lamentar, houve uma em particular que a todos causou ainda maior consternação e desespero. O furriel que chefiava a escolta, tinha recebido a notícia, há tanto tempo esperada, do fim da sua comissão de mais de vinte e oito meses de guerra. [Referência provável a Arnaldo do Nascimento Carneiro Carvalho]. Naquela manhã, que seria a última no Bachile, ofereceu-se (sem ter de o fazer) para chefiar a escolta, segundo as suas palavras, para fazer a despedida.
E fez, de forma dramática e definitiva! Na emboscada foi atingido em pleno abdómen por uma granada RPG que o destruiu, tendo morte imediata. Nem um único guerreiro daquela escolta sobreviveu nesta emboscada, assim como, todos os trabalhadores civis.
Os guerreiros de Churobrique, um pouco mais atrás, com vários feridos, quase não conseguiram reagir a este inesperado ataque. No entanto, de imediato recebem apoio da 2ª. Companhia que estava sedeada no Cacheu e dos Fiats da Força Aérea, o que fez com que os guerrilheiros inimigos retirassem rapidamente. Para trás não deixaram uma única baixa.
Na perseguição, o grupo de combate da 2ª. Companhia avança pela mata sem qualquer meio de comunicação que pudesse indicar correctamente a sua posição aos Fiats da nossa Força Aérea e quase acaba sendo atingido pelo fogo amigo. Felizmente os pilotos não efectuaram quaisquer disparos, evitando assim agravar aquela situação que teve momentos de invulgar tensão, raiva e desespero!
Na retirada, os “turras” desapareceram, utilizando uma técnica de dispersão em pequenos grupos, sendo difícil saber exactamente para onde se dirigiam, uma vez que se ouviam disparos de zonas completamente diferentes e até opostas.
Ao fim de algum tempo, tudo termina num enorme silêncio de dor e de morte!
Na manhã seguinte quando o guerreiro do sul, integrando a coluna de Teixeira Pinto para Bissau, se preparava para iniciar a viagem, foi-lhe pedido que transportasse na sua Berliet alguns daqueles mortos, de entre os quais, o nosso infortunado furriel.
E assim se fez mais uma história de guerra, diferente e ao mesmo tempo tão igual a tantas outras que muitos camaradas guerreiros viveram. Nós estamos cá para as contar, mas infelizmente outros não tiveram tanta sorte!
Na retirada, os “turras” desapareceram, utilizando uma técnica de dispersão em pequenos grupos, sendo difícil saber exactamente para onde se dirigiam, uma vez que se ouviam disparos de zonas completamente diferentes e até opostas.
Ao fim de algum tempo, tudo termina num enorme silêncio de dor e de morte!
Na manhã seguinte quando o guerreiro do sul, integrando a coluna de Teixeira Pinto para Bissau, se preparava para iniciar a viagem, foi-lhe pedido que transportasse na sua Berliet alguns daqueles mortos, de entre os quais, o nosso infortunado furriel.
E assim se fez mais uma história de guerra, diferente e ao mesmo tempo tão igual a tantas outras que muitos camaradas guerreiros viveram. Nós estamos cá para as contar, mas infelizmente outros não tiveram tanta sorte!
Até outro dia, camaradas!
Fonte: Blog Gotas d'Água > 29 de setembro de 2007 > Histórias de guerra VII
[Há doze histórias de guerra neste blogue, relatando as (des)venturas do José Joaquim Rodrigues, ex-fur mil da 3ª C/BCAÇ 4615, por terras da Guiné: ver aqui o link]
3. Comentário(s) do Bernardino Parreira:
(i) O meu Bem Haja ao camarada que escreveu e publicou este texto na Internet, que, a dezenas de anos de distância, nos veio ajudar a perceber por que consta na listagem dos mortos na Guerra do Ultramar, na Guiné, o nome de 10 militares da CCAÇ 16, que perderam a vida em 22/04/1974.
Resta-me mencionar o nome dos 10 camaradas que perderam a vida no fatídico dia 22/04/1974, na sequência de um ataque do PAIGC, 3 dias antes da revolução do 25 de Abril que conduziria ao cessar fogo entre as duas partes envolvidas nesta guerra.
Albino Gomes da Costa, Fur Mil
Ambrósio Capambu Injai, Sold At
Arnaldo do Nascimento Carneiro Carvalho, Fur Mil
Carlos Gomes, Sold At
Luís da Costa, Sold At
Nulasso Albino Gomes, Sold At
Paulo Caiesta Tué Mendes, Sold At
Policarpo Augusto Gomes, Sold At
Samper Mendes, Sold At
Vicente Rodrigues, Sold At
(ii) Confrontado com a existência de um 11º morto, nesse dia e provavelmente no mesmo local, o Manuel Martins Lopes da 3ª C/BCAÇ 4615 (#), o Bernardino Parreiro respondeu-me o seguinte, em mail recente, de 14 do corrente:
(...) "É verdade, o meu amigo Policarpo [Gomes, o tal que fui visitar à prisão antes de regressar a São Domigos, e que pertencia ao seu pelotão] , juntamente com outros camaradas e amigos da CCaç 16, vieram a falecer tragicamente numa emboscada, 3 dias antes do 25 de Abril. Fiquei muito consternado ao ter conhecimento da sua morte, mas pormenores só os fiquei a saber, por acaso, quando vi o blogue do José Joaquim Rodrigues. Também aí faleceu outro grande amigo meu, o furriel Carvalho, que me dizia, quando eu parti de Bachile, ter o 'pressentimento que não regressaria vivo' e , ao que sei, morreu na véspera do regresso à Metrópole. São memórias muitos tristes, para os meus 63 anos.
"Quanto ao falecimento do Manuel Martins Lopes, da 3ª C/BCAÇ 4615 (**), nada sei, nem conheci, pois essa companhia passou por Bachile em data muito posterior à minha saida de lá. Mas se encontrar por aqui o José Joaquim, vou 'convidá-lo' a colaborar com esta Tabanca porque ele até tem jeito para escrever" (...).
(#) Lista dos mortos em combate no dia 22/4/1973 (Fonte: Liga dos Combatentes > Mortos no Ultramar > Guiné)
_______________
Notas do editor
(*) Último poste da série > 10 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9880: In Memoriam (118): A sã camaradagem e a vil emboscada, morreu o camarada Vasco Almeida (Vasco da Gama)
(**) BCAÇ 4615/73: Mobilizado pelo RI 16. Partida: 22/9/1973; regresso: 8/9/1974; sede: Teixeira Pinto, comandante: ten cor inf Nuno Cordeiro Simões.
A 1ª C/BCAÇ 4615/73 esteve no Cacheu; comandantes: cap mil cav Germano de Amaral Andrade; cap mil inf António Miguel Seabra Nunes da Silva; e cap mil inf cap mil inf Carlos José da Conceição Nascimento.
A 2ª C/BCAÇ 4615/73 esteve em Teixeira Pinto.Comandantes: cap mil inf cap mil inf António Miguel Seabra Nunes da Silva; alf mil inf José Carlos de Barros Moura; cap mil inf cap mil inf António Miguel Seabra Nunes da Silva.
E, por fim, a 3ª C/BCAÇ 4615/73 esteve em Bassarel. Comandante: cap mil inf Fernando Moura de Castro Felga.
[Há doze histórias de guerra neste blogue, relatando as (des)venturas do José Joaquim Rodrigues, ex-fur mil da 3ª C/BCAÇ 4615, por terras da Guiné: ver aqui o link]
3. Comentário(s) do Bernardino Parreira:
(i) O meu Bem Haja ao camarada que escreveu e publicou este texto na Internet, que, a dezenas de anos de distância, nos veio ajudar a perceber por que consta na listagem dos mortos na Guerra do Ultramar, na Guiné, o nome de 10 militares da CCAÇ 16, que perderam a vida em 22/04/1974.
Resta-me mencionar o nome dos 10 camaradas que perderam a vida no fatídico dia 22/04/1974, na sequência de um ataque do PAIGC, 3 dias antes da revolução do 25 de Abril que conduziria ao cessar fogo entre as duas partes envolvidas nesta guerra.
Albino Gomes da Costa, Fur Mil
Ambrósio Capambu Injai, Sold At
Arnaldo do Nascimento Carneiro Carvalho, Fur Mil
Carlos Gomes, Sold At
Luís da Costa, Sold At
Nulasso Albino Gomes, Sold At
Paulo Caiesta Tué Mendes, Sold At
Policarpo Augusto Gomes, Sold At
Samper Mendes, Sold At
Vicente Rodrigues, Sold At
(ii) Confrontado com a existência de um 11º morto, nesse dia e provavelmente no mesmo local, o Manuel Martins Lopes da 3ª C/BCAÇ 4615 (#), o Bernardino Parreiro respondeu-me o seguinte, em mail recente, de 14 do corrente:
(...) "É verdade, o meu amigo Policarpo [Gomes, o tal que fui visitar à prisão antes de regressar a São Domigos, e que pertencia ao seu pelotão] , juntamente com outros camaradas e amigos da CCaç 16, vieram a falecer tragicamente numa emboscada, 3 dias antes do 25 de Abril. Fiquei muito consternado ao ter conhecimento da sua morte, mas pormenores só os fiquei a saber, por acaso, quando vi o blogue do José Joaquim Rodrigues. Também aí faleceu outro grande amigo meu, o furriel Carvalho, que me dizia, quando eu parti de Bachile, ter o 'pressentimento que não regressaria vivo' e , ao que sei, morreu na véspera do regresso à Metrópole. São memórias muitos tristes, para os meus 63 anos.
"Quanto ao falecimento do Manuel Martins Lopes, da 3ª C/BCAÇ 4615 (**), nada sei, nem conheci, pois essa companhia passou por Bachile em data muito posterior à minha saida de lá. Mas se encontrar por aqui o José Joaquim, vou 'convidá-lo' a colaborar com esta Tabanca porque ele até tem jeito para escrever" (...).
Apelido | Nome | Posto | Ramo | Teatro de operações | Data | Motivo |
CARVALHO | ARNALDO NASCIMENTO CARNEIRO CARVALHO | Fur | Exército | Guiné | 22/04/1974 | Combate |
COSTA | ALBINO GOMES DA COSTA | Fur | Exército | Guiné | 22/04/1974 | Combate |
COSTA | LUÍS DA COSTA | Sold | Exército | Guiné | 22/04/1974 | Combate |
GOMES | CARLOS GOMES | Sold | Exército | Guiné | 22/04/1974 | Combate |
GOMES | NULASSO ALBINO GOMES | Sold | Exército | Guiné | 22/04/1974 | Combate |
GOMES | POLICARPO AUGUSTO GOMES | Sold | Exército | Guiné | 22/04/1974 | Combate |
INJAI | AMBRÓSIO CAPAMBU INJAI | Sold | Exército | Guiné | 22/04/1974 | Combate |
LOPES | MANUEL MARTINS LOPES | Sold | Exército | Guiné | 22/04/1974 | Combate |
MENDES | PAULO CAIESTA TUÉ MENDES | Sold | Exército | Guiné | 22/04/1974 | Combate |
MENDES | SAMPER MENDES | Sold | Exército | Guiné | 22/04/1974 | Combate |
RODRIGUES | VICENTE RODRIGUES | Sold | Exército | Guiné | 22/04/1974 | Combate |
Apelido | Nome | Posto | Ramo | Teatro de operações | Data | Motivo |
_______________
Notas do editor
(*) Último poste da série > 10 de maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9880: In Memoriam (118): A sã camaradagem e a vil emboscada, morreu o camarada Vasco Almeida (Vasco da Gama)
(**) BCAÇ 4615/73: Mobilizado pelo RI 16. Partida: 22/9/1973; regresso: 8/9/1974; sede: Teixeira Pinto, comandante: ten cor inf Nuno Cordeiro Simões.
A 1ª C/BCAÇ 4615/73 esteve no Cacheu; comandantes: cap mil cav Germano de Amaral Andrade; cap mil inf António Miguel Seabra Nunes da Silva; e cap mil inf cap mil inf Carlos José da Conceição Nascimento.
A 2ª C/BCAÇ 4615/73 esteve em Teixeira Pinto.Comandantes: cap mil inf cap mil inf António Miguel Seabra Nunes da Silva; alf mil inf José Carlos de Barros Moura; cap mil inf cap mil inf António Miguel Seabra Nunes da Silva.
E, por fim, a 3ª C/BCAÇ 4615/73 esteve em Bassarel. Comandante: cap mil inf Fernando Moura de Castro Felga.
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Pifas
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Guiné 63/74 - P6411: Em busca de... (131): Fui à Festa da Flor em demanda do camarada Rui Alberto (António Tavares Oliveira)
1. Mensagem do nosso novo camarada António Manuel Tavares Oliveira, ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4615/73, Bassarel, 1973/74, com data de 11 de Maio de 2010:
Há passos que vale a pena dar.
Mais tarde ou mais cedo colhemos os frutos.
Fui à Madeira, à Festa da Flor, mais para aproveitar encontrar um camarada que esteve comigo na 3.ª CCAÇ/BCaç 4615, sediado em Bassarel, Teixeira Pinto.
Através do Núcleo do Funchal da Liga dos Combatentes e graças à simpatia, disponibilidade e entrega de ajuda do Tenente-Coronel Laureano, a quem estou muito grato, conseguimos descobrir o contacto do Rui Alberto Pereira Francisco. Mas todo o esforço depois efectuado em entrar à fala com ele, foi em vão. Não consegui que ele me abrisse a porta.
Está um pouco mal, vim saber.
No entanto, deixei um amigo a tentar obter dados e o obter informações. Tivemos aí sim sucesso. Conseguiu encontrá-lo e colocou-o a falar comigo, através de telemóvel.
Verificamos realmente que ele não está muito bem, mas mesmo assim esse amigo, conseguiu sacar-lhe o contacto doutro camarada de armas, o Barrigana, Carlos Gonçalves de seu nome, madeirense, com quem tenho mantido contactos.
Carlos Vinhal, peço que coloques esta descoberta na tua página e passes a palavra a toda a gente de Teixeira Pinto.
Anexo uma foto
Cumprimentos
António Tavares
Ex-Fur Mil Oliveira
antavol@hotmail.com
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 21 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5311: Tabanca Grande (189): António Manuel Tavares Oliveira, ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4615/73 (Os Pifas), Bassarel, 1973/74
Vd. último poste da série de 8 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6345: Em busca de ... (130): Três militares, três velhos amigos do meu tempo de infância, em Bissau: os gémeos Mário e Chico e o futebolista Lino (Nelson Herbert, filho de Armando Duarte Lopes, atleta da UDIB)
Há passos que vale a pena dar.
Mais tarde ou mais cedo colhemos os frutos.
Fui à Madeira, à Festa da Flor, mais para aproveitar encontrar um camarada que esteve comigo na 3.ª CCAÇ/BCaç 4615, sediado em Bassarel, Teixeira Pinto.
Através do Núcleo do Funchal da Liga dos Combatentes e graças à simpatia, disponibilidade e entrega de ajuda do Tenente-Coronel Laureano, a quem estou muito grato, conseguimos descobrir o contacto do Rui Alberto Pereira Francisco. Mas todo o esforço depois efectuado em entrar à fala com ele, foi em vão. Não consegui que ele me abrisse a porta.
Está um pouco mal, vim saber.
No entanto, deixei um amigo a tentar obter dados e o obter informações. Tivemos aí sim sucesso. Conseguiu encontrá-lo e colocou-o a falar comigo, através de telemóvel.
Verificamos realmente que ele não está muito bem, mas mesmo assim esse amigo, conseguiu sacar-lhe o contacto doutro camarada de armas, o Barrigana, Carlos Gonçalves de seu nome, madeirense, com quem tenho mantido contactos.
Carlos Vinhal, peço que coloques esta descoberta na tua página e passes a palavra a toda a gente de Teixeira Pinto.
Anexo uma foto
Cumprimentos
António Tavares
Ex-Fur Mil Oliveira
antavol@hotmail.com
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 21 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5311: Tabanca Grande (189): António Manuel Tavares Oliveira, ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4615/73 (Os Pifas), Bassarel, 1973/74
Vd. último poste da série de 8 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6345: Em busca de ... (130): Três militares, três velhos amigos do meu tempo de infância, em Bissau: os gémeos Mário e Chico e o futebolista Lino (Nelson Herbert, filho de Armando Duarte Lopes, atleta da UDIB)
sábado, 21 de novembro de 2009
Guiné 63/74 - P5311: Tabanca Grande (189): António Manuel Tavares Oliveira, ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4615/73 (Os Pifas), Bassarel, 1973/74
1. Mensagem do nosso novo camarada António Manuel Tavares Oliveira, ex-Fur Mil da 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4615/73, Bassarel, 1973/74, com data de 19 de Novembro de 2009:
Bem haja quem dá continuidade ou conhecimento dos nossos camaradas.
Descobri o teu site, que considero muito bom e com muita importância de conteúdo.
Estive na Guiné de Outubro de 1973 a Setembro de 1974, em Bassarel, Teixeira Pinto, na 3.ª Companhia do BCaç 4615 (Os Pifas)
Tenho feito todas as diligências para encontrar maralhal que lá tenha estado e para isso já contactei o quartel de Évora, mas não possuem dados nenhum do pessoal.
Evidentemente que reconheço que deverá ser difícil, pois já o foi assim em 1973, quando formamos o Batalhão e verificámos que os soldados e cabos presentes não constavam nas listas dos que iriam embarcar no Niassa. Viemos a saber mais tarde que esses elementos estavam em Elvas e os que estavam connosco iriam para Angola. A caminho de Lisboa, mais concretamente em Vila Franca de Xira é que se deu o encontro e a troca de tropas. Só no Niassa é que se fez a chamada e então ficamos a saber quem era quem. Coisas da nossa guerra.
Mas esta história irei contar mais adiante.
Agora gostaria de encontrar mais alguém, além do J. J. Rodrigues, que por sinal esteve comigo e era o Baga.
Sou António Manuel Tavares de Oliveira, morador em Vila Nova de Gaia e fui furriel Miliciano.
Cheguei a Lisboa no dia 13 de Setembro de 1974 e veio comigo uma gazela, a bordo do Niassa.
Os nossos carros tinham a pomba pintada e éramos “Os Errantes”.
Companheiro Luís Graça. Agradeço que me coloques nessa maravilhosa página.
Contacto: antavol@hotmail.com
Um abraço
A. Tavares
2. Comentário de CV
Caro António Oliveira, peço que te assines assim porque já cá temos um António Tavares. Sê bem aparecido na nossa Caserna Virtual que é este Blogue do Luís Graça, destinado aos camaradas que, à sua maneira, combateram na Guiné e que querem de boa fé contribuir na feitura deste espólio de estórias/histórias e experiências vividas e contadas na primeira pessoa.
Partimos do princípio que quem fazer parte desta comunidade, e a ela se apresenta, lê e aceita as normas afixadas no lado esquerdo da nossa página.
Porque nunca é demais lembrar, aqui as deixo:
O que nós (não) somos... Em dez pontos!
(i) Os amigos e camaradas da Guiné têm como maior denominador comum a experiência de (ou a relação com) a guerra colonial, a guerra do ultramar ou a luta de lilbertação na Guiné, entre 1963 e 1974.
(ii) Muitas outras coisas os podem separar (a ideologia política, a religião, a nacionalidade, a origem social, a etnia, a cor da pele, as antigas patentes e armas, etc.), mas essas não são decisivas.
(iii) Quanto ao seu blogue, não é nenhum porta-estandarte, nenhum porta-voz, nenhuma bandeira de nenhuma causa...
(iv) Somos independentes do Estado, dos partidos políticos e das associações da sociedade civil que de uma maneira ou de outra possam representar e defender os direitos e os interesses dos ex-combatentes portugueses (ou guineenses).
(v) Somos sensíveis aos problemas (de saúde, de reparação legal, de reconhecimento público, de dignidade, etc.) dos nossos camaradas e amigos, incluindo os guineenses que combateram, de um lado e de outro. Mas enquanto comunidade (virtual) não temos nenhum compromisso para com esta ou aquela causa por muita justa ou legítima que ela seja.
(vi) Em todo o caso, a solidariedade, a amizade e a camaragem são valores que procuramos cultivar todos os dias.
(vii) Cada camarada e amigo que aqui escreve, compromete-se a respeitar a orientação editorial e as normas éticas do blogue, mas representa-se apenas a si próprio.
(viii) Não somos historiadores. Também não somos nenhum portal noticiososo, não temos jornalistas profissionais, não temos a obrigação de cobrir a actualidade dos nossos dois países, Portugal e a Guiné-Bissau.
(ix) Somos apenas um grupo de amigos e camaradas da Guiné, incluindo familiares de camaradas desaparecidos ou mortos, durante e depois da guerra.
(x) Publicamos narrativas, histórias, estórias, documentos, relatórios, fotos, vídeos, etc., relacionados com a nossa vivência comum, a guerra, de que fomos actores e vítimas, protagonistas e testemunhas.
Tabanca Grande; As Nossas 10 Regras de Convívio
O nosso blogue é também uma Tabanca Grande Originalmente, chamámos-lhe Tertúlia. Tabanca é um termo mais apropriado: nela cabem todos os amigos e camaradas da Guiné.
Neste espaço, de informação e de conhecimento, mas também de partilha e de convívio, decidimos pautar o nosso comportamento (bloguístico) de acordo com algumas regras ou valores, sobretudo de natureza ética:
(i) respeito uns pelos outros, pelas vivências, valores, sentimentos, memórias e opiniões uns dos outros (hoje e ontem);
(ii) manifestação serena mas franca dos nossos pontos de vista, mesmo quando discordamos, saudavelmente, uns dos outros (o mesmo é dizer: que evitaremos as picardias, as polémicas acaloradas, os insultos, a violência verbal);
(iii) socialização/partilha da informação e do conhecimento sobre a história da guerra do Ultramar, guerra colonial ou luta de libertação (como cada um preferir);
(iv) carinho e amizade pelo nossos dois povos, o povo guineense e o povo português (sem esquecer o povo cabo-verdiano!);
(v) respeito pelo inimigo de ontem, o PAIGC, por um lado, e as Forças Armadas Portuguesas, por outro;
(vi) recusa da responsabilidade colectiva (dos portugueses, dos guineenses, dos fulas, dos balantas, etc.), mas também recusa da tentação de julgar (e muito menos de criminalizar) os comportamentos dos combatentes, de um lado e de outro;
(vii) não-intromissão, por parte dos portugueses, na vida política interna da actual República da Guiné-Bissau (um jovem país em construção), salvaguardando sempre o direito de opinião de cada um de nós, como seres livres e cidadãos (portugueses, europeus e do mundo);
(viii) respeito acima de tudo pela verdade dos factos;
(ix) liberdade de expressão (entre nós não há dogmas nem tabus); mas também direito ao bom nome;
(x) respeito pela propriedade intelectual, pelos direitos de autor... mas também pela língua (portuguesa) que nos serve de traço de união, a todos nós, lusófonos.
Caro António Oliveira, já que te instalaste, convido-te a começares a escrever e a enviar os teus textos (em formato Doc), assim como as tuas fotos (em formato JPEG) devidamente legendadas para poderem figurar na nossa página.
Em nome da tertúlia, deixo-te um abraço de boas-vindas.
Teu novo camarada e amigo
Carlos Vinhal
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 20 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5305: Tabanca Grande (188): Jorge Narciso, ex-1º Cabo Esp MMA, BA 12, Bissalanca, 1968/69
Bem haja quem dá continuidade ou conhecimento dos nossos camaradas.
Descobri o teu site, que considero muito bom e com muita importância de conteúdo.
Estive na Guiné de Outubro de 1973 a Setembro de 1974, em Bassarel, Teixeira Pinto, na 3.ª Companhia do BCaç 4615 (Os Pifas)
Tenho feito todas as diligências para encontrar maralhal que lá tenha estado e para isso já contactei o quartel de Évora, mas não possuem dados nenhum do pessoal.
Evidentemente que reconheço que deverá ser difícil, pois já o foi assim em 1973, quando formamos o Batalhão e verificámos que os soldados e cabos presentes não constavam nas listas dos que iriam embarcar no Niassa. Viemos a saber mais tarde que esses elementos estavam em Elvas e os que estavam connosco iriam para Angola. A caminho de Lisboa, mais concretamente em Vila Franca de Xira é que se deu o encontro e a troca de tropas. Só no Niassa é que se fez a chamada e então ficamos a saber quem era quem. Coisas da nossa guerra.
Mas esta história irei contar mais adiante.
Agora gostaria de encontrar mais alguém, além do J. J. Rodrigues, que por sinal esteve comigo e era o Baga.
Sou António Manuel Tavares de Oliveira, morador em Vila Nova de Gaia e fui furriel Miliciano.
Cheguei a Lisboa no dia 13 de Setembro de 1974 e veio comigo uma gazela, a bordo do Niassa.
Os nossos carros tinham a pomba pintada e éramos “Os Errantes”.
Companheiro Luís Graça. Agradeço que me coloques nessa maravilhosa página.
Contacto: antavol@hotmail.com
Um abraço
A. Tavares
2. Comentário de CV
Caro António Oliveira, peço que te assines assim porque já cá temos um António Tavares. Sê bem aparecido na nossa Caserna Virtual que é este Blogue do Luís Graça, destinado aos camaradas que, à sua maneira, combateram na Guiné e que querem de boa fé contribuir na feitura deste espólio de estórias/histórias e experiências vividas e contadas na primeira pessoa.
Partimos do princípio que quem fazer parte desta comunidade, e a ela se apresenta, lê e aceita as normas afixadas no lado esquerdo da nossa página.
Porque nunca é demais lembrar, aqui as deixo:
O que nós (não) somos... Em dez pontos!
(i) Os amigos e camaradas da Guiné têm como maior denominador comum a experiência de (ou a relação com) a guerra colonial, a guerra do ultramar ou a luta de lilbertação na Guiné, entre 1963 e 1974.
(ii) Muitas outras coisas os podem separar (a ideologia política, a religião, a nacionalidade, a origem social, a etnia, a cor da pele, as antigas patentes e armas, etc.), mas essas não são decisivas.
(iii) Quanto ao seu blogue, não é nenhum porta-estandarte, nenhum porta-voz, nenhuma bandeira de nenhuma causa...
(iv) Somos independentes do Estado, dos partidos políticos e das associações da sociedade civil que de uma maneira ou de outra possam representar e defender os direitos e os interesses dos ex-combatentes portugueses (ou guineenses).
(v) Somos sensíveis aos problemas (de saúde, de reparação legal, de reconhecimento público, de dignidade, etc.) dos nossos camaradas e amigos, incluindo os guineenses que combateram, de um lado e de outro. Mas enquanto comunidade (virtual) não temos nenhum compromisso para com esta ou aquela causa por muita justa ou legítima que ela seja.
(vi) Em todo o caso, a solidariedade, a amizade e a camaragem são valores que procuramos cultivar todos os dias.
(vii) Cada camarada e amigo que aqui escreve, compromete-se a respeitar a orientação editorial e as normas éticas do blogue, mas representa-se apenas a si próprio.
(viii) Não somos historiadores. Também não somos nenhum portal noticiososo, não temos jornalistas profissionais, não temos a obrigação de cobrir a actualidade dos nossos dois países, Portugal e a Guiné-Bissau.
(ix) Somos apenas um grupo de amigos e camaradas da Guiné, incluindo familiares de camaradas desaparecidos ou mortos, durante e depois da guerra.
(x) Publicamos narrativas, histórias, estórias, documentos, relatórios, fotos, vídeos, etc., relacionados com a nossa vivência comum, a guerra, de que fomos actores e vítimas, protagonistas e testemunhas.
Tabanca Grande; As Nossas 10 Regras de Convívio
O nosso blogue é também uma Tabanca Grande Originalmente, chamámos-lhe Tertúlia. Tabanca é um termo mais apropriado: nela cabem todos os amigos e camaradas da Guiné.
Neste espaço, de informação e de conhecimento, mas também de partilha e de convívio, decidimos pautar o nosso comportamento (bloguístico) de acordo com algumas regras ou valores, sobretudo de natureza ética:
(i) respeito uns pelos outros, pelas vivências, valores, sentimentos, memórias e opiniões uns dos outros (hoje e ontem);
(ii) manifestação serena mas franca dos nossos pontos de vista, mesmo quando discordamos, saudavelmente, uns dos outros (o mesmo é dizer: que evitaremos as picardias, as polémicas acaloradas, os insultos, a violência verbal);
(iii) socialização/partilha da informação e do conhecimento sobre a história da guerra do Ultramar, guerra colonial ou luta de libertação (como cada um preferir);
(iv) carinho e amizade pelo nossos dois povos, o povo guineense e o povo português (sem esquecer o povo cabo-verdiano!);
(v) respeito pelo inimigo de ontem, o PAIGC, por um lado, e as Forças Armadas Portuguesas, por outro;
(vi) recusa da responsabilidade colectiva (dos portugueses, dos guineenses, dos fulas, dos balantas, etc.), mas também recusa da tentação de julgar (e muito menos de criminalizar) os comportamentos dos combatentes, de um lado e de outro;
(vii) não-intromissão, por parte dos portugueses, na vida política interna da actual República da Guiné-Bissau (um jovem país em construção), salvaguardando sempre o direito de opinião de cada um de nós, como seres livres e cidadãos (portugueses, europeus e do mundo);
(viii) respeito acima de tudo pela verdade dos factos;
(ix) liberdade de expressão (entre nós não há dogmas nem tabus); mas também direito ao bom nome;
(x) respeito pela propriedade intelectual, pelos direitos de autor... mas também pela língua (portuguesa) que nos serve de traço de união, a todos nós, lusófonos.
Caro António Oliveira, já que te instalaste, convido-te a começares a escrever e a enviar os teus textos (em formato Doc), assim como as tuas fotos (em formato JPEG) devidamente legendadas para poderem figurar na nossa página.
Em nome da tertúlia, deixo-te um abraço de boas-vindas.
Teu novo camarada e amigo
Carlos Vinhal
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 20 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5305: Tabanca Grande (188): Jorge Narciso, ex-1º Cabo Esp MMA, BA 12, Bissalanca, 1968/69
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