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terça-feira, 29 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24598: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (6): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70): Parte II . a "cova do lagarto" (Bambadinca, em mandinga)

 

Foto nº 9 > Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Região de Bafatá > Sector L1 > Bambadinca >  Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >   Escolta a uma coluna na estrada Bafatá  / Nova Lamego (s/d)

Foto nº 10 >Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Região de Bafatá > Sector L1 > Bambadinca >  Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >Aspeto parcial do quartel de Bambadinca. vista do lado sudoeste... Pista de aviação, heliporto, arame farpado e campo de futebol e instalações do pessoal da CCS...

Foto nº 11 > Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Região de Bafatá > Sector L1 > Bambadinca >  Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >  Aspeto parcial do quartel de Bambadinca,  visto do lado sudoeste... Porta de armas, posto de vigia, e à direita o edifício do comando, instalações de oficiais e sargentos... O aquartelamento (e posto administrativo) ficava num promontório, sobranceiro à grande bolanha de Bambadinca (à direita).  Em mandinga, Bambadinca queria dizer "cova do lagarto".

Foto nº  12 > Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Região de Bafatá > Sector L1 > Bambadinca >  Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >   O centro do quartel de Bambadinca: o mastro bandeira, os memoriais das unidades e subunidades que por lá passaram, a escola oficial (que tinha uma professora branca, oriunda de Cabo Verde, a Dona Violeta, solteira, que vivia com a mãe)... Do lado da direita da escola, ficavam outras instalações civis do posto administrativo:  a casa do chefe de posto, o edifício dos CTT... À esquerda, no mesmo enfiamento, ficava a capela.  Por detrás da escola, vê-se ainda antena das transmissões

Foto nº 13 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Setor L1 >Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (maio de 1968/fevereiro de 1970) > O edifício dos CTT, contrariamente à capela, a escola (e a casa da professora), e o posto administrativo (e casa do chefe de posto),  ficava fora do recinto do quartel de Bambadinca... Mais exatamente, segundo a precisosa descrição do Humberto Reis, ficava no lado da rampa que, descendo do quartel, atravessa a tabanca de Bambadinca, dando acesso do lado esquer4do ao porto fluvial (e destacamento da Intendência) e do lado direitoa estrada (alcatroada) para Bafatá... edifício dos CTT ficava do lado oposto da casa e loja do Rendeiro (, comerciante, branco, da Murtosa)...

O insólito foi o ataque, à granada (de mão. defensiva) perpetrado contra o edifício, em 18/1/1974, às 20h45, embora sem consequências...  Tudo indicava que havia, por esta altura, uma célula ativa do PAIGC na localidade de Bambadinca... Foram encontradas mais duas granadas, do mesmo tipo, chinesas, que não rebentaram...


Foto nº 14 >  Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Sertor L1 > Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) > Uma vista da tabanca de Bambadinca, entre o quartel, o posto administrativo e o rio Geba.  A rua principal, que atrevessava a povoação (e quartel), fazia ligação à estrada (alcatroada) para Bafatá... Era a "autoestrada!" do leste que depois, com os anos há de chegar a Nova Lamego, Piche e até à fronteira...  Por aqui passaram dezenas de milhares no início e no fim das suas comissóes de serviço no leste (Regióes de Bafatá e de Gabu).

Na imagem, vê o Jaime Machado,a tirar uma foto, no alto do depósito de água  que ficava à esquerda da escola, e tiuha uma vista panoràmica de 360 graus.


Foto nº 15 >   Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Sertor L1 > Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >  Aspeto parcial da tabanca de Bambadinca e rio Geba: Vista do lado norte / nordeste: a rua principal, com o edifício dos correios ao centro, e o início da rampa de acesso ao quartel e posto administrativo... Bambadinca, além dos CTT,  tinha escola primária, capela e diversos estabelecimentos comerciais.


Foto nº 16 >   Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Sertor L1 > Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) > A grande bolanha de Bamfadinca, a sul/sudeste, vista do quartel, que ficava num pequeno promontório.

Foto nº 17 :>  Guiné > Zona leste > Região de Bafatá >  Sertor L1 > Bambadinca > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) >  Fevereiro de 1970 >  Não, não é chegada do pessoal do Pel Rec Daimler 2046, vindo do Xime (onde desembarcou da LDG 101, Alfange, em 7 de maio de 1968) , mas sim o adeus a Bambadinca, depois de terminada a comissão, em fevereiro de 1970...

O quartel tinha duas entradas e saídas: (i) a sudoeste (ligando ao Xime); e outra a  sul (ligando a Mansambo, Xitole e Saltinho); e (ii) uma outra, no outro extremo,  a nordeste (ligando ao Rio Geba e  a Bafatá).om duas direções: esta, que vemos na foto,  ia para sudoeste, ou seja,  a estrada Xime-Bambadinc, que se apanhava no final da pista de aviação, tendo à esquerda o cemitério de Bambadinca com a sua fiada de poilões (e um muro, branco, visível na imagem),  e à direita, a pista,  o heliporto, o aquartelamento, o arame farpado.

A coluna auto, com o pessoal do Pel Rec Daimler 2046,  segue para o Xime, que fica(va) a sudoeste de Bambadinca... Havia aqui um cruzamento, com duas direções: esta, que vemos na foto,  ia para sudoeste, ou seja,  a estrada Xime-Bambadinc, que se apanhava no final da pista de aviação, tendo à esquerda o cemitério de Bambadinca com a sua fiada de poilões (e um muro, branco, visível na imagem),  e à direita, a pista,  o heliporto, o aquartelamento, o arame farpado.


 

Foto nº 18 > Matosinhos > Senhora da Hora > Jaime Machado  (2022) > "Pavão", aguarela sobre papel 30 x 42.

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação de uma seleção (*) das melhoras fotos do álbum do nosso camarada e amigo Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70), que vive em Senhora da Hora, Matosinhos (*):

Recorde-se que esta subunidade de cavalaria esteve ao erviço do comando do BART 1904 (Bambadinca, maio /setembro 68) e depois do BCAÇ 2852 (Bambadinca, outubro 68/fevereiro 70).

 Os "14 furões" váo  terminar a sua comissão em fevereiro de 1970,  três meses antes do BCAÇ 2852, tendo sido rendidos pelo Pel Rec Daimler 2206, comandado pelo nosso camarada e velho amigo J. L. Vacas de Carvalho. O BCAÇ 2852 por sua vez será rendido pelo BART 2917 (1970/72).

Publicaram-se 17 postes com o álbum fotográfico do Jaime Machafo (que tem 150 "slides" do tempo do Guiné(. (**)

________________

Notas do editor:


(**) (*) Vd. o último e o primeiro poste:

sábado, 17 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24405: Prova de vida (8): Martins Julião (ex-alf mil, CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72), um dos históricos da Tabanca Grande e do nosso I Encontro Nacional, na Ameira, Montemor-o-Novo, em 14/10/2006

Distintivo da CCAÇ 2701 (Saltinho, 1970/72), cujo pessoal se reúne hoje, em convívio,  em Cantanhede. 


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Sctor L1 > Xitole > 1970 > O alf mil José Luís Vacas de Carvalho, de lencinho ao pescoço no Xitole, sentado em cima de uma das suas Daimler (Pel Rec Dsimer 2206, Bambadinca, 1969/71)... À sua direita, o fur mil op esp, Humberto Reis, o nosso fotógrafo... À direita, o fur mil at inf, Arlindo Roda, outro grande fotógrafo, ambos da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)... Atrás do Roda, o fur mil enf enf José Alberto Coelho, da CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72)... 

Não temos a certeza sobre a data desta coluna logística ao Xitole e talvez ao Saltinho: deve-se ter realizado, ainda na época seca, mas já np 2º trimestre de 1970, na altura da chegada do BART 2917.

A CCAÇ 2701 já estava no Saltinho. Recorde-.se que em 10 de maio de 70, após sobreposição com o BCaç 2851, o BCAÇ 2912 assumiu a responsabilidade do Sector L5, com sede em Galomaro, e abrangendo os subsectores de Dulombi (CCAÇ 2700), Saltinho (CCAÇ 2701), Cancolim (CCAÇ 2699)  e Galomaro. O cmd da CCAÇ 2701 era o cap inf Carlos Trindade Clemente, e o Martins Juliáo era um dos alferes da companhia.

Foto: © Humberto Reis (2006). 
odos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Martins Julião (ex-alf mil, CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72), membro da nossa Tabanca Grande desde 23 de julho de 2006 (*), e um dos "históricos" do nosso I Encontro Nacional, na Ameira, Montemor-o-Novo (**), mas de quem, espantosamente, ainda continuamos a não ter nenhuma foto, à civil ou à militar...

Data - terça, 13/06/2023, 18:03

Luis, sou o Martins Julião; ainda estou vivo.  (***)

Grande abraço e havemos de nos voltar a encontrar.

Parabéns Para ti e ao Blogue cuja leitura nunca falho.




Montemor-o-Novo > Ameira > 14 de Outubro de 2006 >  I Encontro Nacional da Tabanca Grande > O grupo de "tertulianos" (foi assim que nos começámos a tratar, os membros da "tertúlia da Guiné"...),  fotografados, por volta da 13h, antes do almoço no Restaurante Café do Monte, na Herdade da Ameira. Ainda não tinham chegado todos/todas... Não consigo identificar aqui o Martins Julião e a esposa.

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2006) . Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

2. Lista (nunca validada pelo grande organizador deste encontro histórico, o Carlos Marques Santos, já falecido) dos presentes na Ameira, Montemor-o-Novo, em 14/10/2016 (*). Nem todos/as couberam nas fotografias (e começamos por pedir desculpa se falhamos o nome de alguém)... Para já a lista era de 53 participantes, 6 dos quais (11,3%) infelizmente já faleceram:
  • António Baia (Amadora) (pertencia ao BINT);
  • António Pimentel (Porto / Figueira da Foz):
  • António Santos e esposa (Caneças / Loures);
  • Aires Ferreira (região centro);
  • Carlos Alberto Oliveira Santos (Coimbra) (fur mil, CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72) (falecido em 2022, nunca chegou a integrar formalmente a Tabanca Grande, o que achamos injusto: participou em pelo, menos 3 enconstros nacionais)
  • Carlos Fortunato e esposa (Lisboa);
  • Carlos Marques dos Santos (1943-2019) e esposa (Coimbra);
  • Carlos Vinhal e esposa Dina, (Matosinhos);
  • David Guimarães e esposa, Lígia (Espinho);
  • Fernando Calado (Lisboa);
  • Fernando Chapouto e esposa (Bobadela / Loures);
  • Fernando Franco (1951-2020) e esposa (Venda Nova / Amadora);
  • Hernâni Figueiredo (Ovar);
  • Humberto Reis e esposa, Teresa Reis (1947-2011) (Alfragide / Amadora);
  • Jorge Cabral (1944-2021)  (Lisboa);
  • José Bastos (região norte);
  • José Casimiro Carvalho (Maia);
  • José Luís Vacas de Carvalho (Lisboa  e Montemor-o-Novo);
  • José Martins e esposa (Odivelas);
  • Luís Graça e esposa, Alice Carneiro (Alfragide/Amadora);
  • Manuel Lema Santos e esposa (Massamá / Sintra);
  • Manuel Oliveira Pereira e esposa (Lisboa, vive hoje em Ponte de Lima);
  • Martins Julião e esposa (Oliveira de Azeméis?);
  • Neves, empresário em Bissau (de que só sabemos o apelido...)
  • Paulo Raposo (Ameira / Montemor-o-Novo);
  • Paulo Santiago (Águeda);
  • Pedro Lauret (Lisboa);
  • Raul Albino (1945-2020) (Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal);
  • Rui Felício (Lisboa);
  • Sampedro (ex-capitão, do BCAÇ 3884 , Bafatá, Contuboel, Geba e Fajonquito, 1972/74)
  • Sérgio Pereira e esposa (Lisboa);
  • Tino (ou Constantino) Neves e esposa (Laranjeiro, Almada);
  • Vitor Junqueira e filha (Pombal);
  • Victor David e esposa (Coimbra);
  • Virgínio Briote e esposa (Lisboa).
____________

Notas do editor:
 
(*) Vd. poste de 23 de julho de  2006 > Guiné 63/74 - P981: Tabanca Grande: Martins Julião, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2701, Saltinho, 1970/72

(...) "Só há pouco tempo conheci este espaço de encontro. O Paulo Santiago (Pel Caç Nat 53, Saltinho), foi o camarada responsável pela minha apresentação aos camaradas de tertúlia.Chamo-me Martins Julião, fui Alferes Miliciano de Infantaria da CCAÇ 2701 (Saltinho, Abril de 1970/Abril de 72).Hoje sou um pequeno empresário e gerente de uma unidade industrial, após mais de 20 anos como professor do Ensino Secundário" (...).


sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Guiné 61/74 - P22531: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (88): O Regimento de Cavalaria n.º 6 de Braga, juntamente com a Universidade do Minho, está a organizar um colóquio e uma exposição (a acontecer em 18NOV21) sobre o esforço de mobilização do RC6 em PelRec Daimler para os três Teatros de Operações. Procura-se antigos CMDTs Pel Rec Daimler para possível colaboração no evento

1. No passado dia 1 de Setembro de 2021, recebemos do Exmo. Senhor Comandante do Regimento de Cavalaria nº 6 a seguinte mensagem:

Exmos Senhores Luís Graça e Carlos Vinhal,

Chamo-me Miguel Freire e presentemente sou o Coronel Comandante do Regimento de Cavalaria Nº 6 (RC6), em Braga. O RC6, juntamente com a Universidade do Minho, está a organizar um colóquio e uma exposição (a acontecer em 18NOV21) sobre o esforço de mobilização do RC6 em PelRec Daimler para os três Teatros de Operações. Temos vindo a fazer um trabalho de pesquisa quer no Arquivo Geral do Exército, quer no Arquivo Histórico-militar. Mas temos tido alguma dificuldade a chegar ao contacto de antigos combatentes pertencentes a estes pelotões. O blog que têm é uma ferramenta extraordinária. Tomei a liberdade de vos contactar por mail e não pelo blog para saber se seria possível contar com o vosso apoio para divulgar este evento fazendo um convite para os antigos combatentes que tenham servido nestes pelotões para nos contactarem. Gostaríamos de poder contar com os seus testemunhos não só na preparação da exposição como na preparação e participação de comunicações. Se aceitarem dar-nos este apoio eu envio um pequeno texto para ser difundido no blog a convidar antigos combatentes dos Pel Rec Daimler a quem possamos entrevistar/conversar sobre o emprego destes pelotões. Assim que tivermos o cartaz oficial do evento também usaríamos o vosso blog para difundir o evento, para que o maior numero de antigos combatentes ou os seus familiares pudessem estar presentes ou assistir pela internet. Claro que isto é extensível a militares de outras unidades (BCav, BArt ou BCaç) nas quais os Pel Rec tenham sido integrados.

Disponibilizo o meu contacto pessoal caso queiram falar sobre este projeto. Tinha muito gosto em fazê-lo.

Obrigado pela atenção e fico a aguardar uma resposta.
Um abraço


********************

2. No dia 3 enviámos ao Comandante do RC6 a seguinte mensagem:

Exmo. Senhor Comandante do RC 6

Estamos a acusar a mensagem de V. Ex.ª e a disponibilizar o nosso Blogue para divulgação desta e de outras iniciativas que ache convenientes.

Numa primeira pesquisa no Blogue achámos 4 ex-Alferes Milicianos que comandaram os Pel Rec Daimler: 2046; 2206; 2208 e 3089. Tenho ainda um amigo/camarada que não fazendo parte da nossa tertúlia também comandou um Pel Rec Daimler na Guiné (2209).
Se o senhor Comandante nos disponibilizar um texto para conhecimento e sensibilização para participação destes nossos camaradas no referido evento, endereçá-lo-emos com todo o gosto aos 5 camaradas, assim como daremos o devido destaque no Blogue.
Numa primeira fase, ficámos na dúvida se a mensagem que nos enviou é publicável ou até passível de envio para conhecimento aos nossos 5 camaradas comandantes dos Pel Rec Daimler.

Ficamos ao inteiro dispor do senhor Comandante
Cordiais saudações
Carlos Vinhal
Coeditor


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3. Neste mesmo dia endereçámos aos nossos camaradas:
Jaime Machado, CMDT do Pel Rec Daimler 2046; J. L. Vacas de Carvalho, CMDT do Pel Rec Daimler 2206; Ernestino Caniço, CMDT do Pel Rec Daimler 2208 e Francisco Cardia Taveira, CMDT do Pel Rec Daimler 2209, a mensagem que se segue:


Estimados camaradas de armas, nobres Cavaleiros

Atendendo à vossa qualidade de ex-Comandantes de Pelotão de Reconhecimento Daimler, estou a encaminhar uma mensagem enviada ao nosso Blogue pelo senhor Comandante do actual RC6, agora sediado em Braga.
Peço a vossa melhor atenção e, se para tal tiverem disponibilidade, prestem a colaboração que o senhor Coronel Miguel Freire solicita.
Somos, neste caso sois, a memória viva de um passado que querem estudar. Falemos agora antes que outros comecem a falar por nós.
Têm os contactos do senhor Coronel para o caso de quererem comunicar com ele. O vosso camarada Francisco Gamelas já está em contacto com o senhor CMDT do RC6.
Digam-me qualquer coisa.

Aquele abraço enorme, especialmente para o Jaime Machado e Vacas de Carvalho que há muito não dão "sinal de vida".
Sempre ao vosso dispor
Carlos


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4. Sabemos já que o Camarada Jaime Machado contactou o senhor Coronel Miguel Freire por esta mensagem que ele nos enviou para conhecimento:

Caro Senhor Coronel Miguel Freire
Fui comandante do Pel. de Reconhecimento Daimler 2046.
Prestei serviço militar na Guiné-Bissau entre maio de 1968 e abril de 1970.
Resido em Matosinhos.
Estou ao seu dispor para o que achar útil.

Os meus melhores cumprimentos
Jaime Machado


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5. Nota de CV:

Se entre os nossos leitores houver alguém que tenha comandado um Pel Rec Daimler  em qualquer dos três TO ou conheça algum antigo Comandante dessas Unidades de Cavalaria, por favor entrem em contacto com o senhor Comandante do RC6 de Braga através dos endereços e telefones fornecidos.

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Nota do editor

Último poste da série de 10 DE JUNHO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22269: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (87): senhoras de Bolama mandam celebrar missa do 7º dia por alma dos aviadores italianos, mortos no acidente aéreo de 6/1/1931

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Guiné 63/74 - P14790: Álbum fotográfico de Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) - Parte II: Ao serviço do BART 1904 (de maio a setembro de 1968) e do BCAÇ 2852 (de outubro de 1968 a fevereiro de 1970)



Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70)  >  Não, não é chegada do pessoal do Pel Rec Daimler 2046, vindo do Xime (onde desembarcou da LDG 101, Alfange, em 7 de maio de 1968) (*)... É sim o adeus a Bambadinca, depois de terminada a comissão, em fevereiro de 1970...

O BCAÇ 2852 vai terminar a sua comissão três meses depois, em maio de 1970, tendo sido rendido pelo BART 2917 (1970/72)... Por sua vez, o Pel Rec Daimler 2046 é rendido pelo Pel Rec Daimler 2, comandao pelo nosso camarada e velho amigo J. L. Vacas de Carvalho.

A coluna auto segue para o Xime, que fica(va) a sudoeste de Bambadinca... Havia aqui um cruzamento, com duas direções: esta, que vemos na foto,  ia para sudoeste, ou seja,  a estrada Xime-Bambadinc, que se apanhava no final da pista de aviação, tendo à esquerda o cemitério de Bambadinca com a sua fiada de poilões (e um muro, branco, visível na imagem),  e à direita, a pista,  o heliporto, o aquartelamento, o arame farpado.

O quartel tinha duas entradas e saídas: (i) esta, a sudoeste (ligando ao Xime); e outra a  sul (ligando a Mansambo, Xitole e Saltinho); e (ii) uma outra, no outro extremo,  a nordeste (ligando ao Rio Geba e  a Bafatá).


Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Fevereiro de 1970 > Partida do Pel Rec Daimler 2046, com destino ao Xime, para apanhar a LDG para Bissau, uma vez terminada a comissão no setor L1.


Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Bambadinca  > s/d (c. 1968/69) > Aspeto parcial do quartel de Bambadinca. vista do lado sudoeste... Pista de aviação, heliporto, arame farpado e campo de futebol e instalações do pessoal da CCS...



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > s/d (c. 1968/69) > Aspeto parcial do quartel de Bambadinca,  vista do lado sudoeste...  Porta de armas,  posto de vigia, e à direita o edifício do comando, instalações de oficiais e sargentos... O aquartelamento (e posto administrativo) ficava num promontório, sobranceiro à grande bolanha de Bambadinca (à direita).



Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Bambadinca >  (s7d (c. 1968/70)>   O centro do quartel de Bambadinca: o mastro bandeira, os memoriais das unidades e subunidades que por lá passaram, a escola oficial (que tinha uma professora branca, oriunda de Cabo Verde, a Dona Violeta, solteira, que vivia com a mãe)... Do lado da direita da escola, ficavam outras instalações civis do posto administrativo:  a casa do chefe de posto, o edifício dos CTT... À esquerda, no mesmo enfiamento, ficava a capela. De maio a setembro de 1968, o Pel Rec Daimler 2046 esteve adido ao BART 1904 e, a partir de setembro de 1968 a fevereiro de 1970, ficou adido ao BCAÇ 2852.



Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Bambadinca >  s/d (c. 1968/69) >   O mastro  da bandeira, os memoriais das unidades e subunidades que por lá passaram, a escola oficial ... No telhado da escola, podia ler-se "Bambadicna", embora já com a tinta muito desbotada, 



Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Bambadinca >  s/d (c. 1968/69)   > Uma vista da tabanca de Bambadinca, entre o quartel, o posto administrativo e o rio Geba.  A rua principal, que atrevessava a povoação (e quartel), fazia ligação à estrada (alcatroada) para Bafatá... Era a "autoestrada!" do leste que depois, com os anos há-de chegar a Nova Lamego, Piche e até à fronteira... Na imagem, vê o Jaime Machado, no alto do depósito de água (?) que ficava à esquerda da escola.



Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Bambadinca >  s/d (c. 1968/69)  > Escolta a uma coluna na estrada Bafatá/Nova Lamego


Guiné > Zona leste > Sertor L1 > Bambadinca >  s/d (c. 1968/69)   > O memorial que o Pel Rec Daimler 2046 (1968/70) deixou em Bambadinca: desembarcou no cais fluvial do Xime no dia 7 de maio de 1968, tendo seguido em coluna auto até Bambadinca onde ficou ao serviço do comando do BART 1904 (Bambadinca, maio /setembro 68) e depois do BCAÇ 2852 (Bambadinca, outubro 68/fevereiro 70).

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2015). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70). Vive em Senhora da Hora, Matosinhos. Era (e é ainda hoje) alto e magro. As bajudas chamavam-lhe o "alfero fininho".

O pessoal do Pel Rec Daimler 2046, num total de 14 elementos, veio de LDG [101, Alfange], de Bissau até ao Xime, no dia 7 de maio de 1968, tendo seguido em coluna auto até Bambadinca onde ficou ao serviço do comando do BART 1904 (Bambadinca, maio /setembro 68) e depois do BCAÇ 2852 (Bambadinca, outubro 68/fevereiro 70).


II - ACTIVIDADE NO CTIG

O Pelotão Rec Daimler 2046 iniciou a sua atividade na província  da Guiné como subunidade adida ao BART 1904, em Bambadinca, onde se manteve durante toda a sua comissão (que vai terminar em fevereiro de 1970)

Além de inúmeras acções de patrulhamento e escolta em todos os itinerários do setor L1, que seria descabido mencionar num resumo deste tipo, realizou esta subunidade as seguintes ações:

JUNHO 1968

Op  Gordote

Iniciada em Ø5Ø3ØØ, com a duração de Ø6 horas e com a finalidade de efectuar cerco e rusga à tabanca de Mero. Tomaram parte na operação o Pel Caç Nat 63, Pel rec / CCS / BART 1904 e Pel Rec Daimler 2046


Op Bate Dentro

Iniciada em Ø916ØØ, com a duração de 3 dias e com a finalidade de efetuar ataque e destruição de objetivos na região de Poindon. Tomaram parte na operação a CART 2339 [Mansambo] a 4 Gr Comb,  CCAÇ 2383 a 4 Gr Comb,  CART 2384 a 4 Gr Comb, Pel Caç Nat 53, Pel Rec Daimler 2046 e Pel Art [ou Pel Mort 1192?].

O Pel Rec Daimler 2046  foi integrado no destacamento D que teve a seguinte actuação: saiu do Xime pelas Ø53Ø do dia D, deslocando-se pela estrada do Ponta do Inglês e foi emboscar-se junto da junção do trilho de Gundagué, ponto de passagem obrigatório para os elementos IN de Buruntoni que pretendam flagelar o aquartelamento do Xime, e local ideal para emboscar as NT que recolham de operações. Protegeu-se a última parte do regresso dos Dest A, B, e C, tendo recolhido em último lugar.

Op Garboso

Iniciada em 2111ØØ, com a duração de 36 horas e com a finalidade de efectuar patrulhamento e contacto com as populações e pesquisa de notícias na região de Binafa - ponto de encontro com as forças do BCAV 1905. Tomaram parte na operação o Pel Caç Nat 63 e Pel rec Daimler 2046.  A população recebeu bem as NT. Não foram vistos vestígios IN. Contactada patrulha do BCAV 1905.


JULHO 1968

Op Gôndola

Iniciada em 13Ø6ØØ, com a duração de 2 dias e com a finalidade de contactar com as populações, no regulado de Sul Binafa-Padada. Tomou parte na operação o Pel rec Daimler 2046. Sem contacto nem vestígios,  a população recebeu bem as NT.

Op Gargalo

Iniciada em 21Ø63Ø, com a duração de 1 dia e com a finalidade de contactar com as populações, controle de armamento e Serviço de  Saúde, nas tabancas da região de Cossé. Tomaram parte na operação o Pel Mort 1192 e Pel Rec Daimler 2046. Sem contactos nem vestígios.

SETEMBRO 1968

Durante este mês efectuou-se a rendição do BART 1904,  passando esta subunidade, o Pel Rec Daimler 2046,  a ficar adida ao BCAÇ 2852.

(Continua)

PS1 - O Pel Mort 1192 esteve em Bambadinca, de maio de 1967 a março de 1969.  O BART 1904 esteve em Bissau (jan 67/fev 68) e Bambadinca (fev 68 /out 68).

O Pel Rec Daimler 2046 foi antecedido pelo Pel Rec Daimler 1133 (Fá Mandinga, ago 66 / Bambadinca, Fá nov 66 / mai 68). E rendido pelo Pel Rec Daimler 2206, cde fev 70 a dez 71 (**), comando pelo nosso camarada e amigo alf mil cav J. L. Vacas de Carvalho. As viaturas, velhinhas, iam ficando de pelotão para pelotão... E cada vez mais inoperacionais, por problemas de mecânica e de manutenção...

PS2 - Segundo informação dada pelo Jaime Machado, ele nunca chegou a ir ao aquartelamento de Mansambo (em construção, em 1968) nem muito menos ao Xitole e ao Saltinho. Em contrapartida, foi a Galomaro (onde ainda não havia tropa, era uma povoação em autodefesa) e a Dulombi. Ia a Bafatá, com frequência e foi uma vez de férias à metrópole. Perguntei-lhe por curiosidade o que era feito do seu antigo 2º srgt José Claudino Fernandes Luzia que em 29/9/1969 foi evacuado para o HMP não tendo sido substituído... Tivemos uma conversa "off record",,,

Entretanto, encontrei na Net uma referência ao seu nome, no blogue Cavaleiros do Norte [, "Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona"]... Estava à beira dos 79 anos em outubro de 2012,  tinha passado por Lanceiros 2, na Polícia Militar,  e reformou-se 1987 como sargento mor de cavalaria:

(...) "O 1º. sargento [José Claudino Fernandes] Luzia foi responsável pela secretaria da CCS do BCAV 8423 e louvado pelos «serviços prestados na RMA», que, segundo o Livro da Unidade, «merecem ser realçados e destacados em louvor público». O louvor sublinha-lhe «a maior lealdade, aprumo e correcção» e os serviços da maior responsabilidade que exerceu, «sempre se manifestando excepcionalmente competente e trabalhador», nas suas «delicadas missões» por terras do Quitexe, Carmona e Luanda". (...)

______________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 21 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14775: Álbum fotográfico de Jaime Machado (ex-alf mil cav, cmdt do Pel Rec Daimler 2046, Bambadinca, 1968/70) - Parte I: Partidas e chegadas

Vd. também 22 de junho de  2015 > Guiné 63/74 - P14784: Fotos à procura de... uma legenda (55): a arte bem lusitana de viajar em LDG - Lancha de Desembarque Grande

(**) Vd. poste de 27 de agosto de  2008 > Guiné 63/74 - P3151: Unidades sediadas em Bambadinca entre 1962 e 1974 (Benjamim Durães)

domingo, 12 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11556: Estórias do Xitole (David Guimarães, ex-fur mil, CART 2716, 1970/72) (3): Era do caraças o paludismo


Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > 2005 > "No Saltinho, as bajudas continuam lindas, ontem, como hoje", escreveu o José Teixeira, quando lá voltou em Abril de 2005. Mas esta é (ou era, no nosso tempo) também uma região palúdica, devido à existência de rios e charcos de água, acrescenta o nosso David Guimarães, vítima do paludismo, como quase todos nós...

Foto: © José Teixeira (2005).Todos os direitos reseravdos


1. Texto do David Guimarães (ex-fur mul, at inf, minas e armadilhas,  da CART 2716, Xitole, 1970/1972),  um dos primeiros camaradas a aparecer, a dar cara, a escrever no nosso blogue, nos idos anos de 2005. O primeiro poste que temos dele é de 17 de maio de 2005, e era o nº 20 (Foi você que pediu uma Kalash ?). Este que reproduzimos a seguir foi o 480 (*). É mais uma das suas estórias do Xitole, escritas no seu português castiço, e que retratam bem o quotidiano de um operacional de uma unidade de quadrícula (**).



Nós sabemos o que era uma coluna logística, uma operação de reabastecimento, mas outros nem calculam o que seja... O vai haver coluna já era uma grande chatice... Andar até ao Jagarajá, à Ponte do Rio Jagarajá, a pé e a picar, não era pera doce... E depois? Se acaso acontecia mais algo a seguir?

Claro que não vou explicar o que é picar - não será necessário, antes fosse... O picar na tabanca era bem melhor, maravilha mesmo... Agora picar aquela estrada toda até ao Jagarajá, porra, que grande merda!... Na tabanca sempre era melhor, era pelo menos algo bem diferente do que ir a servir de rebenta minas...

Pois é, a grande operação, a saída da rotina. Depois havia que manter a guarda de manhã até à noite... É que, quando a coluna vinha para o Xitole, então também se ia ao Saltinho. Ufa, que grande merda, mas tinha que ser...

O Quaresma, o Santos e eu vivíamos os três na altura no mesmo apartamento do Xitole - um à esquerda, outro à direita e eu ao centro... Sempre simples e amigo da brincadeira, eu via os dois desgraçados com uma camada de paludismo a vomitarem e eu lá no meio a acalmá-los:
- Vocês são uns merdas, não valem nada... Pois, não fazem o que eu digo!.. Apanham isto por que não bebem. Quem bebe bem, safa-se!

E eles, coitados, riam e choravam ao mesmo tempo, e seguir lá vomitavam o que não tinham no estômago. O paludismo era assim... Bem, lá me levantava eu de manhã e lá ficavam eles na cama... Eles já tinham o cu como um crivo, só das injecções.
- Porra!, - dizia eu - quem dera nunca me dê esta merda...

Bem, mas eles melhoravam e eu estava bom, antes assim. São meus amigos, faço-lhes companhia e trago-lhes o correio... É verdade e lá parto de manhã, um belo dia, para a dita operação de segurança à coluna que vinha de Bambadinca...

- Ai, que bom não ser eu a picar, ainda bem!

Nos revezávamo-nos entre os três grupos de combate em cada coluna: ia um até ao Jagarajá, outro ficava no ponto intermédio e o outro adiante da Ponte dos Fulas, aquela ponte a 3 Km do Xitole onde estava sempre um grupo de combate. Esse limitava-se a ver passar o comboio... e a tomar conta da ponte, claro...

Bem, lá fomos nós por ali adiante, os três grupos, o meu no meio. Eu, como sempre levei duas Fantas -cerveja só no Xitole - enfim uma ou outra coisita da ração de reserva e doces, nem vê-los... É que aquelas geleias e coisas mais doces da ração atraía a nós uns mosquitos chatos e sobretudo umas formigas que ferravam e não nos largavam. Quantas vezes tivemos que as tirar das zonas púbicas - que bem que está a falar um ex-militar!... Quantas vezes tivemos que arrear as calças, para essa aflitiva operação!... Mas essa era outra guerra, paralela à coluna...

Lá progredimos e começámos a instalarmo-nos, ao lado da estrada, metidos uns 20 a 30 metros dentro do mato... Depois ali era esperar, esperar que os motores se começassem a ouvir e as viaturas a surgir, envoltas em nuvens de poeira:
- Aí vem a coluna!...

Já tínhamos morto umas centenas de moscas pequeninas que vinham fazer cócegas onde havia mais suor. O pulso era um dos seus alvos preferidos, mesmo na zona da correia do relógio...

Uma vez instalado, eis que me deu sede... Bebi uma Fanta, quase de um só gole. Ao mesmo tempo deu-me um frio danado, vomitei a bebida de imediato e tiveram que me cobrir com um camuflado. Comecei a tremer como varas verdes - não, dessa vez não era com medo, era com frio, arrepios de frio, no meio de um calor do caraças... Tive ainda forças para dizer:
- Lopes (era um cabo da minha secção), comande esta merda e meta-me na primeira viatura que aparecer... Estou com paludismo...

Porra, que eu nem forças tinha para me pôr de pé. Lá vim para a estrada, apoiado no cabo, até que enfim se ouve o trabalhar dos motores, as viaturas das colunas... O cabo mete-me na primeira...
- Sobe, diz o oficial.



Guiné > Zona Leste >Ector L1 >Xitole > 1970 > A coluna logística mensal de Bambadinca chega ao Xitole... Em cima da Daimler, ao centro o alferes miliciano de cavalaria Vacas de Carvalho, comandante do pelotão Pel Rec Daimler 2206 (Bambadinca, 1970/71); à sua direita, o furrriel miliciano Reis, da CCAÇ 12, à sua esquerda o furriel miliciano enfermeiro Godinho, da CCS do BART 2917, mais o furriel miliciano Roda, da CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71).

Foto: © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados


E lá fui eu a tremer até ao Xitole, a bordo o de uma viatura... de Cavalaria, a autometralhadora Daimler do Vacas de Carvalho, comandante do Pel Rec Daimler... Esse mesmo, o da fotografia, espero que não tenha sido nesse dia mesmo que eu fiquei doente; julgo que na altura lhe agradeci a boleia, mas se o não fiz, devido ao estado febril em que eu me encontrava, ainda vou a tempo, trinta e seis anos depois:
- Obrigado, meu alferes! Foi a melhor boleia, a mais oportuna, a mais rápida, que eu apanhei na puta da vida! Mesmo à justa!...
Bom, o resto da estória é fácil de imaginar: enfermaria, uns comprimidos e cama -  uma semana de baixa!... Ai que bom, nem precisei de injecções... Aí naquele quarto de hotel de cinco estrelas, o que o Santos e o Quaresma - falecido pouco depois, uma história negra que hei-de aqui contar  -  me disseram!
- Então, seu caralho, tu é que eras o bom!...
- Por favor, deixem-me em paz! - pedia-lhes eu...

A guerra naquela zona sempre foi tremendamente difícil. Sei que o Xitole era das zonas da Guiné que mais problemas tinha com o caraças do paludismo: tínhamos muito charcos de água e dois rios bem perto, o Corubal e o Poulom, aquele da ponte dos Fulas... Chegámos a ter muita gente acamada ao mesmo tempo e não dávamos descanso à enfermaria...

Como estão a ver na guerra apanhava-se de tudo: boleias de Daimler, picadas de formigas, moscas e mosquitos, paludismo, além da porrada... Em matéria de picadas, também as fiz, picadas à pista de aviação de Bambadinca... Mas isso é outra estória, que fica para uma próxima...

_____________

Notas do editor:

(*) Originalmente publicad na I Série > 27 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXX [480]: Uma boleia na Daimler do Vacas de Carvalho (Xitole, David Guimarães)

(**) Último poste da série > 24 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11456: Estórias do Xitole (David Guimarães, ex-fur mil, CART 2716, 1970/72) (2): Nem santos nem pecadores


domingo, 24 de junho de 2012

Guiné 63/74 – P10068: Convívios (456): 6º Encontro-Convívio do pessoal das unidades adstritas ao BART 2917, Guimarães, 23 de Junho de 2012 (Benjamim Durães)



1. O nosso Camarada Benjamim Durães, que foi Fur Mil Op Esp/RANGER do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 – Bambadinca -, 1970/72, enviou-nos notícias da festa do convívio anual do BART 2917 e unidades adstritas: 

6º ENCONTRO-CONVÍVIO 
GUIMARÃES
23 de Junho de 2012 



Camaradas, 


Realizou-se no passado dia 23 de Junho, na Penha em Guimarães, o 6º Encontro-Convívio da CCS/BART 2917, cuja organização esteve a cargo do Manuel Ribeiro (Pechincha) do Mário Teixeira (Sacristão) e do Durães, que reuniu 60 combatentes da Guiné (3 da CArt 2714, 3 da CArt 2715, 1 da CArt 2716, 1 do Pel Caç Nat 63, 1 do Pel Mort 2268, 2 da CCaç 12, 1 da Cart 3493 que foi mais tarde transferido para a CCaç 12, 1 da CCS do BCaç 4612/74, 1 da CCav 8350/72, 1 da CCaç 4540 e 45 da CCS/BArt 2917), num total de 114 convivas. Neste convívio tivemos a presença de 14 novos combatentes.

No fim do almoço, fomos visitados pelos nossos Camaradas Casimiro Carvalho, Eduardo Campos e Magalhães Ribeiro, que se aliaram aos demais convivas, onde se incluíam alguns dos tertulianos: Jorge Cabral, Luís Moreira, José Almeida e António Duarte. 

ATENÇÃO: O 7º Encontro-Convívio ficou marcado para Maio de 2013 em Viseu


Os Combatentes das diversas Unidades presentes

Os Combatentes, seus familiares e Amigos 

Aspecto do salão com os convivas 

 Eu com a esposa e 2 netos (Flávio e Rafael)


Luís Moreira, Benjamim Durães, Eduardo Campos e Virgílio (Amigo que o Eduardo Campos não via há 20 anos)


 Magalhães Ribeiro, Luís Moreira, Jorge Cabral, Benjamim Durães, António Duarte, Casimiro Carvalho, Virgílio e Eduardo Campos
 Dr. Vilar (médico do BART 2917), Torres, Carvalho e Campos

Jorge Cabral, Casimiro Carvalho, Magalhães Ribeiro e Benjamim Durães 

Um abraço,
Benjamim Durães 
Fur Mil Op Esp/RANGER do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917
___________ 
Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 


domingo, 3 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P9989: Convívios (442): 6º Encontro-Convívio do pessoal das seguintes unidades: CART 2714; CART 2715; CART 2716; CCAÇ 12 / CCAÇ 2590; PEL CAÇ NAT 52; PEL CAÇ NAT 54; PEL CAÇ NAT 63; PEL REC DAIMLER 2206; PEL REC DAIMLER 3085; PIAD 2189; PIAD 3050; PEL MORT 2106; PEL MORT 2268; 20º PEL ART – GA 7 e PEL ENG do BENG 447 (Benjamim Durães)



1. O nosso Camarada Benjamim Durães (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 – Bambadinca -, 1970/72), solicita-nos a divulgação do próximo convívio anual das seguintes unidades: 



6º ENCONTRO-CONVÍVIO
GUIMARÃES - 23 de Junho de 2012

Camarada de armas e Amigo, 



O 6º ENCONTRO-CONVÍVIO da CCS do BART 2917, extensivo a familiares, amigos e às unidades militares que estiveram sob o comando do BART 2917, entre Maio de 1970 e Fevereiro de 1972, designadamente a CART 2714; CART 2715; CART 2716; CCAÇ 12 / CCAÇ 2590; PEL CAÇ NAT 52; PEL CAÇ NAT 54; PEL CAÇ NAT 63; PEL REC DAIMLER 2206; PEL REC DAIMLER 3085; PIAD 2189; PIAD 3050; PEL MORT 2106; PEL MORT 2268; 20º PEL ART – GA 7 e PEL ENG do BENG 447 (este destacado no cais de Bambadinca), realiza-se este ano na cidade de Guimarães no próximo dia 23 DE JUNHO DE 2012. 

A concentração está marcada para a Penha a partir das 09,00 horas e a deslocação para o “Restaurante da Montanha” sito na Estrada Nacional 101-2, na Penha será por volta das 12,30 horas. 

O custo deste nosso 6º Encontro-Convívio é de 37,00 Euros por adulto e de 20,00 Euros por crianças. 


A inscrição deverá ser efectuada até 14 de Junho, para:
  • BENJAMIM DURÃES 
  • RUA AUGUSTO CARDOSO, Nº 6 – 1º 
  • 2900-255 SETÚBAL 
  • Telemóvel – 93 93 93 315. 
Para pernoitar sugerimos: 

HOTEL IBIS 
Avenida Conde Margeride, nº 12 – Creixomil 
4810-537 GUIMARÃES 
Telefone – 253 424 900 
Preço – 42,00 euros sem pequeno almoço 

HOTEL FUNDADOR 
Avenida D. Afonso Henriques, nº 740 
4810-912 GUIMARÃES 
Telefone – 253 422 640

HOTEL GUIMARÃES 
Rua Eduardo Manuel de Almeida 
4810-911 GUIMARÃES 
Telefone - 253 424 800 
Contactar D. Ana Costa (Departamento Comercial) da parte de Manuel Ribeiro “Pechincha” 
Preço – quarto single – 65,00 Euros com pequeno almoço 
Preço – quarto duplo – 70,00 Euros com pequeno almoço 

HOTEL DA PENHA 
(17 quartos de 3ª categoria) 
Rua Nossa Senhora da Penha 
Costa / Guimarães 
4810-038 GUIMARÃES 
Telefone – 253 414 245 

A Organização está este ano a cargo de 

- Benjamim Durães 
- E-Mail - duraes2900@hotmail.com
– Telemóvel 93 93 93 315 

- Manuel Ribeiro “Pechincha” 
– Telemóvel 96 549 58 14 
- Telefone 253 522 087, e 

- Mário Teixeira “Sacristão” 
- E-Mail – mario.augusto@petrotec.pt
– Telemóvel 96 761 50 92. 
___________ 
Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Guiné 63/74 – P9860: Convívios (425): 18º Encontro do Pessoal de Bambadinca, 1968/71, em 26 de Maio na cidade do Porto (Manuel Monteiro Valente)




1.   Mensagem do nosso leitor e camarada Manuel Monteiro Valente, ex-1º Cabo At Inf, CCAÇ 12, 1969/71 (a quem convidamos para formalmente para ingressar na Tabanca Grande), enviou-nos o seguinte programa da próxima festa do pessoal que andou pró Bambadinca. 

BAMBADINCA, 1968 A 1971 > 18º Almoço/Convívio  
26 de Maio - Complexo Monte Aventino - Porto

CCS / BCAÇ 2852 (1968/70)
CCAÇ 12 (1969/71)
Pel Caç Nat 52 (1968/70)
Pel Caç Nat 54 (1969/70)
Pel Caç Nat 63 (1969/71)
Pel Mort 2106 (1969/70)
Pel Mort 2268 (1970/72)
Pel Rec 2046 (1968/70)
Pel Rec 2206 (1970/71)
CCS / BART 2917 (1970/72)
(sem esquecer o pessoal do PINT - Pelotão de intendência). 


Companheiro, 
 
Se por um lado vamos prestar homenagem aos companheiros que perderam a vida, caindo ao nosso lado, e que eram afinal ao tempo a nossa família, por outro lado, confraternizaremos e regozijar-nos-emos, por, depois de tudo o que passamos, passados mais de 40 anos,  o estarmos vivos. 

Se ainda não te inscreveste, se puderes e quiseres deves fazê-lo, de preferência com alguma antecedência, a fim de melhor nos organizarmos e te recebermos com a dignidade que mereces, na cidade do Porto. 

Junto a planta topográfica/viária de acesso ao local do evento, para não te enganares. 

Nesta conformidade, para quem vem do Centro e Sul do país e tem como referencia a A1 > Ponte do Freixo e consequentemente entra na cintura interna (IC23). Quando começar a subir, imediatamente a seguir à ponte, encontra à sua esquerda o Estádio do Dragão e o Dolce Vita, a cerca de 1.500 metros, uma saída à direita (5ª saída depois da Ponte) com a indicação ANTAS, sais aí e logo vês a Igreja das Antas, o Mac Donald`s e a Praça Velásquez (Francisco Sá Carneiro). Chegado aí entras em local com estacionamento fácil e gratuito, dirige-te à esplanada do Café Velásquez, à Igreja, ou ao complexo do Monte Aventino, conforme a hora a que chegares. 


Para quem vier do Norte, tem como referência a A3 e a A4, sai em direcção ao Freixo e a 750 metros encontra uma placa à direita que diz ANTAS e segue as mesmas indicações dadas aos que vêm do Centro e Sul. 

Antes de vires dá uma vista de olhos ao esquema, depois é só segui-lo.


Um abraço, 

Manuel Monteiro Valente
Rua Joaquim Lopes Pintor Nº118 1ºDir.
4405-868 Vilar do Paraíso- Vila Nova de Gaia
Tel. 912700544/ 968849886 

Mini-guiões e emblemas: © Carlos Coutinho (2012). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

1 DE MAIO DE 2012 > Guiné 63/74 – P9839: Convívios (344): 18º Encontro do Pessoal de Bambadinca, 1968/71, em 26 de Maio na cidade do Porto (Manuel Monteiro Valente, ex-1º Cabo At Inf, CCAÇ 12, 1969/71)