Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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domingo, 29 de junho de 2025
Guiné 61/74 - P26967: Parabéns a você (2391): José Firmino, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 2585/BCAÇ 2884 (Jolmete, 1969/71) e Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil API do Pel Mort Ind 912 (Como, Cufar e Tite, 1964/66)
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Nota do editor
Último post da série de 27 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26958: Parabéns a você (2390): Vítor Caseiro, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 4641 (Mansoa, Braia, Infandre e Ilondé, 1973/74)
segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Guiné 61/74 - P26405: A nossa guerra em números (27): O "ventre" do BCAÇ 1860 (Tite, 1956/67)
Guiné > Região de Quínara > Tite > BCAÇ 1860 (1965/67) > Resumo, ilustrado, da actividade logística (reabastecimentos) do batalhão, entre abril de 1965 e abril de 1967. Por mar, por terra e por ar...
Total: cerca de 82 mil toneladas movimentadas.
Total: cerca de 82 mil toneladas movimentadas.
Fonte: História da unidade, BCAÇ 1860 (Tite, 1965/67), conforme documentos digitalizados pelo nosso camarada Santos Oliveira (2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf OE, Pel Mort 912 ( Como, Cufar e Tite, 1964/66). Material em arquivo, enviado pelo Santos Oliveira por mail em 2008...Infelizmente não sabemos quem é o talentoso autor da original infografia.
1. Eis um original e criativo, em banda desenhada, balanço da atividade logística do BCAÇ 1860 (Tite, 1965/67) (*)
Fornece-nos dados desagregados para podermos, com alguma precisão, obter o consumo "per capita" de diversos itens, como os géneros frescos, os géneros alimentícios, as trações de combate, o correio, os medicamentos, etc., mas também as munições, os combustíveis, os materiais de construção, etc., a nível de um batalhão e de um setor, ao longo de uma comissão de serviço (24 meses, nesta época).
Vamos estimar em 600 o número de militares metropolitanos presentes no Sector S1 (Tite), entre abril de 1965 e abril de 1967.
Os milícias eram "desarranchados", não devendo por isso entrar no cálculo de certos valores como a alimentação... Por outro lado, o CIM de Bolama devia ser reasbastecido diretamente. E por outro lado ainda temos de ter em linha de conta o "abastecimento local" (Fulacunda, por exemplo, tinha uma horta, em 1972/74, e também já tinha o seu posto de abastecimento local, na foz do rio Fulacunda).
Não sabemos se esta tonelagem toda se refere só a "reabastecimentos" ao longo de dois anos, ou se inclui também as existências inciais (todos os materiais que o BART 1860 trouxe consigo quando foi colocado no Sector S1, em abril de 1965, tais como armas, munições, viaturas, géneros alimentícios, etc.).
Também não sabemos em rigor se estes dados se aplicam a todo o batalhão...ao longo de toda a comissão.
De acordo com a "ordem de batalha" de 1 de julho de 1966, era o seguinte o diispostivo do BCAÇ 1860:
- BCAÇ 1860: Comando / CCS - Sector S1, Tite
- CCaç 1487: Fulacunda
- CCaç 1549 (-): Tite | 4° Pel: Enxudé
- CCaç 1566 (-); S. João | 1° Pel (+): Jabadá | 1 Pel ( +): Fulacunda
- CIM: Bolama
- 1 Pel: Ilha das Cobras | 1 Sec(+) : Ilha das Galinhas
- Pel Mort 1039(-): Tite | 1 Sec(+): Jabadá
- Pel AMetr Daimler 807 : Tite
- Comp Milícia 7 (-): Tite | 1 Pel: Jabadá | 1 Pel: Fulacunda
Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 6º volume: aspectos da actividade operacionaç Tomo II: Guiné, Livro I. Lisboa: 2014. pág. 473.
Estimamos em 600 o pessoal metropolitabno (BCAÇ 1860, CCS + 3 companhias de quadrícula, 1 Pel Mort 1 Pel TRerc Daimler). E em 150 (4 pelotões) a companhia de milícia. (Todos os batalhões tinham agregadas a si companhias de milícia, pelo vamos fazer os cálculos seguintes tendo como divisor o valor 600, para simplificar.)
Transportes aéreos (Tite, Bissau, Jabadá, Fulacunda, São João, Empada) >
- Passageiros transportados: 1068 militares | 209 civis;
- Evacuações: A=6; B=28; Y=10;
- Frescos (peixe, frango, ovos...): 12 toneladas ( 20 kg "per capita");
- Correio: Cartas: 2,5 t | Encomendas: 20 t (4,2 kg de cartas e aerogramas "per capita"; 33,3 kg de encomendas postais, "per capita");
- Medicamentos: 3 t. (5 kg "per capita") (embora os medicamentpos também fossem distribuídas pelas milícias e a população civil).
- Combustíveis: 350 toneladas (583,3 kg, "per capita");
- Artigos de cantina: 123 t (72 t, carga grande; 51 t, carga pequena) (205 kg. "per capita": deve incluir bebidas: caixas de cerveja, uísque, etc.);
- Munições: 31 t (51,7 kg. "per capita");
- Géneros alimentícios (farinha, massas, batatas, etc.): 820 t (1366,7 kg. "per capita");
- Rações de combate: 2,5 t (4,2 kg. "per capita");
- Materiais de construção (ferro, madeira, cimento...): 475 t (791,7 kg. "per capita");
- Material de aquartelamento: 4 t (6,7 kg. "per capita");
- Material de transmissões: 2,5 t (4,2 kg. "per capita");
- Material de guerra (armas, etc.): 3 t (5 kg. "per capita")
- Sobresselentes para viaturas automóveis: 4 t (6,7 kg, "per capita")
- C. A. [ Contabiliddae e Administração ?] 1 t (1,7 kg. "per capita")
- Veículos automóveis + buldozzer: 13 t + 12 t (41,7 kg. "per capita").
Movimentação e transporte de terra, saibro e pedra > c. 80 mil toneladas (133,3 toneladas "per capita").
2. Comentário do editor LG:
Estávamos a 4 mil quilómetros de distância de Lisboa. Na Guiné não se produzia nada, da cerveja aos medicamentos, do material de guerra ao material de escritório, dos materiais de construção aos genéros alimentícios, das armas às munições, etc., vinha tudo de barco até Bissau.
E depois de Bissau seguia até aos portos fluviais (Enxudé, Porto Gole, Xime, Bambadinca, Bafatá..., no rio Geba, por exemplo), por navios da marinha (LDG e LDM) e barcos civis (os famosos "barcos turras"). E depois era preciso transportar, em morosas, desgastantes e perigiosas colunas logísticas, toda a carag até ao seu destino final...
No tempo de Spínola, com a implementação da política "Por uma Guiné Melhor", alongou-se e complexificou-se a cadeia logística, com o aumento exponencial de materiais de construção necessários ao BENG 447 para construir os "reordenamentos" (casas e equipamentos sociais, como escolas, capelas, mesquistas, mercados, labadouros, fontes...).
Estes números não batem certo com os calculados por Pedro Marquês dos Santos (**), segundo o qual:
(i) cada militar, a nível de companhia, necessitava em média, por mês, de 240 kg de abastecimentos (no essencial, víveres e artigos de cantina, mais de 70%)...
(ii) o consumo "per capita" mensal de outros artigos era o seguinte: 50 kg de combustíveis; 4,4 kg de munições; 3,1 kg de medicamentos; 1,6 kg de correio...
(iii) e o consumo diário de víveres frescos "per capita" por dia seria de 520 gramas...
Temos de ter sempre muita cautela com o uso (e abuso) das médias aritméticas... Mas certos valores aqui apresentados podem-nos dar uma ideia aproximada das necessidades de consumo do "ventre" da guerra... (***)
Guiné > Carta da Província (1961) / Escalaq: 1/500 mil > Detalhe: Região de Quínara, Setor S1 (Tite) > Posição relativa de Tite, Enxudé, Jabadá, Fulacunda, São João e Bolama.
Fonte: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2025)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 20 de julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8578: BCAÇ 1860 (Tite, 1965/67): Balanço da actividade logística, em banda desenhada: 22.5 toneladas de cartas e encomendas, 3 t de medicamentos, 12 t de frescos, 820 t de géneros alimentícios, 123 t de artigos de cantina, 2.5 t de rações de combate, 31 t de munições... (Santos Oliveira)
(***) Último poste da série > 13 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26041: A nossa guerra em números (26): Aceitemos, provisoriamente, o número (oficioso) de 437 "internacionalistas cubanos" que terão combatido ao lado do PAIGC, "de 1966 a 1975"
sábado, 29 de junho de 2024
Guiné 61/74 - P25698: Parabéns a você (2286): José Firmino, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 2585 / BCAÇ 2884 (Jolmete, 1969/71) e Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf (Como, Cufar e Tite, 1964/66)
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Nota do editor
Último post da série de27 DE JUNHO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25687: Parabéns a você (2285): Vítor Caseiro, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 4641/72 (Mansoa, Braia, Infandre e Ilondé, 1973/74)
quinta-feira, 29 de junho de 2023
Guiné 61/74 - P24437: Parabéns a você (2183): José Firmino, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 2585/BCAÇ 2884 (Jolmete, 1969/71) e Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil do Pel Mort Ind 912 (Como, Cufar e Tite, 1964/66)
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Nota do editor
Último poste da série de 22 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24422: Parabéns a você (2182): Cor Art Ref António José Pereira da Costa, ex-Alf Art da CART 1692/BART 1914 (Sangonhá e Cameconde, 1968/69); ex-Cap Art, CMDT da CART 3494/BART 3873 e CART 3567 (Xime, Mansambo e Mansabá, 1972/74) e João Crisóstomo, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé e Fá Mandinga, 1965/67)
Nota do editor
Último poste da série de 22 DE JUNHO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24422: Parabéns a você (2182): Cor Art Ref António José Pereira da Costa, ex-Alf Art da CART 1692/BART 1914 (Sangonhá e Cameconde, 1968/69); ex-Cap Art, CMDT da CART 3494/BART 3873 e CART 3567 (Xime, Mansambo e Mansabá, 1972/74) e João Crisóstomo, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé e Fá Mandinga, 1965/67)
quarta-feira, 29 de junho de 2022
Guiné 61/74 - P23394: Parabéns a você (2079): Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf do Pel Mort Ind 912 (Como, Cufar e Tite, 1964/66)
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Nota do editor
Último poste da série de 22 DE JUNHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23377: Parabéns a você (2078): Cor Art Ref António José P. Costa (ex-Alf Art da CCAÇ 1692/BART 1914, Guiné, 1968/69) (ex-Cap Art CMDT da CART 3494/BART 3873 e da CART 3567, Guiné, 1972/74); João Crisóstomo, ex-Alf Mil da CCAÇ 1439 (Guiné, 1965/67); e Júlio Martins Pereira, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 1439 (Guiné, 1965/67)
Nota do editor
Último poste da série de 22 DE JUNHO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23377: Parabéns a você (2078): Cor Art Ref António José P. Costa (ex-Alf Art da CCAÇ 1692/BART 1914, Guiné, 1968/69) (ex-Cap Art CMDT da CART 3494/BART 3873 e da CART 3567, Guiné, 1972/74); João Crisóstomo, ex-Alf Mil da CCAÇ 1439 (Guiné, 1965/67); e Júlio Martins Pereira, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 1439 (Guiné, 1965/67)
terça-feira, 29 de junho de 2021
Guiné 61/74 - P22324: Parabéns a você (1974): Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf do Pel Mort Ind 912 (Como, Cufar e Tite, 1964/66)
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Nota do editor
Último poste da série de 22 de Junho de 2021 > Guiné 61/74 - P22305: Parabéns a você (1973): Coronel Art Ref António José Pereira da Costa (Guiné, 1968/69 e 1972/74); Ex-Alf Mil Inf João Crisóstomo da CCAÇ 1439 (Guiné, 1965/67) e Soldado TRMS Júlio Martins Pereira da CCAÇ 1439 (Guiné, 1965/67)
Nota do editor
Último poste da série de 22 de Junho de 2021 > Guiné 61/74 - P22305: Parabéns a você (1973): Coronel Art Ref António José Pereira da Costa (Guiné, 1968/69 e 1972/74); Ex-Alf Mil Inf João Crisóstomo da CCAÇ 1439 (Guiné, 1965/67) e Soldado TRMS Júlio Martins Pereira da CCAÇ 1439 (Guiné, 1965/67)
segunda-feira, 29 de junho de 2020
Guiné 61/74 - P21118: Parabéns a você (1830):José Firmino, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 2585 (Guiné, 1969/71) e Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil do Pel Mort Ind 912 (Guiné, 1964/66)
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Nota do editor
Último poste da série de 27 de Junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21112: Parabéns a você (1829): Fernando Maria Neves Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro da CCAÇ 2404 (Guiné, 1968/70) e Vítor Caseiro, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 4641 (Guiné, 1973/74)
sexta-feira, 27 de dezembro de 2019
Guiné 61/74 - P20503: FAP (114): O helicóptero Alouette II
Foto nº 2 > Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 726 (Out 64 / Jul 66) > "O heli [, aqui a descolar,] era o Alouette II (dois). O que está na foto nº 1 já tem rodas, os que conhecia eram todos com patins. Nesta altura, os feridos eram transportados no "caixão" que eu destaquei a amarelo. Podes imaginar como arrepiante seria viajar, amarrado e bem amarrado, naquele cubículo do lado de fora da carlinga" (Jorge Félix) (*)..
Foto (e legenda): © Alberto Pires (Teco) / Jorge Félix (2009). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Foto nº 3 > Guiné > Região do Oio > Jumbembem > CART 730 (1964/66) e CCAÇ 1565 (1966/68) > Domingo, 10 de julho de 1966 > Um dia trágico: pormenor da evacuação do cap mil inf Rui Romero, na foto a ser transferido para a maca do helicóptero Alouette II... A enfermeira paraquedista era a alf Maria Rosa Exposto.
Foto ( e legenda): © Artur Conceição (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Foto (e legendas): © Santos Oliveira (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Foto nº 6 > Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66) > Alouette II > "O meu batismo em heli"...
Fotos (e legendas): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Tancos > Base Aérea nº3 > 1967 > 1.º Curso de Pilotos de Helicópteros, onde pela 1.ª vez também foram incorporados milicianos, segundo informação do Jorge Félix, aqui, junto a um Allouette II, no meio dos seus camaradas, onde se inclui o Duarte Pio de Bragança [e não Duarte Nuno de Bragança, como por lapso escreveu o Jorge Félix]
Os primeiros pilotos milicianos de helicópetros da FAP > 14 de Março de 2008 > "Éramos oito milicianos (Eu, Antolin, Cavadas, Melo, Baeta, Pinto e Duarte) e três da Academia Militar (Braga, Afonso e Costa).
O Pinto faleceu em Outubro de 2007, em Lisboa, vítima de doença. O Oliveira faleceu no acidente de aviação em Tancos, em 72 ou 73. Estes dois companheiros estiveram comigo na Guiné. O Melo anda em sítio incerto na Venezuela (vou saber pormenores da 'chatice' que foi a vida dele por lhe terem roubado um Allouette III da FAP). O Baeta faleceu em Gago Coutinho, Angola, Março de 1969, num acidente, voo nocturno, Heli. O Cavadas também já faleceu em acidente de Heli, andava nas pulverizações, no Alentejo. O Antolin está de perfeita saúde, Comandante da TAP reformado, a viver em Lisboa. O Duarte é... Sua Alteza D. Duarte Pio de Bragança, esteve em Angola [... e não em Moçambique...] e vive em Lisboa. O Pinto, também reformado da TAP, faleceu há quatro meses. Do Braga, Afonso e Costa, sei muito pouco (...)..
Foto (e legenda): © Jorge Félix. Todos os direitos reservados [Cortesia de: Blogue do Victor Barata > Especialistas da BA 12, Guiné 1965/74.] (**)
Guiné > Algures > Jorge Félix, allf mil pil heli Al III (BA 12, BA 12, Bissalanca, 1968/70) e António Spínola (Com-Chefe e Governador Geral, CTIG, 1968/73)... O tratamento por "pilav" era reservado aos pilotos-aviadores que vinham da Academia Militar. Não sabemos exatamente em que data chegaram, à BA 12, Bissalanca, os Alouette III. A partir de 1969, o fabricante francês destaca para a BA 12 um técnico de manutenção, o Pierre Fargeas (nascido em 1932) e que se tornou um grande amigo de Portugal e do pessoal que passou pela BA 12 entre 1969 e 1974. A sua esposa, Ivette Fargeas, também o acompanhou. (***)
Foto (e legenda): © Jorge Félix (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
(...) O Alouette II foi o segundo modelo de helicóptero ao serviço da Força Aérea Portuguesa, a seguir ao único Sikorsky UH-19 operado desde 1954. Foram recebidas sete unidades em 1957, começando a ser operadas no ano seguinte, uma das quais seria destruída por acidente.
Com o início da Guerra do Ultramar, os seis helicópteros remanescentes foram enviados para Angola, de onde operaram a partir das bases aéreas do Negaje e de Luanda. Foram utilizados sobretudo para evacuações sanitárias e para ligações.
Foto (e legenda): © Alberto Pires (Teco) / Jorge Félix (2009). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Foto ( e legenda): © Artur Conceição (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Foto nº 4 > Guiné > Região de Quínara > Tite > Agosto/Setembro de 1965 > Alouette II. Foto do álbum de Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf do Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66.
Foto nº 5 > Guiné > Região do Oio > Porto Gole > Arnaldo Schulz ao lado do piloto do helicóptero; Fevereiro de 1967 > A despedida: em segundo plano, no banco de trás, duas caixas de cerveja, Sagres e Cristal; em primeiro plano, à esquerda, um cabo especialista da FAP e, à direita, o fur mil Viegas, do Pel Caç Nat 54, com camuflado paraquedista trocado com um camarada numa operação no Morés em outubro de 1966. A aeronave parece ser um Alouette II.
Foto (e legenda) : © José António Viegas (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Tancos > Base Aérea nº3 > 1967 > 1.º Curso de Pilotos de Helicópteros, onde pela 1.ª vez também foram incorporados milicianos, segundo informação do Jorge Félix, aqui, junto a um Allouette II, no meio dos seus camaradas, onde se inclui o Duarte Pio de Bragança [e não Duarte Nuno de Bragança, como por lapso escreveu o Jorge Félix]
Os primeiros pilotos milicianos de helicópetros da FAP > 14 de Março de 2008 > "Éramos oito milicianos (Eu, Antolin, Cavadas, Melo, Baeta, Pinto e Duarte) e três da Academia Militar (Braga, Afonso e Costa).
O Pinto faleceu em Outubro de 2007, em Lisboa, vítima de doença. O Oliveira faleceu no acidente de aviação em Tancos, em 72 ou 73. Estes dois companheiros estiveram comigo na Guiné. O Melo anda em sítio incerto na Venezuela (vou saber pormenores da 'chatice' que foi a vida dele por lhe terem roubado um Allouette III da FAP). O Baeta faleceu em Gago Coutinho, Angola, Março de 1969, num acidente, voo nocturno, Heli. O Cavadas também já faleceu em acidente de Heli, andava nas pulverizações, no Alentejo. O Antolin está de perfeita saúde, Comandante da TAP reformado, a viver em Lisboa. O Duarte é... Sua Alteza D. Duarte Pio de Bragança, esteve em Angola [... e não em Moçambique...] e vive em Lisboa. O Pinto, também reformado da TAP, faleceu há quatro meses. Do Braga, Afonso e Costa, sei muito pouco (...)..
Foto (e legenda): © Jorge Félix. Todos os direitos reservados [Cortesia de: Blogue do Victor Barata > Especialistas da BA 12, Guiné 1965/74.] (**)
Foto (e legenda): © Jorge Félix (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. O que muito de nós não sabem (ou não sabiam) sobre o heli Alouette II, antecessor do Alouette III
(i) Maria Arminda Santos (****)
(...) "A partir daí a guerra na Guiné estava instalada e assim que foi possível fomos colocadas na Base de Bissalanca, para o início das evacuações aéreas com enfermeiras. Havia os aviões Auster e os helicópteros Alouette II; nestes não nos era possível acompanhar de perto os feridos, os quais eram transportados fora do helicóptero, numa espécie de caixas colocadas por cima dos patins do heli, uma de cada lado. Nos Auster a maca quase entrava pela cadeira ao lado do piloto e na cauda do avião.
"Felizmente mais tarde chegaram os DO-27 e os Alouette III, onde passámos a fazer inúmeras evacuações, adaptando e modificando os meios sanitários e a nossa actuação, com a finalidade de uma mais eficaz prestação de cuidados aos feridos, os quais iam sendo cada vez em maior número. Infelizmente tivemos que chegar a fazer evacuações no Dakota, quando havia ao mesmo tempo muitos feridos e a pista era adequada para a sua aterragem." (...)
(ii) Wikipedia > Aérospatiale Alouette II (em português)
(... ) O Alouette II é um helicóptero ligeiro, produzido, sob diversas versões, pelo construtor aeronáutico francês, SNCASE, que em 1957 deu origem à Sud Aviation, em 1970 à Aérospatiale, em 1992 à Eurocopter e que em 2000 passou a integrar a EADS (...)
Foi o primeiro helicóptero do mundo, motorizado com turbina a gás a ser certificado para voo.
As versões militares eram usadas essencialmente em, fotografia aérea, observação, salvamento marítimo. ligação e treino. Na parte civil era usado essencialmente na evacuação médica principalmente em grande altitude, tirando partido do seu motor de turbina. (...)
Com o início da Guerra do Ultramar, os seis helicópteros remanescentes foram enviados para Angola, de onde operaram a partir das bases aéreas do Negaje e de Luanda. Foram utilizados sobretudo para evacuações sanitárias e para ligações.
A partir de abril de 1963, começaram a ser substituídos em Angola pelos recém adquiridos Alouette III, sendo enviados para a Guiné Portuguesa onde se tinha aberto uma nova frente. Também neste teatro de operações começaram a ser substituídos por Alouette III, sendo quatro transportados num DC-6 para a nova frente de Moçambique em 1966. Foram finalmente completamente substituídos operacionalmente pelos Alouette III e pelos Puma, sendo todas as unidades colocadas na Base Aérea de Tancos na função de instrução, onde serviram até 1976. (...)
__________
(***) Vd. poste de 1 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12375: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (7): By air... (Vídeo de Jorge Félix / Pierre Fargeas)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 7 de dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5420: FAP (38) : O helicóptero Alouette II ou uma arrepiante viagem na 'montanha russa' até ao HM 241 (Jorge Félix)
(**) Vd. poste de 20 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11737: FAP (74): A instrução do AL III no meu tempo: em Janeiro de 68, eu e mais cinco pilotos do P1 de 67, juntamente com quatro pilotos da Academia Militar e o Senhor Dom Duarte de Bragança, iniciamos com o Al II o curso de helis... Saí de Tancos com um total de 291 horas de voo, e no dia 1 de Outubro de 68 fazia uma evacuação (TEVS) em Cabuca.... (Jorge Félix)
(**) Vd. poste de 20 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11737: FAP (74): A instrução do AL III no meu tempo: em Janeiro de 68, eu e mais cinco pilotos do P1 de 67, juntamente com quatro pilotos da Academia Militar e o Senhor Dom Duarte de Bragança, iniciamos com o Al II o curso de helis... Saí de Tancos com um total de 291 horas de voo, e no dia 1 de Outubro de 68 fazia uma evacuação (TEVS) em Cabuca.... (Jorge Félix)
(***) Vd. poste de 1 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12375: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (7): By air... (Vídeo de Jorge Félix / Pierre Fargeas)
(****) Vd. poste de 23 de maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8314: Tabanca Grande (286): Maria Arminda Lopes Pereira dos Santos, ex-Ten Grad Enf.ª Pára-quedista, 1961-1970
(*****) Último poste da série > 13 de dezembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19286: FAP (113): Os pilotos do Lobo Mau (helicanhão), José Duarte Príncipe e Raul Coelho, foram quem identificou e sinalizou a ambulância russa do PAIGC, entre Copá e a fronteira do Senegal, quando estavam a dar proteção ao grupo do Marcelino da Mata, "Os Vingadores", em fevereiro de 1974 (Miguel Pessoa)
(*****) Último poste da série > 13 de dezembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19286: FAP (113): Os pilotos do Lobo Mau (helicanhão), José Duarte Príncipe e Raul Coelho, foram quem identificou e sinalizou a ambulância russa do PAIGC, entre Copá e a fronteira do Senegal, quando estavam a dar proteção ao grupo do Marcelino da Mata, "Os Vingadores", em fevereiro de 1974 (Miguel Pessoa)
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segunda-feira, 14 de outubro de 2019
Guiné 61/74 - P20240: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (4): 2ª edição, revista e aumentada, Letras M, de Maçarico, P de Periquito e C de Checa... Qual a origem destas designações para "novato, inexperiente, militar que acaba de chegar ao teatro de operações" ?
Lê-se no portal das Aves de Portugal:
"Com o seu incessante movimento de balanceamento da cauda, o maçarico-das-rochas é uma das mais irrequietas limícolas, que raramente é vista em repouso. Estatuto de conservação em Portugal:
Vulnerável
"Identificação > Pequena limícola castanha e branca. A cabeça, o peito, o dorso e as asas são castanhas. O ventre é branco, sem riscas, sendo a linha divisória bastante bem marcada. As patas são cinzentas ou esverdeadas. A característica identificativa que mais facilmente permite separar esta espécie de outras limícolas é a pequena “língua” branca que a plumagem forma de ambos os lados do pescoço.
"Abundância e calendário > O maçarico-das-rochas é uma espécie relativamente comum em Portugal e distribui-se um pouco por todo o país, mas como raramente forma grandes bandos não pode ser considerado uma espécie abundante. Frequenta todo o tipo de zonas húmidas, sejam elas de água doce, salobra ou salgada. Pode ser observado ao longo de todo o ano. Na época de reprodução é relativamente escasso e ocorre sobretudo na metade interior do território. Fora da época de reprodução é mais comum, ocorrendo então com regularidade em praticamente todas as zonas húmidas do litoral português." (...)
Fotos (e legenda): © Luís Graça (2019). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Na tropa e na guerra (colonial), Maçarico era o "soldado que ainda não terminou a instrução militar", o recruta, o novato, o que acaba de chegar (ao teatro de operações) (*)...
O termo começou a ser usado em Angola, em 1961, depois estendeu-se à Guiné, sendo aqui substituído por "periquito" ou "pira"... Em Moçambique dizia-se "checa"... O termo aparece nas letras de canções do Cancioneiro do Niassa (**)
A razão de ser desta(s) designação (ões), não sei. O único vocábulo com esta aceção, da gíria militar, que vem grafado no dicionário, é "maçarico".
maçarico | s. m.
ma·ça·ri·co
(origem duvidosa)
substantivo masculino
1. Aparelho com um tubo pelo qual sai uma chama que se faz incidir sobre a peça que se quer soldar ou derreter.

2. [Informal] Pessoa com pouca experiência. = APRENDIZ, NOVATO
3. [Informal] Soldado que ainda não terminou a instrução militar. = RECRUTA
4. [Ornitologia] Ave pernalta aquática.
5. [Regionalismo] Lebracho com malha branca na frente.
"maçarico", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://dicionario.priberam.org/ma%C3%A7arico [consultado em 12-10-2019].
Talvez algum leitor nos possa ajudar a perceber o porquê destas designações... Porquê "periquito" na Guiné, porquê "checa" em Moçambique ?
O nosso camarada Santos Oliveira já aqui nos deu, em tempos, uma explicação para a origem do termo "Maçarico", usado na Guiné em 1964 (***). Maçarico teria a ver com a cor do caqui amarelo das primeiras tropas. Em comentário o José Colaço dá uma explicação importante para a mudança do nome para "periquito": "Quando apareceram as fardas verdes deixaram de ser maçarico, e foram cognominados de periquitos.Aliás nem fazia sentido um maçarico verde."
Parte da capa do livro sobre a família Maçarico, que tem centenas de descendentes, originários de Ribamar, Lourinhã. Estão hoje espalhados pela diáspora lusitana (por ex., Brasil, Estados Unidos, Canadá). Há um ra,o em Mira, que deve ter emigrado para lá no séc. XIX. Uma das caraterísticas dos Maçaricos é que sempre viverem junto ao mar, e ligados a atividades maritímas (desde a marinha mercante à marinha de guerra, desde a pesca à construção naval
2. No livro "A Vila de Ribamar" (edição de autor, Ribamar, 2002), Américo Teodoro Maçarico Moreira Remédio, (n. Ribamar, Lourinhã, 1943, 1º tenente reformado,) reconstruiu a árvore da família (ou clã) Maçarico, cuja origem remontaria, pelo menos, à época dos Descobrimentos.
Nesta época, Ribamar seria um importante centro de construção naval, tendo ainda existido até cerca de 1930 um estaleiro que situava no local onde está hoje antiga a escola primária. E já nesses tempos idos os Maçaricos eram reconhecidos como especialistas nessa área, tendo acompanhado diversas expedições navais. E provavelmente estabeleceram-se também noutras localidades onde existiam estaleiros, possível explicação para haver outras famílias Maçarico espalhadas pelo País, como por exemplo em Mira.
Uma das minhas bisavós, avó materna do meu pai. era Maria Augusta Maçarico (Ribamar, 1864-Lourinhã, 1932). Caso com um Sousa, família de negociantes de peixe. (LG)
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 13 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20237: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (3): 2ª edição, revista e aumentada, Letra B
(**) "Checas" é uma das famosas canções do Cancioneiro do Niassa;
I
Ó checa, amigo checa,
Cacimbado ando eu,
Já estou farto disto tudo,
Aqui em Nova Viseu.
II
Já estou farto de picar,
De fazer operações,
De rios atravessar
Com água até aos calções.
III
Já estou farto de buracos,
Feitos pelas marmitas [, minas,]
Já estou farto de ir ao ar
E sem ver os terroristas.
IV
Ó checa, amigo checa,
Na picada, faz favor,
Tu serás paraquedista
Ou piloto aviador.
V
Comes feijão ao almoço,
Comes feijão ao jantar
E quando não é feijão
É punga para variar.
VI
Uma sopa de mosquitos,
E de formas esquisitas,
Dia sim, dia não,
Lá virão os ciclistas.
VII
Ó checa, amigo checa,
Isto aqui é muito chato,
Aturar a chicalhada
Que nunca saem para o mato.
VIII
Esta guerra é dos soldados
E também dos furriéis,
O resto dos graduados
Faz a guerra dos papéis.
IX
Assim é Nova Viseu
E isto ainda aumenta,
Isto é uma charanga
Na trinta e quatro setenta.
Comentário de L.G.:
Referência à Companhia 3470, aquartelada em Nova Viseu, na região do Niassa.
Desconheço a proveniência do termo checa, o qual designa, se bem entendo, o soldado que acaba de chegar da Metrópole, sem experiência de combate, em suma, o maçarico, o periquito, como nós dizíamos na Guiné em 1969/71: Checa é pior que turra, é o título de uma obra de ficção, publicada em 1996 por Manuel Maria, que esteve em Moçambique entre 1972 e 1974. O romance, edição de autor (Porto, 1996), tem como subtítulo: Caricaturas da guerra colonial.
_________________
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 13 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20237: Pequeno Dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (3): 2ª edição, revista e aumentada, Letra B
(**) "Checas" é uma das famosas canções do Cancioneiro do Niassa;
I
Ó checa, amigo checa,
Cacimbado ando eu,
Já estou farto disto tudo,
Aqui em Nova Viseu.
II
Já estou farto de picar,
De fazer operações,
De rios atravessar
Com água até aos calções.
III
Já estou farto de buracos,
Feitos pelas marmitas [, minas,]
Já estou farto de ir ao ar
E sem ver os terroristas.
IV
Ó checa, amigo checa,
Na picada, faz favor,
Tu serás paraquedista
Ou piloto aviador.
V
Comes feijão ao almoço,
Comes feijão ao jantar
E quando não é feijão
É punga para variar.
VI
Uma sopa de mosquitos,
E de formas esquisitas,
Dia sim, dia não,
Lá virão os ciclistas.
VII
Ó checa, amigo checa,
Isto aqui é muito chato,
Aturar a chicalhada
Que nunca saem para o mato.
VIII
Esta guerra é dos soldados
E também dos furriéis,
O resto dos graduados
Faz a guerra dos papéis.
IX
Assim é Nova Viseu
E isto ainda aumenta,
Isto é uma charanga
Na trinta e quatro setenta.
Comentário de L.G.:
Referência à Companhia 3470, aquartelada em Nova Viseu, na região do Niassa.
Desconheço a proveniência do termo checa, o qual designa, se bem entendo, o soldado que acaba de chegar da Metrópole, sem experiência de combate, em suma, o maçarico, o periquito, como nós dizíamos na Guiné em 1969/71: Checa é pior que turra, é o título de uma obra de ficção, publicada em 1996 por Manuel Maria, que esteve em Moçambique entre 1972 e 1974. O romance, edição de autor (Porto, 1996), tem como subtítulo: Caricaturas da guerra colonial.
Quanto ao termo picar, significava detectar minas utilizando para o efeito um pau tendo na extremidade um ferro aguçado ou um prego com que se picava o chão, a picada, os trilhos suspeitos de esconderem marmitas ou minas anticarro ou antipessoal).
Por sua vez, o termo chicalhada era uma forma de se referir, em termos depreciativos, os oficiais e sargentos do quadro das Forças Armadas, o pessoal da carreira militar, os quais eram em geral muito mais velhos do que os soldados do contingente geral, os furriéis milicianos e os alferes milicianos. Meter o chico era um termo depreciativo, designando uma acção desprezível de um furriel ou alferes miliciano que, no final da comissão, optava pela continuação na vida militar: veja-se por exemplo o Fado do Miliciano que o J.M.AS Santos diz ser a versão do Exército do Fado da Marinha.
(***) Vd. poste de 11 de abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4173: Humor de caserna (10): Como se caçavam Maçaricos em 1964 (Santos Oliveira)
(...) A Guerra do Ultramar veio criar a necessidade de, aos Militares para lá deslocados, um fardamento adequado ao clima, de caqui amarelo-torrado.Os que haviam seguido pelos anos de 1961 ainda sofreram as agruras da regulamentar farda utilizada no Contingente Metropolitano, inadequada, de fazenda cerdosa, grossa, de cor cinzenta (quentíssima cá, como seria por lá???...).
Estes foram os verdadeiros criadores do termo e apelido que nos era atribuído, pela semelhança de cores com a do Maçarico, um tipo de ave, muito comum na Guiné. Com a evolução e renovação do tal fardamento inadequado, todos ficaram amarelos, pelo que somente aos novatos e inexperientes no Ultramar eram apelidados com tal epíteto. (...)
(***) Vd. poste de 11 de abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4173: Humor de caserna (10): Como se caçavam Maçaricos em 1964 (Santos Oliveira)
(...) A Guerra do Ultramar veio criar a necessidade de, aos Militares para lá deslocados, um fardamento adequado ao clima, de caqui amarelo-torrado.Os que haviam seguido pelos anos de 1961 ainda sofreram as agruras da regulamentar farda utilizada no Contingente Metropolitano, inadequada, de fazenda cerdosa, grossa, de cor cinzenta (quentíssima cá, como seria por lá???...).
Estes foram os verdadeiros criadores do termo e apelido que nos era atribuído, pela semelhança de cores com a do Maçarico, um tipo de ave, muito comum na Guiné. Com a evolução e renovação do tal fardamento inadequado, todos ficaram amarelos, pelo que somente aos novatos e inexperientes no Ultramar eram apelidados com tal epíteto. (...)
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sábado, 29 de junho de 2019
Guiné 61/74 - P19927: Parabéns a você (1646): José Firmino, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 2585 (Guiné, 1969/71) e Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil - Pel Mort Ind 912 (Guiné, 1964/66)
____________
Nota do editor
Último poste da série de 27 de junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19922: Parabéns a você (1645): Fernando Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro da CCAÇ 2404 (Guiné, 1968/70) e Vítor Caseiro, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 4641 (Guiné, 1973/74)
sexta-feira, 29 de junho de 2018
Guiné 61/74 - P18789: Parabéns a você (1462): José Firmino, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 2585 (Guiné, 1969/71) e Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil, Pel Mort Ind 912 (Guiné, 1964/66)
____________
Nota do editor
Último poste da série de 27 de Junho de 2018 > Guiné 61/74 - P18783: Parabéns a você (1461): Fernando Maria Neves Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro da CCAÇ 2404 (Guiné, 1968/70) e Vítor Caseiro, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 4641 (Guiné, 1973/74)
sexta-feira, 14 de julho de 2017
Guiné 61/74 - P17583: (De) Caras (83): Gente boa, brava e chã da Tabanca dos Melros em dia de apresentação das "Memórias Boas da Minha Guerra", volume II, do José Ferreira: restaurante "Choupal dos Melros", Fânzeres, Gondomar, 8 de julho de 2017 - Parte I (Fotos e texto: Luís Graça)
Foto nº 1 > Gondomar > Fânzeres > Quinta dos Choupos > Restaurante Choupal dos Melros > Tabanca dos Melros > A bandeira da Tabanca dos Melros e o seu régulo Carlos Silva. Esta tabanca alberga os ex-combatentes naturais do concelho de Gondomar, como é o caso do Carlos Silva, embora viva em Massamá, concelho de Sintra; acolhe naturalmente todos os demais combantentes da região, de todo Norte, e de todo o Portugal d'aquém e d'além mar; reune-se todos os segundos sábados de cada mês.
Foto nº 2 > A Tabanca dos Melros está sediada na Quinta dos Choupos, restaurante Choupal dos Melros. É um belíssimo complexo, inserido numa quinta que há foi em tempos uma das maiores e melhores casas agrícolas da região. Por herança, está na posse do nosso grã-tabanqueiro Gil Moutinho, ex-fur nul piloto aviador BA12, Bissalanca, 1972/73, anfitrião e outro dos régulos da Tabanca dos Melros. O Gil mantém a parte agrícola e faz a gestão do restaurante, especializado em eventos (casamentos, batizados, festas...). Abre, ao público, aos domingos.
Foto nº 3 > Há já um pequeno nucleo museológico sobre a guerra colonial, constituído por objetos (fardas, guiões, crachás, bandeiras, mapas, medalhas, fotografias, e até armas) doados por antigos combatentes. Um dos mais entusiásticos e generosos doadores tem sido o Rui Vieira Coelho, ex-alf mil médico que esteve integrado nos BCAÇ 3872 e BCAÇ 4518 (Galomaro, 1973/74).
Foto nº 4 > Mais uma peça de museu: o saco de viagem da TAP oferecido aos militares que vinham de licença de férias à metrópole. Oferta do Carlos Silva.
Foto nº 5 > Outra peça de museu, a farda (amarela) do nosso grã-tabanqueiro, Santos Oliveira
Foto nº 6 > A placa de homenagem do Jorge Teixeira (Portojo) (1945-2017), o "bandalho-mor" do Bando do Café Progresso, que prematura nos deixou. Era um dos mais entusiásticos frequentadores da Tabanca dos Melros, seu cofundador e editor do respetivo blogue, juntamente com o Carlos Silva e o Carlos Vinhal.
Foto nº 7 > Um dos muitos sítios aprazíveis da quinta: uma latada de "americano"...
Foto nº 8 > O antigo "quinteiro" da Quinta dos Choupos, onde estão alojados vários serviços de apoio ao restaurante Choupal dos Melros.
Foto nº 9 > A moderna cozinha do restaurante, com fogão... a lenha!... Tudo o que saí daqui é tem o sabor tradicional da nossa melhor cozinha regional portuguesa....
Foto nº 10 > Gondomar > Fânzeres >Tabanca dos Melros > 8 de julho de 2017 > Sessão de apresentação do II Volume do livro "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira (Lisboa, Chiado Editora, 2017) > Aspeto da decoração da sala (um telheiro) onde foi apresentado o livro: um manequim, com a farda nº 2, e as divisas de furriel, e uma pistola metralhadora Uzi (réplica)... A decoração esteve a cargo do nosso grã-tabanqueiro Ricardo Figueiredo, que tem um sonho: construir uma réplica de um aquartelamento de uma subunidade de quadrícula (companhia), típico do TO da Guiné, no âmbito do seu ambicioso projeto Museu Vivo da Guerra Colonial.
Foto nº 11> Gondomar > Fânzeres >Tabanca dos Melros > 8 de julho de 2017 > Sessão de apresentação do II Volume do livro "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira (Lisboa, Chiado Editora, 2017) > Aspeto geral da assistência
Foto nº 12 > Gondomar > Fânzeres >Tabanca dos Melros > 8 de julho de 2017 > Sessão de apresentação do II Volume do livro "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira (Lisboa, Chiado Editora, 2017) > O anfitrião, Gil Mourinho, tendo ao lado as esposas dos nossos camaradas Carlos Vinhal e Carlos Silva.
Foto nº 13> Gondomar > Fânzeres >Tabanca dos Melros > 8 de julho de 2017 > Sessão de apresentação do II Volume do livro "Memórias Boas da Minha Guerra", de José Ferreira (Lisboa, Chiado Editora, 2017) > Um dos oradores, o Jorge Teixeira, chefe do Bando do Café Progresso, fazendo o elogio do autor (o Zé Ferreira, em segundo plano) e da obra. É um camarada de fino trato e humor à moda do Porto. tal como de resto o outro Jorge Teixeira, de alcunha, Portojo (1945-2017).
(Continua)
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Nota do editor:
quinta-feira, 29 de junho de 2017
Guiné 61/74 - P17521: Parabéns a você (1279): José Firmino, ex-Soldado At Inf da CCAÇ 2585 (Guiné, 1969/71) e Santos Oliveira, ex-2.º Sarg Mil, Pel Mort Ind 912 (Guiné, 1964/66)
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Nota do editor
Último poste da série de 27 de Junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17516: Parabéns a você (1278): Vítor Caseiro, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 4641 (Guiné, 1973/74)
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