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domingo, 1 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24716: Coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços (4): A minha primeira viagem, de camioneta, a Lisboa, com 9 anos (Eduardo Estrela, Faro)


Fonte: EVA  Transportes SA > Arquivo Histórico (2023) (com a devida vénia...) (*)


1. Texto que o Eduardo Estrela nos mandou para a série "Coisas & loisas do tempo de meninos e moços (**):

Data - 30 set 2023 16:51 
Assunto - Viagens da nossa memória

Lembro que o dia apareceu sereno e límpido. Dias antes, a minha mãe tinha começado a preparar a viagem que íamos fazer.

Como prenda dos meus bons resultados escolares, o meu pai ofereceu-me um relógio e através dum pedido que fez ao Sr. Aníbal da Cruz Guerreiro, empresário farense  dono da EVA (*), obteve para ele, para a minha mãe e para mim, a título gracioso, viagens de ida e volta a Lisboa utilizando as camionetas (agora são autocarros) daquela empresa.

Na saída de Faro para S. Brás de Alportel, perto da minha casa, havia uma paragem. Foi aí que entrámos na dita camioneta. Eram 9,30 da manhã dum dia extraordinário para mim, que iniciava nesse momento a primeira grande viagem da minha vida, a caminho do desconhecido e do imaginário.

Ronceiro, o veículo foi galgando quilometros atravessando o Caldeirão e parando amiudadas vezes para largar ou deixar entrar passageiros.

Os meus olhos devoravam o encanto da serra e ficaram inundados com a beleza das planícies do Alentejo e do seu colorido manto.

Perto da hora do almoço, a camioneta parou em Ferreira do Alentejo durante pouco mais de 1 hora, de modo a que os passageiros que fariam o percurso completo pudessem comer.

No final do dia arribámos a Cacilhas, aguardando vez para que, camioneta e passageiros atravessassem o Tejo a bordo do cacilheiro.

A chegada ao Terreiro do Paço era por volta das 7 horas da tarde. Ficámos instalados na casa duma prima irmã da minha mãe, na Rua Palmira aos Anjos, durante uma semana.

Tudo para mim era novo e grande. O movimento das pessoas, dos veículos, tudo feito a um ritmo a que eu não estava habituado. Ficava encantado por ver os eléctricos atrás uns dos outros em constante movimento.

À época, a Almirante Reis estava esventrada por força das obras do metropolitano e ver os trabalhadores lá em baixo na sua azáfama, deixava-me boquiaberto e a pensar como era possível trabalhar àquela profundidade.

Fui ao aquário Vasco da Gama, aos Jerónimos, ao museu dos coches, ao jardim zoológico, ao aeroporto, aos lugares habituais a que iam as pessoas que visitavam a grande cidade pela primeira vez.

Tinha 9 anos e acabava de conhecer um pouco da terra das "muitas e desvairadas gentes".

No regresso a Faro, transmiti aos meus amigos o encantamento da viagem e das coisas que tinha visto.
Depois, pouco tempo depois, a minha vida levou uma dolorosa e tremenda volta.

O meu herói deixou-nos e tivemos eu e a minha mãe, doente cardíaca, que nos adaptar a uma realidade cruel.







(i) ex-fur mil at inf, CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71;

(ii) natural de Faro, vive em Cacela Velha, a jóia da Ria Formosa, cantada por Sophia;

(iii) uma das suas paixões é o teatro amador, mas também comeu, na infância, órfão de pai, "o pão que o diabo amassou";

(iv) é o membro nº 541, da Tabanca Grande, desde 29/2/2012.
____________

Notas do editor:

(*) Empresa de Viação do Algarve, Lda: criada em 1933; hoje EVA Transportes SA, Faro. (Fonte: EVA > Arquivo Histórico)


(...) Teria pouco mais que 8 meses de gestação, estando ainda no quentinho da barriguinha da minha mãe, quando fiz a minha primeira viagem.

Em Dezembro de 1945, o meu pai, ainda solteiro, havia “emigrado” de Azurara, freguesia do concelho de Vila do Conde, para Matosinhos em busca de uma vida melhor. Um familiar da minha mãe tinha-lhe arranjado um modestíssimo emprego como funcionário público na “Junta”, assim era conhecida na época a Administração dos Portos do Douro e Leixões, mas muito bom para quem não tinha nenhum meio de subsistência. A minha mãe, ainda sua namorada, ficou em Azurara, na casa de seus pais, à espera de melhores dias para se poderem casar. (...)

Vd. também postes anmteriores da série:

27 de setembro de  2023 > Guiné 61/74 - P24704: Coisas & loisas do nosso tempo de meninos e moços (1): A Feira (Joaquim Costa, Vila Nova de Famalicão)

(...) Terminado o verão, de pé livre e descalço, minha mãe me levou à feira para comprar umas chancas, para resguardar o pezinho da chuva e do frio no caminho para a escola bem como o “material escolar”.

O dia de feira era um autêntico dia de festa, pelo que era o êxodo das aldeias para a vila na ânsia de encontrarem alguns produtos e artigos (escolares… e não só!) a bom preço, bem como um pouco de divertimento e “galhofa” fugindo, por algumas horas, às rotinas do trabalho diário.(...)


28 de setembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24707: Coisas & loisas do tempo de meninos e moços (2): O martírio da viagem de comboio de Afife ao Porto (Valdemar Queiroz, Afife, Viana do Castelo)

(...) Com dez anos fiz a primeira viagem de comboio, foi no correio de Afife ao Porto.
Foi à casa de uma tia nas férias grandes de Verão.

O martírio começou em casa da minha avó, continuou estrada abaixo até à Estação e só melhorou quando o comboio partiu e eu descalcei umas botas novas que me apertavam os pés. (...)

sábado, 16 de setembro de 2023

Guiné 51/74 - P24659: As nossas geografias emocionais (6): o mergulho do astro-rei na praia de Faro (Eduardo Estrela, ex-fur mil at inf, CCAÇ 2592/CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71)



Praia de Faro > 14 de serembro de 2023 > Pòr do sol

Fotos (e legendas): © Humbero Rosa / Eduardo Estrela (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.]



1. Mensagem do nosso amigo e camarada Eduardo Estrela (ex-fur mil at inf, CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71; vive em Cacela Velha, a jóia da Ria Formosa (foto à esquerda):

Data . quinta, 14/09, 22:03
Assunto - O mergulho do astro-rei

Caro amigo e camarada!

Acabei há meia hora de ser presenteado com estas belas fotografias feitas por um companheiro, nosso contemporâneo. nas agruras da Guiné,  mais exactamente o Humberto Rosa,  ex-fur mil atirador de infantaria.

Como sabe que tenho estado por Cacela, não quis deixar de me proporcionar o pôr do sol de hoje na praia de Faro.

Tal como o mar da tua terra , cujas belezas tens mostrado no blogue, o mar do Algarve e o mergulho do astro rei nas suas águas também é muito bonito.

Calculava que tinhas que fazer trabalho de casa relativamente as fotos da piscina Farim. Pelo facto, o meu obrigado.

Continuação das tuas melhoras, boa vindima e abraço fraterno.

Eduardo Estrela

2. Comentário do editor LG: 

Obrigado, a ti e ao Humberto Rosa, pela partilha. Para ser nosso contemporàneo, deve tratar-se do ex-fur mil at inf da CCAÇ 2587 que foi connosco  no T/T Niassa, em 24 de maio de 1969. Eu era da CCAÇ 2590 (futura CCAÇ 12) , e tu  da CCAÇ 2592 /futura CCAÇ 14). Bate certo ? 

Não temos ninguém dessa companhia, que esteve em Mansoa, Jugudul e Porto Gole (1969/71). Convida-o, em meu nome,  a integrar a nossa Tabanca Grande. Sei que tem fotos da Guiné. Abraço para ambos. LG

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22815: O meu sapatinho de Natal (12): Aos 74 anos e com 58 anos de Amador de Teatro sinto-me um homem feliz... Votos de Boas e Felizes Festas para a malta da Tabanca Grande (Eduardo Estrela, Grupo de Teatro Lethes, Faro)



Odemeria > 1968 > Um esepctáculo de fantoches (de luva), pelo então  Grupo de Teatro do Círculo Cultural do Algarve.  hoje, Grupo de Teatro Lethes , com sede em Faro, e de que parte o nosso camarada Eduardo Estrelaa.

Foto (e legenda): © Eduardo Estrela (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.Mensagem do nosso amigo e camarada Eduardo Estrela (ex-fur mil at inf, CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71; vive em Cacela Velha, (en)cantatada por Sophia, e que pertence a Vila Real de Santo António; um das suas paixões é o teatro amador;

Data - 1 dez 2021 23h31

Assunto - Ribertos
Boa noite companheiro!

A propósito do teu post noticiando o espectáculo de fantoches (*), anexo uma fotografia tirada em 1968 em Odemira durante um encontro amistoso com a criançada daquela localidade.

Na altura o Grupo de Teatro Lethes ainda se denominava Grupo de Teatro do Círculo Cultural do Algarve.

Neste encontro de amigos não participei pois estava na tropa em Tavira. Mas foram muitas as vezes que tive o privilégio de colaborar na comunicação com os miúdos através do Teatro de Fantoches, depois do regresso da Guiné.

Era uma maravilha observar a atenção que dispensavam ao que viam.

Aqui na zona mais ocidental do Sotavento algarvio diz-se que são " treteros " os que manuseiam os títeres.

A partir duma determinada altura o Grupo deixou a prática dos Fantoches.

Mandei-te um mail há alguns dias, onde perguntava pela tua saúde, pela Clarinha e pelo Alfero Cabral. Espero que tudo esteja bem.

Grande abraço

Eduardo

2. Resposta do editor LG, com data de 12 do corrente:

Eduardo, que maravilha. Obrigado. Vou muito oportunamente publicar. O Teatro Dom Roberto, como se diz agora, faz parte das nossas memórias de infância e, felizmente, está a renascer... Hás de contar algo mais sobre a tua experiência no teu grupo de teatro... Bom Natal, espero ainda escrever-te. Luis

3. Nova mensagem do Eduardo Estrela, com data de 16 do corrnte, 17h43

Boa tarde,  Companheiro!

Como tu muito bem sabes, o trabalho realizado por um Grupo de Teatro Amador não se esgota na realização de espectáculos. Extravasa para além do belo e do efémero visual. Consistentemente, fortalece e dinamiza a cultura da sociedade e dos seus próprios elementos.

O Grupo de Teatro Lethes tem sido ao longo dos seus 64 anos de existência, um importante veículo de dinamização do sentir e do acreditar num mundo melhor, ancorado nas palavras de poetas e dramaturgos da literatura universal.

Para mim, tem sido um privilégio viver com a partilha de ideais que consubstanciam solidariedade e fraternidade. Aos 74 anos e com 58 anos de Amador de Teatro sinto-me um homem feliz, pois tenho fortalecido a minha consciência cívica e ajudado a dinamizar valores básicos e essenciais à vida.

O Grupo de Teatro Lethes foi criado em 1957 por José Campos Corôa, Emílio Campos Corôa e Maria Amélia V. C. Corôa, com a designação inicial de Grupo de Teatro do Círculo Cultural do Algarve.

Os seus fundadores foram elementos do Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra ( TEUC), tendo José Campos Corôa sido fundador do próprio TEUC que era na altura dirigido pelo Prof. Paulo Quintela.

A actual denominação resultou do convite feito em 1972 pela Delegação de Faro da Cruz Vermelha Portuguesa, proprietária do edifício do Teatro Lethes, para que o Grupo se transferisse para aquele espaço. A nossa sede social como Entidade com Estatuto de Utilidade Pública continua a ser na Rua de Portugal 50 Faro, endereço que corresponde ao edifício do Teatro Lethes.

Em 64 anos de actividade o Grupo realizou 550 espectáculos sendo 100 de Teatro Infantil. Estreias absolutas foram 18 e tradução e adaptação de textos 9.

No que ao Teatro Infantil diz respeito foram efectuados 52 espectáculos apenas com fantoches de luvas, 31 com peças apenas para a infância, 8 apenas com palhaços e 9 espectáculos infantis não especificados.

Representámos: Abreu e Sousa, Almada Negreiros, Almeida Garrett, Alves Redol, André Brun, António Aleixo, António Ferreira, António Patrício, Aquilino Ribeiro, Ascensão Barbosa, Bernardo Santareno, Correia Alves, Costa Ferreira, D. João da Câmara, Eça de Queiroz, Fernando Dacosta, Fernando de Paços, Fernando Pessoa, Gervásio Lobato, Gil Vicente, Henrique Galvão, Joaquim Magalhães, José Cardoso Pires, José Régio, José Vilhena, Júlio Dantas, Luís Francisco Rebelo, Luís Stau Monteiro, Manuel Córrego, Marcelino Mesquita, Matilde Rosa Araújo, Mendes de Carvalho, Miguel Barbosa, Miguel Rovisco, Pinheiro Chagas, Prista Monteiro, Raul Brandão, Ricardo Alberty, Romeu Correia, Salazar Sampaio, Sidónio Muralha e Teresa Rita Lopes, autores Portugueses.

Dos autores estrangeiros representámos:

Andrés Lizarraga, Calderon de la Barça, Erico Veríssimo, Federico Garcia Lorca, Henri Gheon, Ionesco, Irwing Shaw, Joseph Kesselring, Leon Chancerel, Mayakovsky, Máximo Gorki, Molière, Luigi Pirandello, Saint Exupéry, Shaskpeare, Stefan Zweig, Steinbeck, Synge, Tcheckov, Thornton Wilder, Tone Bruling e autor anónimo do século XV.

Passaram pelo Grupo cerca de 500 amadores, sendo que alguns seguiram uma carreira profissional.

Continuamos a remar contra a maré porque acreditamos num Teatro que continue a apelar para a Igualdade, Democracia e Respeito pelos Direitos do Homem.

É absolutamente lamentável que o poder político nos despreze como faz.

Como diz António Ramos Rosa, " Até quando !? "

Abraço fraterno para ti e demais companheiros/camaradas com muita saúde e votos de Boas e Felizes Festas. (**)

Eduardo Estrela

(**) Último poste da série > 15 de dezembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22811: O meu sapatinho de Natal (11): Adeus, Guiné!... O regresso da 35ª CCmds, no N/M Niassa, uma viagem horrível, com partida de Bissau a 15/12/1973, e chegada a 22 (Ramiro Jesus, ex-fur mil, 35ª CCmds, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73)

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Guiné 61/74 - P21595: (De)Caras (166): Frei José Marques Henriques, da Ordem dos Frades Menores, 44 anos de vida sacerdotal na Guiné-Bissau, antes e depois da independência, como capelão militar e missionário


Frei José Marques Henriques (1970)


Frei José Marques Henriques (2020)

Fonte: Folha do Domingo, Faro, 18 de maio de 2020 (com a devida vénia...)


1. O frei José Marques Henriques,  da OFM -  Ordem dos Frades Menores (franciscanos), celebrou em 17 de maio de 2020,  em Faro, os  50 anos de vida sacerdotal, dos quais 44 foram vividos na Guiné-Bissau, antes e depois da independência, tendo sido também capelão militar, de 28 de abril a 9 de outubro de 1974. (*) 

Do jornal Folha do Domingo, Faro, edição de 18 de maio de 2020, retiramos alguns excertos e algumas partes do testemunho deste sacerdote português (e nosso camarada) sobre a sua experiência pessoal e religiosa na Guiné-Bissau. (**)


Os anos difíceis a seguir à independência


(...)  
Ordenado em Lisboa no dia 17 de maio de 1970, com mais quatro padres, pelo cardeal D. Manuel Cerejeira, seguiu para terra de missão. “A minha ideia é que seria melhor se me desse totalmente aos outros. E totalmente seria como missionário”, explicou o frei José Henriques ao Folha do Domingo, garantindo que os “primeiros anos da independência” “foram mais difíceis ainda” do que os já “difíceis” anos da guerra. 

“Não havia nada e era difícil até encontrar um fósforo. Durante muito tempo não tinha nada para comer de manhã. E ao almoço era só arroz. Se havia batatas, era uma ou duas para três ou quatro pessoas”, relata.

A guerra colonial: tiros das NT contra a missão franciscana 
[em Bula ] e intervenção de Spínola


(...) Antes, já tinha vivido a dura e traumatizante realidade de uma guerra colonial que ninguém compreendia. “Uma vez fomos atacados de noite e eu estava no internato com as crianças”, conta, lembrando os tiros nas portas “porque a 100 metros havia um quartel”.

 “Uma vez, os militares portugueses dispararam uns tiros para a nossa missão [em Bula ]. Então o Superior avisou o general Spínola de que estávamos a ser atacados pela nossa própria tropa e ele disse-lhes que nunca mais um tiro poderia cair naquela missão”, relata, explicando que os guerrilheiros do movimento de libertação da antiga colónia nunca atacaram a sede franciscana porque as crianças à sua guarda eram os seus próprios filhos. 

“O próprio Spínola é que os tinha posto lá”, conta, explicando tratar-se de crianças de povoações que tinham sido invadidas.


Pós-indepedência: prisões e fuzilamentos


Já no tempo da independência chegou a presenciar a prisão de dois jovens que estavam a preparar a festa de Santo Antão. Só a missiva que enviou ao então primeiro-ministro 'Nino' Vieira diz ter motivado a sua libertação. 

Na memória permanece-lhe ainda a ocorrência de um fuzilamento de cinco pessoas no campo de aviação da sua missão [Canchungo]. “Levaram as crianças das escolas para assistir, dizendo que iam assistir a um comício”, recorda com mágoa.


44 anos na Guiné: 10 anos em Bissau
 e os restantes no mato


(...) À pergunta se nunca pensou regressar nessa altura a Portugal, dá uma resposta perentória. “Nem nessa, nem nunca. Vim em 2014 porque vi que as forças já não davam mais”, assegurou.

Os primeiros três anos na Guiné passou-os como coadjutor da paróquia da catedral de Bissau e o ciclo da sua vida missionária naquela antiga colónia portuguesa em África completou-se com o regresso àquela comunidade para ser pároco nos últimos dois anos, antes de regressar a Portugal. 

No total esteve 10 anos em Bissau, tendo nos restantes cinco passado por mais duas paróquias que ajudou a desmembrar noutras. “Algumas, só na catequese tinham 3000 pessoas”, lembra, fazendo contas aos quilómetros percorridos por “acessos dificílimos”. 

Ao longo daqueles anos foi fundador de muitas comunidades perdidas no mato.


O regresso definitivo a Portugal, em 2014, 
apenas por razões de saúde


(...) Regressou a Portugal em 2013 e rumou ao Algarve por problemas de saúde e durante sete meses manteve-se por cá. Ainda voltou ao país africano, mas regressou à diocese algarvia definitivamente em 2014 para fazer parte da comunidade franciscana no Algarve e hoje é o guardião da Fraternidade Franciscana de Faro. 

Sobre o balanço deste meio século de ministério sacerdotal em que diz ter procurado “ser fiel”, entende que “só Deus é que poderá fazê-lo”. Assegura, no entanto, terem sido “anos de muita felicidade, mas também de sofrimento e muitas dores”. 

De entre os momentos positivos destaca ter testemunhado a cura de uma criança guineense com paludismo cerebral por quem rezou e que entregou aos cuidados médicos. (...)

Fonte: Excertos do jornal Folha do Domingo, (Faro) > 18 de maio de 2020 > Frei José Henriques celebrou 50 anos de sacerdócio, 44 na Guiné e os restantes no Algarve

[Adaptação, subtítulos, revisão, fixação de texto para efeitos de edição neste blogue. LG]

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 30 de novembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21594: Os nossos capelães (13): José Marques Henriques, ofm, esteve no CTIG, de 28/4/1974 a 9/10/74 (João Crisóstomo, Nova Iorque)

sábado, 9 de dezembro de 2017

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17420: (De) Caras (66): Tabanca de Faro reuniu 75 participantes no seu 2º encontro anual, em 20 de maio último (Eduardo Estrela, ex-fur mil, CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71)


Foto nº 1 > Faro > Tabanca de Faro > 2º Encontro anual  > 20 de maio de 2017 > Foto parcial do grupo  de participantes cujo total era da ordem dos 75.


Foto nº 2  > Faro > Tabanca de Faro > 2º Encontro anual  > 20 de maio de 2017 >  Junto ao monumento aos combatentes de Faro: da esquerda para a direita, o Zé Luís, o Vila Nova, o Aníbal, o Luis Formiga e eu, [ Não  está identificado o camarada que, em primeiro plano,  segura a coroa das flores]  


Foto nº 3 >  Faro > Tabanca de Faro > 2º Encontro anual  > 20 de maio de 2017 > Almoço de convívio: da esquerda  para a direita,  o Fernando Silva, o Jorge Martins, o Humberto Rosa, o Zé Augusto Vidal, eu   e a minha mulher Antonieta Estrela.


Fotos (e legendas):  © Eduardo Estrela (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de 30 de maio p.p., enviado pelo Eduardo Estrela [ ex-Fur Mil da CCAÇ 14, Cuntima, 1969/71]

Luis!

Aí vão três fotografias do nosso encontro de Faro (*).

A 1ª, tirada nas escadas do acesso ao jardim do restaurante,  não contempla toda a malta que se reuniu, pois as escadas eram pequenas para os cerca de 75 participantes. 

A 2ª foi tirada junto ao monumento que evoca os companheiros naturais do concelho de Faro, arrancados à vida na flor da idade. Na mesma estão da esquerda para a direita, o Zé Luís, o Vila Nova, o Anibal, o Luis Formiga e eu. Não me recordo do nome do camarada que segura a coroa das flores, enquanto escutávamos a alocução do amigo Dr. João Botelheiro. 

A 3ª. fotografia,  feita na mesa do restaurante, tem da esquerda para a direita  o Fernando Silva, o Jorge Martins, o Humberto Rosa, o Zé Augusto Vidal, eu e a minha mulher Antonieta Estrela.

No passado sábado 27, estive no almoço do BCaç 2879 ao qual a CCaç 14 estava agregada. O encontro aconteceu no Folgosinho, Gouveia, e teve cerca de 200 participantes.

Um abraço meu e da malta da Tabanca de Faro, nome já escolhido como refere o Zé Viegas.

Eduardo Estrela

PS - Diz o Povo e com razão " O que abunda não anula"... Depois de ter enviado as fotografias, visitei o blogue e verifiquei que uma delas já lá está inserida a das escadas (a foto nº 1). Aproveito para identificar a senhora. que está na direita do Zé Luís. Trata-se da sua esposa, dona Isabel Pratas. (**)

2. Comentário do editor LG

Eduardo, obrigado. Aqui tens as tuas fotos e o teu texto... Não tinha reparado na esposa do Zé Luís (*)... O Zé Viegas não me mandou a legenda... Voltaremos a publicar a "foto de família"... 75 participantes, dizes tu ? Ótimo, têm que se reunir mais vezes durante o ano.

PS -  Tens fotos da malta da CCAÇ 14 que foi ao último convívio do BCAÇ 2879 ? Temos falado pouco de vocês, CCAÇ 14...

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Notas do editor:

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17407: (De) Caras (65): Definitivamente somos a Tabanca de Faro, aberta a todos os ex-combatentes da Guiné, residentes no concelho de Faro, e que já fez dois encontros anuais (José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68)


Faro > Tabanca de Faro > 2º Encontro > 20 de maio de 2017 > Foto de família (... são só homens, cerca de 4 dezenas, esperamos que as companheiras dos nossos camaradas de Faro também possam aparacer na foto de grupo do próximo encontro)


Foto : © José António Viegas (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legenda;  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  Mensagem, com data de hoje, do nosso amigo e camarada José António Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54 (Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68)


Caro Luís

Aí te envio a foto de grupo do nosso 2º. convívio {, dos ex-combatentes da Guiné. residentes no concelho de Faro, e que se realizou em Faro no passado dia 20] (ª)

Depois de consultar vários Camaradas ficou decidido que se passaria a chamar TABANCA DE FARO.

Um abraço

Viegas

2. Comentário do editor LG:

Olá, Zé Viegas. Assim é que é, já está decidido,  já temos o nome definitivo.  Eu mesmo tinha-te posto esse problema: vamos lá acertar o nome da Tabanca: do Algarve ? de Faro ? do Sul ? do Sotavento ?... 

Ficou então Tabanca de Faro, dada a delimitação geográfica dos combatenntes; são de Faro, não são de Silves.. Mas isso não vai impedir que os do Barlavento não possam também aparecer no próximo encontro...

Parabéns à rapaziada de Faro, parabéns  a ti, que passas a ser promovido a régulo,  por "dares a cara" e por puxares esta "carroça" (**). Muita saúde e longa vida para os novos tabanqueiros... E não te esqueças de  trazer, contigo, mais camaradas de Faro para a Tabanca Grande, sobretudo malta que tenha álbuns fotográficos e algum jeito para a escrita.... Ab, Luís

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Notas do editor:


domingo, 21 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17382: Convívios (804): 2º encontro da Tabanca do Algarve, Faro, 20/5/2017 (José Viegas, ex-fur mil, Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68)


Foto nº 1 > Faro: Monumento aos combatentes (junto ao RI 4)


Foto nº 2 > Faro: Monumento aos combatentes. pequena aloucação do camarada  João Boteleiro



Foto nº 3 >  Aspecto (parcial) do almoço de convívio (1)


Foto nº 4 >  Aspecto (parcial) do almoço de convívio (2)

Foto nº 5 > Aspecto (parcial) do almoço de convívio (3): da esquerda para a direita,  reconhecemos dois dos nossos grã-tabanqueiros "algarvios": o Henrique Matos, que é açoriano (ex-alf mil, cmdt do Pel Caç Nat 52, Enxalé, 1966/68). e  o José António Viegas, (ex-fur mil do Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68).


Fotos : © José António Viegas (2017). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Mensagem de ontem, sábado, 20 de maio, às 17h08, do nosso camarada, amigo e membro da nossa Tabanca Grande José António Viegas (ex-fur mil do Pel Caç Nat 54, Enxalé e Ilha das Galinhas, 1966/68):


Assunto - 2º Encontro dos Ex-Combatentes da Guiné (Concelho de Faro) - Tabanca do Sul



Realizou-se hoje em Faro o 2º encontro de ex-combatentes da Guiné.

Foi com muita satisfação que nos voltámos a juntar depois de mais uma chamada do ex-Major Marguilho.

Depois de uma singela homenagem aos nossos Camaradas caídos no Campo de Batalha do Concelho de Faro no Monumento[22 mortos no total, sendo 8 no TO da Guiné,segundo o portal Ultramar TerraWeb], e com uma pequena prelecção do nosso Camarada Dr. João Botelheiro, foi deposta uma ramo de flores seguido de 1 minuto de silêncio, para que nunca sejam esquecidos.

Seguiu-se depois um almoço de convívio. (**)


2. Comentário do nosso editor:


Parabéns, Zé Viegas, parabéns Henrique Matos, os únicos membros da Tanca Grande que eu reconheço nas fotos que vieram sem legendas... Vocês tinham prometido fazer um 2º encontro este ano, e cumpriram. Mas agora vamos lá acertar a designação da Tabanca: é Tabanca do Algarve ? É Tabanca do Sul ? É só Tabanca de Faro ?...

E tragam mais malta para a Tabanca Grande, mãe de todas as tabancas: o nosso blogue precisa de "periquitos", com álbuns fotográficos e algum jeito para a escrita!... Aquele abraço para a brava gente de Faro. (LG)

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