quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22815: O meu sapatinho de Natal (12): Aos 74 anos e com 58 anos de Amador de Teatro sinto-me um homem feliz... Votos de Boas e Felizes Festas para a malta da Tabanca Grande (Eduardo Estrela, Grupo de Teatro Lethes, Faro)



Odemeria > 1968 > Um esepctáculo de fantoches (de luva), pelo então  Grupo de Teatro do Círculo Cultural do Algarve.  hoje, Grupo de Teatro Lethes , com sede em Faro, e de que parte o nosso camarada Eduardo Estrelaa.

Foto (e legenda): © Eduardo Estrela (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.Mensagem do nosso amigo e camarada Eduardo Estrela (ex-fur mil at inf, CCAÇ 14, Cuntima e Farim, 1969/71; vive em Cacela Velha, (en)cantatada por Sophia, e que pertence a Vila Real de Santo António; um das suas paixões é o teatro amador;

Data - 1 dez 2021 23h31

Assunto - Ribertos
Boa noite companheiro!

A propósito do teu post noticiando o espectáculo de fantoches (*), anexo uma fotografia tirada em 1968 em Odemira durante um encontro amistoso com a criançada daquela localidade.

Na altura o Grupo de Teatro Lethes ainda se denominava Grupo de Teatro do Círculo Cultural do Algarve.

Neste encontro de amigos não participei pois estava na tropa em Tavira. Mas foram muitas as vezes que tive o privilégio de colaborar na comunicação com os miúdos através do Teatro de Fantoches, depois do regresso da Guiné.

Era uma maravilha observar a atenção que dispensavam ao que viam.

Aqui na zona mais ocidental do Sotavento algarvio diz-se que são " treteros " os que manuseiam os títeres.

A partir duma determinada altura o Grupo deixou a prática dos Fantoches.

Mandei-te um mail há alguns dias, onde perguntava pela tua saúde, pela Clarinha e pelo Alfero Cabral. Espero que tudo esteja bem.

Grande abraço

Eduardo

2. Resposta do editor LG, com data de 12 do corrente:

Eduardo, que maravilha. Obrigado. Vou muito oportunamente publicar. O Teatro Dom Roberto, como se diz agora, faz parte das nossas memórias de infância e, felizmente, está a renascer... Hás de contar algo mais sobre a tua experiência no teu grupo de teatro... Bom Natal, espero ainda escrever-te. Luis

3. Nova mensagem do Eduardo Estrela, com data de 16 do corrnte, 17h43

Boa tarde,  Companheiro!

Como tu muito bem sabes, o trabalho realizado por um Grupo de Teatro Amador não se esgota na realização de espectáculos. Extravasa para além do belo e do efémero visual. Consistentemente, fortalece e dinamiza a cultura da sociedade e dos seus próprios elementos.

O Grupo de Teatro Lethes tem sido ao longo dos seus 64 anos de existência, um importante veículo de dinamização do sentir e do acreditar num mundo melhor, ancorado nas palavras de poetas e dramaturgos da literatura universal.

Para mim, tem sido um privilégio viver com a partilha de ideais que consubstanciam solidariedade e fraternidade. Aos 74 anos e com 58 anos de Amador de Teatro sinto-me um homem feliz, pois tenho fortalecido a minha consciência cívica e ajudado a dinamizar valores básicos e essenciais à vida.

O Grupo de Teatro Lethes foi criado em 1957 por José Campos Corôa, Emílio Campos Corôa e Maria Amélia V. C. Corôa, com a designação inicial de Grupo de Teatro do Círculo Cultural do Algarve.

Os seus fundadores foram elementos do Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra ( TEUC), tendo José Campos Corôa sido fundador do próprio TEUC que era na altura dirigido pelo Prof. Paulo Quintela.

A actual denominação resultou do convite feito em 1972 pela Delegação de Faro da Cruz Vermelha Portuguesa, proprietária do edifício do Teatro Lethes, para que o Grupo se transferisse para aquele espaço. A nossa sede social como Entidade com Estatuto de Utilidade Pública continua a ser na Rua de Portugal 50 Faro, endereço que corresponde ao edifício do Teatro Lethes.

Em 64 anos de actividade o Grupo realizou 550 espectáculos sendo 100 de Teatro Infantil. Estreias absolutas foram 18 e tradução e adaptação de textos 9.

No que ao Teatro Infantil diz respeito foram efectuados 52 espectáculos apenas com fantoches de luvas, 31 com peças apenas para a infância, 8 apenas com palhaços e 9 espectáculos infantis não especificados.

Representámos: Abreu e Sousa, Almada Negreiros, Almeida Garrett, Alves Redol, André Brun, António Aleixo, António Ferreira, António Patrício, Aquilino Ribeiro, Ascensão Barbosa, Bernardo Santareno, Correia Alves, Costa Ferreira, D. João da Câmara, Eça de Queiroz, Fernando Dacosta, Fernando de Paços, Fernando Pessoa, Gervásio Lobato, Gil Vicente, Henrique Galvão, Joaquim Magalhães, José Cardoso Pires, José Régio, José Vilhena, Júlio Dantas, Luís Francisco Rebelo, Luís Stau Monteiro, Manuel Córrego, Marcelino Mesquita, Matilde Rosa Araújo, Mendes de Carvalho, Miguel Barbosa, Miguel Rovisco, Pinheiro Chagas, Prista Monteiro, Raul Brandão, Ricardo Alberty, Romeu Correia, Salazar Sampaio, Sidónio Muralha e Teresa Rita Lopes, autores Portugueses.

Dos autores estrangeiros representámos:

Andrés Lizarraga, Calderon de la Barça, Erico Veríssimo, Federico Garcia Lorca, Henri Gheon, Ionesco, Irwing Shaw, Joseph Kesselring, Leon Chancerel, Mayakovsky, Máximo Gorki, Molière, Luigi Pirandello, Saint Exupéry, Shaskpeare, Stefan Zweig, Steinbeck, Synge, Tcheckov, Thornton Wilder, Tone Bruling e autor anónimo do século XV.

Passaram pelo Grupo cerca de 500 amadores, sendo que alguns seguiram uma carreira profissional.

Continuamos a remar contra a maré porque acreditamos num Teatro que continue a apelar para a Igualdade, Democracia e Respeito pelos Direitos do Homem.

É absolutamente lamentável que o poder político nos despreze como faz.

Como diz António Ramos Rosa, " Até quando !? "

Abraço fraterno para ti e demais companheiros/camaradas com muita saúde e votos de Boas e Felizes Festas. (**)

Eduardo Estrela

(**) Último poste da série > 15 de dezembro de 2021 > Guiné 61/74 - P22811: O meu sapatinho de Natal (11): Adeus, Guiné!... O regresso da 35ª CCmds, no N/M Niassa, uma viagem horrível, com partida de Bissau a 15/12/1973, e chegada a 22 (Ramiro Jesus, ex-fur mil, 35ª CCmds, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73)

5 comentários:

Eduardo Estrela disse...

O Mundo é pequeno mas a nossa Tabanca é grande.


O Grupo de Teatro Lethes tem como seu elemento mais antigo o Joaquim Teixeira que foi Fur. Mil. na Comp. do João Crisóstomo. O José Viegas que esteve com eles durante seis meses, também foi colaborador do Grupo de Teatro em determinada altura.
Para além deles ainda temos o Madeira Guerreiro que também esteve na Guiné de 1968 a 1970, na zona de Madina do Boé.
Abraço fraterno e Boas Festas com saúde
para todos os tabanqueiros e famílias.
Eduardo Estrela.

Antonio Marreiros disse...

Não tem nada a ver com a tua mensagem mas como sou também algarvio (de Sagres)e ontem por acaso vi umas fotos no Facebook de Cacela a Velha (que não conheço)...venho apenas desejar-te Boas Festas.
Simples mas fascinantes os fantoches ajudaram muito a nossa imaginação.
Como estás tão ligado ao teatro não sei se conheces um grupo daqui na costa do pacifico (Victoria,BC, Canada) chamado "WonderHeads" teatro fisico com grandes máscaras e sem palavras.Podes ver mais em wonderheads.com.
Infelizmente dada a situação tão incerta, mais uma vez tive de cancelar a ida ao Algarve em Janeiro.Terá de ser mais tarde.
Muita saúde e cumprimentos.
Antonio Marreiros

Eduardo Estrela disse...

Olá companheiro e camarada!
Não conheço os wonderHeads, mas vou tentar saber alguma coisa de modo a aprender. Porque a partilha dá-nos conhecimentos.
De qualquer modo presumo que seja fascinante, pois o movimento sem palavras é arrebatador.
Agradeço e retribuo os teus votos extensivos a todos os tabanqueiros, anónimos comparsas duma história que havemos de continuar a contar por muitos mais anos, de maneira a contribuir para o engrandecimento da nossa memória colectiva.
Eduardo Estrela

Tabanca Grande Luís Graça disse...

António, que bom saber noticias tuas, o mesmo é dizer da nossa Tabanca da Diáspora Lusófona. Está feita a tua prova de vida. Em Janeiro, ou quando
cá vieres, tens de conhecer Cacela a Velha e,claro, Tavira se for caso disso. O Eduardo será um bom cicerone. Merry Christmas. Luís

Eduardo Estrela disse...

Acabo de ver no YouTube pequenos vídeos dos trabalhos desenvolvidos pelos WonderHeads e fica-nos a certeza de que têm muita qualidade. Jogo de luzes, expressão corporal e imaginação, compõem pela certa espectáculos de grande beleza.
Pena que o Pacífico seja um tudo nada longe.
Abraço
Eduardo Estrela