quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Guiné 61/74 - P22813: Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo (António Graça de Abreu) - Parte XXII: Salzburgo, Áustria, 2002



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Áustria, Salzburgo e arredores, 2002


1. Continuação da série "Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo" (*), da autoria de António Graca de Abreu [, ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74. Texto e fotos recebidos em 11 de novembro último.

Escritor e docente universitário, sinólogo (especialista em língua, literatura e história da China); natural do Porto, vive em Cascais; é autor de mais de 20 títulos, entre eles, "Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura" (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp); "globetrotter", viajante compulsivo com duas voltas ao mundo, em cruzeiros. É membro da nossa Tabanca Grande desde 2007, tem mais de 290y referências no blogue.



Áustria, Salzburgo, 2002

por António Graça de Abreu


Duas vezes, com intervalo de mais de vinte anos, a viagem de automóvel de Lisboa a Salzburgo, por mil atalhos escondidos na Europa. Não exactamente por causa do Mozart, que aqui nasceu, nem da Família Trapp, cinemografada em filmes de excelência como “Música no Coração”, rodada no palácio de Hellbrun e em mais recantos da cidade, e arredores, com a Julie Andrews, a noviça Maria e as criancinhas a cantar, sob o circunspecto olhar de um capitão Von Trapp a preparar a fuga aos nazis.

Também não vim para o Festival de Salzburgo, com excelsos concertos, ópera e teatro. Passeio pelo empedrado da Getreidegasse, as ruas pedonais da cidade, o rio Salzach dividindo-a em duas partes. O repicar dos sinos na catedral barroca, as primeiras flores nos jardins, um par de noivos fotografando-se em Mirabell Palace.

Subida ao castelo/fortaleza de HohenSalzburg, do século XI. Abarcar a cidade, as torres de palácios e igrejas, os Alpes tudo circundando, Estamos em Abril, as terras altas ainda cobertas de neve.

Aqui em redor, os lagos no fundo das montanhas. Fuschl, que até praia tem, St. Gilden onde nasceu a mãe de Mozart, a vilazinha debruçada no turquesa do lago Wolfangsee. As paisagens da perfeição do mundo.

À noite, pego no carro e faço os trinta quilómetros até ao Mondsee, o lago da Lua. Acho que vim outra vez ao Salzkammergut para o encontro com as magias do Mondsee. A serenidade, o silêncio, a água espelhando luzes raras e a escuridão da noite. Como o poeta Li Bai, há treze séculos atrás, um abraço à lua-cheia, enorme, brilhante, reflectida na evanescente transparência da superfície do lago.

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 4 de dezembro de  2021 > Guiné 61/74 - P22780: Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo (António Graça de Abreu) - Parte XXI: Tahiti, Polinésia Francesa, Oceano Pacífico, fevereiro de 2020

1 comentário:

Valdemar Silva disse...

Por dois meses não acompanhei o meu filho, em 2008, na viagem de seis dias que ele fez à Áustria.
Ele visitou o Museu de Viena para ver a Vénus de Willendorf, com 25.000 anos, e o Museu histórico ao ar livre em Salzburgo.
Salzburgo bonita cidade de Mozart, com um passado feio do campo de concentração localizado dentro da cidade que fornecia mão de obra escrava à indústria local, durante o decorrer da II guerra mundial.
Agora, será impossível poder visitar Salzburgo....

Abraço e saúde
Valdemar Queiroz