Mostrar mensagens com a etiqueta Francisco Gamelas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Francisco Gamelas. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Guiné 61/74 - P22881: Colóquio - O Regimento de Cavalaria N.º 6 na Guerra Colonial: Perspetivas Locais e Globais - levado a efeito no passado dia 23 de Novembro de 2021, em que participaram os ex-Alf Mil Cav Ernestino Caniço, CMDT do Pel Rec Daimler 2208 e Francisco Gamelas, CMDT do Pel Rec Daimler 3089 (Ernestino Caniço)


Mensagem do nosso camarada Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2208, Mansabá e Mansoa; Rep ACAP - Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, Bissau, Fev 1970/DEZ 1971, com data de 31 de Dezembro de 2021:

Caros amigos:
Realizou-se em 2021.11.23 no auditório da Universidade do Minho o Colóquio “O Regimento de Cavalaria N.º 6 na Guerra Colonial: Perspetivas Locais e Globais”.

No programa em anexo, constava uma sessão subordinada ao tema “Vivências e Testemunhos Cruzados do Regimento de Cavalaria N.º 6 na Guerra Colonial”, integrando uma Mesa Redonda com Antigos Combatentes mobilizados pelo Regimento de Cavalaria Nº 6.
Uma vez que o nosso contacto com o Sr. Comandante do RC 6 (Coronel Miguel Freire) partiu do Blogue, foi-me solicitado pelo Carlos Vinhal que fizesse um apanhado e considerações sobre o evento.[1]

O objetivo desta sessão é ajudar a compreender, pelo testemunho pessoal, a dimensão humana, mas também a técnico-militar, do que foi cumprir o serviço militar com uma mobilização num pelotão de reconhecimento Daimler para um dos teatros de operações.
A participação de ex-combatentes no painel, foi precedida de entrevistas moderadas pelo Sr. Comandante do RC 6 e pelo Professor Francisco Mendes da Universidade do Minho.
Compete-me realçar que na receção para as entrevistas em que participei eu e o camarada e amigo Francisco Taveira, fomos acolhidos com elevação, nomeadamente com tratamento principesco por parte do Sr. Comandante do RC 6, Coronel Miguel Freire.



Os ex-combatentes que participaram no painel foram apresentados por ordem cronológica de prestação do serviço militar pelo Sr. Comandante do RC 6:

- O antigo Tenente Mário Sampaio Nunes que foi Comandante do Pel Rec 1166. Este pelotão esteve em Moçambique, entre fevereiro de 1967 e março de 1969, e o então Alferes Sampaio Nunes comandou o pelotão, em rendição individual, entre dezembro de 1967 e fevereiro de 1969, por passagem à disponibilidade por doença do anterior comandante de pelotão. Hoje é um oficial do exército reformado, com 77 anos de idade.

- O antigo Alferes Ernestino Caniço que foi Comandante do Pel Rec 2208 e que esteve na Guiné entre janeiro de 1970 e dezembro de 1971. Hoje é um médico reformado, mas ainda a exercer, com 77 anos de idade.

- O antigo Alferes Francisco Gamelas que foi Comandante do Pel Rec 3089 e que esteve na Guiné entre novembro de 1971 e outubro de 1973. Hoje é um engenheiro reformado, com 72 anos de idade.

- O antigo 1.º Cabo Bernardino Lima que foi Condutor/Apontador de Daimler no Pel Rec 3083 que esteve na Guiné de novembro de 1971 a outubro de 1973. Hoje é um fiel de armazém reformado, com 71 anos de idade.

Podemos considerar a sessão um putativo sucesso, face ao surgimento de alguns indícios, como os comentários enaltecedores de representantes de instituições militares e civis.

Não posso deixar de enfatizar a presença maioritária (e intervenções) dos estudantes de história da Universidade do Minho, com o anfiteatro repleto, demonstrando um interesse (para mim inesperado) da juventude por esta temática.

Permito-me por fim evocar uma frase do Sr. Comandante do RC 6, Coronel Miguel Freire: "Foi para mim um imenso orgulho e engrandecimento humano ter privado com cada um de Vós, por ocasião da preparação do nosso Colóquio de 23 de novembro".

Renovo os votos de um ótimo 2022, já com algum remanso do “Cobicho”

Um abraço,
Ernestino Caniço

____________

Nota do editor

[1] - Vd. poste de 10 DE SETEMBRO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22531: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (88): O Regimento de Cavalaria n.º 6 de Braga, juntamente com a Universidade do Minho, está a organizar um colóquio e uma exposição (a acontecer em 18NOV21) sobre o esforço de mobilização do RC6 em PelRec Daimler para os três Teatros de Operações. Procura-se antigos CMDTs Pel Rec Daimler para possível colaboração no evento

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Guiné 61/74 - P22751: A nossa guerra em números (6): o bico-de-obra das viaturas de transporte...


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > "Porto fluvial", no Rio Fulacunda > Montagem de segurança > Um obus 14, rebocado por uma Berliet (que se tornou no auge da guerra a principal viatura pesada das Forças Armadas Portuguesas: em 10 anos, de 1964 a 1974,  a Berliet Tramagal produziu mais de 3500 viaturas Berliet).

Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2014). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Gabu > Canquelifá > CCAV 2748 (1970/72) > O Unimog 411 ("burrinho do mato"), depois da explosão de mina A/C em 16 de Abril de 1972.

Foto (e legenda): © Francisco Palma (2017) Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Contabane > Quirafo > Feverereiro de 2005 > Restos, descobertos mais de 30 anos depois, da fatídica GMC (sigla de General Motors Corporation) que serviu de caixão a muita gente, entre civos e militares,  no trágico dia 17 de Abril de 1972, na picada de Quirafo (entre o Saltinho, Contabane e Dulombi).

Foto (e legendagem(: © João Santiago / Paulo Santigao  (2006).Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região de Bafatá > Xitole > 1970 > Uma coluna logística, vinda de Bambadinca, passa pela Ponte dos Fulas, sobre o Rio Pulom, a caminho do Xitole (CART 2716, 1970/72).. Era habitual viaturas civis, alugadas pelas autoridades de Bambadinca, sede do setor L1 (neste caso, o BART 2917), integrarem essas colunas, por falta de veículos de transporte pesados.


Foto (e legenda): © Humberto Reis  (2006).Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Pel Rec Daimler 3089 (Teixeria Pinto, 1971/73) > Janeiro de 1972 >  A “oficina” do Pelotão Daimler, É visível o 1º cabo mecânico David Miranda que fazia o "milagre" de manter as viaturas sempre operacionais. Chegámos a ter duas ou três Daimlers, vindas da sucata de Bissau, para "canibalizar". Ao trabalho do Miranda muito ficou a dever o sucesso do Pelotão.

 Foto (e legenda): © Francisco Gamelas   (2016).Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Caro/a leitor/a: sabia que...

(i) nos anos 60 do século passado, e para satisfazer as necessidades logísticas da guerra do ultramar / guerra de África / guerra colonial, nos teatros de operações de Angola, Guiné e Moçambique, o Exército Português teve de fazer aquisições de armamento e viaturas, no valor de 6 mil e 294 milhões de contos, o que, convertida a valores de hoje,  equivaleria a mais de 2 mil e 300 milhões de euros (, o equivalente ao orçamento da defesa nacional previsto para 2022);

(ii) no que diz respeito às viaturas militares, durante os anos em que se fez a sua renovação,  as despesas anuais, a preços de hoje, foram da ordem dos 200 milhões de euros: aquisição de viaturas novas como o jipes Willys, a vaitura média Unimog e a viatura pesada Berliet;

(iii) é em 1962 que aparecem os Unimog, de fabrico alemão: o Unimog 3/4 t Diesel (, o famoso "Burrinho do Mato", o Unimog 411; e o Unimog 4 de 1,5 t, o Unimog 404, mais versáteis,  e com ómelhor capacidade de adaptação ao terreno, em substituição das viaturas norte-americanas (jipões 3/4 t, GMC, Bedford, Chevrolet,  etc.) (a razão, para lá da versatibilidade e o consuno, tinha a ver com  o facto de os norte-americanos terem passado  a cumprir a resolução da ONU de boicote de equipamento militar a Portugal, fora do âmbito da NATO);

(iv) em 1965, o Exército português já dispunha no ultramar de 2 mil Unimog... mas as dificuldades burcoráticas atrasavam a entrega de viaturas novas e de sobresselentes: por exemplo, em Angola, em 1967, o número de viaturas (ligeiras, médias e pesadas) inoperacionais era das ordem dos 60% (!);

(v) o Unimog (acrónimo do alemão UNiversal -MOtor - Gerät) era produzido pela Mercedes Benz, tendo-se tornado na viatura média mais usada na guerra do ultramar; O 411 gastava 12 litros de gasóleo aos 100, e atingia a velocidade máxima de 53 km; o 404 ia aos 20 litros de gasolina aos 100, e atingis os 95 km /hora; 

(vi) em 1964, passou a produzir-se em Portugal a Berliet, sob licença francesa, a uma média de... 140 unidades anuais (, tendo passado mais tarde às 600); de 1964 a 1974, a Berliet Tramagal (a metalúrgica Duarte Ferreira) produziu 3549 viaturas para as Forças Armadas, ou seja 350 em média  por ano; a Berliet tornar-se-ia a principal viatura pesada nos 3 teatros de operações...

2. Cada subunidade  (companhia) deveria ter, em princípio, a seguinte frota ou parque de viaturas: 

(i) 3 a 4 viaturas ligeiras (jipes); (ii)  6 viaturas médias (3/4 t) (Unimog); e 3 viaturas pesadas (Berliet, Mercedes, GMC)...

A CCS do batalhão tinha uma frota maior: (i)  5 a 8 viaturas ligeiras (jipes); (ii) 4 a 6 viaturas médias (Unimog,  404 e 411), mais  3 viaturas automacas; e (iii)  3 a 5 viaturas pesadas (GMC; Mercedes, Berliet...) 

Acrescente-se, da minha experiência e do conhecimento da minha CCAÇ 2590 / CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71), não me lembro de haver mais de um jipe, nem nunca lá vi nenhuma Berliet... E muito menos automacas (Unimog)

3. Mas a situação do material auto (aquisição de viaturas novas para substituição das inoperacionais e perdidas, fornecimento de sobresselentes, manutenção e gestão...) foi sempre um bico- de-obra durante toda a guerra, nos três teatros de operações... 

Na Guiné, recorria-se a viaturas civis para transporte de material, nas colunas logísticas. Dadas as características do terreno, clima, tipo de guerra, etc., o desgaste e a perda de material auto tinham que ser elevadas.

Por exemplo, em 1967, na Guiné existiam 2238 viaturas,  das quais 48% (!!!) estavam inoperacionais... Em 1971, a situação não era melhor. Veja-se o nº de viaturas, por tipologia (e entre parênteses a percentagem de inoperacionais):
  • 774 jipes (49%  inoperacionais);
  • 704 Unimog  404 (39,5% );
  • 438 Unimog 411 (26%);
  • 255 GMC (48,5%);
  • 119 Mercedes 322 (63%);
  • 98 Berliet (38,5%).
Já não falando das viaturas blindadas, as autometralhadoras, mais de 2/3 das quais estavam inoperacionais (!!!)... "En passant", havia em 1971, no TO da Guiné as seguintes viaturas blindadas:
  • 16 Panhard (25% inoperacionais);
  • 10 Fox (60%);
  • 108 Daimler (75%).

Tomando como referência os anos de 1966 e 1967, verifica-se que há, nos teatros de operações ultramarinos, em 1967: (i) 3000 viaturas ligeiras 1/4 t  (jipes), menos cerca de 30% do que em 1966: (ii) 6500 viaturas médias 3/4 t, mais 75% (relativamente ao ano anterior); e (iii) 1800 viaturas pesadas, menos de 9 % (por comparação com 1966). A ter havido alguma melhoria foi graças à entrada da Berliet e do Unimog.

Por exemplo, em 1968 a situação nos 3 teatros de operações era grave, justificando a urgência da aquisição de 7 mil viaturas: 4 mil para ultrapassar a fasquia dos 75% do quadro orgânico de cada unidade; e o resto para substituir as viaturas inoperacionais e perdidas que, na altura, em 1968/69, seriam da ordem dos 20% - 25% (o que nos parece subestimado).

A "doutrina em vigor era substituir, todos os anos, em média,  600/700 jipes, 1200/1500 Unimog, e 360/450 viaturas pesadas (Berliet, Merecdes)... O que nunca se conseguiu por falta de verbas...

De qualquer modo, temos que reconhecer aqui "o engenho e a arte" (esforço, dedicação, competência, desenrascanço, imaginação) dos nossos mecânicos auto (, o pessoal da "ferrugem", de resto mal representado no nosso blogue). Sem esquecer os nossos heróicos condutores auto que faziam das tripas (caixa de velocidades, travão, volante, guincho, etc.) coração!

Para o dispositivo militar existente em 1966, pode-se dizer que faltavam mais de um terço (35%)  das viaturas necessárias para as forças que estavam no terrno, situação que se veio a agravar com o reforço de efetivos em 1968, na Guiné e Moçambique.


Fonte: Adapt de Pedro Marquês de Sousa, "Os números da Guerra de África". Lisboa, Guerra & Paz Editores, 2021, pp. 204-212, e 294-299.
__________

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Guiné 61/74 - P22173: 17º aniversário do nosso blogue (4): recordando os resultados de um inquérito "on line", de há cinco anos, sobre as nossas lavadeiras, que de facto não eram "lava-tudo"



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Saltinho > Rio Corubal > Rápidos do Saltinho > 3 de Março de 2008 > Lavadeiras do Saltinho.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné >Região do Cacheu >  Teixeira Pinto > Março de 1973 > As lavadeiras no lavadouro público. Foto do álbum de Francisco Gamelas, que vive em Aveiro, ex-alf mil cav., cmdt do Pel Rec Daimler 3089 (Teixeira Pinto, 1971/73), adido ao BCAÇ 3863 (1971/73).

Fotos (e legendas): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


I. No 17º aniversário do nosso blogue (*), e a propósito do tema das "lavadeiras", vale a pena relembrar aqui os resultados de um  inquérito "on line" que lançámos há 5 anos atrás (**),  numa época em que éramos cinco anos mais novos e ainda tínhamos pachorra para responder a questões como estas...

Recorde-se que os nossos leitores tinham 7 dias para responder e havia 4 hipóteses de resposta... O número total de respondentes foi de 122. 

"SIM, NO TO DA GUINÉ, TIVE LAVADEIRA"...


1, Sim, tive lavadeira, mas só me lavava a roupa > 
105 (86,1%)

2. Sim, tive lavadeira, lavava a roupa e fazia outras tarefas domésticas > 1 (0,8%)

3. Sim, tive lavadeira e também me fazia "favores sexuais" > 12 (9,8%)

4. Nunca tive lavadeira  > 
4 (3,3%)

Votos apurados > 122 (100,0%)

Sondagem fechada em 28/6/2016, às 14h36

II. Na altura, a divulgação dos resultados não suscitou muitos comentários. Mas, apesar das conhecidas limitações metodológicas deste tipo de instrumentos de pesquisa, os resultados parecem ir ao encontro do "conhecimento empírico, espontâneo", que tínhamos da situação há mais de meio século atrás:  

(i) praticamente toda a gente tinha uma lavadeira (, pelo menos nos aquartelamentos e destavamentos onde havia população civil); 

(ii) a lavadeira lavava e passava a roupa a ferro; 

(iii) só uma pequeníssima minoria dos rspondentes (menos de 10%) procurava obter adicionalmente, e eventualmente obtinha, da sua lavadeira, algum tipo de "favor sexual", não se especificando qual (, mas podendo ir das simples carícias e beijos à masturbação e ao coito),

É pena que a jornalista do "Observador", Tânia Pereirinha, não tenha feito referência a estes dados, na elaboração da sua reportagem, publicada no "Oservador", em 10 de junho de 2020 (***). Talvez a sinopse da reportagem fosse mais contída na generalização (que nos parece abusiva) da imagem da "lavadeira lava-tudo": 

(...) "Em Portugal não se falava, mas em África todos sabiam que muitas lavadeiras não tratavam só da roupa" (Negritos nossos). (...). 

Tãnia, o que é são "todos" ?  E o que é que são "muitas" ?  Quantifique-me lá isso, numa escala de 1 a 100 ?!...   

[Declação de interesses: não tenho acesso ao "Observador", não sou assinante, li uma cópia do artigo que me chegou as mãos, através de um assinante, troquei ao telemóvel algumas ideias com a jornalista, que me pediu "ajuda", sobre o tema, sobre o nosso blogue e sobre outros contactos, em 14 de janeiro de 2020; não se tratou de nenhuma entrevista formal, nem eu tive oportunidade de rever o texto, muito menos de o ler, depois de publicado.]

Enfim, não se trata de "salvar a honra do convento" (, cada um fala por si...), mas tão apenas de dar um retrato, tanto quanto possível aproximado, da realidade que conhecemos e vivemos no TO da Guiné (Vd. também poste P22169) (****).

___________________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 24 de abril de 2021 > Guiné 61/74 - P22135: 17.º aniversário do nosso blogue (3): Para muitos, e já lá vão décadas, [este Blogue] tornou-se um indispensável ponto de encontro (José Belo, ex-Alf Mil da CCAÇ 2391, Ingoré, Buba. Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70))


(***)  Tânia Pereirinha, texto; Raqule Martins, grafismo - Abuso ou amor ? As histórias das lavadeiras que cuidavam dos militares portugueses na Guerra de África /premium "Observador", 10 de junho de 2020  

(...) Em Portugal não se falava, mas em África todos sabiam que muitas lavadeiras não tratavam só da roupa. Exército diz que não tem informação sobre estas relações. Que nem sempre terão sido consensuais." (...) 

(****) Vd. poste de 4 de maio de  2021 > Guiné 61/74 - P22169: (Ex)citações (384): Em louvor das "nossas lavadeiras" que, na sua esmagadora maioria, não foram "lavadeiras lava-tudo"... (Joaquim Costa / Valdemar Queiroz / Cherno Baldé / José Teixeira / Jorge Pinto / Luís Graça)

terça-feira, 23 de março de 2021

Guiné 61/74 - P22028: Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-Furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte V: As nossas lavadeiras... e o furriel 'Pequenina'


 Guiné > Região de Quínara >Fulacunda 1972/74 >  Fonte velha

Foto (e legenda): © Jorge Pinto (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné], com a devida vénia



Guiné > Região de Cacheu > Teixeira Pinto > Março de 1973 > As lavadeiras no lavadouro público

Foto (e legenda): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-Furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte V (*)


Joaquim Costa, hoje e ontem. Natural de V. N. Famalicão,
vive em Fânzeres, Gondomar, perto da Tabanca dos Melros. 
É engenheiro técnico reformado.


As nossas lavadeiras… e o Furriel 'Pequenina'

 Com a nossa chegada a Aldeia Formosa as mulheres locais acorreram em grupos à procura dos “periquitos” oferecendo os seus préstimos para a lavagem da roupa.

O dia da lavadeira era o mais esperado da semana no quartel. Vinham em rancho com os seus trajes coloridos, com a trouxa de roupa à cabeça e uma alegria contagiante nos rostos. Aguardavam impacientes junto ao sentinela a autorização para entrarem no quartel, o que geralmente acontecia ao meio da tarde, e era vê-las entrar em grande algazarra, de sorrisos rasgados, dispersando-se pelo quartel como rebanho comunitário acabado de chegar, do monte, ao povoado.

Quem não viveu e/ou participou na guerra colonial, ouvindo falar das lavadeiras dos militares logo associa a alguém que lavava a roupa e não só. Nada de mais errado e injusto para a maioria destas mulheres: dignas, afáveis, competentes e que compreendiam melhor do que ninguém o sofrimento e angústias destes jovens, ansiosos por regressarem à terra e ao seio da família, desculpando-os de um ou outro pequeno devaneio, sabendo que nelas projetavam alguém bem longe para além do oceano. 

Não sou ingénuo ao ponto de não admitir situações em que, para além da roupa algo mais acontecia (mas sempre, voluntário e consentido), como aconteceria em qualquer outro ponto do mundo, mas que, seguramente na Guiné, eram a exceção que confirmava a regra.

Nada de muito diferente, salvaguardadas as devidas diferenças e contextos, dos supostos casamentos na parada em Tavira, das noites “quentes” no Forte de S. Francisco em Chaves bem como as juras de amor para sempre... até que o fim da instrução nos separe... em todos os quartéis de mobilização.

Não deixava de ser comovente ver camaradas que, numa ida a Bissau ou de férias a Portugal, faziam questão de levar uma lembrança para os amigos mais chegados e para a sua lavadeira. Arrisco a dizer que o faziam sempre de uma forma despretensiosa.

Do General ao soldado todos vibravam com o momento, quebrando a pasmaceira dos dias enfadonhos, rodeando a sua lavadeira, que a todos dava “troco” com os seus gestos e olhares, brincando e rindo com as tiradas brejeiras dos mais atrevidos mas nunca permitindo aproximações mais ousadas.

Era visível que estas simpáticas lavadeiras também vibravam com estes momentos, sendo estes, por ventura, dos poucos da sua vida em que se sentiam o centro das atenções e não apenas uma “mercadoria”, que a força das ancestrais tradições lhes impunham (análise demasiado simplista mas que não cabe aqui aprofundar).

Este serviço da lavagem da roupa era uma importante fonte de rendimento dando alguma qualidade de vida e dignidade a estas mulheres e à sua família. Contudo, as lavadeiras eram muito mais do que alguém que lavava as nossas roupas, eram uma autentica instituição, inorgânica, fazendo visitas semanais, quase de “terapia de grupo”, restaurando as nossas defesas ao proporcionar-nos alguns minutos de vida em sociedade, quase de normalidade, em contraponto à vida de “embrutecimento” da caserna e da guerra.

Algumas destas lavadeiras eram mulheres e familiares de muitos dos militares, milícias e guias africanos que trabalhavam connosco.

Infelizmente, a maior parte da nossa comissão como companhia de intervenção (sempre de casa às costas), privou-nos não só destes momentos de descompressão como do contacto com as populações, fundamentais para a nossa saúde mental.

Cada lavadeira lavava a roupa de vários militares mas nunca trocava uma única peça que fosse. Achava extraordinário como fixavam o nome de todos os militares e suas patentes. Mais extraordinário porque de 2 em 2 anos estes eram substituídos por outros, e assim sucessivamente ao longo dos anos.

A roupa do Furriel pequenina

Certo dia, a minha lavadeira chegou com uma grande trouxa de roupa à cabeça lavada e já separada pelos diferentes donos. Colocou-a junta à porta da caserna dos furriéis e ficou à espera que aparecesse alguém para a entregar. Como não apareceu ninguém foi à procura. Entretanto, chega um colega que pega na trouxe e começa à procura, na tentativa de encontra as suas peças. Deixou tudo numa grande desordem e não encontrou nada seu, nem podia já que esta não era a sua lavadeira.

Quando esta chega, quase ao mesmo tempo que nós (eu e mais dois camaradas - sem certezas julgo que o Carlos Machado e o António Gouveia) a rapariga fica muito preocupada e, ao mesmo tempo, indignada com o que fizeram à sua trouxa de roupa, desfazendo-se em desculpas com receio de ser despedida por desleixo. Começamos a separar as nossas peças tentando acalmar a simpática e eficiente lavadeira. Ela, um pouco mais calma e já com um sorriso nos olhos, tira as nossas mãos de cima da roupa e começa ela a distribuir: esta é do Carlos, esta é do António, esta é do furriel 'Pequenina'... esta é do Carlos, esta é do António, esta é do furriel 'Pequenina'….

Nem de propósito, este foi o dia em recebemos, pela primeira vez, a visita do “grande chefe” (General Spínola) a quem prestei honras militares com o meu pelotão com a farda bem lavada e engomada e o que fez Spínola retardar o gesto da continência dado o cheiro agradável a roupa lavada!..

Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > Visita do General Spínola – Eu (o primeiro do grupo à esquerda a seguir ao sentinela) e o meu pelotão prestando honras militares ao General (ao centro) com o seu bengalim e à direita o comandante do quartel, na altura, mais conhecido pelo “Baga Baga”  [, seria o ten cor Barata ou o seu sucessor,  Barros Basto, ten cor, cmdt do BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73,]... percebe-se porquê! 

(...) Por estranho que pareça tenho muita pouca memória do dia do embarque (como eu compreendo o Zeinal Baba !).

Lembro-me de alguns familiares a despedirem-se dos filhos, maridos e namorados, todos chorosos e tristes, mas longe das cenas que conhecia pela televisão, do cais de Lisboa (Gare Marítima da Rocha Conde de Óbidos), com desmaios, gritos, muito “ranho” no nariz e muitos lenços acenar.

Nunca tinha andado de avião pelo que a expectativa era grande. Ouvia falar das hospedeiras... e do tratamento VIP que todos recebiam nas viagens de avião...(...)

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20890: (Ex)citações (366): Assim como que ... uma resposta ao Mário Gaspar, que diz que nunca viu no mato, em 23 meses, nenhum fuzileiro, comando ou ranger (Ramiro Jesus, ex-fur mil cmd, 35ª CCmds,Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73)


Guiné > Região de Cacheu > Teixeira Pinto >  35ª CCmds e Pel Rec Daimler 3089 (Teixeira Pinto, 1971/73) > Março de 1972, durante a protecção aos trabalhos de desmatagem das margens, ou da pavimentação, da estrada entre Teixeira Pinto e o Cacheu. Eu, nas costas de uma Daimler, tendo do meu lado esquerdo o então Furriel Comando Paquete e à minha direita o então Alferes Comando Alfredo Campos, comandante do Pelotão da 35ª  CCmds a que ambos pertenciam. (...) "O Furriel Mil Comando Paquete, da 35ª CCCmds, infelizmente já não está entre nós. Segundo informação do Ramiro de Jesus, também ele ex-fur mil comando da 35ª CCmds, natural de Aveiro (e, portanto, meu conterrâneo), o Paquete, depois do regresso à metrópole, morreu atropelado por um comboio em Vila Franca de Xira.

Foto (e legenda): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Ramiro Jesus (ex-Fur Mil Comando da 35.ª CComandos, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73) , mora em Aveiro e é membro da nossa Tabanca Grande desde 9/12/2012][, foto à esquerda]:

Date: segunda, 20/04/2020 à(s) 12:21

Subject: Assim como que ... uma resposta.

Bom-dia, amigos.

Antes de mais, os votos de que se mantenham "operacionais" e, portanto, isolados do famoso SARS-CoV-2.

Numa das minhas consultas de ontem ao blogue - a do fim da tarde - reparei no relato exaustivo da vida militar (e não só) do camarada Mário Gaspar  (*), em que lamenta as suas passagens por vários "cárceres", embora reconheça, implicitamente, que nalguns casos nem eram muitos rigorosos, já que lhe permitiram (como confessa), algumas liberdades e vários "desenfianços". Este último é que está a custar, quanto mais não seja, porque os outros já passaram há muito.

Mas, como salienta, somos COMBATENTES. Portanto ... venceremos!

Entretanto, porque não compreendi muito bem o que escreveu, copiei e reproduzo a seguir os últimos parágrafos do texto, para ver se é possível ele próprio, e por intermédio do Blogue, esclarecer o que pretendeu dizer.

(...) Curioso que nunca vi no mato – foram praticamente 23 meses – nenhum Fuzileiro, Comando ou Ranger. Aliás, minto. Existia na minha Companhia um Ranger, o Furriel Miliciano José Nicolau Silveira dos Santos – o grande Amigo Açoriano que vive no Canadá.

Somos Combatentes e PRESOS, de Serviço durante 24 horas; não autorizados a licenças de recolher; sem fins-de-semana. Os chamados Tropas Especiais – tenho muitos Amigos Combatentes nessa Tropa – mas viviam em Bissau e eram chamados para Operações. Podiam ir "às meninas", petiscar no Zé da Amura ou andarem aos tiros uns contra os outros após de jogos de futebol entre eles.

Mas este flagelo, ou surto que ataca o Mundo não é – como ouvi e li – uma guerra – nem o exagerado termo, 3.ª Guerra Mundial, embora tenha muitas semelhanças, esta é a minha opinião.

O que será então? É o desafio que deixo ao Blogue. (...)



Porque, afirmar que «é curioso mas nunca vi no mato um fuzileiro, comando ou ranger» pode ter várias interpretações.

Senão vejamos:

- Em primeiro lugar é necessário esclarecer o que entende por mato.

- Depois o que quer dizer este encontrar,

Ora, se, como a generalidade de toda a tropa, considerarmos o tal mato tudo o que não era Bissau, então digo, desde já, ao amigo Mário que não sabe do que fala. Porque nem todos «viviam em Bissau e eram chamados para operações».

No meu caso - 35ª CCmds - cheguei a Bissau no dia 29/11/71, embarquei numa LDG no dia seguinte, para Teixeira Pinto (hoje Canchungo), vim a Bissau (Brá) passado um mês receber o crachá (depois do treino de adaptação e confirmação de habilitação na especialidade) e só voltei à capital em Setembro do ano seguinte, para vir de férias. Regressei em Outubro e só retornei a Bissau em Março/73, para voltar de férias, tendo até nisto tido azar, já que no dia que embarcava (25/03/73), derrubaram o bom "militante" do Blogue, tenente [pilav Miguel] Pessoa, e já não houve avião da TAP.

Voltei em Abril/73 e só saímos dali em Junho, mas para Bula, que estava a ser massacrada. Tivemos de "limpar a zona".

Tenho, como testemunhas, mais dois bons "militantes" do Blogue, os ex-alf [Francisco] Gamelas (que nos levava ao Bachile ou mais à frente) e [António Graça de].Abreu (o "navegador" que ainda hoje deu notícias), ambos adstritos ao CAOP1

E a companhia que rendemos - a 26ª CCmds. - terminou a comissão onde a encontrámos, lá em Teixeira Pinto. Praticamente todos os dias tínhamos gente no mato, mas este o mato mesmo, para além «da paliçada e do arame farpado» - Caboiana, Churo, Balenguerês, Punta Costa, etc - Em Bissau estavam só os Comandos Africanos, no Batalhão.

Depois, como queria o amigo Gaspar encontrar as «tropas especiais»? Só carregando o Obus (suponho que fosse a sua arma) naquelas longas caminhadas, que muitas vezes começaram à meia noite, o que não seria muito prático.

Mas podia ter encontrado mais que um ranger, pois, como devia saber, não havia companhias de rangers, uma vez que só tinham esta especialidade oficiais e sargentos, que enquadravam a tropa normal e, portanto, estavam espalhados por todo o território.

Bom, mas, para terminar tão longa dissertação resta-me recomendar ao camarada M. Gaspar que tenha mais um pouco de paciência para vencer mais esta "guerra" que, como ele, também acho que não é guerra e que não enverede por caminhos tão trilhados por tão boa gente, que, para enaltecer o que é ou o que fez, tende a desmerecer o que outros são ou fizeram.

Um abraço para todos, em especial para aqueles que citei no texto.
Ramiro Jesus
____________

Nota do editor:

(*) Vd. último poste da série >  19 de abril de 2020 > Guiné 61/74 - P20875: (Ex)citações (365): Os ex-combatentes, agora confinados por causa da pandemia de COVID-19... Hoje, como ontem, "presos"! (Mário Gaspar, ex-fur mil at inf, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20546: Dando a mão a palmatória (33): Uma Daimler era uma Daimler e uma Fox era uma Fox... É preciso vir um artilheiro (António J. Pereira da Costa) corrigir os infantes...


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > Estrada Bambadinca - Mansambo - Xitole > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70 > Isto é uma Fox... que pertencia ao Pel Rec Daimler, comandado pelo Jaime Machado... Participou, enquanto foi viva,  em colunas de transporte de tropas e civis, incluindo a das Op Cabeça Rapada (março-maio de 1969).


Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Setor L1 (Bambadinca) > Estrada Bambadinca . Mansambo - Xitole > Pel Rec Daimler 2046 (1968/70 > Isto é uma Daimler (matrícula ME-90-90)... que pertencia ao Pel Rec Daimler, comandado pelo Jaime Machado (que vai empoleirado na parte de trás)... Participou, enquanto foi viva,  em muitas colunas logísticas , incluindo a Op Lança Afiada e a  Op Cabeça Rapada (março-maio de 1969).

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complemementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto do álbum do 1º cabo bate chapas Otacílio Luz Henriques, do Pel Manut > Isto... era uma Fox, que morreu de velha, ou capotou... Pertencia ao Pel Rec Daimler 2046, que era comandando pelo Jaime Machado, nosso grã-tabanqueiro.


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > Foto do álbum do 1º cabo bate chapas Otacílio Luz Henriques, do Pel Manut > Isto... era uma Fox, a da fotografia de cima (, aqui vista de ângulo, com as entranhas à mostra)...  Na foto, o Otacílio.

Foto (e legenda): ©   Otacílio Luz Henriques,  (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAV 8350 (1972/73) > Isto é uma Fox, explica o Fur Mil Op Esp José Casimiro Carvalho, um dos heróis de Gadamael que a Pátria nunca reconheceu... A viatura blindada pertencia ao Pel Rec Fox 3115, Os Pipas (1972/74).

Foto (e legenda): © José Casimiro Carvalho  (2007. Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 


Guiné > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) > Isto é uma Daimler, explica o Virgílio Teixeira.

Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné] 


Guiné Região do Cacheu > Teixeira Pinto > Pel Rec Daimler 3089 > (Teixeira Pinto, 1971/73) Fevereiro de 1973 > A chegada de Caió > Isto também é uma Daimler (matrícula ME-90-90)... vísível a cabeça e parte do tronco do 1º cabo apontador Manuel Lucas.

Foto (e legenda): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O meu coronel art ref António J. Pereira da Costa não me perdoa o mais pequeno deslize ... E ainda bem que assim é, e que ele, neste caso, estava atento... Escreveu, em comentário (*):

 "Não vejo as Daimler, mas devem lá andar. A AM [Auto-Metralhadora] que está em grande é uma Humber ou uma Fox"... 

Referia-se à primeira foto, acima reproduzida, de novo...

E tem razão... A gente às vezes "troca(va) o material"... Mas, aos "infantes", perdoa-se a muita ignorância com que foram, mal preparados, para a guerra...

Enfim, aqui ficam as nossas desculpas, aos leitores, depois de darmos a mão à palmatória (**)... 

PS1 - O Jaime Machado pode confirmar se aquela Fox era mesmo dele, ou era dos "cavaleiros" de Bafatá... Eu, que ainda sou do tempo do Jaime, não me lembro de ele andar de Fox...muito menos de Humber... Lembro-me, sim, das suas velhinhas Daimlers, que depois foram herdadas pelo  Zé Luís Vacas de Carvalho, cmdt do  Pel Rec Daimler 2206 (Bambadinca, 1969/71).

PS2 - Em louvor das suas velhas Daimlers, saltitonas, que ele punha sempre num brinquinho, escreveu, em verso, o Francisco Gamelas, cmdt do Ple Rec Daimler 3089 (Teixeira Pinto, 1971/73):

(...) Rolando sobre a estrada
a abrir e a fechar
colunas civis ou militares,
éramos a força esperada,
metralhadora pronta a cantar
ao desafio os seus cantares.

Impunham algum respeito
estas massas de ferro circulante,
armadas e brutas,
nem que fosse pelo efeito
grotesco de velho ruminante,
sobrevivente de esquecidas lutas. (...)


In: Francisco Gamelas - Outro olhar: Guiné 1971-1973.
Aveiro, 2016, ed. de autor, pp. 29-31
(Reproduzido com a devida vénia).
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 9 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20541: Questões politicamente (in)correctas (48): Op Cabeça Rapada I, II, III e IV, no setor L1 (Bambadinca), março-maio de 1969: mobilizados milhares de civis, recrutados pela administração do concelho de Bafatá... Não sabemos se foram "voluntários" e "devidamente remunerados"... (Luís Graça / Torcato Mendonça / Albano Gomes / Carlos Marques Santos)

(**) Último poste da série > 2 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20196: Dando a mão à palmatória (32): O texto sobre os "Alentejanos de pele escura" é do nosso camarada Fernando de Sousa Ribeiro, é de 2008 e tem sido sistematicamente "pirateado" na Internet... O interesse pelo tema surgiu quando o autor conheceu, em Mafra, na EPI, no COM, um soldado-cadete que era um "mulato de Alcácer" e que, na recruta, foi vítima de "bullying" racista...

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20516: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (8): edição, revista e aumentada, Letras I, J, K e L


Guiné > Região do Boé > Madina do Boé > CCAÇ 1589/BCAÇ 1894 (Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68). > Uma Kalash, ou Aka, capturada ao PAIGC... Foto do álbum fotográfico do nosso camarada Manuel Caldeira Coelho, ex-fur mil trms, CCAÇ 1589 (Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68).

Foto (e legenda): © Manuel Coelho (2011). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Região do Cacheu > Teixeira Pinto > c. 1971/73 A à esquerda, o alf mil 'comando' da 35ª CCmds Rui Andrade, e à equerda o alf mil cav Francisco Gamelas, cmdt do Pel Rec Daimler 3089..

Foto (e legenda): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



Letra I



IAO - Instrução de Aperfeiçoamento Operacional

IMVF - Instituto Marquês de Valle Flor: criado em 1951 como instituição privada de utilidade pública, o IMVF é uma Fundação para o desenvolvimento e a cooperação, tendo iniciado atividade como ONGD em 1988 em São Tomé e Príncipe; a partir dos anos 90 expandimos a sua ação a outros países, com predominância aos de língua oficial portuguesa, e alargou as suas áreas de atividade; é hoje considerada uma entidade de referência nos domínios da cooperação, da cidadania global e da reflexão sobre o desenvolvimento.

IN - Inimigo; guerrilheiros e população sob o seu controlo (gíria)

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Guiné-Bissau), que sucedeu ao Centro de Estudos da Guiné Portuguesa (que  publicou durante 28 anos, entre 1946 e 1973, 110 números normais do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, e um número especial [, este, em outubro de 1947].Esta publicação periódica é considerada  de excecional interesse para o conhecimento científico da presença histórica portuguesa na Guiné-Bissau, e portanto para a história do país antes da independência. Não tem paralelo em outras publicações nos outros territórios ultramarinos portugueses. Foi criada ao tempo do governador geral Sarmento Rodrigues.

Infante - Militar de infantaria (gíria)

INT - Intendência

Ir no mato - Fugir (ou ser levado) para uma zona controlada pelo PAIGC (crioulo)

Irã - Ser sobrenatural que, para os animistas (balantas, papéis, manjacos, etc.), habita as florestas (e em especial os poilões) (crioulo)

Irã-cego - Jiboia (crioula)

IRAN - Acrónimo de "Inspect and Repair As Necessary" (FAP)

ISCSPU - Antigo Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, hoje ISCSP - Instituto de Ciências Sociais e Políticas. Tevem, antes do 25 de Abril de 1974, um papel importante na formação de antropólogos e administradores coloniais.



Letra J


Jacto do Povo - Foguetão 122 mm; Graad (PAIGC, gíria)

Jagudi - Abutre (crioulo)

Jamara (lê-se:djarama) - Obrigado (fula)

Jambé (lê-se djambé) - Instrumento de percussão africano, em forma de cálice invertido (crioulo)

Jornal de caserna - Jornais das unidades ou subunidades, em geral policopiados (, reproduzidos a stencil).



Letra K

K3 -lugar mítico e muito perigoso, do tempo da guerra colonial, assim designado  por se localizar a 3 quilómetros a sul de Farim, na estrada Mansabá-Farim, e que era um local onde, além deste itinerário principal, se cruzavam outros, como era o caso do "corredor" do Olossato e Bissorã, bem como o da mata do Morés, ocupada pelo PAIGC.
  
Kacur - Cachorro (crioulo)

Kalash - Espingarda Automática AK 47 (PAIGC)

Kalashnikovmania - Pode ser definido como uma forte atracção pelo armamento do... IN. No TO da Guiné, incluía kalash e outras armas. Era "manga de ronco" usar ou exibir armas apreendidas ao PAIGC. Eram verdadeiros "troféus de caça". 

Trata-se de um neologismo, inventado pela Tabanca Grande, que paga direitos de autor; um dia irá figurar nos novos Dicionários da Língua Portuguesa, como muitos outros termos que usávamos na guerra: por exemplo, dila=dilagrama, LGFog=lança-granada foguete, ameixa=granada...

Kasumai - Saudação em dialecto felupe

Kora - Instrumento musical mandinga, de cordas, tipo cítara, inventado pelos antepassados do mestre Braima Galissá (músico do Gabu, a viver em Portugal) (crioulo). Em português, está grafado como "corá", do francês "kora", oriundo do mandinga).



Letra L


La Lys (Batalha de) - Nome por que foi conhecida a grande  ofensiva militar das tropas alemãs, de 7 a 29 de abril de 1918), focada ao norte da fronteira franco-belga, na região da Flandres, durante a Primeira Grande Guerra,e que teve consequências brutais, para o Corpo Expedicionário Português (CEP), comandando pelo gen Gomes da Costa. O colapso da da 2ª divisão do CEP aconteceu na madrugada de 9 de abril de 1918. 


Lassas - (i) Abelhas selvagens; (ii) alcunha por que era conhecido, pelo PAIGC, o pessoal da CCAÇ 763 (Cufar, 1965/66)

Lava-tudo - Referência às lavadeiras que, além de lavarem e passarem a ferro a roupa dos militares, também faziam "favores sexuais" (Gíria). Vd. "Parte catota", "parte punho"...

LDG - Lancha de Desembarque Grande (Marinha)

LDM - Lancha de Desembarque Média (Marinha)

LDP - Lancha de Desembarque Pequena (Marinha)

Levirato - 
Lei, de origem hebraica, que obrigava um homem a casar com a viúva de um irmão quando do defunto não houvesse herdeiro; era (e ainda é) seguida por povos mulçulmanos, como os fulas.

Lerpa - Jogo de cartas, geralmente a dinheiro (gíria)

Lerpar - (i) Perder (à lerpa); (iii) apanhar um castigo; (iii) morrer (gíria)

Levar com os patins - Demissão de comandante, em geral de batalhão, por decisão de Spínola (por ex., "O Pimbas levou com os patins"; "Pimbas" era o nominho ou alcunha do 1º comandante do BCAÇ 2852, Bambadinca, 1968/70, ten cor Pimentel Bastos).


LFG - Lancha de Fiscalização Grande (Marinha)

LGFog - Lança-granadas-foguete, bazuca

Lifanti - Elefante (crioulo)

Lion Brand - Conhecida marca de repelente de mosquitos 

LM - Laboratório Militar (que fornecia o essencial da farmácia militar)

Lobo Mau - Helicanhão (FAP) (gíria)

Lubu - Hiena (crioulo)

_________

Nota do editor:

Último poste da série > 28 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20506: Pequeno dicionário da Tabanca Grande, de A a Z (7): edição, revista e aumentada, Letras F, G e H

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Guiné 61/74 - P20325: Memória dos lugares (399): destacamento de João Landim, no rio Mansoa: quem eram os " Homens de Ferro [em] Botes de Borracha", que aqui estavam, em junho/julho de 1970, com uma seção do 3º pelotão da CART 2520 (Xime e Quinhamel, 1969/71) ? Era gente dos fuzileiros especiais e do BENG 447... (José Nascimento)



Guiné > Região do Cacheu > Rio Mansoa  > João Landim >  Junho/Julho de 1970 >   O destacamento, composto por dois barracões, guarnecido na altura por 1 secção do 3º pelotão da CART 2520 (Xime, Enxalé, Mansambo e Quinhamel, 1969/71), comandada elo fur mil José Nascimento.


Foto (e legenda): © José Nascimento (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Legenda complementar do autor (*):


 O que consigo ler da última foto é:

Homens de Ferro [em] Botes de Borracha

D.F.E. / A2 [ou 12 ?]
Destacamento de Fuzileiros Especiais N. A2 [12 ?}

Furriel M.L. Dias

Sinais - Vargas- Lagares
Fuz. Esp.

LDM 203

Tenentes Brito e Beijamim [Beijamim assim mesmo] [Seria o então tenente RN  Rebordão de Brito ? E o Benjamim  ? Havia um outro tenente DFE Benjamim Correia ... LG]

Guerreiro
Pinto


2. Escreve o José Nascimento, ex-fur mil, CART 2520 (Xime e Quinhamel, 1969/71) (*):

 [O destacamento de João Landim] era composto por um barracão onde nós militares do 3.º pelotão da CART 2520  havíamos de permanecer e por um outro barracão onde "moravam" os militares da Engenharia e da Marinha, responsáveis pela manobra e cambança das duas jangadas que operavam entre margens do Mansoa, para o transporte de viaturas militares e civis, bem como de população.

Aqui permaneci nos meses de Junho e Julho de 1970. Ao escurecer era posto a funcionar um pequeno gerador que nos iluminava durante a noite, mas o seu barulho era de tal forma infernal, que, passado quase meio século, parece que ainda ouço o seu roncar dentro da minha cabeça.

A casa de banho era composta por uma estrutura de madeira, com um ou dois bidões no seu cimo, que diariamente os elementos vindos de Safim os abasteciam de água potável, também nos traziam as nossas refeições que, para não variar,  quase sempre chegavam fora do horário que seria normal para o almoço ou para o jantar.

Para as necessidades fisiológicas, existia uma pequena estrutura de madeira já meio apodrecida. Quando a maré do Mansoa subia, as águas do rio exerciam as funções de estação de tratamento. Curiosamente, a algumas dezenas de quilómetros da foz, a água aqui era salgada, que quando a maré enchia, quase nos entrava pelo barracão adentro.

Apesar das enormes dificuldades foi um aliviar de tensões e  uma fuga ao perigo constante que representou a nossa estada no Xime. A noite é que era passada com alguma apreensão devido às precárias condições e ao reduzido número de militares para fazermos a nossa própria segurança.
Durante o dia controlávamos as viaturas, tanto civis como militares, que atravessavam de uma margem para outra do rio, fazendo o registo em folhas de papel próprias.

A permanência em João Landim também permitiu que algumas vezes embarcasse no "machimbombo"  que vinha de Teixeira Pinto ou de Bula com destino a Bissau. Aproveitava para ter um almoço diferente do que era habitual (bianda com bianda) e para fazer umas compras de pequenas recordações que traria até à Metrópole quando em Agosto de 1970 vim abraçar os meus familiares.
Terminava a minha pequena aventura em João Landim, para lá não voltaria mais." (...).

Temos 13 referências a João Landim no nosso blogue. Mas muitos maisa camaradas passaram por aqui e devem fotos deste lugar. (**)



Guiné > Região do Cacheu > Rio Mansoa > João Landim > Junho de 1973 > O rio Mansoa em João Landim e a jangada que fazia a sua travessia. Primeiro entravam as viaturas, depois as pessoas. Bissau ficava a cerca de quinze quilómetros e para a "peluda", o fim da comissão, faltavam, ainda quatro longos meses. A Helena regressaria mais cedo a casa, o Francisco só chegará a Lisboa a 11/10/1973, no T/T Niassa, com os seus rapazes do Pel Rec Daimler 3089.

Foto (e legenda): © Francisco Gamelas (2016). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17769: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (23): Págs. 177 a 184

Capa da brochura "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra"

Gabriel Moura

1. E assim damos por finda a publicação do trabalho em PDF do nosso camarada Gabriel Moura, "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", enviado ao Blogue por Francisco Gamelas (ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 3089, Teixeira Pinto, 1971/73).


FIM
____________

Nota do editor

Últimos 11 postes da série de:

4 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17649: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (11): Págs. 81 a 88

8 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17657: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (12): Págs. 89 a 96

11 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17664: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (13): Págs. 97 a 104

15 de Agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17671: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (14): Págs. 105 a 112

18 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17680: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (15): Págs. 113 a 120

22 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17690: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (16): Págs. 121 a 128

25 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17697: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (17): Págs. 129 a 136

29 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17710: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (18): Págs. 137 a 144

1 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17719: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (19): Págs. 145 a 152

5 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17732: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (20): Págs. 153 a 160

8 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17744: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (21): Págs. 161 a 168

12 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17757: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (22): Págs. 169 a 176

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Guiné 61/74 - P17757: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (22): Págs. 169 a 176

Capa da brochura "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra"

Gabriel Moura

1. Penúltima publicação do trabalho em PDF do nosso camarada Gabriel Moura, "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", enviado ao Blogue por Francisco Gamelas (ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 3089, Teixeira Pinto, 1971/73).


(Continua)
____________

Nota do editor

Último poste da série de 8 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17744: "Tite (1961/1962/1963) Paz e Guerra", brochura de 2002, da autoria do nosso camarada Gabriel Moura do Pel Mort 19 (21): Págs. 161 a 168