domingo, 19 de abril de 2020

Guiné 61/74 - P20875: (Ex)citações (365): Os ex-combatentes, agora confinados por causa da pandemia de COVID-19... Hoje, como ontem, "presos"! (Mário Gaspar, ex-fur mil at inf, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68)


Guiné > Região de Tombali > Gadamael Porto > CART 1659 (Gadamael e Ganturé, 1967/68) > Aquartelamento e tabanca no final da comissão, em 1968

Foto (e legendagem): © Mário Gaspar (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do nosso amigo e camarada 
Mário Gaspar,  ex-Fur Mil At Art, Minas e Armadilhas, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68: 

Date: sexta, 10/04/2020 à(s) 01:36

Subject: Presos

Caros Camaradas Luís e Carlos

A minha vida tem sido complicada. Após me ter envolvido na Poesia – nunca fui Poeta – embora entretanto não tenha paciência senão nessa leitura, comecei a colaborar com o Capitão de Abril, Major General–Médico João Bargão dos Santos – já não o via desde 2000 – convidou-me para a fundação da Associação Salgueiro Maia. Começou com uma Petição. Nada aconteceu como se julgava e o General não se entendeu com os restantes, já após o Registo da Associação e pediu a demissão. Continuo mas contrariado.

Os problemas de saúde agravaram-se, é impossível combater tantas doenças, e sou um Combatente. Antes do jantar resolvi sentar-me defronte do computador, saiu este texto. Foi complicado lembrar-me de alguns nomes.

Aqui vai.

Um Abraço Mário Vitorino Gaspar


2. PRESOS!...

Olá Luís, Olá Carlos e Olá Camaradas

Camaradas de Guerra da Guiné, Camaradas de Guerra das Outras Colónias.

Para os Camaradas do Blogue, regresso agora, sei que estão "fechados a sete chaves, nas vossas casas" – PRESOS. Os Camaradas Sem-Abrigo – segundo consta – continuam a dormir na rua! – PRESOS. É triste, se for verdade. Para eles o meu apoio.

Todos os que passaram 24 horas diariamente na Guiné, fora de Bissau, fomos prisioneiros. PRESOS na rua.

Tínhamos à nossa frente paliçada e arame farpado. Lá adiante avistávamos capim e mata. Só capim e mata. Lá por detrás do capim era a mata. Éramos prisioneiros dum presídio sem grades. Mas capim e…

O Combatente mata, para não ser morto. É um princípio, não podemos abdicar dele.

Agora, com este inimigo [, o novo coronavírus SARS-CoV-2,] só visível porque mata e faz sofrer, nós Combatentes nada podemos fazer, mesmo que possuíssemos a arma mais mortífera, dizer para um nosso camarada: 
– Mata!

Temos de baixar a cabeça, entrar em casa e fechar a porta a sete chaves. Esperar. Penso termos argumentos, porque somos Combatentes, em termos medo. Decerto que o medo existe, como também este surto, haja o primeiro que diga o contrário. Estamos PRESOS.

Avisam, e de consciência tranquila – esses Senhores que nos governam, que não sabem o que é uma guerra – nem sequer lá estiveram. Repetem e voltam a repetir:
– Fechem-se em casa. Lavem as mãos; desinfectem-nas; não levem as mãos ao rosto, etc., ponham a máscara. 

Mas que máscara? Os açambarcadores compraram todas. Agora a Ministra da Saúde nem sabe se os Portugueses devem ou não usar máscaras. A verdade é, quem as possui é de as guardar, não vá o diabo tecê-las.
– Os velhos têm prioridade! – Dizem.

Um PSP disse-me que era velho e que tinha de ir para casa. Respondi:
– Sou doente e se deixo de andar, então tenho mesmo de recolher de uma vez para sempre. As pernas estão ligadas, tenho mesmo de percorrer alguns metros por dia. Vou andando, não se vê ninguém na Avenida. Desloco-me pelo passeio. Peço-lhe de uma vez por todas, não chame velho a ninguém… Velhos são os trapos… Diga antes. "O Senhor está noutra idade, tenha cuidado! E só lhe fica bem!"...

O Polícia riu.

Fui Prisioneiro no Centro de Apoio Social (CAS) do Instituto de Apoio Social das Forças Armadas (IASFA), vi utentes às portas da morte, vivendo isolados no interior de um Palácio, cercado por vinhas e campos de laranjeiras.

Tenho transmitido àqueles que conheço o que sinto.

Na Guiné, partilhámos em períodos diferentes, o confronto com o denominado "IN", que nunca foi o meu inimigo. O inimigo era um regime fascista, desprezado e colocado à parte pela grande maioria dos países do mundo. Enviara-nos para a guerra e PRESOS.

Fui sempre contra a Guerra, bem podia não ter ido... Deixei de estudar. Existiam dificuldades de emprego e a vida obrigou-me a seguir as pegadas do meu Pai, que era Industrial de Panificação. Costumo a dizer que "fui fabricado numa Padaria", mas não sou adepto do alimento, talvez um dos mais necessários da humanidade...

 "O precioso pão"! Fui Ajudante de Padeiro, com Carteira Profissional. Também, tenho a acrescentar, estive Tuberculoso aos 7 anos, durante um ano não frequentei a Escola (1.ª Classe). Nasci na Freguesia de Santa Maria, em Sintra, e foi no Antigo Edifício dos Bombeiros Voluntários de Sintra que fui à Inspecção, embora desde os três anos morasse em Alhandra, Vila Industrial, foi aí que aprendi a ser Homem, embora tenha estudado no então famoso Externato Sousa Martins, em Vila Franca de Xira, desde os meus treze anos  namorei com uma sueca, linda boneca, Ingrid Margaretha Gustavsom. Alhandra foi a minha Universidade. Tive como Professores Sábios Avieiros e os Operários.

Nessa dita Inspecção, a dada altura escutei – sacudi os ouvidos – o vozeirão de um Sargento: 
– Todos nus! – Era o princípio de entrar numa prisão. PRESOS ...

Sabia que ia ser complicado para a grande maioria exporem o seu sexo.

Fui nadador (?)... Nadei em competições, com dificuldades respiratórias, era óbvio se estive tuberculoso. Tomava o meu duche após sair da água da Piscina do Alhandra Sporting Club, nascida no digno trabalho de Soeiro Pereira Gomes, o escritor de "Esteiros", que viveu em Alhandra e ofertou aos Operário uma grande herança: Bibliotecas e um "charco" que deu origem a essa Piscina.

Sucede que me expus e nu, de imediato numa varanda, mesmo defronte do famoso Palácio da Vila. Turistas, eram muitos, apontaram o dedo e riam. Dois ou três fizeram o mesmo com o intuito de me apoiarem e os restantes colocaram as suas mãos-folha-de-parra, escondendo o sexo. 

Fiquei Apurado para Todo o Serviço Militar. Refilei, mas nunca disse ser Padeiro. De certeza se o dissesse não seria Atirador. Continuava a namorar a sueca, sempre por escrito, que insistia para ir para a Suécia, tinha emprego na firma do pai e casaríamos depois. Ainda tentei, mas o dinheiro que ganhava, o meu Pai depositava numa conta. Nem sequer tive hipótese de acesso à mesma.

A três de Maio de 1965 apresento-me no RI 5, Caldas da Rainha, para iniciar a Escola de Recrutas no Curso de Sargentos Milicianos. Nem sequer pedi para ir para a Tropa. A partir desta data fiquei preso. PRESOS.

Terminei a Recruta e fico preso no CISMI, em Tavira. Não gostei dos Algarves, embora as algarvias fossem quentes. Muitos colchões de palha e percevejos em liberdade na parada a um sol quentíssimo. Isto em princípios de Agosto de 1965. Tratava-se de um Curso de Armas Pesadas.

O Comandante de Pelotão foi o então Alferes Cadete (Luís Carlos Loureiro Cadete), voltei a reencontrá-lo a Comandar a Grande Operação Revistar, onde tudo aconteceu.

Numa outra Companhia do CISMI, comandava um Pelotão o Alferes Fernando Augusto C. L. Robles – conhecido por muitos – até ser "julgado" no pós 25 de Abril.... Simulo uma lesão, tentei safar-me, ainda estive no Hospital Militar, em Évora, enganei-os e perdi a Especialidade por estar afastado da mesma mais de 10% do tempo. Por pouco tempo deixo de fazer parte dos PRESOS.

Sou chamado para a Escola Prática de Artilharia, Vendas Novas. Tento a minha sorte e na primeira tentativa ganho as boas graças do Major Comandante do Curso. Sou obrigado a Prestar Provas para os Comandos e quase que me apanhavam. Procuravam Monitores para Cursos dos Comandos. Ainda volto ao Hospital Militar de Évora depois de ter enganado meio mundo. Termino a Especialidade, sou promovido a Cabo Miliciano e colocado em Viseu, num Pelotão de Instrução de Recrutas como Monitor.

 O Instrutor é o Alferes Antunes que iniciara uma Comissão em Moçambique, caiu numa mina ficando com o rosto desfigurado. Operado na Alemanha, ficaram alguns sinais. Aguardava ser chamado para uma outra cirurgia. Outros Monitores: Um Cabo Miliciano e um Cabo Readmitido. Cada Pelotão dava Instrução a 77 Recrutas. Lá tive a minha História. O Comandante do RI 14 era um dos futebolistas heroicos que venceram a Taça de Portugal pela Académica de Coimbra, em 1939, Carlos Faustino da Silva Duarte. 

Não seria mobilizado se me tivesse apresentado a horas no Quartel. O Coronel era amante do Desporto e reuniu da parte da manhã com os Aspirantes do Quadro e os Cabos Milicianos. Pretendia saber quem praticava Desporto e a Modalidade. Podia-me inscrever na Natação, o futuro disse-me que fosse um bom militar me tinha safo. Entrei nos Campeonatos da Região Militar, em Tomar e fui à Final dos 100 metros Costas. Nadava Costas de brincadeira. Tinha regressado dos Rangeres, Lamego onde me obrigaram a Prestar Provas e fui chamado ao Coronel Faustino que me pediu para nadar o Estilo Costas, porque assim o RI 14 podia concorrer por Equipas. Tínhamos terminado uma Instrução e foi no Juramento de Bandeira. Os familiares dos Recrutas, como sempre, traziam cestos de comida. Os Soldados queriam que petiscasse e bebesse uns copos. Não me sentia bem. Chamam-me, um Tenente Amigo que fazia parte da Equipa de Natação, diz-me: 
– Mário, estás mobilizado para a Guiné! Não digas a ninguém…
– E os outros Cabos Milicianos?
– Também. Mas só os mais velhos…

Voltei para junto dos Soldados e comi, bebi ainda mais.

O Coronel Faustino chama-me:
– Sabe, está mobilizado. Tenho tentado ver se o safava. É pena porque estava apurado para o Campeonato das Regiões Militares.

O Capitão da Companhia, informa-me:
– Não sei se leu a Ordem de Serviço? Mas de qualquer modo fica a saber que é o Responsável pelo Controlo da próxima Recruta.

Vai a cada Pelotão e observa como estes tipos Aspirantes dão a Instrução. Você sabe que não quero que comecem a ensinar como se faz a esquerda volver, sem saberem fazer a direita!

Só tive chatices. Quando via que os Aspirantes não faziam conforme o que o Capitão pretendia aproximava-me do Aspirante – eram todos acabados de chegar da Academia – dava o recado, mas de modo que ninguém ouvisse. Gritava logo:
– Ó Nosso Cabo!
Não respondia, nem sequer era Cabo. Muito embora fosse Cabo no Pré e Sargento de Serviço. Iam fazer queixa ao Capitão, ele respondia:
– Não sabem que o Mário é Cabo Miliciano?

O Alferes Antunes, um grande Amigo. Combinara comigo e com o outro Cabo Miliciano que o tratamento entre nós fosse por «tu». Morava na Rua Direita, em Viseu. A esposa estava grávida. Todos os dias conversávamos, um dia diz-me:
– Nunca mais me chamam para a Cirurgia. Abriram Concurso para a Brigada de Trânsito da GNR, vou candidatar-me!

No dia que saio do RI 14, já me despedira dos Sargentos da Secretaria que me encobriram todas as baldas – uma de 11 dias em casa, sem licença – e tocou a hora da despedida do Capitão Amaral (Militarista): e Alferes
– Mário, você é bom rapaz. Mas isso não é nada! Dê-me um abraço!

O Alferes abraçava-me e chorava. Só mais tarde entendi. O Antunes tinha Stress Pós Traumático de Guerra.

Apresentei-me no Regimento de Artilharia de Costa (RAC), Oeiras, à civil, mas depois de ir até à casa. Cheguei pela noite ao Quartel e o Oficial de Prevenção, um Aspirante recebeu as Guias e acompanhou-me ao local onde ia dormir. Ao chegar vejo uma cama, tapete e mesa de cabeceira. Estranhei! O mesmo Aspirante acordou-me atrapalhado:
– Nosso Cabo Miliciano, estas instalações são dos Oficiais, tem de sair! 

Enviam-me para a Escola Prática de Engenharia (EPE), Tancos para tirar o Curso de Minas e Armadilhas. Até um rebentamento houve no XX Curso de Minas e Armadilhas.

Tudo prisões. PRESOS. A pior de todas foi ter tirado este maldito Curso. Antes Comandos ou Rangeres.

Algo aprendi neste período de tempo, principalmente ter conhecido o perfil do Heroico Soldado Português. Dei diversas Recrutas em Viseu... Muitos nunca tinham sequer visto um comboio; e nunca terem visto o mar (?); outros nunca tiveram o prazer de tomar banho, decerto que tinham mergulhado em águas da ribeira; e o cansaço antes e após o esforço (?). Alguns nem sequer conheciam o cansaço. 

Depois só necessitavam de manejar uma arma. Vivia a maioria em aldeias distantes das vilas ou cidades, nuns casos nem sequer conheciam essas mesmas terras, de qualquer modo como não existissem transportes era a pé que andavam quilómetros. Com a enxada cavavam desde o nascer ao pôr do sol. Poucos ou nenhuns tinham passado fome, podiam não terem acesso a determinada alimentação, mas não era por aí. Quando chegavam novos Recrutas tínhamos de acompanhar, cada vez que íamos à Porta de Armas, 50 futuros Soldados. Um dia surgiram à porta-de-armas dois inimigos do banho. Quando chegou o momento de todos irem ao duche disse para um tirar a sujeira do outro, usando sabão e unhas. Mas pénis e cu, cada um lavava o seu. Fizeram aquilo que mandei e ficaram ambos no meu Pelotão. Pois um deles passou a tomar banho todos os dias.

Aquilo que aproveitei foi conhecer bem o Nosso Soldado Português.

Vou para o GACA 2, em Torres Novas para uma "Escola de Quadros" – fico em vias de apanhar uma porrada – afinal estávamos lá por engano. É quando conheço o Capitão da minha Companhia. Apresentei-me no RAL 5, Penafiel, onde as CART's 1659; 1660 e 1661 fizeram a Instrução Operacional, para rumarem para a Guiné, onde conheço quase todos os Soldados.

A decisão estava tomada e decidi partir mesmo, e cumprir. Continuaria a tratar os Soldados por «você», esperava ajudá-los e que me ajudassem. Como possuía uma grande força interior, por ser o primeiro Cabo Miliciano que o Capitão conheceu e sermos somente três com este Posto, tive influência em quase tudo o que vem a suceder. Todo o Pessoal Especializado não está nesta Instrução. Tivemos de fazer a escolha daqueles que seriam os 1.ºs Cabos e o Pelotão e Secção onde iam ficar integrados. Atribuída a minha Secção, que era maior e peço que acrescente mais um elemento, o Capitão aceita. Intrigado, ri quando indico o nome do Soldado Armando Pardelinha. Tinha medo de saltar o galho. Acompanhou-me sempre, e em todas as Operações.

Pois Gadamael Porto era um Quartel junto da fronteira, da Guiné Conacri. Estava agregado o Destacamento de Ganturé. Em Gadamael existiam dois edifícios que tinham pertencido a colonos. Partilhávamos o espaço com a população civil. Posso dizer que passe pelos Comandos e Rangeres, terminei nas Minas e Armadilhas, até me deram um Diploma numa Cerimónia no Palco do Cineteatro, de Tancos.

Curioso que nunca vi no mato – foram praticamente 23 meses – nenhum Fuzileiro, Comando ou Ranger. Aliás, minto. Existia na minha Companhia um Ranger, o Furriel Miliciano José Nicolau Silveira dos Santos – o grande Amigo Açoriano que vive no Canadá.

Somos Combatentes e PRESOS, de Serviço durante 24 horas; não autorizados a licenças de recolher; sem fins-de-semana. Os chamados Tropas Especiais – tenho muitos Amigos Combatentes nessa Tropa – mas viviam em Bissau e eram chamados para Operações. Podiam ir "às meninas", petiscar no Zé da Amura ou andarem aos tiros uns contra os outros após de jogos de futebol entre eles.

Mas este flagelo, ou surto que ataca o Mundo não é – como ouvi e li – uma guerra – nem o exagerado termo, 3.ª Guerra Mundial, embora tenha muitas semelhanças, esta é a minha opinião.

O que será então? É o desafio que deixo ao Blogue.

___________

3 comentários:

Anónimo disse...

Mário, respostas não as há.A não ser a parte científica que também é surpreendida muitas vezes.
Mas esquecendo esta e debruçando-nos sobre este mundo, que andava a correr sem saber para onde, não se focando em nada, a não ser no falso progresso material, na falta de respeito e desdém pelo outro.Leva-nos a interrogarmo-nos a nós próprios, se
este tipo de pandemia ou outro qualquer flagelo, não será um desígnio da "mãe" natureza para nos obrigar a descer à TERRA e pararmos um pouco para pensar.
Tu de certa maneira e em termos orientais és "um guerreiro" quer pelo que fizestes por ti próprio quer o que tens feito pelos outros e penso que continuas a lutar.
Embora saiba que por vezes não tens paciência e que já passastes por muito aqui fica
em tua homenagem umas linhas de LAO TSÉ

O Homem segue as leis da Terra;
A terra segue as leis do céu;
O céu segue as leis do TAO;
O TAO segue as leis de sua natureza intrínseca.

UM abraço fraterno do
Carlos Gaspar

Anónimo disse...


Amilcar Mendes
23 abril 2020 14:42

Luis Graça e demais Tabanqueiros , a minha resposta via Facebook da Tabanca não pretende levantar quezílias entre camaradas , mas tão só discordar de alguns pontos do Mario Gaspar .

Quero acrescentar que só os Comandos Africanos, e não todos, pernoitavam por vezes fora do Batalhão de Comandos, mas mesmo eles não eram "chamados" para OP directamente de casa . Isso era dar cartas ao IN.

E quando regressavam, ou nós, o cansaço era tanto que tínhamos lá tempo para andar aos tiros uns contra os outros!... O Mario Gaspar ao afirmar isso, passou um atestado de menoridade a uma tropa que psicologicamente estava bem preparada para suplantar stress imediato de combate.

Forte abraço a todos os Tabanqueiros.

Anónimo disse...

Amílcar Mendes, tem toda a razão em discordar do Mário Gaspar e eu sem querer "meter a foice em seara alheia" passe o termo, sei que o Mário passa por vezes menos bem por causa do seu cansaço, fruto do stress traumático.

Claro que ele ao englobar paraquedistas, fuzileiros e comandos meteu tudo no mesmo saco.Penso que ele quando o fez, referindo-se que andavam aos tiros uns aos outros
devia estar a pensar nos tristes acontecimenmtos na guiné, em que os fuzileiros se envolveram
com os paraquedistas por caso de um evento desportivo, que deu origem a feridos e salvo erro um ou dois mortos.
Aproveito para manifestar o meu apreço pelos comandos com os quais convivi em situações bem difíceis em angola nos vários teatros de operações nomeadamente na esquadra de helicópteros.Nem é vão que vocês tem vários quadros com esta belíssima
máquina na vossa associação.
Abraço
Carlos Gaspar ex-FAP