Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 1587. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta CCAÇ 1587. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 4 de março de 2022

Guiné 61/74 - P23047: Pequeno resumo dos dois anos em que estive na guerra (Joaquim Jorge, ex-alf mil, CCAÇ 616 / BCAÇ 619, Empada, 1964/66) - III (e última) Parte: 1965: A reconquista da bolanha de Ualada e a construção do "Rancho da Ponderosa"


Guiné > Região de Quínara > Empada > CCAÇ 1587 (Cachil, Empada, Bolama e Bissau, 1966/68) > Ualada > Destacamento do "Rancho da Ponderosa> O soldado Jorge Patrício, à porta do destacamento.  Em 2009,  vivia em Viseu, aposentado da função pública. 

É a única foto que conhecemos do "Rancho da Ponderosa" (*)... Foi a CCAÇ 616, sob o comando do alf mil Joaquim Jorge, quem fundou  o "Rancho da Ponderosa", começando a construi-lo a partir de  17 de março de 1965, como ele nos explica neste poste. (**)

A CCAÇ 616 foi depois substituída, no subsector de Empada, pela CCAÇ 1423   entre janeiro de 1966 e novembro, com um pelotão  destacado em Ualada. Seguiu-se-lhe a CCAÇ 1587 e depois a CCaç 1787, a partir de janeiro de 1968 (***). Teve um pelotão em Ualada até março de 1968, 

A partir daquela data deixa de haver referências a Ualada nos livros da CECA. È possível que a tabanca terá sido abandonada pela população e o destacamento desativado no segundo semestre de 1968  na sequência da retração e racionalização do dispositivo no CTIG, no início do "consulado" de Spínola, altura (2º semestre de 1968/ 1º semestre de 1969) em que foram abandonadas outras posições como Ponta do Inglês, Gandembel, Ganturé, Cacoca, Sangonhá, Beli, Madina do Boé, Cheche... 
 
Foto : Cortesia do CM - Correio da Manhã, edição de 4/10/2009. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

 


Brasão da CCAÇ 616 (Empada, 1964/66).
A divisa, em latim, "Super Omnia", quer dizer "acima de tudo".
Foto do álbum do Francisco Monteiro Galveia
(ex-1º cabo op cripto, vive em Fronteira)




CCAÇ 616 > Empada, 1964/66 > Pequeno resumo dos dois anos
em que estive na guerra (*)



por Joaquim Jorge


III (e última ) Parte - 1965: A reconquista da bolanha de Ualada 
e a construção do "Rancho da Ponderosa"


O ano de sessenta e cinco, ao contrário daquilo que esperávamos, não nos foi muito favorável; não no aspecto de ataques ao aquartelamento, mas na questão do trabalho e entradas em operações, coisa que tinha andado esquecida pelos “maiores” desde que entráramos em quadrícula. 

Diga-se, em abono da verdade, que uma Companhia quase independente como era a minha, não podia dispor senão de dois pelotões para operações, pois não íamos deixar o aquartelamento quase abandonado quando nos tinha custado suor, lágrimas e sangue para conquistarmos uma posição mais ou menos sossegada. Mas quem manda pode e vimo-nos obrigados a entrar em operações somente com os componentes da milícia e às vezes protegidos e ajudados pela força aérea. 

Era ideia fixa a conquista da bolanha de Ualada, há vários anos inculta e mais ou menos em poder do inimigo. Não haja a menor sombra de dúvida de que a única maneira de se acabar com a guerrilha é roubar ou reconquistar os fulcros da alimentação do inimigo. Bolanha é um campo ou vários campos de cultivo de arroz banhados pelo mesmo rio por meio de ouriques. 

A bolanha de Ualada, também chamada bolanha de São Miguel, que a nossa companhia cognominou de “Ponderosa”, em lembrança da série “Bonanza” da TV. cultivada na sua totalidade, dava para cima de vinte toneladas de arroz, arroz esse que viria acabar com o problema da fome em Empada.  [ A série  do faroeste "Bonanza", com a saga da família Cartwright,  proprietária do rancho da "Ponderosa", no Nevada, estreou-se, na televisão americana, em 1959; foi um extraordinário de caso de popularidade e longecidade; começou a ser exibida na RTP em 1961. (LG)]

Depois de várias divergências entre o coronel, comandante de sector,  e eu,  comandante da companhia,  apoiado pela população,  ficou decidido que iríamos ocupar Ualada para construirmos uma posição de autodefesa à bolanha…(mais à frente relataremos em pormenor esta divergência.)

Foi com muita ansiedade e espectativa que chegou o dia dezassete de Março, pois foi neste dia que chegámos a Ualada (“Ponderosa”), distante quatro quilómetros de Empada, com armas, pás, picaretas, arame farpado, chapas de bidão e algumas rações de combate,  prontos para a sua reconquista e instalação de um novo “quartel”. 

Coube ao 2º pelotão, comandado pelo alferes Pedro Oliveira e a um pelotão de milícias a permanência dos primeiros dez dias e nesses dez dias dormiram em buracos cavados no chão abertos no primeiro dia com chapas de bidão por cima para se protegerem de possíveis ataques. 

Rapidamente e com muito esforço,  a “Ponderosa” ganhou forma e a bolanha começou a ser preparada. Além dos buracos e abrigos construímos algumas casas para aquartelamento em adobes artesanais feitos com as mãos e os pés, pois não tínhamos utensílios necessários para a sua fabricação de outra forma. Mas foi uma obra feita com gosto e entusiasmo. 

Os pelotões eram rendidos de dez em dez dias e todos queriam fazer melhor que os anteriores. Tentámos construir o aquartelamento imitando o oeste americano que conhecíamos através da série televisiva “Bonanza”, por isso batizámos o aquartelamento por “Rancho da Ponderosa”. A bolanha começou a produzir e assim a render o benefício do esforço dispendido por nós, militares, pela milícia e pela população e a "Ponderosa" começou a crescer também como “Tabanca” e a fome desapareceu da população de Empada. 

Foi um grande orgulho para a Companhia 616 esta obra que mereceu a visita e a admiração do Governador General Arnaldo Schulz, de outras altas entidades militares, assim como da Embaixada Militar Americana em Portugal e ainda de uma equipa de jornalistas de “O Século” em cujo jornal foi publicada uma grande reportagem.

No período em que andámos ocupados com as obras da Ponderosa, os “grandes da guerra” deixaram de pensar na nossa companhia para outras operações. Pensámos então nós que a "Ponderosa" tinha sido a nossa tábua de salvação, mas assim não sucedeu. Quando a "Ponderosa" já não oferecia qualquer possibilidade ao inimigo,  voltámos às operações embora já com a companhia em precárias condições gerais de saúde.  
Operações como as que efectuámos em Aidará, Satecuta, Gã-Eugénia, Batambali, Darsalame e tantas outras, para não mencionar todas, não mais se apagarão das nossas memórias, tão gravadas ficaram pelo esforço, suor, sangue e lágrimas em todos os militares da Companhia de Caçadores 616.

Não há dúvida nenhuma de que a CCAÇ 616 fez um grande trabalho a nível militar e social durante os seus dois anos de comissão em Empada Não quero com isto dizer que a nossa companhia tenha acabado com a guerra nesta região. Esse não é trabalho para uma só companhia, mas sim para um efectivo militar muito maior e bem organizado. Todavia de todos os locais que pertenciam ao nosso subsector, só nos faltou “visitar” os acampamentos inimigos de Pobreza e Cachobar. 

Lembramos que a nossa área de acção foi o maior subsector do sul da Guiné, indo, no sentido este/oeste, de Antuane e Batambali até Darsalame e Madina de Baixo, não esquecendo de Pobreza para sul. Tudo isto dava uma extensão de cerca de quarenta quilómetros no seu maior comprimento. 

O convívio constante e fraternal e o nosso trabalho de apoio incondicional criaram a amizade e a confiança de todos os nativos. Estou a recordar-me agora de um acontecimento que mostrou bem a amizade e a confiança que toda a população de Empada votava em nós: No regresso da operação a Darsalame, considerado por todos uma aventura e um mito perigosíssimo, pois há três anos que lá não iam tropas, ao regressarmos e apesar da hora tardia, vinte horas, toda a população veio para as bermas da rua que dava para o aquartelamento agradecer, incitar e gritar por Empada e pela 616.

Depois de um esforço tão grande da nossa parte e do êxito alcançado, nada melhor para retemperar as forças do que ter ouvido os incitamentos e manifestações de alegria por parte daquela magnífica e saudosa população de Empada que sabia viver e reconhecer os momentos difíceis pelos quais atravessávamos. Na luta, no trabalho, na compreensão e na amizade,  o branco era de cor e o de cor era branco.

Apesar de tudo quanto sofri, sempre sentirei saudades da “querida” Empada.

Ferrel, 8 de Janeiro de 2022 – Dia do 58º aniversário da minha partida para a Guiné.



Guiné > Região de Quínara > Carta de Empada (1961) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Empada e, a sudeste, Ualada, onde a CCAÇ 616 passou a ter um pelotão destacado a partir de março de 1965. O destacamento foi batizado como "Rancho da Ponderosa". A bolanha de Ualala era também conhecida como bolanha de São Miguel.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2022)

_________

Notas do editor:


(**) Vd. postes anteriores da série > 


28 de fevereiro de 2022 > Guiné 61/74 - P23040: Pequeno resumo dos dois anos em que estive na guerra (Joaquim Jorge, ex-alf mil, CCAÇ 616 / BCAÇ 619, Empada, 1964/66) - Parte I: 1964: 30 de maio, um ataque de seis horas!

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20292: Episódios da minha guerra (Manuel Viegas, ex-fur mil, CCAÇ 1587, Empada, Catió e Ilha do Como, 1966/68) - Partes II/III: Em Tite, ordem (frustrada) para caçar o 'Nino' Vieira, vivo ou morto; em Bissalanca, voluntário para apanhar as 'canas dos foguetes'


Guiné-Bissau > Bissau > Presidência da República > 6 de Março de 2008 > 'Nino' Vieira em pose de Estado... Foto extraída de vídeo feito durante a audiência que o Presidente João Bernardo Vieira, 'Nino' (1939-2009) deu a cerca de duas dezenas de participantes estrangeiros do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7 de Março de 2008)... Sem dúvida, faz hoje parte dos 'mitos' fundadores da jovem e conturbada República da Guiné-Bissau... Seguramente foi o homem mais procurado do PAIGC durante a guerra colonial... O seu fantasma era visto por todo o lado... Chegou às mais altas responsabilidades do Estado... Mas nunca nenhum bom guerrilheiro deu um bom estadista... Como político, 'Nino' Vieira é uma figura controversa. O que pensarão dele, hoje, os jovens guineenses que nada sabem da luta pela independência?...

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados. [Edição; Blogue Luís Graça & Canaradas da Guiné]



[Foto à esquerda: Manuel Rosa Viegas, ex-Furriel da Companhia de Caçadores, nº 1587, Empada , Catió e ilha do Como, entre 1966 e 1968; vive em Faro; é o mais recente membro da Tabanca Grande, nº 798 (*)]

Episódios da minha guerra (Manuel Viegas, ex-fur mil, CCAÇ 1587, Empada, Catió e Ilha do Como, 1966/68) - Partes II/III:  Em Tite, ordem (frustrada) para caçar o 'Nino' Vieira, vivo ou morto; em Bissalanca,  voluntário para apanhar as 'canas dos foguetes'

Há dias o meu amigo Zé Viegas acordou-me de uma hibernação de mais de cinquenta anos, e convenceu-me a não levar comigo o que vi e o que passei.

Este episódio que vou transcrever é sobre a minha ida a Tite (Parte II). E o outro sobre Bissalanca (Parte III).

Encontrava-me na tabanca dos Fulas, em Empada,  que ficava perto do aeródromo, vi uma avioneta que sobrevoava o aeródromo, pensei que vinha entregar frescos, porque o correio tinha sido entregue de manhã.

Quando me deslocava na sua direção, apareceu o impedido do comandante no jipe a dizer que o comandante queria falar comigo. Pelo caminho fomos à procura do Ceia e do Hermenegildo, um era o apontador da bazuca, o outro era municiador. Começamos a fazer contas de cabeçal  que não estava para acontecer coisa boa. 

Fomos à presença do capitão, que nos cumprimentou efusivamente e disse-nos que tínhamos como missão deixar bem representada a Companhia 1587, e para nos fardarmos devidamente e levarmos o material de guerra que costumávamos utilizar, as instruções seriam dadas depois no local do desembarque. 

Fiquei apreensivo e amedrontado,  não transmitindo aos meus camaradas o que me ia na alma. Fomos para a avioneta sem saber para onde íamos, o piloto cumprimentou-nos e disse para não estarmos preocupados, que tudo ia correr bem... Já no ar perguntei qual era o o nosso destino. Respondeu-me que íamos para Tite. 

Ao aterrarmos veio um oficial buscar-nos, cumprimentou-nos e disse que já me conhecia de uma operação que tínhamos feito juntos. No trajeto até ao gabinete das operações, vi tropas espalhadas por todo o lado, fez- me uma grande confusão... Quando chegámos ao gabinete do capitão é que soubemos a finalidade da nossa ida ali, disse-nos que íamos fazer um ataque surpresa a um sítio onde estava o 'Nino' Vieira, e que receberíamos instruções sobre o nosso lugar na coluna.

Passado um bom bocado fomos jantar, os soldados começaram-se a organizar, íamos descansar e pela madrugada iríamos ao alvo. Veio o dia, quando de repente recebemos ordem que já não se efetuava a operação, o 'Nino' Vieira tinha sido avisado do que estava a ser organizado em Tite, tendo desaparecido do lugar. Por esse motivo a operação não foi concretizada, o que foi um alívio.

Ao transcrever esta operação frustrada, lembrei-me de quando estava em Bissau numa consulta externa... Nessa noite atacaram Bissalanca com canhões sem recuo e não só, apareceram dois condutores à procura de voluntários para Bissalanca, os voluntários não foram muitos, mas chegados lá verificamos que o inimigo largara as granadas e desaparecera...

O pessoal estava todo em alvoroço. Entrei na caserna ocupada por três militares e vi que uma granada caiu lá dentro e desfez quase tudo. Um dos três ocupantes era meu amigo, cabo especialista da Força Aérea, cujo nome era Pinho. Foi ver os estragos dos seus aprestos, estes estavam todos traçados inclusive um casaco de antílope estava todo traçado e preto, não houve mortos nem feridos que eu tenha conhecimento.

Manuel Rosa Viegas
Furriel Miliciano – 75 anos
__________

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20246: Episódios da minha guerra (Manuel Viegas, ex-fur mil, CCAÇ 1587, Empada, Catió e Ilha do Como, 1966/68) - Parte I: O ataque ao destacamento avançado, "Rancho da Ponderosa", na tabanca de Ualada, subsetor de Empada


Guiné > Região de Quínara > Empada > CCAÇ 1587 (Cachil, Empada, Bolama e Bissau, 1966/68) > Ualada > Destacamento "Rancho da Ponderosa> O soldado Jorge Patrício, à porta do destacamento. A tabanca terá sido abandonada pela população e o destacamento desativado no segundo semestre de 1968 (, facto a confirmar), na sequência da retração e racionalização  do dispositivo no CTIG, no início do "consulado" de Spínola, altura (2º semestre de 1968/ 1º semestre de 1969) em que foram abandonadas outras posições como Ponta do Inglês, Gandembel,  Ganturé, Cacoca, Sangonhá, Beli, Madina do Boé, Cheche... (Em 2009, o José Patrício vivia em Viseu, já aposentado da função pública.)

O destacamento deve ter sido construído pela CCAÇ 1423 (RI 15, Tomar), que  ocupou o aquartelamento de Empada entre janeiro de 1966 e dezembro do mesmo ano, seguindo depois para o Cachil.  [Foi comandada pelo Capitão de Infantaria Artur Pita Alves, Capitão de Infantaria João Augusto dos Santos Dias de Carvalho, Capitão de Cavalaria Eurico António Sacavém da Fonseca, de novo Capitão de Infantaria João Augusto dos Santos Dias de Carvalho, e de novo Capitão de Infantaria Artur Pita Alves. Ostentou como Divisa “Firmes e Constantes”.]


(i)  a CCAÇ 616 (RI 1, Amadora), ocupou o aquartelamento entre abril de 1964 e janeiro de 1966, quando acabou a comissão. [Foi comandada pelo nosso grã-tabanqueiro , de Ferrel, Peniche,   alf mil Joaquim da Silva Jorge,  pelo cap mil inf  Francisco do Vale,  cap inf  José Pedro Mendes Franco do Carmo, de novo pelo alf mil inf Alferes Miliciano  Joaquim da Silva Jorge e cap cav Germano Miquelina Cardoso Simões; ostentou como Divisa “Super Omnia”]M

(ii) segui-se a Companhia de Milícias n.º 6, do recrutamento local, quem ocupou o aquartelamento entre Janeiro de 1965 e Dezembro de 1971, até à extinção da força.

Por informação posterior, do nosso amigo e camarada Joaquim Jorge, ficamos a saber que "quem "fundou e construiu a 'Ponderosa' foi a CCAÇ 616 da qual eu era comandante em 17 de Março de 1965."
Fonte: Cortesia do CM - Correio da Manhã, edição de 4/10/2009. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bolama > Nova Sintra > 1972 > Entrada do quartel dos Duros de Nova Sintra, a CART 2711, 1970/72... É possível que este pórtico, "!Rancho dos Duros", tenha sido inspirado pelos vizinhos,  mais antigos, do "Rancho da Ponderosa", destacamento de Ualada, subsetor de Empada,  ao tempo da CCAÇ 1587 (1966/68).

Foto (e legenda): © Herlander Simões (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagen complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


[Foto à esquerda: Manuel Rosa Viegas, ex-Furriel da Companhia de Caçadores, nº 1587, Empada , Catió e ilha do Como, entre 1966 e 1968; vive em Faro; é o mais recente membro da Tabanca Grande, nº 798 (*)]


Episódios da minha guerra (Manuel Viegas, ex-fur mil, CCAÇ 1587, Empada, Catió e Ilha do Como, 1966/68) - Parte I:  O ataque ao destacamento avançado, "Rancho da Ponderosa", na tabanca de Ualada, subsetor de Empada.


É com profunda nostalgia e tristeza que irei narrar algumas das operações em que colaborei e ataques e flagelações que sofri.

O episódio que irei transcrever em 1º lugar, não é o que mais me marcou psicologicamente, mas sim fisicamente.

Estava colocado em Empada e calhou a primeira vez, juntamente com o meu pelotão , que estava no destacamento avançado,  a cerca de cinco quilómetros de Empada, de nome "Rancho da Ponderosa" (**).

Tinha como finalidade fazer a segurança a uma pequena tabanca [, Ualada, a sudoeste de Empada,]   e ao mesmo tempo servia para resguardar a retaguarda da companhia de Empada.

O Rancho tinha uma circunferência de duzentos metros aproximadamente , e era ladeado de abrigos . Ao aproximar-se o sol posto e após os soldados terem jantado , aproximei-me deles e disse-lhes para iram para os abrigos , mas alguns deles não gostaram muito e um deles ainda disse “ o furriel Viegas é sempre o mesmo” , e três ou quatro por represália foram para a capelinha que lá tínhamos.

Acabei por me dirigir a eles diplomaticamente e fazer-lhes ver que estava na hora do inimigo atacar, a muito custo abandonaram a capelinha , tendo ficado para trás o Manuel dos Santos , que por coincidência era dos que com quem eu me dava melhor . A capelinha ficava junto ao abrigo do morteiro 81, passados alguns minutos dos soldados se retirarem para os abrigos , quase simultaneamente, atacaram-nos de norte para sul com canhões sem recuo , talvez tenha sido a primeira vez que utilizaram os mesmos.

Entretanto eu saltei para o buraco do morteiro , e o Manuel dos Santos rastejou até ás granadas que estavam próximas do morteiro , mas tanto ele como eu não tínhamos experiência de mandar as morteiradas , foi a nossa sorte, a falta de experiência , estas caíram próximas dos nossos abrigos onde eles estavam a alvejar o aquartelamento. Além das granadas que lhes caíram em cima, os dos abrigos responderam com todo o material que tinham.

O ataque não demorou muito, cerca de vinte minutos,  eles foram bastante flagelado, deixando algum material abandonado na sua retirada .

Uma das granadas caiu no aquartelamento , em cima da mesa do refeitório onde tínhamos acabado de jantar, os pratos, os púcaros e os tachos ficaram todos furados.

Eles estavam preparados para dar um golpe de mão, e matar-nos a todos, só que as coisas correram mal para eles, para nosso bem. Só com um senão da nossa parte que fica para toda a vida,  o Manuel dos Santos ficou surdo oito dias e eu fiquei surdo de um ouvido, e tanto ele como eu ficámos com um zumbido para toda a vida.

PS. - Supomos que eles tinham tudo planeado para dizimar o Rancho do Ualada ("Ponderosa") , porque nessa mesma noite eles anunciaram na rádio que tinham feito uma limpeza total e só se safou um cão.

Aproveito para dizer que a minha companhia até ao dia do embarque trouxe três flâmulas de ouro, salvo erro quem trouxe mais do que nós foram os paraquedistas  [, do BCP 12,] com cinco.

Manuel Rosa Viegas,
ex-fur mil, CCAÇ 1587 (1966/68)



Guiné > Região de Quínara > Carta de Empada (1961) > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Empada e, a sudeste, Ualala.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2019)
_____________

Vd. postes de 


(...) Houve uma Companhia que em memória da célebre série da TV, "Bonanza",  fez um pórtico com o nome "Rancho da Ponderosa" e este vingou, ficando a ser conhecida por todo o branco como Ponderosa. 

(...) Em 1969 a Tabanca [, de Ualada, a sudoeste de Empada) ] estava deserta. Tinha sido abandonada e a população recolhida em Empada. Como tinha um bolanha muito produtiva, a população ia todos os dias para lá trabalhar nos campos de arroz e a minha Companhia fazia deslocar 2 Secções para o local, no sentido de proteger a população. Algumas das fotos que te envieiforam tiradas lá (, uma em cima de um bagabaga, pro exemplo). Vou ver se consigo um foto que já vi,  com o pórtico do Rancho da Ponderosa. (...)

9 de novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10643: Manuel Serôdio, ex-fur mil CCAÇ 1787 (Empada, Buba, Bissau, Quinhamel, 1967/68) (Parte V): O subsetor de Empada

(...) Ualada era uma tabanca junto à bolanha do mesmo nome, e junto à qual existiu um destacamento defendido por 2 grupos de combate. Tendo o destacamento sido abandonado e destru[ido pelas nossas tropas, a população de Ualada refugiou-se em Empada. (...)

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20216: Tabanca Grande (486): Manuel Viegas, algarvio de Faro, ex-fur mil, CCAÇ 1587 (Cachil, Empada, Bolama e Bissau, 1966/68)... Senta-se à sombra do nosso poilão, sob o nº 798. Padrinho: José António Viegas, régulo da Tabanca do Algarve.


Lisboa > T/T Uíge > 30 de junho de 1966 > CCAÇ 1587 > Partida para o TO da Guiné. O primeiro da esquerda é o fur mil Manuel Viegas, novo membro da Tabanca Grande. Ao fundo, vê-se a ponte sobre o rio Tejo, na véspera de sua inauguração (em 6 de agosto de 1966).

Foto (e legenda): ©: Manuel Viegas (2019). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné ]


1. Mensagem do nosso camarada José António Viegas, um dos régulos da Tabanca do Algarve,  membro da Tabanca Grande, ex-fur mil do Pel Caç Nat 54, tendo passado por vários "resorts" turisticos erm 1966/68  (Mansabá, Enxalé, Missirá, Porto Gole e, o mais exótico de todos, a Ilha das Galinhas, na altura,  colónia penal):

Data: segunda, 7/10/2019 à(s) 16:17
Assunto: Pedido de inscrição no blogue

Pede-me o meu Camarada,  ex-Furriel Manuel Rosa Viegas, para aderir ao blogue pelo qual junto alguns dados.

"Manuel Rosa Viegas, ex-Furriel da Companhia de Caçadores,  nº 1587, Empada , Catió e ilha do Como, entre 1966 e 1968-

"Junto envio uma foto actual  [, acima , à esquerda], e outra do dia do embarque no Uige em 30 de julho de 1966. "Sou o 1º da esquerda",diz ele. "De futuro contarei algumas histórias desta viagem á Guiné.  Cumprimentos. Manuel Viegas".


2. Comentário do editor Luís Graça:


Obrigado, Zé Viegas. E obrigado, Manuel Viegas, por quereres vir engrossar as fileiras da Tabanca Grande. 

Vejo pela página do Facebook que o nosso novo membro da Tabanca Grande, a quem reservei o nº 798, é algarvio de Faro, Andou na escola Escola Secundária Tomás Cabreira, e trabalhou na hotelaria, na Quinta do Lago.

Devidamente apadrinhado pelo Zé Viegas, o Manel fica muito bem sentado, à sombra do nosso poilão, para mais sendo o único representante, ao fim de mais de 15 anos de existência do nosso blogue, da CCAÇ 1587 (!!!)....

De facto, temos menos de meia dúzia de referências a esta subunidade, e até agora não havia quem a representasse. De acordo com os elementos disponíveis na nossa base de dados (*), sabemos o seguinte a respeito da CCAÇ 1587:

(i) teve como Unidade Mobilizadora o RI 2 (Abrantes);

(ii) o Comandante foi o cap mil inf Pedro Eurico Galvão dos Reis Borges;

(iii) embarcou em 30 de junho de 1966, no T/T Uíge, e regressou em 9 de maio de 1968;

(iv) Síntese da atividade operacional:

Em 6 de agosto de 1966, foi colocada em Cachil, a fim de efectuar uma Instrução de Adaptação Operacional com a CCAV 1484 e seguidamente efectuar a rotação com esta subunidade.

Em 8 de setambro de 1966, assumiu a responsabilidade do referido subsector de Cachil, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 1860.

Em 20 de novembro de 1966, por troca com a CCAÇ 1423, iniciada a 21 de Novembro de 1966, assumiu a responsabilidade do subsector de Empada, com um pelotão destacado em Ualada, no sector do mesmo Batalhão e depois do BART 1914.

A partir de 29 de novembro de 1967, tomou parte na Operação Quebra Vento, com vista à construção do destacamento de Gubia, guarnecido por um dos seus pelotões, a partir de 24 de dezembro de 1967.

Em 24 de janeiro de 1968, foi rendida no subsector de Empada pela CCAÇ 1787, tendo seguido, temporariamente, para Bolama, a fim de efectuar a segurança e protecção da visita presidencial.

Em 13 de fevereiro de 1968 foi colocada em Bissau, na dependência do BCAÇ 2384, onde substituiu a CCAÇ 2313 na segurança e protecção das instalações e das populações.

De 8 a 15 de maio de 1968, após chegada parcelar da CCAV 1615, foi rendida sucessivamente por esses efectivos, recolhendo então a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

(v) Tem História da Unidade [Caixa nº. 70 – 2.ª Div/4.ª Sec. do Arquivo Histórico Militar, Santa Apolónia – Lisboa]

Este resumo também consta do Livro do Estado-Maior do Exército – Comissão para o Estudo das Campanhas de África 1961-1974, Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África, 7.º Volume, Tomo II Guiné, pág. 358.

Camarada, Manel Viegas, ficamos à espera das tuas fotos e memórias. Muita saúde e longa vida, para poderes usufruir da nossa amizade e camaradagem, aqui na terra, que no céu (dos amigos e camaradas da Guiné) esse privilégio  já está garantido... (**).

______________

Notas do editor:


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15780: Consultório militar do José Martins (18): Forças Militares Portuguesas que passaram por Empada

1. Em mensagem do dia 8 de Fevereiro de 2016, o nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), a propósito da consulta feita ao Blogue pelo nosso leitor Umaru Sambu, que deu origem ao P15720, enviou-nos a relação das Unidade Militares que passaram por Empada.


Dizia-nos Umaru Sambu na sua mensagem de 6 de Fevereiro:

Sou guineense, natural de Empada, maior de 60 anos de idade, vivo em Portugal desde 1986, filho de Bacar Sambu, antigo Soldado Miliciano em Empada, e sobrinho do antigo Comandante Miliciano Bajo Sambu, falecido em combate em 1963.

Este meu tio, Bajo Sambu, passado algum tempo depois da sua morte, como tinha deixado dois filhos menores, entre cinco e seis anos de idade, por qualquer motivo, foi-nos comunicado, na altura, que dentro da companhia de militares portugueses que tinham estado em Empada na altura da morte trágica dele, estavam Bissau, na capital, de partida para a metrópole e que tinham requerido para trazerem um dos filhos deste meu tio, nomeadamente o filho mais velho que tinha na altura 6 anos de idade, cujo nome era Infamara Buli Sambu, que assim foi.

Na altura o pedido foi aceite do imediato, porque como sabe naquela altura era mesmo perigoso viver naquela aldeia de Empada por causa dos ataques dos rebeldes. Não sei como foi feito o processo da vinda dele mas de facto foi trazido por uma companhia que antecedeu a companhia de Cap. Borges, Os Maiorais.
[...]

************

Guiné-Bissau > Região de Quinara > Empada > 1969 > Parque da Oficina Auto e no exterior as moranças.
Foto: © Arménio Estorninho


2. Comentário do nosso camarada José Martins:

Parece haver nesta solicitação, alguma confusão de datas.
Trata-se de factos com quase 50 anos e passado com rapazes/crianças muito novas na altura.
Fala-se de ocorrências de 1963 e outras que poderão ter acontecido, pelos factos evidenciados, entre 1966 e 1968.

Segue listagem das unidades e subunidades presentes em Empada, com a origem das mesmas, período em que guarneceram aquele destacamento e os oficiais que exerceram o comando das mesmas.
Exceptuam-se os Pelotões de Morteiro cujo comando só se poderá obter em consulta ao Arquivo Histórico-Militar, caso haja História da Unidade.


Forças Militares Portuguesas que passaram por Empada: 

Companhia de Caçadores n.º 153 (RI 13 – Vila Real), destacou um pelotão que esteve entre Julho de 1961 e Fevereiro de 1963. A companhia foi comandada pelo Capitão de Infantaria José dos Santos Carreiro Curto.

Companhia de Caçadores n.º 84 (RI 1 – Amadora), destacou um pelotão que esteve entre Fevereiro de 1962 e Abril de 1963. A companhia foi comandada pelos: Capitão de Infantaria Manuel da Cunha Sardinha e Capitão Miliciano de Infantaria Jorge Saraiva Parracho.

Companhia de Caçadores n.º 417 (RI 15 – Tomar), ocupou o aquartelamento entre Abril de 1963 e Julho de 1964, quando terminou a comissão. Foi comandada pelo Capitão de Infantaria Carlos Figueiredo Delfino.

Companhia de Caçadores n.º 616 (RI 1 – Amadora), ocupou o aquartelamento entre Abril de 1964 e Janeiro de 1966, quando acabou a comissão. Foi comandada pelo Alferes Miliciano de Infantaria Joaquim da Silva Jorge, Capitão Miliciano de Infantaria António Francisco do Vale, Capitão de Infantaria José Pedro Mendes Franco do Carmo, de novo Alferes Miliciano de Infantaria Joaquim da Silva Jorge e Capitão de Cavalaria Germano Miquelina Cardoso Simões. Ostentou como Divisa “Super Omnia”.

Companhia de Milícias n.º 6, (Recrutamento local), ocupou o aquartelamento entre Janeiro de 1965 e Dezembro de 1971, até à extinção da força

Companhia de Caçadores n.º 1423 (RI 15 – Tomar), ocupou o aquartelamento entre Janeiro de 1966 e Dezembro do mesmo amo, seguindo depois para o Cachil. Foi comandada pelo Capitão de Infantaria Artur Pita Alves, Capitão de Infantaria João Augusto dos Santos Dias de Carvalho, Capitão de Cavalaria Eurico António Sacavém da Fonseca, de novo Capitão de Infantaria João Augusto dos Santos Dias de Carvalho, e de novo Capitão de Infantaria Artur Pita Alves. Ostentou como Divisa “Firmes e Constantes”.

Companhia de Caçadores n.º 1587 (RI 2 - Abrantes), ocupou o aquartelamento entre Novembro de 1966 e Janeiro de 1968, seguindo para Bissau. Foi comandada pelo Capitão Miliciano de Infantaria Pedro Eurico Galvão dos Reis Borges.

Companhia de Caçadores n.º 2381 (RI 2 - Abrantes), ocupou o aquartelamento entre Maio de 1969 e Fevereiro de 1970, seguindo para Bissau. Foi comandada pelo Capitão Miliciano Graduado de Infantaria Eduardo Moutinho Ferreira Santos. Ostentou como Divisas “Os Maiorais” e “Pela Lei. Pela Grei”.

Companhia de Artilharia n.º 2673 (GACA 2 – Torres Novas), ocupou o aquartelamento entre Fevereiro de 1970 e Maio de 1971, seguindo para Bissau. Foi comandada pelo Capitão de Artilharia Adolfo Pereira Marques e Capitão Miliciano José Vieira Pedro. Ostentou como Divisa “Leões de Empada”.

Companhia de Caçadores n.º 3373 (RI 1 - Amadora), ocupou o aquartelamento entre Maio de 1971 e Maio de 1972. Foi comandada pelo Capitão Miliciano de Artilharia Adérito Assis Cadório. Ostentou como Divisa “Os Catedráticos” e “Por Uma Guiné Melhor”.

Pelotão de Morteiros n.º 3020 (RI 2 – Abrantes), ocupou o aquartelamento entre Maio de 1971 e Março de 1973.

Companhia de Caçadores n.º 3566 (BC 10 - Chaves), ocupou o aquartelamento entre Maio de 1972 e Abril de 1974, terminando a comissão. Foi comandada pelo Capitão Miliciano de Infantaria João Rocheta Guerreiro Rua, Capitão de Infantaria Herberto Amaro Vieira Nascimento e Capitão Miliciano de Infantaria Pedro Manuel Vilaça Ferreira de Castro.

Pelotão de Morteiros n.º 4277/72 (RI 2 – Abrantes), ocupou o aquartelamento entre Janeiro e Agosto de 1973, seguindo para Aldeia Formosa.

Companhia de Caçadores n.º 4944/73 (BII 19 – Funchal), ocupou o aquartelamento entre Junho de 1974 e Setembro de 1974, aquando da retracção das nossas tropas. Foi comandada pelo Capitão Miliciano de Infantaria Mário José de Oliveira Pinheiro. Ostentou como Divisa “Os Galos do Cantanhez”.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 12 de fevereiro de 2016 Guiné 63/74 - P15739: Consultório militar do José Martins (17): Arquivos, Bibliotecas e Centros de Documentação - Arquivo Histórico Militar

domingo, 25 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13191: Memória dos lugares (268): Cachil, que eu conheci em julho/agosto de 1966... Suplício de Sísifo... e de Tântalo: rodeados de água, mas a potável tinha que vir de barco, em garrafões, de Catió ... (Benito Neves, ex-fur mil, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)


Guiné > Região de Tombali > Ilha de Caiar > Cachil > CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67) Julho de 1966



Guiné > Região de Tombali > Ilha de Caiar > Cachil > CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67) Um abrigo (T 3)



Guiné > Região de Tombali > Ilha de Caiar > Cachil > CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67) > 1966 > Intrerior do aquartelamento  

Fotos (e legendas): © Benito Neevs (2010). Todos os direitos reservados.




Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Porto interior (no Rio Cadime, e não Cadima, afluente do Rio Cagopère) > Álbum fotográfico do Victor Condeço (1943-2010)> Foto 11 > "Marinheiros da lancha LP2 de reabastecimento ao Cachil". [, Em cima, no cais os garrafões de vridro, que eram, usados no transporte de vinho, e que foram aqui adaptados para o transporte de água potável de Catió para o Cachil]".

Foto (e legenda): © Victor Condeço (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné Todos os direitos reservados.


1. Mensagem de ontem, do Benito Neves:

Caro Luís, espero que te encontres muito melhor e em franca recuperação.

Pois, na verdade, estava convencido que te tinha transmitido as minhas "notas" sobre a estadia da minha CCav 1484 no Cachil onde, embora por pouco tempo, demos cobertura à rendição da CCaç 726 pela CCaç 1587 no período de Julho/Agosto de 1966.

Mas a "odisseia" do transporte da água não se circunscreveu apenas àquele período. A lancha LP2 (ou batelão que a substituía) estava estacionado no porto interior de Catió e a "guarnição militar", ao longo de 16 meses (salvaguardada a necessidade operacional),  era composta por elementos da CCav 1484 - diariamente.

A "odisseia" da água já a tinha relatado em comentário ao Poste 6944 onde o Alberto Branquinho fez um excelente trabalho sobre a água que se bebia.(*)

Aqui vão mais duas ou três fotos sobre o Cachil, que já anteriormente havia enviado. (**)

2. Comentário de L.G.:

Segundo informação do José Colaço, a última companhia que passou pelo Cachil foi a CCAÇ 1620 (esteve lá de 20/3 a 11/7/1968). Portanto, o aquartelamento (?) só foi abandonado no tempo do Spínola.... Escreveu ele: "É do conhecimento geral que à minha companhia [, CCAÇ 557,[]  e ao 7º destacamento de fuzileiros coube-lhes a missão de ocupar o Cachil na operação Tridente. Tterminada a operação,  a missão foi concluir o forte apache ou a fortaleza de troncos de palmeira, como lhe chamou o sargento comando Mário Dias, onde permanecemos 10 meses e uma semana de 23-01 a 27-11-1964.A ultima companhia do abençoado trotil foi a CCaç 1620 (de  20/03 a 11/07 de 1968). Temos alguém no blogue desta companhia que nos relate o encerramento?" (***).

Cachil, tal como outros aquartelamentos do sul, foi "desatividado", ou em linguiagem mais prosaica, abandonado, devido ao isolamento, às dificuldades de abastecimento e, provavelmente, ao baixo moral das tropas. Como é sabido, isso aconteceu na sequência da nova orientação estratégica dada por Spínola que chega à Guiné como brigadeiro, em maio de 1968. Na região de Tombali, há outros aquartelamentos e destacamentos que são abandonados, dentro de uma lógica de custo-benefício, e não propriamente por mérito (militar) do PAIGC: estou-me a lembrar de Cacoca, Sangonhá, Ganturé, Gandembel... Mas também no leste, Ponta do Inglês (subsetor do Xime), Béli, Madina do Boé... E outros mais, incluindo tabancas em autodefesa e destacamentos de milícias (por ex., Madina Xaquili). Cito de cor... Este processo de reestruturação do nosso dispositivo militar no 2º semestre de 1968 e 1º semestre de 1969, ainda está mal documentada no nosso blogue. Acho que devíamos continuar a falar do Cachil...

______________


(***) Vd. também poste 24 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13188: Memória dos lugares (266): Cachil, o meu suplício de Sísifo durante 30 dias (Benito Neves, ex-fur mil, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8575: BCAÇ 1860 (Tite, 1965/67): Balanço da actividade não-operacional, em banda desenhada... (Santos Oliveira)


Guiné > Região de Quínara > Tite > BCAÇ 1860 (1965/67) > Cópia da capa da brochura da da História da Unidade (*)


Guiné > Região de Quínara > Tite > BCAÇ 1860 (1965/67) >  Resumo, ilustrado, da actividade não operacional do batalhão, entre Abril de 1965 e Abril de 1967.

Fotos: © Santos Oliveira (2008). Todos os direitos reservados.


Guiné > Região de Quínara > Tite > BCAÇ 1860 (Tite, Abril de 1965/Abril de 1967)  > Campanha do arroz:  Transporte, de 300 toneladas  (Abril de 1965) a 3236 (Abrild e 1967)



Guiné > Região de Quínara > Tite > BCAÇ 1860 (Tite, Abril de 1965/Abril de 1967) > Acção psicossocial: (i) Cuidados de saúde: De 4472 consultas a 11722; (ii) Ensino: De 1 a 6 escolas escolas (em Enxudé, Ilha das Galinhas, Jabadá, Fulacunda, Empada e Tite); de 62 a 800 alunos matriculados




Guiné > Região de Quínara > Tite > BCAÇ 1860 (Tite, Abril de 1965/Abril de 1967) > Construções militares: 11 (Abril de 1965); 28 (Abril de 1967); Abastecimebnto de água: 10, 2 mil metros cúbicos (Abrild e 1965); 55,5 mil metros cúbicos (Abril de 1967)... O quartel de Tite era considerado um dos melhores senão o melhor da Província...




Guiné > Região de Quínara > Tite > Região de BCAÇ 1860 (Tite, Abril de 1965/Abril de 1967) > Construção de estradas e caminhos: mais 22,5 km no final da comissão; Assistência religiosa: construção de uma mesquita (muçulmana) (em Tite, onde só havia uma igreja, católica).



Guiné > Região de Quínara > Tite > BCAÇ 1860 (Tite, Abril de 1965/Abril de 1967) > População apresentada às autoridades portuguesas: 3435 (Abril de 1965);  9955 (Abril de 1967): Campanha da mancarra: Transporte:  57 toneladas em Abril  de 1967. (**)

Excerto da História da Unidade (**):







[ Edição e legendas: L.G.]
_______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 4 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2504: BCAÇ 1860 (1965/67), o 3º Batalhão em Tite (Santos Oliveira)

(**)  Fonte: História da unidade, conforme documentos digitalizados pelo nosso camarada Santos Oliveira (2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf, Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66), enviados  por mail em 2008... 

A banda desenhada parece estar assinada, mas essa eventual assinatura é ilegível...  Diga-se, de passagem, que  se trata de uma notável ilustração, feita por camarada talentoso, um trabalho tecnicamente difícil, pois era gravado e reproduzido em "stencil"...

Lista, organizada pelo Santos Oliveira, das sub-unidades do BCAÇ 1860 (Tite,  Abril de 1965/Abril de 1967)> Sub-unidade, sub-sector, período, comandante

(i) CArt 565, Fulacunda, antec /10Ago65, Cap Reis Gonçalves;

(ii) CCav 677, S. João, antec. 20Abr66, Cap Pato Anselmo, Alf Ranito, Cap Fonseca;

(iii) CCaç 797, Interv, 29Abr65/16Mai66, Cap Soares Fabião;

(iv) CCaç 1420, Fulacunda, 11Ago65/08Jan66, Cap Caria, Alf Serigado, Cap Moura; [Recorde-se que a esta infortunada companhia pertenceu, como alferes, o nosso camarada Rui Alexandrino Ferreira];

(v) CCaç 1424, S. João, 11Set65/25Nov65, Cap Pinto; [Companhia que também foi comandada pelo querido amigo e camarada Nuno Rubim, de Junho a Dezezembro de 1966];

(vi) CCaç 1423, Fulacunda e Empada, 30Out66/23Dez66, Cap Pita Alves;

(vii) CCaç 1487, Fulacunda, 08Jan66/15Jan67, Cap Osório;

(viii) CCaç 1549, Interv, 26Abr66, Cap Brito;

(ix) CCaç 1566, S. João e Jabadá, 19Mai66, Cap Pala e Alf Brandão;

(x) CCaç 1567, Fulacunda, 01Fev67, Cap Colmonero;

(xi) CCaç 1587, Empada, 27Nov66, Cap Borges;

(xii) CCaç 1591, Fulacunda (treino operacional), 18Ago66/01Out66, Ten Cadete;

(xii) CArt 1613, S. João (treino op), 03Dez66/15Jan67, Cap Ferraz e Cap Corvacho; [ A esta companhia pertenceu, entre outros, o nosso saudoso  Zé Neto (1929-2007), o primeiro membro da Tabanca Grande a quem a morte levou];

(xiii) CCaç 1624, Fulacunda, 05Dez66, Cap Pereira;

(xiv) Pel Mort 912, Jabadá, antec /26Out65, Alf Rodrigues;

(xv) Pel Caç 955, Jabadá, antec/13Mai66, Alfs Lopes, Viana Carreira, Sales, Mira;

(xvi) Pel AM Daimler 807, Tite, antec/13Mai66, Alf Guimarães;

(xvii) Pel Art 8, Fulacunda, 10Fev66/03Mar66, Alf Machado;

(xviii) Pel Caç 56, Fulacunda e S. João, 31Out66, Alf Dias Batista;

(xix) Pel Mort 1039, Jabadá e Tite, 26Out65, Alf Carvalho;

(xx) Pel AM Daimler 1131, Tite, 12Ago66, Alf Antunes;

(xxi) Companhia de  Milícia 6, Empada, antec, Alf 2ª Mamadi Sambu e Dava Cassamá;

(xxii) Companhia de  Milícia 7, Tite, 05Ago65, Alf 2ª Djaló;

Estas sub-unidades foram atribuídas ao BCaç 1860 durante a permanência em Sector (desde Abr65).


[Imediatamente após a sua chegada à Guiné, o BACÇ 1860 entrou em Sector. Foi-he atribuído o Sector S1, integrado no Agrupamento Sul. Principais localidades: Tite, Fulacunda, S. João e Jabadá. Em Outubro de 1966 é atribuído ao Batalhão o Sub-Sector de Empada, enquadrando as penínsulas de Darsalame e Pobreza. Concomitantemente, passa a pertencer ao BCAÇ 1860 a CCAÇ 1423, aquartelada em Empada.]

sábado, 19 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2456: Em busca de... (17): Informações sobre a CCAÇ 1587 (Joel Pinto / Carlos Silva / Benito Neves)

Cachil> Ilha do Como> 1966> Um abrigo

Cachil> 1966> Interior do Aquartelamento

Fotos: © Benito Neves (2008). Direitos reservados.

1. Mensagem de Joel Pinto, filho do nosso camarada António Patrício Pinto

Bom dia Ex.mo. Sr. Luis Graça:

Venho por este meio tentar pedir uma ajuda sobre o que procuro. Meu nome é Joel Pinto, tenho 24 anos e sou filho de António Patrício Pinto, ex-combatente da CCAÇ 1587, Guiné 1966-1968.

Eu pretendia o seguinte, todos os anos a CCAÇ 1587 realiza o almoço de convívio, este ano de 2008 calhou ao sr. meu pai organizar o convívio que será dia 3 de Maio, em Vila Nova de Gaia. Solicitou a minha ajuda para lhe ser mais fácil, o que aceitei de imediato e com enorme prazer.

Então, vim logo pesquisar sobre a CCAÇ 1587, Guiné 1966-1968, encontrei de imediato o endereço da sua web page. Contém imensa informação e em muitos aspectos, porém, não encontrei nada sobre a Companhia onde batalhou o sr. meu pai. Supondo que o sr. Luís Graça tenha acesso as muitas dessas informações que estou a tentar procurar, peço se não for muito incómodo uma pequena ajuda para eu tentar recolher o máximo de informação sobre a Companhia, brasão, biografias, ou mesmo uma pequena história.

Mostrei fotografias que estão no site de alguns dos locais onde eles permaneceram e logo relembraram esses momentos que só eles/vocês sabem e sentem o que passaram.

A finalidade do meu pedido será conseguir algo para mostrar aos ex-combatentes no próximo convívio, fazendo relembrar-lhes alguns desses mesmos momentos, além de, possivelmente, aumentar também a sua base de dados uma vez que não se encontra nada sobre esta Companhia.

Peço desculpa pelo seu tempo e obrigado pela sua atenção.

Admirando o seu trabalho e sem mais a comunicar, com os melhores cumprimentos,
Joel Pinto


2. Mensagem com a resposta do Blogue para o Joel Pinto:

Caro Joel Pinto:

Em relação ao pedido que nos faz, pouco ou nada podemos fazer, porque entre o pessoal da nossa Tertúlia (ou Tabanca Grande, como também lhe chamamos) não há ninguém da CCAÇ 1587.

Pesquisei a página http://guerracolonial.home.sapo.pt/, do nosso camarada Jorge Santos, na expectativa de encontrar o emblema da Companhia ou algum pedido de contacto de ex-combatentes, mas não encontrei nada.

Assim, vou lançar um mail geral pela nossa Tertúlia, no sentido de encontrar alguém que conheça outro alguém pertencente à Companhia do seu pai.

Por outro lado, se já houve encontros anteriores de ex-combatentes da CCAÇ 1587, melhor que ninguém, eles próprios poderão fornecer os elementos que procura.

Se entretanto chegar até nós alguma notícia da Companhia de seu pai, pode estar certo que a faremos chegar até si.

No nosso blogue, P2360, há uma ligeira referência à CCAÇ 1587, mas nada de relevante: "A rendição no Cachil da CCAV 1484 pela CCAÇ 1587 foi feita por fases, Gr Comb a Gr Comb, iniciada em 07/07/66" (É uma informação do nosso camarada Benito Neves, de Abrantes, que foi Fur Mil da CCAV 1484).

Apresente ao nosso camarada, seu pai, António Pinto, os nossos melhores cumprimentos.

Um abraço de
Carlos Vinhal


3. Mail de Luís Graça para Joel Pinto

Caro amigo: Estamos a pedir informação aos nossos camaradas.

Diga-nos quando é o convívio, o local, os contactos, etc., que a gente divulga.
Luís Graça

4. Mail do nosso camarada Carlos Silva com elementos muito importantes da História da CCAÇ 1587, reenviada a Joel Pinto:

Carlos:

Aqui vai o meu contributo, para esse jovem Joel.

(i) A CCAÇ 1587 teve como Unidade Mobilizadora o RI 2, por sinal, também a minha Unidade Mobilizadora;

(ii) O Comandante foi o Cap Mil Inf Pedro Eurico Galvão dos Reis Borges;

(iii) Embarcou em 30 de Junho de 1966 e regressou em 9 de Maio de 1968;

(iv) Síntese da Actividade Operacional:

Em 6 de Agosto de 1966, foi colocada em Cachil, a fim de efectuar uma Instrução de Adaptação Operacional com a CCAV 1484 e seguidamente efectuar a rotação com esta subunidade.

Em 8 de Setambro de 1966, assumiu a responsabilidade do referido subsector de Cachil, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 1860.

Em 20 de Novembro de 1966, por troca com a CCAÇ 1423, iniciada a 21 de Novembro de 1966, assumiu a responsabilidade do subsector de Empada, com um pelotão destacado em Ualada, no sector do mesmo Batalhão e depois do BART 1914.

A partir de 29 de Novembro de 1967, tomou parte na Operação Quebra Vento, com vista à construção do destacamento de Gubia, guarnecido por um dos seus pelotões, a partir de 24 de Dezembro de 1967.

Em 24 de Janeiro de 1968, foi rendida no subsector de Empada pela CCAÇ 1787, tendo seguido, temporariamente, para Bolama, a fim de efectuar a segurança e protecção da visita presidencial.

Em 13 de Fevereiro de 1968 foi colocada em Bissau, na dependência do BCAÇ 2384, onde substituiu a CCAÇ 2313 na segurança e protecção das instalações e das populações.

De 8 a 15 de Maio de 1968, após chegada parcelar da CCAV 1615, foi rendida sucessivamente por esses efectivos, recolhendo então a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Obs.
Tem História da Unidade [Caixa nº. 70 – 2.ª Div/4.ª Sec. do Arquivo Histórico Militar, Santa Apolónia – Lisboa]

Este resumo consta do Livro do Estado-Maior do Exército – Comissão para o Estudo das Campanhas de África 1961-1974, Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África, 7.º Volume, Tomo II Guiné, pág. 358

Para mais desenvolvimentos o Joel pode consultar a História da Unidade, no AHM e pode ir a Abrantes e pedir para tirar uma foto ao guião da Companhia.

Fotos e outras histórias só os camaradas do pai as podem contar.

Recebe um abraço
Carlos Silva

5. Mensagem do nosso camarada Benito Neves, com mais elementos históricos da CCAÇ 1587, endereçados ao nosso amigo Joel Pinto:

Os meus melhores cumprimentos ao Carlos Vinhal e uma saudação muito especial ao Joel.

Por vezes, quando ouvimos certos números, há algo que, como uma campainha, nos alerta e nos põe de sobreaviso.

Foi exactamente o que aconteceu quando li o número 1587 que, de imediato, me fez mergulhar nos meus apontamentos e é com o maior prazer que vou dar uma ajuda ao Joel.

A CCAÇ 1587, em 7 de Agosto de 1966, a nível de 1 grupo de combate, começou a render no Cachil - Ilha do Como, a CCAV 1484 que ali se encontrava transitoriamente desde meados de Julho de 1966, por ter rendido a CCAÇ 726.

Os restantes Grupos de Combate da CCAÇ 1587 permaneceram em Catió até mais tarde e participaram conjuntamente com a CCAV 1484 (que era a Companhia de Intervenção ao Sector) em diversas operações, a saber:

em 11 de Agosto de 1966, Operação "Placagem"; em 15 de Agosto de 1966, Operação "Palpite I"; Operação "Palpite II" em 27 de Agosto de 1966; Operação "Palpite III" em 04 de Setembro de 1966; Operação "Patada" em 19 de Setembro de 1966; Operação "Pileca" em 29 de Setembro de 1966; Operação "Paloma" em 13 de Outubro de 1966; na "Pórtico" em 20 de Outubro de 1966 e na operação "Pincho" em 09 de Novembro de 1966.

Nestas operações participou a Companhia de Milícias 13 que era comandada pelo então tenente João Bacar Jaló e, em algumas delas, também a CCCAÇ 763 (Mário Fitas) que se encontrava aquartelada em Cufar.

Não sei quanto tempo esta CCAÇ 1587 terá ficado no Cachil, mas aqui talvez o Victor Condeço possa dar uma ajudinha.

Tenho os relatórios oficiais das operações acima referidas. Se o Joel Pinto tiver neles algum interesse, não tenho problema em facultar-lhos. Ele que me contacte para benito.neves@pluricanal.net

Anexo 2 fotos do quartel do Cachil.

Um abraço, com amizade.
Benito Neves
ex-Fur Mil
CCAV 1484

6. Mensagem do nosso camarada Victor Condeço sobre o mesmo assunto

Meus caros camaradas:

Depois de consultar a História do BART 1913, em data alguma é referida a CCAÇ 1587.

Pelas informações do Benito Neves, ela esteve no Cachil, mas quando da sua rendição deve ter saído do sector S3 (Catió).

Presumo que terá sido rendida pela CCAÇ 1423/BCAÇ 1858 no Cachil, mas para onde foi não sei.

Sei que a CCAÇ 1423 foi rendida pela CART 1687/BART 1913 em 02 de Maio de 1967.

Com os melhores cumprimentos
Victor Condeço
Ex-FurMil
CCS/BART 1913
1967/69