Navio Uige > Foto retirada do Site Navios no Sapo, com a devida vénia
Foto 1> Auto metralhadora Daimler que terá (?) pertencido ao Pel Rec Daimler 1133 (Fá Mandinga e Bambadinca, 1966/68)
Foto 2> Instalações em Fá Mandinga (Bairro da Paz) onde esteve instalado o Pel Rec Daimler 133
Foto 3> Outra perspectiva do Bairro da Paz
Foto 4> Instalações em Bambadinca
Fotos: © Jaime Machado (2008). Direitos reservados.
1. Trabalho enviado pelo nosso camarada Jaime Machado, ex-Alf Mil Cav do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70)
CTIG > PEL REC DAIMLER 1133
RESUMO DOS FACTOS E FEITOS MAIS IMPORTANTES DA UNIDADE
O Pelotão de Reconhecimento DAIMLER N.º 1133 foi formado no Regimento de Cavalaria N.º 6, em 1 de Julho de 1966, com destino à Província da Guiné, tendo a seguinte constituição:
Efectuou os exercícios de IAO, sob o Comando do Exmo. Senhor Major Carvalho Simões e em coordenação com outras subunidades da mesma natureza simultaneamente mobilizadas, na Região limitada pelo Rio Ave a Norte, Rio Sousa a Leste, Rio Douro a Sul e Oceano Atlântico a Oeste.
Após o gozo de 10 dias de Licença regulamentares a Subunidade embarcou no N/T “UIGE”, no Cais da Rocha, em Lisboa, com destino a BISSAU, no dia 30 de Julho de 1966.
Correndo a viagem sem incidentes, e tendo sido atingido o Porto de Bissau no dia 4 de Agosto de 1966 a subunidade seguiu directamente na embarcação fluvial “BOR” a fim de ser transportada para BAMBADINCA, via Rio Geba.
Nesta localidade, foi recolhida por uma viatura do BCAÇ 1888, chegando ao Aquartelamento da Fazenda Experimental de Fá no dia 5 de Agosto de 1966 ao pôr-do- sol.
Permanecendo Adido ao BCAÇ 1888 iniciou a sua vida na Província nas instalações que em FÁ são tradicionalmente designadas pelo nome de Bairro da Paz.
Durante o período que desta data decorreu até Maio de 1967 a sua actividade foi muito reduzida em exercício da especialidade, dado o fraco estado operacional das A. M. Daimler em carga.
Todavia quer em acções e impedimentos dentro do aquartelamento, quer trabalhando em grupo em acções apeadas, quer por acções isoladas dos seus elementos integrados noutra Subunidades, alguns factos há a mencionar.
Dentro do período podem considerar-se dois sub-períodos, atendendo ao habitat: até 13 de Novembro de 1966, com instalações em FÁ e desde essa data até Maio de 1967, instalado em BAMBADINCA, para onde foi transferido juntamente com o Comando e CCS do BCAÇ 1888.
No Aquartelamento, verificaram-se as seguintes acções de elementos impedidos ou em colaboração com o Comando e CCS do Batalhão:
O Cmdt. do Pelotão ocupou a partir de Dezembro os cargos de adjunto dos Snrs. Oficiais de OP e Informações e da Acção Psicológica do BCaç 1888.
O 2.º Sargento Bandola ocupou na mesma data um lugar na sala de Operações.
Em Janeiro de 1967 o 1.º Cabo Ap Daimler Victor Manuel Araújo Castro Moura e o 1.º Cabo Ap Daimler José Pinto Vieira foram impedidos respectivamente no Conselho Administrativo e na Cantina do Batalhão, mantendo estes impedimentos até ao fim do mesmo ano.
Actuando em grupo em acções apeadas e reforçada com elementos da CCS/BCAÇ 1888 a Subunidade efectuou ou tomou parte nas seguintes Operações:
- OP. “GUARIDA I” e OP. “GIGANTE” em Dezembro de 1966. Consistiu a primeira num cerco e limpeza à tabanca de NHABIJON CAU, consequente à manifestação de um grupo IN na Bolanha de SAMBA SILATE; Consistiu a segunda numa acção ofensiva à bolanha de PONTA VARELA, com vista a eliminar e recolher arroz aí cultivado por elementos terroristas.
- OP. “GUILHOTINA” em Janeiro de 1967, teve a mesma missão da OP. “GIGANTE”
- Em Fevereiro de 1967 desenvolveu, reforçado com elementos da CCS/BCAÇ 1888 uma acção de socorro e protecção à tabanca atacada de DEMBA TACO.
- Em Abril de 1967 efectuou, igualmente reforçado com elementos da CCS/BCAÇ 1888 e ESQ REC 1578, uma operação de reconhecimento e de acção psicológica nos regulados de BADORA, CORUBAL e COSSÉ (OP. PSICO II).
- Em Maio de 1967 actuou como força de coordenação, na OP. “GOVERNAR”, nos regulados de COSSÉ, BINAFA E PAIAI.
Com elementos isolados integrados em forças da CCS/BCAÇ 1888 o pelotão tomou parte na OP. “FAREJAR II”, em Fevereiro de 1967, cujo objectivo era a base central de SARA-SARAUOL.
Ao serviço da CCS/BCAÇ 1888 vários elementos do pelotão estiveram colocados provisoriamente nos regulados de AMEDALAI, TAIBATÁ e CANDAMÃ.
Ao serviço da especialidade efectuou o pelotão algumas escoltas a colunas nos itinerários: BAMBADINCA-XIME, BAMBADINCA-XITOLE e SAMBA JULI-CANDAMÃ.
A partir de Junho de 1967, dotado de quatro A.M. Daimler reparadas e em bom estado, a Subunidade passou então a actuar sobretudo em grupo, podendo dizer-se que encetou um período completamente novo da sua existência.
Seria descabido mencionar neste curto resumo as inúmeras acções de escolta, patrulhamento e reforço a destacamentos que o pelotão efectuou na vasta rede de itinerário do Sector.
Teve também a seu cargo e integralmente, o desenvolvimento da Acção Psicológica na zona ocupado pelo BCAÇ 1888, pelo que se tornou conhecido e estimado pela população.
A sua actividade operacional desenvolveu-se sobretudo em acções de reconhecimento e de recolha.
Durante os meses de Junho e Julho de 1967 levou a cabo o reconhecimento das zonas limítrofes dos regulados de PAIAI, BINAFA e BASSI, tendo explorado, no decorrer das operações “GAMBETA” e “HIDROMEL”, troços da margem do Rio Corubal até então ainda não conhecidas pelas NT. Durante a segunda destas operações internou-se na zona de COLINAS DO BOÉ que se estende para NW do mesmo Rio.
A OP. “GAROTA”, em 5 de Setembro de 1967 consistiu também num reconhecimento levado a cabo, sob o Comando do 2.º Sargento Bandola, no regulado do COSSÉ (limites do Regulado do CORUBAL).
Como acções de recolha participou sistematicamente nas operações que se desenrolaram nos sub-sectores L1B e L1C (XIME e XITOLE) tendo como missões fundamentais manter abertos os seguintes itinerários, respectivamente: XIME/PONTA VARELA/PICADA GUNDAGUE BIAFADA (Cruzamento) e MANSAMBO/XITOLE.
Em Dezembro de 1967, reforçado pelo PEL CAÇ NAT 53, no decorrer da OP. “GRÃO DUQUE”, actuou frente ao IN, a fim de reconduzir ao Aquartelamento, simultaneamente atacado, uma Companhia (CCAÇ 1790) fortemente emboscada no itinerário MADINA COLHIDO/XIME.
Graças à presença de espírito que todos os elementos souberam revelar foi a tarefa levada a bom termo sem baixas. Da actuação conjunta das Forças Terrestres e da Força Aérea (chamada em seu auxílio) sofreu o IN vinte e cinco baixas.
Durante a época das chuvas de 1967 efectuou o reabastecimento do destacamento de MANSAMBO.
Nos primeiros dias de Janeiro de 1968, perante uma súbita infiltração terrorista no regulado de BADORA, o pelotão desenvolveu intensa actividade em protecção das tabancas ameaçadas, prestando simultaneamente apoio às Forças de Civis que, comandadas pelo Regulo MAMADU SANHÁ defrontaram e afrontaram elementos Terroristas nas margens do Rio Sindangola.
Junto do Comando, passou o Comandante do Pelotão, a partir de Julho de 1967, a acumular às anteriores funções as de Secretário de CADMIL de BAMBADINCA.
Em 15 de Janeiro de 1968, com a rendição do BCAÇ 1888, ficou o pelotão adido ao BART 1904, tendo-se mantido até à presente data a sua intensa actividade de rotina, sem que haja baixas a lastimar.
Quartel em BAMBADINCA, 19 de Março de 1968
O CMDT do Pelotão
Carlos Manuel de Sá Ramalho
Alf Mil Cav
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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