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terça-feira, 11 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23695: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (99): Alguém tem exemplares do jornal "Nô Pintcha", do PAIGC, criado em 1975? Ou de panfletos, do tempo da luta armada, com a expressão "Nô Pintcha"? (Paulo Marchã, militar da FAP, ref, estudante de licenciatura em Estudos Africanos pela FL/UL)



Guiné-Bissau > Bissau > 1975 > Cabeçalho do jornal trissemanário "Nô Pintcha", ano I, nº 18, 6 de maio de 1975. Era apresentado como "órgão do subcomissariado de Estado de Informação e Turismo" e, em princípio, com este formato, foi criado em 1975. Em 27 de março de 2015 celebrou 40 anos, e passou a bissemanário.

(Imagem: Cortesia de Fundação Mário Soares > Casa Comum >Arquivos > Arquivo de Mário Pinto de Andrade).


1. Mensagem de Paulo Marchã, militar da FAP na reforma, a concluir a licenciatura em Estudos Africanos, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FL/UL)

Data - sábado, 8/10/2022, 17:12

Assunto - Imprensa antes da independencia e brochura No Pintcha

Caro camarada Luís Graça,
Espero encontrá-lo bem, assim como todos os seus familiares.
Chamo-me Paulo Marchã, tenho 64 anos e sou militar da FAP na Reforma.
Voltei aos bancos da Universidade, Faculdade de Letras de Lisboa e estou a concluir a Licenciatura em Estudos Africanos.
O Centro de História da Universidade de Lisboa lançou há dias o website do Jornal No Pintcha, onde eu estou envolvido academicamente.

Vinha solicitar os seus préstimos se haverá números que poderia disponibilizar, apesar de ser um jornal público, com tiragem inicial em 1975. No entanto, parece-me que o mesmo jornal, poderia ter uma linha de existência, mesmo precária e singela antes da independência, com o mesmo título.
Se porventura existir algum exemplar em Arquivo, ou na posse de algum camarada, mesmo outra edição de clandestinidade do PAIGC, muito lhe ficava grato que me facultassem acesso para digitalização e para fins académicos, de investigação e de estudo.

Com estima, queira acetar os meus cumprimentos,

Paulo Marchã


2. Resposta do editor LG:

Olá, Paulo, obrigado pelo contacto. Vou pôr à consideração dos nossos leitores o seu pedido (*). Temos escassas referências ao jornal "Nô Pintcha", no nosso blogue, tratando-se de uma publicação periodica oficialmente criada em 1975, já depois da independência da Guiné-Bissau. As balizas temporais do nsso blogue são basicamente as da guerra do ultramar / guerra colonal (1961/74).

Pode ser, entretanto, que alguém, entre as centenas de amigos e camaradas da Guiné que integram a nossa Tabanca Grande, possa responder positivamente ao seu pedido. Mas não temos conhecimento de nenhuma coleção do "Nô Pintcha". Pode haver, isso sim, um ou outro exemplar avulso na posse de algum dos nossos camaradas.

Quanto à existência de um eventual "Nô Pintcha", reproduzido a "stencil", durante a luta de libertação, e distribuído pelo PAIGC "no mato", a única referência que temos é a que vem no poste P16962, de 17 de janeiro de 2017 (**).

Para já ficas-nos a dúvida, se se tratava de uma publicação periódica, de um jornal, ou antes de "folhas soltas", "panfletos" com o cabeçalho "Nô Pintcha", "slogan" que o PAIGC usava na sua propaganda?... Por outro lado, pode perguntar-se: mas quem é que sabia ler, numa tabanca da margem direita do Rio Corubal, em Mina, uma das matas do Xime, em agosto de 1963, no início da guerra de guerrilha?

Infelizmente o autor do achado dessas "folhas feitas em stencil de um pequeno jornal chamado e intitulado de No Pintcha" , o Alcídio Marinho, já faleceu eem 2021 (***).  

Antigo furriel miliciano atirador de infantaria, com a especialidade de minas e armadilhas, da CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65), o Alcídio Marinho vivia no Porto. Conheci-o em 2011, a ele e à sua companheira Rosa. Compartilhou comigo algumas informações "off record" do seu tempo como opercional no TO da Guiné. Não me lembro de me ter falado desses exemplares de jornais ou panfletos de propaganda do PAIGC, capturados no mato, e muito menos que ele os tenha trazido com ele, no regresso a casa. O material apreendido, como seria normal, foi entregue ao BCAÇ 506 (Bafatá, 1963/65).

Pessoalmente inclino-me mais para a hipótese de se tratar de panfletos avulsos, encimado com o título "Nô Pintcah" (em português, Avante), como este que a seguir se repoduz, com a foto do Amílcar Cabral ao centro. (****)

Bom trabalho. Boa sorte para o projeto.

Mantenhas. Luís Graça




Guiné-Bissau > s/d > Amílcar Cabral e a sua mensagem revolucionária, Nô Pintcha (título posterior de semanário guineense, de informação geral, fundado em 1975 e dirigido por Simão Abina)... Em crioulo, a expressão "Nô Pintcha" quer dizer: Avante, Vamos dar um empurrão, Vamos para a frente...
Fonte: Sítio Xico Nhoca, consultado em 17 junho de 2010. Disponível em http://www.xiconhoca.org/nopintcha/ ) (com a devida vénia...)
____________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 1 de outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23658: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (98): Em Mansabá havia 2 geradores Lister que trabalhavam alternadamente, em turnos de 4 horas (Carlos Vinhal, ex-fur mil art, MA, CART 2732, Mansabá, 1970/72)

(**) Vd. poste de 17 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16962: (Ex)citações (323): em 1963 já havia um jornal "Nô Pintcha", a stencil... Apanhámos vários exemplares, na Ponta do Inglês, em 28 de janeiro de 1964, com um título de caixa alta: "Os colonialistas também têm mercenários"... Numa foto, via-se um individuo de cabelo comprido, camisa com ramos de flores, calções escuros e sandálias havaianas, a montar uma armadilha... Esse indivíduo era eu (Alcídio Marinho, ex-fur mil at inf, MA, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)

(...) No meu tempo, quando o 3º pelotão da CCAÇ 412 esteve no Xitole de junho a fim de agosto de 1963, um dia na região de Mina, numa tabanca encontrei umas folhas feitas em stencil de um pequeno jornal chamado e intitulado de No Pintcha [, leia-se: Avante, em crioulo].

Nesses panfletos davam notícias sobre a chamada luta de libertação. Mais tarde, depois de estarmos no Enxalé 28 de outubro de 1963 até 25 de janeiro de 1964, fizemos a nível de Companhia uma operação à Ponta do Inglês, em 28 de janeiro (operação Ponta do Inglês), em que levámos 13 longas horas para chegar ao acampamento inimigo, sendo este depois destruído.

Aí apareceram diversos desses jornais, onde me foi chamada a atenção por um camarada que a minha fotografia aparecia na 1ª página. O titulo era o seguinte: " Os colonialistas também têm mercenários". Via-se um individuo de cabelo comprido, camisa com ramos de flores, calções escuros e sandálias havaianas, a montar uma armadilha. O individuo da fotografia era eu. O cabelo andava comprimido, porque eu tinha tido um problema no couro cabeludo e por indicação do nosso médico, dr. Jacinto Botas, e devido ao tratamento, não podia cortar o cabelo.

A minha camisa era azul com folhas e flores amarelas, comprada em Bissau. Os calções eram azuis e tinham sido feitos pelo cabo (alfaiate) Eurico Valpaços Alves. A foto era, na época, a preto e branco, e foi tirada na zona do Enxalé. (...).

Alguns exemplares foram entregues no Batalhão [de Çaçadores] 506 que os fez chegar a Bissau, onde oficialmente se ficou a conhecer a minha actividade. Um militar sem curso de Minas e Armadilhas, fazia mais estragos que muitas unidades.

Portanto já em 1963 havia um jornal chamado Nô Pintcha. (...)

(***) Vd. poste de 1 de junho de 2021 > Guiné 61/74 - P22244: In Memoriam (397): Com o Alcídio Marinho (1940-2021), ultrapassamos a centena de amigos e camaradas, membros da Tabanca Grande, que "da lei da morte já se libertaram" (n=103)... Quase um quarto dos falecimentos (n=25) ocorreu em 2020 e 2021 (últimos 5 meses), ou seja, em plena pandemia de COVID-19.

(****) Vd. poste de 17 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6609: Controvérsias (87): Nô Pintcha, Vamos P'rá Frente, Guiné-Bissau! (Carlos Silva, membro da ONGD Ajuda Amiga)

terça-feira, 1 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22247: 17º aniversário do nosso blogue (11): O nosso querido mês de férias: como ganhei o "Prémio Governador da Guiné" e tive direito a uma viagem, atribulada, no "Se-Cais-Morres" (Sky Master), da FAP, em 1964, até Lisboa, via aeroporto do Sal, Cabo Verde (Alcídio Marinho, 1940-2021)


Douglas C54 Skymaster, da Força Aérea dos EUA. Desenvolvido pela Douglas Aircraft Company, teve o seu primeiro voo em 1938, Produziram-se cerca de 1200 unidades entre 1942 e 1947. Deixou de estar operacional em 1975. [A nossa FAP recebeu 17 aviões, C-5r4 e EDC Skymaster entre 1947 e 1974, segundo informação de António Luís, um dos editores da página Pássaro de Ferro . Crónica da Aviação, onde também colaboração o nosso grã-tabanqueiro José Matos]

Foto: Cortesia de Wikipedia.


1. Há uns anos atrás éramos todos mais novos e tínhamos histórias para contar... Do tempo em que fizemos a guerra pensando em, com ela, ganhar a paz... na Guiné, entre 1961 e 1974... 

 Hoje estamos todos (ou quase todos) a lamber as feridas da guerra e da vida... O tempo é inexorável e não perdoa. O nosso blogue fez,  em 23/4/2021,  dezassete anos de vida... O que é muito, na Net, nas redes sociais... E é muito na vida de um homem, neste pobre planeta que queremos deixar saudável e seguro para os nossos netos e bisnetos...

partir daqui, o nosso blogue está a prazo (, aliás, sempre esteve, como cada um de nós): um dia destes morre de ataque cardíaco, ou de AVC, ou de Civid-19,  ou de Alzheimer ou de cancro no pâncreas...  Ou passado a ferro na passagem de peões. Os blogues também morrem, tal como os que o fazem e os leem... É triste mas é verdade... 

E tudo isto vem a propósito do nosso saudoso camarada Alcídio Marinho que foi para a cova sem contar (por escrito) tudo o que viu,  viveu e sofreu  na Guiné, como fur mil da CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65). 

Em sua homenagem (e em louvor do nosso blogue, que está a  comemorar em 2021 dezassete anos de vida), voltamos a reproduzir uma deliciosa história do Alcídio Marinho, publicada na série "O nosso querido mês de férias" (*)


2.  O  nosso querido mês de férias  > Como ganhei o "Prémio Governador da Guiné" e tive direito a uma viagem, atribulada, no "Se-Cais-Morres" (Sky Master), da FAP, em 1964, até Lisboa, via aeroporto do Sal, Cabo Verde 

por Abílio Marinho (1940-2021)

A minha vinda de férias à metrópole teve uma estória curiosa.

Até meio do ano 1964, creio que ninguém era autorizado a vir de férias à Metropole, quem queria gozar férias e tinha direito, ia para Bissau.

Ora, como o 3.º pelotão da CCAÇ 412 fora destacado para o Enxalé, de 28 de outubro de 1963 a 25 de janeiro de 1964, então comecei a montar armadilhas todos os dias, por carolice e necessidade, e,  como não tinha curso, fui agraciado com um louvor pelo Comandante da Companhia, o  Capitão Braga (de alcunha o "Lambreta",  pois com os lábios fazia um barulho que se assemelhava a uma lambreta) [de seu nome completo, Manuel Joaquim Gonçalves Braga, cap inf].

Quando já estava em Cantacunda (de junho de 1964 a fevereiro de 1965), perto de Fajonquito, durante o mês de outubro, tivemos conhecimento que o sr. Brigadeiro Schulz [, um ano depois promovido a general,] , havia instituído um prémio, o "Prémio Governador da Guiné", para agraciar os combatentes que se notabilizasse na efectivação de baixas ao inimigo ou outros feitos em combate.

Qual foi o meu espanto, quando recebi a informação do sr. Capitão Braga que me havia sido atribuído o referido prémio e que podia ir gozar um mês de férias onde desejasse. Assim marquei a minha vinda a casa.

Como já não se passava na estrada, Bafatá - Banjara - Mansabá - Mansoa - Bissau, tive que ir para Bissau de barco. À época os barcos iam até ao Capé e Contuboel. Tomei o barco em Bafatá e rumei a Bissau, no dia 30 de outubro de 1964.

Embarquei em 31 de outubro de 1964, em Bissalanca, num avião da Força Aérea (Dakota-Skymaster ou "Se-Cais-Morres"), rumo ao Sal, Cabo Verde, com passagem pelo aeroporto militar dos Gambos, nas Canárias,  mas quando chegámos a Lisboa, estava uma tempestade enormíssima, pois que todos os aeroportos da Península Ibérica estavam encerrados. Quando estava a amanhecer,  olhamos pelas janelas e só víamos mar e depois depois uma ilha, era a ilha do Sal, outra vez.

No avião vinha, no meio, um motor de um F-86 (!)  e um paraquedista,  de maca, acompanhado de uma enfermeira,  e outros militares.

Desembarcámos e fomos comer às instalações da CCaç 413 que havia ido connosco para
a Guiné, com destino a Mansoa, tendo a meio da comissão sido deslocada para a ilha do Sal, Cabo Verde.

Aí comemos lagosta a todas as refeições, eles já enjoavam a lagosta. Éramos todos conhecidos pois como nós também pertenciam ao BC 10, Chaves,  e os sargentos éramos todos do mesmo curso, o de 1961.

O Aeroporto do Sal  só tinha uma pista e no final da mesma havia a torre de controle.

Na tarde desse dia, tornamos a embarcar e,  quando arrancámos para levantar, ouvimos um estrondo, provocado pela da rebentação de um pneu e só parámos a cerca de 5 ou 6 metros da torre.

Como não havia pneu suplente,  ficámos três dias no Sal até chegar um pneu, no avião da TAP. No dia 3 de novembro de 1964, reembarcámos para Lisboa onde chegamos no dia 4.

Passei essas Férias em Amarante, Chaves, Verin (Espanha), (onde tinha uma namorada espanhola) e Porto. 

Passados os trinta dias apresentei-me nos Adidos, em Lisboa, mas não havia alojamento, fui instalar-me numa Pensão na Rua Rodrigo da Fonseca, a aguardar passagem aérea para Bissau, o que veio a suceder só no dia 6 de dezembro de 1963. 

Chegado a Bissau apanhei um barco civil, para Bafatá, seguindo de novo até Cantacunda.

Nas Canárias comprei um relógio por 500 escudos e uma máquina fotográfica Konica também por 500 escudos.

Do outro pessoal da CCAÇ 412,  apenas um alferes veio de férias, no entanto, três alferes tiveram as esposas em Bafatá

Alcidio Marinho
Porto, 22 de setembro de 2015 às 13:18

_______________

Notas do editor:


Restantes postes da série:

7 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15211: O nosso querido mês de férias (17): Vim a casa uma vez, em agosto de 1965, na TAP, num Super Constellation, como simples passageiro... e estava longe de imaginar que cinco anos depois estaria aos comandos de um Caravelle, como piloto da mesma, saudosa, companhia... (João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619, Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66)

6 de outubro de 2015 > Guiné 63/73 - P15209: O nosso querido mês de férias (16): Férias em Bissau para tirar a carta de condução de pesados (Abel Santos)


6 de Outubro de 2015 > Guiné 63/73 - P15205: O nosso querido mês de férias (15): em agosto de 1971, entre a praia da Nazaré e as tertúlias de Vila Franca de Xira... enquanto em Lisboa, tudo na mesma, isto é, a vida corria... (Hélder Sousa)

5 de outubro de 2015 > Guiné 63/73 - P15204: O nosso querido mês de férias (14): À procura de aconchego, e de amor temperado com algumas paródias, que um mês, naquele tempo, passava muito depressa (José Manuel Matos Dinis)

1 de outubro de 2015 > Guiné 63/73 - P15185: O nosso querido mês de férias (13): Os soldados não se podiam dar o luxo de ter férias (José Manuel Cancela, ex-sold ap metr, CCAÇ 2382, 1968/70) / Proporcionei a alguns soldados do meu grupo de combate umas modestas férias em Bolama (António Murta, ex-alf mil inf., 2.ª CCAÇ / BCAÇ 4513, 1973/74)

30 de setembro de 2015 > Guiné 63/73 - P15183: O nosso querido mês de férias (12): Era para entrar de Licença em Agosto, mas fui vítima de uma injustiça, acabando por a gozar de 22 de Setembro a 26 de Outubro (Mário Vitorino Gaspar)


27 de setembro de 2015 >Guiné 63/74 - P15165: O nosso querido mês de férias (7): Entre 15 de Fevereiro e 21 de Março de 1971, a ilusão de estar longe da guerra (Carlos Vinhal)

27 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15164: O nosso querido mês de férias (6): Vim duas vezes a casa... Da primeira vez, regressei a 18/12/1968, para passar obrigatoriamente o Natal em Bambadinca... Apanhei uma boleia no DO 27 do meu amigo Honório (Ismael Augusto, ex-alf mil, CCS/BCAÇ 2852, 1968/70)

27 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15163: O nosso querido mês de férias (5): vim uma vez a casa, a Vila Nogueira de Azeitão, em 18/9/1965, mas o Super Constellation da TAP, por avaria, só partiu a 22... A viagem custou-me 6160$70 (António Bastos, ex-1º cabo, Pel Caç 953, Cacheu, Bissau, Farim, Canjambari e Jumbembem,

26 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15160: O nosso querido mês de férias (4): Vim duas vezes à metrópole: na 2ª vez, beneficiei de mais 5 dias de licença, por ter tido um louvor em combate... (E, mais tarde, beneficiei da isenção do pagamento de propinas dos meus filhos quando entraram na universidade) [José Augusto Miranda Ribeiro, ex-fur mil da CART 566 (Cabo Verde, Ilha do Sal, 1963/64, e Guiné, Olossato, 1964/65)]

26 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15159: O nosso querido mês de férias (3): 10 de março de 1970: eu a partir e o ministro do ultramar, Silva Cunha, a chegar, no mesmo Boeing 707, da TAP

22 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15143: O nosso querido mês de férias (2): os testemunhos de Henrique Cerqueira ("Em Bissau, dormia com o bilhete dentro da fronha do travesseiro"), José Carlos Gabriel ("A minha filha, de 5 meses, teve um choque muito grande ao ver-me no aeroporto, de bigode") e João Silva ("Foi ótimo vir no inverno, a saudade era do frio")

22 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15138: O nosso querido mês de férias (1): Maio de 1969: nessa altura o bilhete de ida e volta, na TAP, custava 4 mil escudos (Paulo Raposo, ex-alf mil Inf, MA, CCAÇ 2405 / BCAÇ 2852, Galomaro e Dulombi, 1968/70)

(**) 11 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22192: 17º aniversário do nosso blogue (10): por que é que das "lavadeiras" ao "sexo em tempo de guerra" vai um passo ? (Carlos Arnaut / Cherno Baldé / Luís Graça)

Guiné 61/74 - P22245: O nosso blogue por descritores (2): Alcídio Marinho (com 23 referências)

   


ALCÍDIO JOSÉ GONÇALVES MARINHO (1940-2021)
Ex-Fur Mil Inf,  CCAÇ 412, "Os Capacetes Verdes"  (Bafatá, 1963/65)


1. Inaugurámos  há dias uma nova série, "O nosso blogue por descritores" (*)... Com mas de 5 mil "descritores", de A a Z, torna-se difícil (se não impossível) aos nossos leitores fazer uma pesquisa exaustiva de um determinado tema ou assunto no nosso blogue que já tem 17 anos de existência e mais de 22 mil e duzentos postes.


O descritor "Alcídio Marinho" (com mais de 2 dezenas de referências no nosso blogue) será o poste seguinte  esta série. Hoje, o nosso camarada, falecido em 29 do mês passado, foi a enterrar, no cmeitério de Cedofeuta , no Porto **). Em sua homenagem aqui a lista dos postes em que o seu nome aparece como descritor. Cada poste é refenciado por:

(i) data;
(ii) número de ordem (cronológica);
(iii) série em que vem inserido;
(iv) título (e subtítulo);
(v) autor(es) (dentro de parênteses, no final) (não aparecendo este campo, o poste é, por defeito, da autoria de um ou mais editores do blogue)

A listagem só não traz o link de cada poste, porque seria muito consumidor de tempo para os editores recuperá-lo. Mas os nossos leitores podem consultar o poste inserindo o seu número na janela do canto superior esquerdo do blogue, antecedido sempre da consoante P, de poste: por exemplo poste P8809 (que marca a sua entrada na Tabanca Grande).  Para facilitar a sua leitura, a lista vai com postes sem negrito e com negrito, intercalados.


O nosso blogue por descritores (2): Alcídio Marinho
(que tem mais de 2 dezenas de referências)

1 de junho de2021 > Guiné 61/74 . P22244: In Memoriam (397): Com o Alcídio Marinho (1940-2021), ultrapassamos a centena de amigos e camaradas, membros da Tabanca Grande, que "da lei da morte já se libertaram" (n=103)... Quase um quarto dos falecimentos (n=25) ocorreu em 2020 e 2021 (últimos 5 meses), ou seja, em plena pandemia de COVID-19.

 31 de maio de 2021 > Guiné 61/74 - P22243: In Memoriam (396): Alcídio José Gonçalves Marinho (1940-2021), ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 412 - "Capacetes Verdes" (Bafatá, 1963/65)

 15 de julho de 2020 > Guiné 61/74 - P21170: O segredo de... (32): Alcídio Marinho, ex-fur mil inf, CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65)... "Também tenho um víquingue na minha árvore genealógica"

27 de janeiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20598: Fotos à procura de... uma legenda (115): O caçador e empresário de cinema Manuel Joaquim dos Prazeres, o "nho Manel Djoquim" (1901-1977) andaria no mato... com uma pistola-metralhadora FBP m/948 ou m/961 ?

17 de setembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19021: Os nossos capelães (8): Adelino Apolinário da Silva Gouveia, do BCAÇ 506: "Os filhos da p... matam-me!"... (Alcídio Marinho, ex-fur mil, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)

25 de setembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17795: Memória dos lugares (364): Quem se lembra (ou ouviu falar) da tabanca de Portugal, a seguir aos rápidos de Cusselinta e à Ponte Carmona (em ruínas) (carta do Xitole, 1955)? Seria distinta de "Gã Portugal" que terá existido, também na margem esquerda do Rio Corubal, mas na península de Gampará... (Luís Graça / Cherno Baldé / Alcídio Marinho / Luís Branquinho Crespo / Luís Marcelino / Mário Pinto / António Murta)

13 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17464: (De) Caras (80): Também levei uma encomenda, no regresso de férias em novembro de 1963, a pedido da mãe de um camarada... Era uma lata de salpicões em azeite, para um soldado que estava em Fulacunda e que, infelizmente, morreria entretanto numa emboscada... Acabámos por comer os salpicões em Cantacunda... (Alcídio Marinho, ex-fur mil, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)

 5 de março de 2017 > Guiné 61/74 - P17106: Debates da nossa tertúlia (I): Nós e os desertores (24): o alferes "periquito" que escoltei até Buruntuma num domingo de agosto de 1964 e que nesse mesmo dia atravessou a fronteira e desapareceu... (Alcídio Marinho, ex-fur mil, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)

17 de janeiro de 2017 > Guiné 61/74 - P16962: (Ex)citações (323): em 1963 já havia um jornal "Nô Pintcha", a stencil... Apanhámos vários exemplares, na Ponta do Inglês, em 28 de janeiro de 1964, com um título de caixa alta: "Os colonialistas também têm mercenários"... Numa foto, via-se um individuo de cabelo comprido, camisa com ramos de flores, calções escuros e sandálias havaianas, a montar uma armadilha... Esse indivíduo era eu (Alcídio Marinho, ex-fur mil at inf, MA, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)

7 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16691: Agenda cultural (512): SIC: Programa "Perdidos e Achados", em 29 de outubro passado: onde estavam os repórteres da guerra colonial, onde estavam os nossos fotocines?

10 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16585: (Ex)citações (319): O cap inf José Abílio Lomba Martins que eu conheci, no Enxalé, em novembro de 1963, antigo professor da Academia Militar, cmdt da CCAÇ 556 (Bissau, Enxalé, Bambadinca, 1963/65) (Alcídio Marinho, ex-fur mil inf, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65) 

 17 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16497: Memória dos lugares (346): Em abril de 1963, eu fui, com uma secção, de Taibatá (subsetor do Xime) até Satecuta (subsetor do Xitole), atravessando a mata do Fiofioli, e falei com o chefe e a população da tabanca de Satecuta, espantados por nos ver... Regressei pelo mesmo caminho, a tempo de almoçar a Taibatá... (Alcídio Marinho, ex-fur mil, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)

14 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16489: Memória dos lugares (345): O destacamento e a jangada de João Landim, no Rio Mansoa (José Nascimento / Francisco Gamelas / Leonel Olhero / Alcídio Marinho)

 8 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16463: Memória dos lugares (344): Amarante, boas recordações da minha infância e juventude (1945-1963)... (Alcídio Marinho, ex-fur mil inf, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)

 29 de junho de 2016 > Guiné 63/74 - P16246: (De)Caras (43): Domingos Ramos, o "incendiário do leste": (i) João Cá, de seu nome de guerra; (ii) antigo 1º cabo miliciano das NT; (iii) amigo e camarada do Mário Dias (, do 1º CSM, Bissau, 1959): (iv) reconhecido em Bafatá, no bairro da Nema, por volta de maio de 1963, por Alcídio Marinho e Mamadu Baldé; (v) volta a encontrar o amigo e antigo camarada "tuga" nas matas do Corubal, em 1965: e (vi) "tem a felicidade de morrer em combate", em Madina do Boé, em 10/11/1966, ao lado do 'internacionalista' cubano Ulises Estrada...

 23 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15891: Convívios (733): Encontro do pessoal da CCAÇ 412 (1963/65), dia 14 de Maio de 2016, na Mealhada (Alcídio Marinho, ex-Fur Mil)

 3 de outubro de 2015 > Guiné 63/74 - P15192: O segredo de ... (27): A minha prenda de Natal de 1963: a destruição de Sinchã Jobel, com o meu engenhoso fornilho montado numa mala de cartão... (Alcídio Marinho, ex-fur mil at inf MA, CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65)

 28 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15168: O nosso querido mês de férias (8): Ganhei o "Prémio Governador da Guiné", embarquei em 31/10/1964 num Dakota Skymaster ("se cais, morres"), tive uma viagem atribulada... Do outro pessoal da CCAÇ 412 apenas um alferes veio de férias, no entanto, três alferes tiveram as esposas em Bafatá (Alcídio Marinho, ex-fur mil inf, CCAÇ 412, 1963/65)

 8 de setemnbro de 2015 > Guiné 63/74 - P15090: (Ex)citações (290): Que ele havia, no meu tempo, coisas estranhas no céu, havia... Se eram aeronaves inimigas ou ovnis, não sei... (Henrique Cerqueira, Bissorã, 1972/74; Alcídio Marinho, Xitole e Bafatá, 1963/65)

22 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14502: Convívios (667): Encontro comemorativo do 50.º aniversário do regresso à Metrópole da CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65), a levar a efeito no próximo dia 9 de Maio de 2015 em Chaves (Alcídio Marinho)

 23 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13318: IX Encontro Nacional da Tabanca Grande (40): Tanto eu como o meu filho Richard e os meus cunhados Mateus e Florinda Oliveira que vieram da América, adorámos este convívio (Júlio da Costa Abreu, Amsterdão, Holanda)

 9 de abril de 2012 > Guiné 63/74 – P9720: Convívios (409): Encontro/Almoço do pessoal da CCAÇ 412, dia 12 de Maio de 2012 na Mealhada (Alcídio Marinho)

 23 de setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8809: Tabanca Grande (302): Abram alas, camaradas, temos aqui mais um “velhinho”, o Alcídio Marinho, do Porto, Miragaia, ex-Fur Mil, CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65)

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Guiné 61/74 - P22244: In Memoriam (397): Com o Alcídio Marinho (1940-2021), ultrapassamos a centena de amigos e camaradas, membros da Tabanca Grande, que "da lei da morte já se libertaram" (n=103)... Quase um quarto dos falecimentos (n=25) ocorreu em 2020 e 2021 (últimos 5 meses), ou seja, em plena pandemia de COVID-19.


CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65) > 2015 > Convívio dos "Capacetes 
Verdes" que celebraram os 50 anos do seu regresso a casa...  Não conseguimos identificar o local.  Foto da página do Facebook do Alcídio Marinho.


1. O Alcídio [José Gonçalves] Marinho (1930-2021), ex-fur mil inf, está assinalado com rectângul9 a amarelo. Era membro da nossa Tabanca Grande desde 23/9/2011, sentando-se no lugar nº 520 à sombra do nosso poilão. Tem mais de duas de dezenas de referências no nosso blogue.

O Alcídio Marinho  Era natural do Porto, vivia na freguesia de Miragaia. Estava reformado da Petrogal. Passou grande parte da sua infância e juventude em Amarante. Andou na escola Colégio S. Gonçalo, em Amarante. Foi um dos animadores dos convívios da sua companhia. Participou igualmente em 4 encontros nacionais da Tabanca Grande (de 2011 a 2014).

Foi Prémio Governador da Guiné em 1964. (Merece uma leitura ou releitura o poste P15168, com o relato da sua atribulada viagem de férias à Metrópole, num Dakota Skymaster.)

Conheci-o, a ele e à sua companheira Rosa, em Monte Real, em 2011 (Foto à esquerda, cortesia de Manuel Resende). 

Na conversa que tive com ele fiquei a saber que a sua  CCAÇ 412, sediada em Bafatá, tinha uma vasta zona de acção, que ia de Cantacunda ao Enxalé, a norte do Rio Geba, e de Bambadinca ao Xitole, ao longo da margem direita do Rio Corubal (aquilo que mais tarde, seis anos depois, no meu tempo, era já "preenchido" por 2 batalhões, um em Bafatá e outro em Bambadinca, ou seja, por mais de 2 mil homens em armas, incluindo subunidades adidas e pelotões de milícia).

Era um homem afável e com excelente memória.   Combateu, no leste da Guiné, nos "anos de chumbo" de 1963/65. Foi pena que não tenha querido ou podido  passar a escrito algumas das suas muitas memórias desse tempo. 

Vai hoje a enterrar, no cemitério de Cedofeita, no Porto (*). À sua companheira, Rosa, à sua filha, Gabriela, e demais familiares e amigos íntímos e camaradas de armas, apresenta a Tabanca Grande as suas mais sentidas condolências. É um dos nossos bravos que parte para o Olimpo dos Combatentes. (LG)



2. Com a morte, ocorrida no passado dia 29,  do Alcídio Marinho (1940-2021) (*), são já 103 os amigos e camaradas, membros da Tabanca Grande, que deixaram a Terra da Alegria, em 17 anos da nossa existência enquanto blogue, de acordo com o conhecimento que temos. Haverá, eventualmente, mais casos que, por uma razão ou outra, não chegaram ao nosso conhecimento em devido tempo.

Num total de 840 membros (registados), os falecidos representam 12,3 %. Desses 103, 11 morreram em 2020 e 14 nos últimos cinco meses de 2021. Temos, assim,  um total de 24,2% de grã-tabanqueiros que morreram durante a pandemia de COVID-19.  É uma lista já impressionante. 

Saibamos honrar a sua memória e lembrá-los com saudade.


Lista alfabética  dos amigos/as e camaradas que da lei da morte se foram libertando (n=103): 

Agostinho Jesus (1950-2016)
Alcídio Marinho (1940-2021)
Alfredo Dinis Tapado (1949-2010)
Alfredo Roque Gameiro Martins Barata (1938-2017)
Amadu Bailo Jaló (1940-2015)
Américo Marques (1951-2019)
Aniceto Rodrigues da Silva (1947-2021)
António da Silva Batista (1950-2016)
António Dias das Neves (1947-2001)
António Domingos Rodrigues (1947-2010)
António Manuel Carlão (1947-2018)
António Manuel Martins Branquinho (1947-2013)
António Manuel Sucena Rodrigues (1951-2018)
António Rebelo (1950-2014)
António Teixeira (1948-2013)
António Vaz (1936-2015)
Armandino Alves (1944-2014)
Armando Teixeira da Silva (1944-2018)
Augusto Lenine Gonçalves Abreu (1933-2012)
Aurélio Duarte (1947-2017)

Carlos Cordeiro (1946-2018)
Carlos Domingos Gomes (Cadogo Pai) (1929-2021)
Carlos Filipe Coelho (1950-2017)
Carlos Geraldes (1941-2012)
Carlos Marques dos Santos (1943-2019)
Carlos Rebelo (1948-2009)
Carlos Schwarz da Silva, 'Pepito' (1949-2014)
Clara Schwarz da Silva (1915-2016)
Cláudio Ferreira (1950-2021)
Cristina Allen (1943-2021)


Daniel Matos (1949-2011)
Domingos Fernandes (1946-2020)

Eduardo Jorge Ferreira (1952-2019)

Fernando Brito (1932-2014)
Fernando [de Sousa] Henriques (1949-2011)
Fernando Franco (1951-2020)
Fernando Rodrigues (1933-2013)
Francisco Parreira (1948-2012)
França Soares (1949-2009)

Gertrudes da Silva (1943-2018)

Humberto Duarte (1951-2010)

Inácio J. Carola Figueira (1950-2017)
Isabel Levezinho (1953-2020)
Ivo da Silva Correia (.c 1974-2017)

João Barge (1945-2010)
João Cupido (1936-2021)
João Caramba (1950-2013)
João Henrique Pinho dos Santos (1941-2014)
João Rebola (1945-2018)
João Rocha (1944-2018)
Joaquim Cardoso Veríssimo (1949-2010)
Joaquim da Silva Correia (1946-2021)
Joaquim Peixoto (1949-2018)
Joaquim Vicente Silva (1951-2011)
Joaquim Vidal Saraiva (1936-2015)
Jorge Rosales (1939-2019)
Jorge Teixeira (Portojo) (1945-2017)
José António Almeida Rodrigues (1950-2016)
José Augusto Ribeiro (1939-2020)
José Barreto Pires (1945-2020)
José Ceitil (1947-2020)
José Eduardo Alves (1950-2016)
José Eduardo Oliveira (JERO) (1940-2021)
José Fernando de Andrade Rodrigues (1947-2014)
José Luís Pombo Rodrigues (1934-2017)
José Manuel P. Quadrado (1947-2016)
José Maria da Silva Valente (1946-2020)
José Marques Alves (1947-2013)
José Moreira (1943-2016)
José (ou Zé) Neto (1929-2007)
José Pardete Ferreira (1941-2021)

Leopoldo Amado (1960-2021)
Libório Tavares (Padre) (1933-2020)
Lúcio Vieira (1943-2020)
Luís Borrega (1948-2013)
Luís Encarnação (1948-2018)
Luís Faria (1948-2013)
Luís F. Moreira (1948-2013)
Luís Henriques (1920-2012)
Luís Rosa (1939-2020)

Mamadu Camará (c. 1940-2021)
Manuel Amaral Campos (1945-2021)
Manuel Carneiro (1952-2018)
Manuel Castro Sampaio (1949-2006)
Manuel Martins (1950-2013)
Manuel Moreira (1945-2014)
Manuel Moreira de Castro (1946-2015)
Manuel Varanda Lucas (1942-2010)
Marcelino da Mata (1940-2021)
Maria da Piedade Gouveia (1939-2011)
Maria Manuela Pinheiro (1950-2014)
Mário Gualter Pinto (1945-2019)
Mário Vasconcelos (1945-2017)

Nelson Batalha (1948-2017)

Paulo Fragoso (c.1947-2021)

Raul Albino (1945-2020)
Rogério da Silva Leitão (1935-2010)

Teresa Reis (1947-2011)

Umaru Baldé (1953-2004)

Vasco Pires (1948-2016)
Victor Alves (1949-2016)
Victor Condeço (1943-2010)
Vítor Manuel Amaro dos Santos (1944-2014)
 
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Nota do editor:

Último poste da série > 31 de maio de 2021 > Guiné 61/74 - P22243: In Memoriam (396): Alcídio José Gonçalves Marinho (1940-2021), ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 412 - "Capacetes Verdes" (Bafatá, 1963/65)

segunda-feira, 31 de maio de 2021

Guiné 61/74 - P22243: In Memoriam (396): Alcídio José Gonçalves Marinho (1940-2021), ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 412 - "Capacetes Verdes" (Bafatá, 1963/65)

IN MEMORIAM


ALCÍDIO JOSÉ GONÇALVES MARINHO (1940-2021)
Ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65

Comentário deixado hoje mesmo por Gabriela Marinho no Poste 15192:

Informo com pesar que o vosso camarada e meu querido pai Alcídio Marinho faleceu no dia 29 de Maio de 2021.

O funeral será realizado no dia 1 de Junho às 9h30 na Igreja de Cedofeita, Porto, e a missa de Sétimo dia no dia 5 de Junho às 19h00 na mesma igreja.

Gabriela Marinho


********************

O malogrado camarada Alcídio Marinho participou, acompanhado da sua esposa Rosa, no VI Encontro Nacional da Tabanca Grande de 21 de Abril de 2011, sendo formalmente apresentado à tertúlia pelo nosso editor Luís Graça, no Poste P8809 de 23 de Setembro do mesmo ano.

Participou ainda e sempre acompanhado da Rosa, nos VII; VIII e IX Encontros Nacionais (2012 a 2014).

Monte Real, 14 de Junho de 2014 - A última participação do casal Alcídio e Rosa Marinho nos nossos Encontros Nacionais
Monte Real, 21 de Abril de 2011, VI Encontro Nacional - Primeira participação do casal Alcídio e Rosa Marinho que empunham o Guião da CCAÇ 412 - "Capacetes Verdes"

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Nota do editor:

O nosso obrigado à Gabriela por nos ter dado a notícia que niguém queria ler.

Parece um lugar comum, mas sempre que um camarada de armas nos deixa, somos acometidos de um sentimento de perda. Os que ficam, ficam mais sós, os que partem vão engrossar o "batalhão" dos que da lei da morte se vão libertando.

À esposa Rosa, à filha Gabriela e aos demais familiares, deixamos as nossas mais sentidas codolências e a certeza que o seu ente querido jamais será esquecido por esta tertúlia de velhos combatentes da Guiné.

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Nota do editor

Último poste da série de 17 DE MAIO DE 2021 > Guiné 61/74 - P22209: In Memoriam (395): António Pinto Rebolo (1944-2021), ex-fur mil amanuense, CCS/BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69), advogado do Porto, meu vizinho e meu amigo (Virgílio Teixeira)

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21170: O segredo de... (32A): Alcídio Marinho, ex-fur mil inf, CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65)... "Também tenho um víquingue na minha árvore genealógica"


1. Desde 2008 que temos vindo a contar "segredos", pequenos e grandes segredos, da nossa vida militar, ou até pessoal, mais íntima (como "a minha primeira vez..."), coisas passadas há mais de meio século, mas que só agora, por uma razão ou outra, temos vindo a partilhar uns com os outros... 

O propósito deste série, "O segredo de...", é esse mesmo: ser uma espécie de confessionário (ou de livro aberto) onde se vem, em primeira mão, revelar "coisas" do nosso tempo da tropa e da guerra, da nossa adolescência ou até da nossa infância, que estavam guardadas só para nós... ou só eram conhecidas do nosso círculo de relações mais íntimo (cônjuge, filhos, amigos do peito...).

É esperado que os nossos leitores não façam nenhum comentário crítico, e nomeadamente condenatório, em relação às "revelações" aqui feitas, mesmo que esses factos pudessem eventualmente, à luz da época, constituir matéria do foro do direito penal, militar ou civil, infringir a disciplina ou ética militares, os usos e costumes, a moral da época, etc.

Aprendemos, neste blogue, a "saber ouvir sem julgar"!...  Claro que há segredos mais "inocentes", como este, do Alcídio Marinho, que nos vem revelar que tem um víquingue na família...


2.  Comentário, ao poste P21162 (*),  do  Alcídio [José Gonçalves] Marinho, ex-fur mil inf, CCAÇ 412 (Bafatá, 1963/65) [vive no Porto; é membro da nossa Tabanca Gande; tem mais de 20 referências no nosso blogue; foto atual, à esquerda]

Caro Luís:


Por falar em Vikings.... Há pouco tempo, fiz a análise ao meu DNA. O resultado [do teste genético] foi:

57.3 % - Ibérico

12.7 % - Escandinavo

10.3 % - Sardo (Sardenha)

7.1 % - Norte-Africano (Argélia,Tunísia, Líbia, Egipto Ocidental)

5.6 % - Italiano

1.5 % - Nigeriano
Ave marinha palmípede, da família
dos Alcídeos (Alcidea).
Fonte: Cortesia de Wikipedia

Também o meu nome, Alcídio, se refere a uma ave palmípede marinha, existente nos fiordes da Noruega, da Suécia e Círculo Polar Ártico, da família dos Alcídeos (Alcidea). 

Parece que foram os Suevos, Godos e Visigodos [, séc. V/VI,] que trouxeram o nome para a Península Ibérica.

Na minha família, ao longo das gerações, sempre houve um Alcídio ou uma Alcídia.

Em todo mundo existem cerca de 2000 Alcídios e Alcídias. As minhas famílias são originárias da região de Basto - Celorico de Basto.

Como podes ver eu também tenho um pouco dos Vikings [ou víquingues]. (**)

Um abraço com muita saúde, 

Alcídio Marinho


3. Comentário do editor LG:

Alcídio, obrigado pela tua generosa partilha. Mas em relação aos testes genéticos, tenho que fazer aqui duas ou três considerações, que não deves tomar como crítica  à tua mais que legítima vontade (e direito) de conhecer a tua "ancestralidade e etnicidade"...

Os testes genéticos estão na moda, tornaram-se mesmo "virais" e as empresas comerciais que apareceram, após o sucessso que foi a sequenciação do genoma humano, conseguido em 2003, digladiam-se agora para obter clientes, oferecer "serviços" (como o "kit de ADN") e facturar milhões... 

Algumas dessas empresa, como o My Heritage (, esta, de origem israelita),  são "casos de sucesso", depois de terem "nascido em vãos de escada"... Mas há mais muitas mais, nomeadamente americanas, com a 23andMe...(Cito estas duas sem qualquer propósito publicitário, apenas a título exemplificativo.)

Enfim, não sendo especialista desta área, de certo apaixonante mas altamente complexa, a genética,  merecem-me contudo reservas os testes genéticos comerciais, no que respeita à sua validade e fiabilidade, e sobretudo levantam-me, a mim, ao comu, cidadão e a muita boa gente (, da biomedicina, da saúde pública e da área das ciências sociais e humanas, etc.), dúvidas teórico- metodológicas e sobretudo bioéticas...

Nunca fiz até agora nenhum teste genético (por razões de saúde ou outras), mas pode perguntar-se: onde param os dados dos "clientes" ? Nalgum banco de dados, seguramente...que pode ser partilhado, por razões nobres ou menos nobres, com a indústria farmacêutica ou o poder judicial, por exemplo... 


Em suma,  não sei o que estas empresas podem fazer com a nossa (e à nossa) informação genética...  E também não estou tranquilo quanto aos mecanismos  de regulação nem controlo destas empresas comerciais que vendem serviços "on line" como "kits de ADN", aparentemente inocentes e inofensivos, e cada vez mais populares... 

Podem até estar todas "certificadas", e terem muitos doutores em biologia, genética  e áreas afins...

Voltando aos testes de "ancestralidade e etnicidade", que se vendem aí a preço de saldo por um punhado de euros ou dólares... Há tempos uma pessoa conhecida minha obteve um resultado mais ou menos semelhante ao teu: também ela descobriu o seu "viquinzinho", louro e de olhos azuis!... (Só não sei se vinham com cornichos!).


Mais de 50% da sua possível ascendência seria "ibérica", 15% era da "Europa do Norte" (, e de facto até há olhos azuis na família)... mas também apareceu uma "costela bérbere" (leia-se: moura)... E, surpresa das surpresas, até apareceu um mais que provável "escravo" da Nigéria (!) a dar cabo da "árvore gine...cológica" (como diz um amigo meu, gozão...).

Há muito que sabemos que somos um "povo mestiço", um povo de múliplas etnias e fenótipos... com uma forte proporção de "ibéricos" (, anteriores à colonização romana), judeus sefarditas (que acompanharam os colonizadores romanos...) e africanos (mouros e subsarianos)... 


Já a rainha Dona Amélia, filha do Conde de Paris,  detestava os "políticos de Lisboa", que ela achava que eram "pretos" demais para a sua "paleta de cores"...

Os testes genétic
os podem ter inegáveis vantagens e benefícios,  dependendendo muito do seu uso e finalidade: por exemplo, podem ajudar-nos à prevenção e diagnóstico precoce de doenças tramadas, a que eu chamo  "defeitos de fabrico"...Mas o seu "abuso", a sua utilização,  sem controlo médico (no caso dos testes de saúde),  ou para efeitos lúdicos, mas também de propaganda e manipulação político-eleitoral,  pode estar a contribuir para reforçar, por exemplo,  os nossos preconceitos "raciais" e o nosso etnocentrismo...

Eu acho que eles vão (ou estão já a) substituir os "horóscopos"... Já se fazem testes genéticos para "gerir as carreiras de sucesso"... E fica bem ter uma "árvore... genealógica" na parede, com todos os antepassados de "sangue azul"...


Afinal,  todos queremos, consciente ou inconscientemente,  ser "filhos de algo", ricos, bonitos, saudáveis e até imortais!... 

Pobres de nós!... E os filhos da mãe ? E os filhos dos quarenta-pais, como se diz na ilha de São Nicolau, em Cabo Verde ? E os antepassados que foram entregues nas rodas dos conventos e das misericórdias ?... 

Esses foram (ou vão ter que ser)  infelizes até ao fim dos séculos dos séculos, ou muito simplesmente vão parar à vala comum do esquecimento... 

É bom lembrar, por fim,  que nenhum de nós escolheu pai e mãe nem o sítio onde nasceu.... 

Os testes genéticos também podem ser uma "caixinha de Pandora", e trazer-nos "desgraça e infelicidade": imaginem que que eu descubro que não sou filho do meu pai, ou  que vou morrer de Alzheimer...  

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20598: Fotos à procura de... uma legenda (123): O caçador e empresário de cinema Manuel Joaquim dos Prazeres, o "nho Manel Djoquim" (1901-1977) andaria no mato... com uma pistola-metralhadora FBP m/948 ou m/961 ?


Foto nº 3 > Guiné > s/d > s/l > Uma das armas que o Manel Djoquim usava para caçar ... Uma carabina de caça, uma caçadeira, adaptada, com carregador de 10 munições. (Detalhe de foto inserida no livro "Manel Djoquim, o homem do cinema", de Lucinda Aranha (2018), pp. 80-81.



Foto nº 2 > Guiné > s/d > s/l > Uma das armas que o Manel Djoquim usava para caçar...crocodilhos e onças. De novo a carabina de caça,  caçadeira, adaptada, com carregador de 10 munições [Vd. foto nº 3].



Foto nº 1 > Guiné > s/l > s/d  > É provável que o Manel Djoquim, sobretudo depois do início da guerra, passasse a usar, também, para defesa pessoal, esta pistola metralhora que parece ser uma FBP m/948. Mas a Lucinda Aranha nunca lhe ouviu falar em armas de guerra. O pai, de resto, não fez o serviço militar. Mas percorreu toda a Guiné, de lés a lés, antes e durante a guerra, pelo menos até 1970/71...

Fotos (e legendas): © Lucinda Aranha (2014) . Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



I. Diversos comentários ao poste P20558 (*) e mensagens chegadas por email, relacionadas com o tema:

(i) Valdemar Queiroz:

1ª. fotografia (*): O Sr. Manuel Joaquim está com uma espingarda metralhadora e, se era utilizada como caçadeira, matava a caça de rajada. (...)

24 de janeiro de 2020 às 02:25

(ii) Tabanca Grande

Caros leitores, vamos lá descobrir que arma era esta... Está identificada e descrita no livro, na página 71...

A mecânica, os carros, a caça e, mais tarde, a fotografia são paixões que o acompanham na Guiné... Caça onças e crocodilos... cujas peles depois vendia...(Hoje, seguramente, teria outra consciência ecológica e conservacionista, como o nosso camarada Patrício Ribeiro, que vive na Guiné ha mais de 4 décadaas...).

24 de janeiro de 2020 às 07:09



(iii) G.Tavares:

A arma parece-me ser uma pistola metralhadora FBP.

24 de janeiro de 2020 às 09:31



(iv) Luís Graça

Ou será uma carabina de caça adaptada pelo Manuel Joaquim... Marca e calibre ? Estava na moda, na época. Estamos a falar do pós-guerra, anos 50, antes do início da guerra colonial.

24 de janeiro de 2020 às 12:03


(v) Valdemar Queiroz:

Rectifico: A arma é uma pistola-metralhadora FBP 9 mm, de coronha recolhida.

 24 de janeiro de 2020 às 12:56

(vi) Antº Rosinha:

Naqueles tempos uma das actividades com mais sucesso em África era ser mecânico de automóveis, (camiões, tractores, máquinas), ser mecânico, ou ter uma oficina com mecânicos, ou ser muito "habilidoso" com maquinismos.

As viaturas exigiam uma manutenção tão cara, que o mais difícil não era dinheiro para a aquisição da máquina, o mais difícil era a sua manutenção.

Isto tudo também devido ao tipo de estradas, picadas, que nem é preciso explicar.

O Manuel Joaquim tinha uma oficina e era apaixonado por carros, estava nas suas sete quintas.

Dizia-se: uma camionete velha, uma caçadeira, uma linda mulata...é o paraíso na terra.

Foi uma pena ter vindo a guerra e todas as grandes ambições, e vejamos no que deu, acabou-se o paraíso na terra.

24 de janeiro de 2020 às 13:00


(vii) Tabanca Grande

Rosinha, mais à frente falaremos da "grande ansiedade" com que era esperado o Manel Djoquim, nas terras do interior da Guiné... 


Ele, era de facto, o homem dos "sete ofícios", tendo mãos milagrosas para tudo o que era "mecânica": geradores, automóveis, camionetas, motores, armas... Às vezes estava no Sul e chamavam-no, do Norte, algum administrador ou chefe de posto, para ele vir depressa consertar... o gerador!...

Os administradores retribuíam-lhe depois estes "pequenos grandes favores" com hospitalidade e apoio (logística, publicidade, cipaios...) à realização das sessões de cinema... Não admira por isso que fosse recebido em festa por todo o lado, da administração às populações: "A la Manel Djoquim i na bim" [Vem aí o Manuel Joaquim!].

24 de janeiro de 2020 às 14:48

(viii) Tabanca Grande


Valdemar e G. Tavares:

A FBP era uma arma de guerra, uma pistola-metralhadora... Vulgarizou-se com a guerra de África / guerra do ultramar / guerra colonial.. Não me parece que, nos anos 50, pudesse andar nas mãos de civis... Pelo pelo menos, antes dos acontecimentos de 1961,em Angola...

Além disso, na sua 1ª versão [FBP m/948], só fazia tiro de rajada...

Diz a Wikipédia:

(...) FBP é uma pistola-metralhadora projectada no final da década de 1940 por Gonçalves Cardoso, Major de Artilharia do Exército Português, combinando as funcionalidades da MP40 alemã e da M3 americana. O resultado foi uma arma de confiança e com baixos custos de produção. (...)







Guiné, Região do Oio, Olossato, 1963. CART 527 (1963/65).
Fur mil António Medina, equipadode pistola metralhadora FBP,
m/948 ou m/963.  É natural de Cabo Verde,  ilha de Santo Antão.
Vive nos EUA.

A arma acabou por ser produzida pela Fábrica de Braço de Prata (FBP) em Lisboa, com cuja sigla foi baptizada.

A arma foi utilizada em combate pelas Forças Armadas Portuguesas durante a Guerra do Ultramar. A sua utilização nesta guerra levou à verificação que a sua capacidade de fazer apenas tiro automático levava a um grande desperdício de munições [, FBP m/948]. Como tal, em 1961 foi introduzida uma versão aperfeiçoada com capacidade acrescida de tiro semiautomático [FBP m/963]. (...)

4 de janeiro de 2020 às 16:00

(ix) Valdemar Queiroz

Luís: A caríssima Lucinda Aranha incluiu, no seu livro 'O Homem do Cinema', fotografias cá da minha pessoa (ena, até já apareço em livros) em Contuboel e fez o especial favor de me o enviar, autografado. O meu neto Zee (mar, em neerlandês)farta-se de mostrar o livro com a foto do avô 'a ver filmes na selva'.


FBP m/948. Origem: Portugal. Fonte: Wikipedia (com a devida vénia...)

Quanto à arma da 1ª. foto [acima], é sem duvidas uma FBP m/48 ou m/63, igualzinha à que aparece na imagem do P5690 (**). 

A arma transformada, referida no pag. 71 do livro, deve ser uma adaptação, com um carregador de 10 balas, numa carabina de caça.


Este nosso blogue Tabanca Grande e Camaradas da Guiné é também feito de todos estes extraordinários episódios passados na Guiné que nós conhecemos quando lá estivemos, infelizmente, na guerra.

Não façamos deste blogue apenas de noticiários dos sempre agradáveis e saudosos Encontros/Almoçaradas da rapaziada, ou de arrepiantes noticias de necrologia dos nossos queridos camaradas falecidos.(...)

24 de janeiro de 2020 às 18:14



(x) Tabanca Grande

Ok, ótimo, a Lucinda é impecável...

Pedi-lhe para esclarecer a marca, o modelo, o calibre, o ano da carabina. 


Na pág 71, ela diz que o pai "andava sempre armado", tendo : 

(a) uma "Flaubert" [?], "uma carabina para atirar ao alvo"; 

e (b) uma caçadeira,calibre 12, automática, com um carregador de cinco cartuchos, mas em que ele modificou "todo o sistema (os carregadores, as molas)", ficando com a possibilidade de dar "10 tiros seguidos"... (pág. 71).

Não percebo nada de armas de caça... Mas, nas pp. 80/81, aparecem mais fotos com estas armas [, vd. acima, fotos nº 3 e 2]...


24 de janeiro de 2020 às 19:47



(xi) Alcídio Marinho

A arma que se vê em cima do para-lamas, parece ser uma Thompson, arma usada no tempo de Al Capone, que podia utilizar carregador ou tambor.


(xii) Valdemar Queiroz

A nossa pistola-metralhadora FBP e a americana Thompson m3 são primas direitas.

Julgo que a nossa foi projectada/fabricada com uma 'autorização' da Thompson.

A nossa tem o punho em madeira e a entrada do carregador ligeiramente diferente, a Thompson é toda feita em ferro.


A famosa m3, cacibre 45, de 1942  (USA).
Criador: George Hyde. Não oconfundir
com a Thompson...
Fonte: Cortesia de Wikipedia.
Julgo que a esta Thompson não era adaptado o tambor/carregador.

E não sabemos como o Sr. Manuel Joaquim adquiriu a nossa, por ser arma de guerra, ou então a Thompson, por ser de algum gangster americano.

(xiii) Lucinda Aranha

25 jan 2020, 20h50

Luís,

Vejo que efectivamente gostaste do livro pelo empenho que tens demonstrado, o que muito te agradeço. 

Quando escrevi o livro, tive a preocupação de não ferir susceptibilidades, tendo-me as minhas irmãs pedido para que os nomes fossem alterados; segui o mesmo critério para algumas das outras personagens que aparecem no livro de modo a não ferir descendentes. (...)

Sobre as dúvidas a propósito das armas do meu pai, o que sei é que nunca ouvi falar que tivesse uma metralhadora mas as armas que referi no livro, entre elas a dita Flaubert, que adaptou. 


Várias fontes me falaram destas armas, sendo a mais fidedigna e importante o genro do Esteves [, da Casa Esteves, Bissau] , o sr. Pereira, pelas relações de grande convívio e amizade. Aliás, assim que puder, já combinei encontrar-me de novo com ele para tentar esclarecer as dúvidas que tens posto a propósito do Esteves e do meu pai. 

Não percebo nada de armas mas o meu pai era um espírito muito inventivo e não me espantaria que a vossa metralhadora fosse a dita Flaubert com a cartucheira adaptada e, eventualmente, que o braço mais comprido seja uma pega. 

Nas pp 80/81 do livro, lá está a dita de novo, embora reconheça que não tem nenhuma pega. 

Quanto a toda a parafernália de que ele se fazia acompanhar, disse-me uma outra fonte, o sr. Faxina, que se encontrava, pelo menos até há alguns anos, no quintal do Tita Orelha. Creio que este senhor já morreu, mas há um filho, que talvez seja tabanqueiro, com quem nunca consegui falar. Eventualmente, seria ele quem melhor te podia esclarecer. 

Gostei muito do poste sobre o zepelim. Quanto à data exacta da ida do meu pai para Cabo Verde. não consegui apurá-la com toda a exactidão, 1922 é a minha proposta. 

A concretizar-se o encontro da Lourinhã, teremos muito para falar. (...)

Quanto à venda do livro, pode-se sempre encomendar na FNAC, mas tenho em meu poder vários livros e gostava de os vender. Basta que os interessados me contactem para o meu mail [ lucinda.aranha@gmail.com ], que eu enviarei o(s) livro(s) pretendido(s) pelos CTT
 contra reembolso ao preço de 12,50 euros (já com os portes incluídos).

PS- Há efectivamente uma relação entre "No Reino das Orelhas de Burro" e "O Homem do Cinema",  embora este último não seja um prolongamento do anterior. 


Quando escrevi "No Reino...",  já pensava escrever um livro sobre o meu pai mas ainda não tinha os contactos indispensáveis para o poder fazer. "No Reino..." é um caderno de agravos ( se me é permitida a terminologia da revolução francesa) em defesa dos direitos dos animais. Tenho muito gosto em te oferecer um exemplar assim como do "Melhor do que Cão é Ser Cavaleiro", uma espécie de romance da cavalaria escrito por duas das minhas cockers. (...)



Guiné > s/ l> s/d >

O  "Manel Djqouim" com uma pistola-metralhadora
FBP, Thompson ou M3 ?... Detalhe.
Foto: Cortesia de Lucinda Aranha
(xiv) Elísio Esteves de Oliveira [nosso leitor e camarada, nascido em Angola, ex-oficial miliciano de infantaria, CTIG, 1963-1965]

sábado, 25/01, 23:06


Boa noite, Luís,

Cá está de volta o chato picuinhas - mas na foto que acompanha o post Guiné 61/74 - P20588: Manuscrito(s) (Luís Graça) (177): Manel Djoquim, o homem do cinema ambulante, o último africanista - Parte II (*), a arma que nho Djoquim empunha não é uma caçadeira, mas sim uma portuguesíssima {pistola metralhadora] FBP m/948... 


Topa o encaixe para a baioneta sob o cano, o carregador e a corcova entre o carregador e o resguardo do gatilho.

Um Alfa Bravo e um bom ano,
Esteves







(xv) Lucinda Aranha

26 de janeiro de 2020, 19h50:


(...) Como te disse, quer o falar de novo com o Pereira [, o genro do Esteves, de Bissau.] que me deu as informações mais detalhadas e mais fiáveis sobre a vida do meu pai na Guiné e sobre o Esteves, inclusive sobre as armas. 


Gostava também de falar ao Parente cujo irmão mais velho chegou a caçar com o meu pai mas não acredito que ele possa responder às vossas dúvidas. Falei com o meu cunhado que combateu na Guiné e ele também acha que pode ser uma pistola metralhadora. O irmão, que esteve na marinha, também na Guiné, põe a hipótese de ser uma pistola metralhadora FBP de 9mm ( feita em Braço de Prata).

Volto a dizer que nunca ouvimos lá por casa falar em G3 ou metralhadoras. Será que com a guerra colonial comprou alguma dessas armas para se defender? Para se exibir? Ele nunca fez o serviço militar, mas era farrompeiro a propósito das suas caçadas.

De qualquer modo, acho que ninguém caça com semelhantes armas.

Ontem,andei à procura de outras fotos com armas mas não encontrei o mail que mandei à editora. Esta semana vou procurar os originais e logo te envio mais fotos. Talvez fosse melhor esperares por estes elementos que, quem sabe, poderão ajudar a esclarecer dúvidas. (...) (***)

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