Imagem nº 1 - A Avenida da Liberdade, o palácio Foz do lado esquerdo e o monumento aos Restauradores. C. 1906. Ainda não havia ao cimo, na Rotunda, a estátua do Marquês de Pombal (inaugurada só em 1934).
Imagem nº 2 - "O antigo Passeio Público do Rossio, demolido em 1883"
1. Lisboa: A Avenida da Liberdade é, seguramente, a mais icónica artéria da cidade (Imagem nº 1). Liga a praça dos Restauradores, na Baixa, à Praça do Marquês de Pombal. Inspirando-se no "boulevard" parisiense, a sua origem remonta ao Passeio Público (cujo início de construção data de 1764, ao tempo de Marquês de Pombal e da reconstrução da cidade) (Imagem nº 2).
Mede c. 1100 m de comprimento, e 90 de largura. Os seus largos passeios são decorados com jardins, fontes estátuas de escritores e a famosa calçada à portuguesa. Nela se ergue também o Monumento aos Mortos da Grande Guerra.
O Passeio Público foi desenhado pelo arquiteto Reinaldo Manuel. Era inicialmente murado, e só acessível à nobreza. Sofreu grandes alterações no 2º quartel do séc. XIX (anos 1830/40), da responsabilidade do arquiteto Malaquias Ferreira Leal. Democratizou-se com o liberalismo.
A avenida, em si, é mais recente: foi construída entre 1879 e 1886, e muito se deve à determinação e visão de Rosa Araújo (1840-1893), presidente da câmara municipal. Passou a ser uma zona "in" para as novas classes sociais em ascensão , a zona "chique" de Lisboa, com ligação ao Rossio e ao Chiado.
Apesar da sua terceirização e gentrificação, continua ainda hoje a ser um dos palcos preferidos para manifestações públicas, desfiles militares, festividades, etc. (1º de Dezembro, 25 de Abril, 1º de Maio, 13 de Junho, iluminações de Natal...).
A Avenida da Liberdade foi classificada, em 2013, como Conjunto de Interesse Público.
2. Sobre a publicação OCCIDENTE (O). REVISTA ILLUSTRADA DE PORTUGAL E DO ESTRANGEIRO
(i) Publicou-se entre 1878 e 1915, ao ritmo de três números por mês;
(ii) Em 38 anos de edição, publicaram-se 1315 números ao longo dos seus 38 anos de edição;
(iii) O seu sucesso e longevidade devem-se a dois homens: Caetano Alberto da Silva, gravador e principal capitalista da empresa Occidente; e Manuel de Macedo, desenhador ilustrador;
(iv) A revista foi uma verdadeira escola de gravadores. com ateliê próprio;
(v) Acompanhou a evolução dos tempos, recorrendo também à colaboração da nova figura emergente, o fotógrafo (e passaram por lá nomes conhecidos como Joshua Benoliel (1873-1932), o primeiro fotojornalista português, e outros como Alberto Lima, Ciríaco Tavares da Silva, Rocchini, Carlos Relvas, Carlos Vieira, J. Azevedo, F.G. Marques, Manoel Abreu, António P.A. Leite, etc.);
(vi) "O Occidente" era uma revista muito diversificada, e cosmopolita, seguindo tendèncias estésticas e movimentos sociais (como a luta das sufragistas inglesas, etc.) mas evitando as armadilhas da política partidária; atravessou uma época de profundas mudanças (em todos os domínios), nasceu na monarquia constitucional e acabou na República, com o apoio à entrada de Portugal na Grande Guerra. (Fonte: Adapt. de Rita Correia / Hemeroteca Digital de Lisboa: Ficha hstórica, com a devida vénia...)
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