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quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24628: Álbum fotográfico do António Alves da Cruz, ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Buba, 1973/74) (5): Ainda Bolama, abril de 1973



Fotos nº 1A e 1 > Guiné > Bolama > BCAÇ 4513 (1973/74) > Abril de 73 > Desfile do pessoal perante o General Spínola.


Foto nº 2 Guiné > Bolama > BCAÇ 4513 (1973/74) > Abril de 73 > Pessoal (a maior parte furriéis) do 4513/72 na esplanada junto à piscina.


Foto nº 3 > Guiné > Bolama > 1ª CCAÇ / BCAÇ 4513 (1973/74) > Abril de 73 > A dar ao dente: da esquerda para a direita: Oliveira, Victor, Gatões (†), Victor Domingues, Peixoto (†), Cruz, Reis (†), Costa (†), Carvalho. (Legenda: † já não estão entre nós)



Fotos nºs 4 e 4A > Guiné > Bolama > 1ª CCAÇ / BCAÇ 4513 (1973/74) > Abril de 73 > Bolama Monumento aos aviadores Italianos: da esquerda para a direita, Raposo, Victor, Cruz, Paraty, ?, e Cabral.



Foto nºs 5 e 5A > Guiné > Bolama > 1ª CCAÇ / BCAÇ 4513 (1973/74) > Abril de 73 > Monumento aos aviadores Italianos: Cruz

Fotos (e legendas): © António Alves da Cruz (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação de uma seleção de fotos do álbum do António Alves da Cruz (ex-fur mil at inf, 1ª C/BCAÇ 45113/72, Buba, 1973/74) (*).


Estamos a seguir, tanto quanto possível,  a ordem cronológica da comissão de serviço na Guiné;

(i) Partida do BCaç 4513/72: Embarque em 16mar73; desembarque em 22mar73 (**)

(ii) IAO no CIM de Bolama, em abril de 1973 (***);

(iii) A 1ª Comp, após o treino operacional no subsector de Buba com a CCaç 3398, sob orientação do BCaç 3852, passou a reforçar a actividade daquela subunidade no esforço realizado de contrapenetração no referido subsector e depois integrada no seu batalhão, na função de intervenção que lhe foi atribuída, tendo-se instalado, a partir de 17,ai73, em Mampatá (*).

Mensagem de 29 de agosto passado, às 19h55, enviada pelo António Albves da Cruz

Bom dia amigo Luis

Assunto - Fotos de Bolama

De Bolama ficaram algumas fotos por publicar, em especial a da esplanada junto à piscina onde está grande parte dos furriéis do BCAÇ 4513/72.

Aqui vão as fotos e legendas:

1 - Bolama, abril de 1973, desfile do BCAÇ 4513/72 perante o General Spinola;
2 - Pessoal do 4513/72 em Bolama na esplanada junto á piscina;
3 - A dar ao dente em Bolama, da esquerda para a direita: Oliveira, Victor, Gatões, Victor Domingues, Peixoto, Cruz, Reis, Costa e Carvalho
4- Bolama, Monumento aos Aviadores Italianos: Raposo, Victor, Cruz, Paraty, ?, e Cabral;
5- Bolama, Monumento aos Aviadores Italianos : Cruz.

Abraço, Cruz
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sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Guiné 61/74 - P20349: (In)citações (139): Recuperação do Monumento Português de Newport, EUA: "Pelo que tem de significado hstórico, pela sua ligação ao oceano que une portugueses e norte-americanos, pela sua importância na afirmação da Comunidade Luso-Americana, o Presidente da República saúda todos os compatriotas que asseguram a preservação do Monumento Português em Newport (excertos de carta, pessoal, enviada ao João Crisóstomo, em data de 4/11/2019)


Newport, Brenton Park, Portuguese Discovery Monument.
Foto de João Crisóstomo (2019)
Cópia de carta do PR, gentilmente cedida pelo João Crisóstomo, Nova Iorque (*), que acaba de publicar, no nosso blogue, um poste sobre o supracitado monumento (**).

"O Monumento às Descobertas Portuguesas é uma homenagem aos navegadores portugueses da Idade de Ouro da exploração marítima, que se estendeu desde o início dos anos 1400 até ao final de 1500. O Monumento é a jóia da coroa da Fundação do Monumento Português, cuja missão é apoiar as comunidades luso-americanas. O Parque está disponível para uso do público e a Fundação incentiva essas comunidades a descobrir tudo o que o Parque tem para oferecer!"

Fonte: tr. de "Portuguese Discovery Monument"
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Notas do editor:

(*) Vd. poste de  15 de novembro de 2019  > Guiné 61/74 - P20348: Memória dos lugares (399): O Monumento das Descobertas Portuguesas, em Brenton Park, Newport, R. I., Estados Unidos, réplica ds "Rosa dos Ventos" em Sagres (João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona)

(**) Último pste da série >  2 de agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20030: (In)citações (138): A minha Guerra da Guiné: a Leste, algo de novo... (Manuel Luís Lomba, ex-Fur Mil Cav da CCAV 703)


Guiné 61/74 - P20348: Memória dos lugares (401): O Monumento das Descobertas Portuguesas, em Brenton Park, Newport, R. I., Estados Unidos, réplica ds "Rosa dos Ventos" em Sagres (João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona)




EUA > Newport, R.I. > Brenton Park > 2019 >  "Portuguese Discovery Monument" >  O João e a Vilma Crisóstomo mais o Rui Chamusco, de visita a este singular monumento aos navegadores portugueses.

Fotos (e legenda): © João Crisóstomo (2019). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



The Portuguese Discovery Monument is a tribute to the Portuguese navigators of the Golden Age of maritime exploration, which spanned from the early 1400’s to the late 1500’s. The Monument is the crown jewel of the Portuguese Monument Foundation, whose mission is to support Portuguese-American communities. The Park is available for use by the public and the Foundation encourages those communities to discover all that the Park has to offer!

O Monumento à Descobertas Portuguesas é uma homenagem aos navegadores portugueses da Idade de Ouro da exploração marítima, que se estendeu desde o início dos anos 1400 até ao final de 1500. O Monumento é a jóia da coroa da Fundação do Monumento Português, cuja missão é apoiar as comunidades luso-americanas. O Parque está disponível para uso do público e a Fundação incentiva essas comunidades a descobrir tudo o que o Parque tem para oferecer!

Fonte: "Portuguese Discovery Monument"  (tr. para português: Google translator / LG)




I. Mensagem de João Crisóstomo, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), nosso camarada da diáspora, a viver desde 1975 em Nova Iorque, conhecido ativista social (de causas como as Gravuras de Foz Coa, Timor Leste ou Aristides Sousa Mendes), recentemente promovido a régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona (que é tão grande como o mundo):

Date: sábado, 2/11/2019 à(s) 09:37

Subject: "Monumento das Descobertas",  nos Estados Unidos


1. HELP… SOS…

Aos meus "amigos no facebook" e outros amigos a quem quero partilhar o que segue:

Como não percebo nada de Facebook, e é com pena que o admito, pois gostaria bem de poder fazer como a gente que "sabe nadar nesta piscina como um peixe" e eu, como um desesperado que nela caiu e não sabe nadar, apenas me resta pedir uma mão para não me afogar… peço aos meus amigos a quem vou enviar este rmail para me fazerem o o favor de pôrem isto nas suas páginas de Facebook, já que eu por mais voltas dê não sou capaz: consigo escrever, mas é sóm mas não sou capaz de incluir as fotos.

E eu acho que isto é uma coisa que deve ser conhecida por todos. E porque acho assim, já enviei isto para a nossa televisão ( RTP) em Portugal; enviei para alguns amigos que têm blogues ( também não sei mexer nisso, a não ser ler o que eles já publicam…) ; mas até ao momento ainda não sei se publicaram ou não!…

Dentro de dias "vou voltar à carga",  deslocando-me com um jornalista meu amigo que se mostrou muito interessado em escrever sobre isto. Mas, como todos me dizem que hoje em dia a melhor maneira de se fazer conhecer algo é públicá-lo no Facebook… quem receber isto ( se acharem que vale a pena, como eu acho,} por favor "partilhem" o que segue. E se acharem que é trabalho demais porem no facebook… pelo menos ficam a saber.

A todos um grande abraço do
João


João Crisóstomo
Nova Iorque


II. A história é a seguinte:

Tive o privilégio de ter comigo aqui em Nova Iorque durante três semanas um grande amigo meu, Rui Chamusco. E, para não dizer que "foi a Roma e não viu o papa", tentei mostrar-lhe não só Nova Iorque como alguns outros lugares que eu achei que ele devia conhecer: Washington, Filadélfia, as Cataratas de Niágara e Boston…

E nesta última volta aproveitei para lhe mostrar alguns lugares relacionados com motivos portugueses, já que nós portugueses, apesar do muito pouco que sobre isso é falado e sabido, tivemos um grande papel e influência na história dos Estados Unidos. E foi neste ultimo passeio que se passou o que segue, de que as fotos que junto, nos ajudam a compreender o interesse e importância para todos os portugueses.

Um dos grandes entusiastas e impulsionadores da história portuguesa nos Estados Unidos foi o nosso saudoso Dr. Luciano da Silva de quem muitos em Portugal se devem recordar bem: entre muitas outras coisas, ele tinha um programa em que, como médico,   "dava consultas" para Portugal através da televisão para os seus clientes/doentes… Muito conhecido ainda pelos seus livros, um dos quais deu origem ao filme "Cristóvão Colombo",  de Manuel de Oliveira , premiado com o prémio de Ouro em Cannes; pelo Museu da Pedra de Dighton e outros projectos em que se envolveu.

Ele fazia-me o favor da sua amizade e eu visitava-o ocasionalmente . Numa destas visitas, fazendo-se cicerone,   levou-me a visitar vários pontos de interesse entre os quais o "Brenton Park", onde me mostrou o "Monumento dos Descobrimentos", que era uma réplica da "Rosa dos Ventos" em Sagres no Algarve. 

Além do monumento em si, de muito interesse histórico, este lugar "tocava-me de perto" e e o Dr. Luciano sabia disso, pois que o lugar tinha sido antes propriedade de Jacqueline Kennedy Onassis, que patrocinou a minha vinda para os Estados Unidos e para quem eu trabalhei muitos anos. 

Este monumento construído em 1988 e que chegou a receber a visita de Mário Soares em 1997, encontrava-se então já com problemas de manutenção e necessitava ser reparado: O original foi desenhado pelo Luso-americano João Chartres de Almeida e as pedras originais foram importadas de Vila Viçosa, Portugal. Mas devido ao vento e à acção corrosiva da água do mar, cedo começaram a absorver água e estavam já a cair aos bocados. E o Dr. Luciano preocupava-se com o futuro deste parque. Finalmente em 2007, considerando que eram um perigo para o público,   foram removidas ficando apenas três peças.

O Monumento fica na ponta duma saliência de terra que se projecta mar dentro, mesmo em linha directa com o nosso promontório em Sagres cuja ideia deu origem a este projecto.

Em 2013 a Cåmara Municipal de Newport, influenciada sem dúvida pelo interesse dos líderes da importante comunidade portuguesa, resolveu criar uma comissão para a reparação do monumento e no ano seguinte, 2014, desta vez com pedras de granito do norte de Maine ( nordeste dos Estados Unidos), o monumento foi reconstruído e "re-inaugurado". Estas estão dispostas como no original, num semi-circulo, representando os "pontos cardeais". No centro está um alto monumento retangular em pedra; e do conjunto consta ainda uma "esfera armilar" —o único original que resta do primeiro monumento-- representando o nosso bem conhecido instrumento de origem portuguesa que possibilitou as viagens pioneiras dos nossos navegadores.

Soube que no ano passado, para comemorar o 30º  aniversário da sua construção em 1998, este monumento recebeu a visita do nosso Embaixador em Washington, Domingos Fezas Vital, numa cerimónia a que se associaram o comandante Maurício Camilo e os tripulantes do Navio Sagres que nessa altura se encontravam de visita aos Estados Unidos. 

O tema e informações relevantes estão devidamente exibidas e explicadas numa grande placa informativa (bem protegida ) em destaque logo na entrada do parque. Faltavam porém os nomes dos nossos navegadores que constavam no monumento original, mas que os mencionados factores corrosivos fizeram desaparecer.

E foi esta a nossa grande surpresa: ao aproximarmos-nos do local vi duas pessoas junto ao monumento e reparei o que de longe me um grande painel colado, cobrindo grande parte do monumento. E, curioso, dirigi-me imediatamente para verificar do que se tratava. Nesse grande painel colado ao monumento constavam os nomes dos nossos grandes navegadores, e foi-me explicado que estavam a fazer um "check final" para ver a posição definitiva em que os nomes iam ser gravados no monumento, o que previa devia ser feito dentro de duas ou três semanas…

Eu e o Rui e minha eslovena esposa, Vilma,  também não podíamos esconder o nosso contentamento. Segundo Robert Silva, que organizou e coordenou a cerimónia no ano passado, não há outro monumento deste tipo em todos os Estados Unidos. Este é de facto um monumento de que todos os portugueses aqui, em Portugal e em toda a parte do mundo se podem orgulhar, agora ainda mais pela maneira altiva, abrangente e agradável em que se finalmente se apresenta a todos os que aqui vêm visitar este lugar.

As duas primeiras fotos foram tiradas neste dia e a 3ª foto mostra o monumento com a inscrição dos nomes já gravados, que me enviaram há dias.

Parabéns, portugueses. Parabéns, Portugal!

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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Guiné 61/74 - P19135: Efemérides (293): Homenagem aos paraquedistas que completaram 50 anos de brevet (1968-2018): Tancos, 27 de setembro de 2018 (Jaime Bonifácio Marques da Silva, ex-alf mil pára, 1ª CCP/BCP 21, Angola, 1970/72)


Tancos, Regimento de Paraquedistas > Monumento aos mortos em combate > Inaugurado em 3 de julho de 1968... O conjunto arquitetónico é da autoria do arquiteto Aleixo Terra da Mota; a  escultura é de Domingos Soares Branco; e a pintura e a decoração são de Hernani de Oliveira.

Foto (e legenda): © Jaime Silva (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem, com data de ontem, de Jaime Bonifácio Marques da Silva, membro da nossa Tabanca Grande, natural de (e residente em) Seixal, Lourinhã, preofessor de educação física, docente reformado do ensino superior politécnico, ex-alf mil pqdt, BCP 21, Angola, 1970/72 [, foto à esquerda]


Caro Luís
Vai aqui o texto de que te falei.
Vê se se adequa ao espírito do blogue.
Vai foto, se bem que poderás encontrar melhor na Net.
Abraço, Jaime.



Regimento de Paraquedistas, Tancos,- 27 de setembro de 2018


HOMENAGEM AOS PARAQUEDISTAS QUE COMPLETARAM 50 ANOS DE BREVET 1968 – 2018: Cursos 45.º, 46.º, 47.º, 48.º, e o 8.º de Enfermeiras Paraquedistas.


No passado dia vinte sete de setembro o Regimento de Paraquedistas e a União Portuguesa de Paraquedistas homenagearam os paraquedistas que completaram 50 anos de Brevet (Cursos 45.º, 46.º, 47.º, 48.º, e o 8.º de Enfermeiras Paraquedistas).

Esta cerimónia realiza-se anualmente desde que o 1.º Curso (1955) comemorou os seus 50 anos (2005).

Este ano tive o privilégio de estar presente a convite do meu camarada e amigo Joaquim Maria Inácio. Fizemos parte do 3.º Pelotão da 1ª CCP do BCP 21 em Angola e durante os dois anos de comissão cimentámos a nossa amizade nas dificuldades que fomos ultrapassando nas operações de combate realizadas no Norte e Leste de Angola.

HOMENAGEM AOS PARAQUEDISTAS MORTOS DO 46.º e 47.º CURSO

O programa do encontro incluiu uma cerimónia de grande significado cívico e de recolhimento junto ao monumento erguido no Regimento em memória dos Paraquedistas mortos durante a Guerra do Ultramar pertencentes ao 46.º e 47.º Curso de paraquedistas: A “chamada dos mortos” em combate, respondendo os participantes na cerimónia – PRESENTE – sempre que cada um dos nomes era “chamado”.

Relação dos paraquedistas que tombaram na guerra
i) Curso n.º 46:

BCP 31: 

Alf. Mili. Pára Luís Filipe Corte Real – 19.12.19 (CBT)

Sol/Pára Engrácio de Jesus Meio Tostão rato – 21.2.1970 (ACV)

BCP 21:

Sol/Pára Ernesto Rocha Casaca – 20.2.1971 (CBT)

Sol/Pára Joaquim Ferreira Fonseca – 17.6.1970 (CBT)

Sol/Pára Vitalino da Silva Gomes – 16.6.1970 (CBT)

Sol/Pára António da Silva Ramos – 25.6.1970 (CBT)

ii) Curso n.º 47:

BCP 12

1.º Cab/Pára Gabriel Parreiras Campilho- 26.3.1970 (CBT)

Foi um momento de grande emoção para todos os presentes que têm bem viva na memória os amigos que tombaram a seu lado.

O primeiro nome a ser “chamado” foi o do Soldado Paraquedista António da Silva Ramos do 46.º Curso e que tombou em combate a 25.6.1970. Pertencia ao meu Pelotão – 3.º Pelotão da 1ª  CCP do BCP 21.

O Ramos foi abatido numa operação que decorreu nos Montes Mil e Vinte, na região do Onzo, no Norte de Angola. Recordo-me dessa operação como se fosse hoje: Dois aviões da FAP (Fiat G91) lançaram quatro bombas de Napalm sobre o acampamento IN, ao mesmo tempo que o helicóptero SA 330 se aproximava do objetivo e largava o meu grupo de combate nas imediações do mesmo.

O Pelotão atuou de acordo com Ordem de Operações que tinha recebido: assaltar, destruir, capturar. Enfim, o trivial para as circunstâncias. Percorremos parte do acampamento (um dos maiores que já tinha visto) e decorrido pouco tempo, o grupo foi atacado, resultando daí a morte do Ramos (o único morto do pelotão em toda a comissão).

Depois da evacuação do corpo do Ramos pelo Helicóptero (Aluette 3), percorremos a zona, montámos nova emboscada e pernoitámos no local. No dia seguinte, quando nos preparávamos para abandonar a mata a fim de preparar o local para o Heli nos recolher, fomos fortemente atacados pelos guerrilheiros que nos tinham emboscado. Foi um dos momentos mais delicados que o 3.º pelotão teve para resolver durante a comissão, no confronto com os guerrilheiros.

Sem qualquer réstia de tiques de heroísmos injustificáveis hoje, como sempre, estou seguro que nesse momento veio ao de cima toda a mentalização psicológica e o resultado do treino duro a que os paraquedistas foram sujeitos durante a instrução. Lembro-me do comportamento de dois homens nesse momento: Um, homem com “H” grande,  e outro (e não era soldado) com “h” bem pequeno. O primeiro foi o Cruz, o HOMEM da HK 21 (o outro!).

Enfim, memórias vivas que só a morte se encarregará de levar!

Ainda hoje me interrogo, como responsável por aquele grupo de jovens como eu, o que poderia ter feito para que o Ramos não tombasse e o Santos não pisasse a mina que lhe levou a perna!


MONUMENTO AOS MORTOS EM COMBATE
REGIMENTO DE PARAQUEDISTAS EM TANCOS


Não posso deixar de registar o quanto significa para nós Paraquedistas, aquele Monumento. Vi-o, pela primeira vez, em julho de 1969 quando entrei no RCP para fazer provas de acesso ao curso de paraquedismo, vindo da EPI [, em Mafra,] e reparei que todos os militares, quando passavam na sua frente, faziam a continência. Foi- me explicado o seu significado e simbologia pelo Diretor do meu Curso o, então, capitão António Ramos.

No entanto, a apreensão do seu verdadeiro significado só foi interiorizado quando regressei a Tancos após ter cumprido a minha comissão de serviço. Nessa altura, sim: quando olhei para aquele monumento senti que podia ser eu, também, um dos que tombaram. Só a vivência da guerra e a morte dos camaradas ao nosso lado no mato, nos fazem fazer compreender verdadeiramente a essência do seu significado.

Aquele monumento, ao evocar a memória daqueles que tombaram, honra os Paraquedistas e lembra a todos os que por ali passarem, o sacrifício de uma juventude que deu o melhor de si mesmo à sua Pátria - a sua vida. E não foram, assim, tão poucos os que tombaram em cada um dos três teatros de operações onde combatemos:

Durante a Guerra do Ultramar morreram 210 Paraquedistas.  Guiné – 67. Angola 65. Moçambique - 78.

O Monumento aos Mortos em Combate foi inaugurado em 3 de julho de 1968 com a presença do Presidente da República Almirante Américo Tomás. À data, o Comandante do RCP era o Coronel Paraquedista Mário Monteiro Robalo que, a determinada altura do seu discurso, disse:

“(...) Ficaram mais pobres as suas famílias, com a sua morte.
Ficou mais rica a terra portuguesa, com o seu sangue.
Mas ficou-nos, sobretudo, a todos o exemplo da grandeza do seu sacrifício.
Sacrifício que não podemos permitir que se venha a tornar inútil, que não poderá ser, jamais, traído!

(…)Há que fazer opções sobre a aplicação mais rentável de, pelo menos, uma parte da nossa juventude.” (in: “BOINA VERDE” – Setembro de 1968)



Até parecia que o Comandante adivinhada o desfecho da inutilidade daquela guerra!

Como nota final: O conjunto arquitetónico foi da autoria do Arquiteto Aleixo Terra da Mota. A escultura de Domingos Soares Branco. A pintura e decoração de Hernani de Oliveira.

Na base do monumento a inscrição: “AQUELES EM QUEM PODER NÃO TEVE A MORTE”

Jaime Bonifácio Marques da silva

(Ex- Alf. Paraquedista - 1ª CCP / BCP 21, Angola, 1970/72)