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terça-feira, 18 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25654: Elementos para a história do Pel Caç Nat 51 - Parte VII: Notícias do Armindo Batata e fotos do seu tempo de Cufar (1970)



Foto nº 56



Foto nº 64 


Foto nº 65


Foto nº 66


Foto nº 60


Foto nº 57


Foto nº 63


Foto nº 62

Guiné > Região de Tombali > Cufar > Pel Caç Nat 51,  > 1970 > Álbum fotográfico do Armindo Batata, ex-alf mil, que esteve em Guileje (de jan 69 a jan 70), e depois em Cufar (de jan a dez 70), até acabar a comissão,como comandante do Pel Caç Nat 51.

Fotos  acima, nºs  56, 57, 60, 62,  63, 64, 65, 66

Fotos (e legenda): © Armindo Batata (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].



1. Mensagem de Armindo Batata (foto atual à esquerda):

Data - segunda, 17/06/2024, 18:03
Assunto - Pel Caç Nat

Caro Luís

As minhas desculpas por não te ter respondido de imediato como devia ter feito, mas ... sempre alguma coisa (inventada) para fazer, cumulativamente com a crescente vontade de preguiçar.

Quanto ao Pel Caç Nat 51, pouco ou nada tenho para contribuir para esse louvável movimento de recuperação de memórias. Durante umas duas dezenas de anos, ou mais, após o meu regresso da Guiné, essas memórias foram atiradas para um qualquer pego bem fundo nos confins das recordações. Felizmente que por lá ficaram.

Prometo que vou ter o cuidado de ler tudo o que se publicar referente aos tais dois anos em que por lá estive (1969 e 1970) e pode ser que alguma coisa venha à tona.

Um abraço
Armindo Batata


2. Republicam-se, reeditadas, mais algumas fotos do álbum do nosso camarada, que esteve em Cufar, em rendição individual, durante o ano de 1970,  como comandante do Pel Caç Nat 51, depois de ter estado, durante o ano de 1969, em Guileje. 

Aproveita-se para recompletar as legendas com a ajuda de vários camaradas que passaram por Cufar em diferentes períodos:

(i) Mário Fitas (ex-fur mil, op esp,  CCAÇ 763, "Os Lassas", Cufar, 1965/66);

(ii)  Eduardo Campos (ex-1º cabo trms, CCAÇ 4540, Cumeré, Bigene, Cadique, Cufar e Nhacra, 1972/74);

(iii) António Graça de Abreu (ex-alf mil, CAOP1, Canchungo / Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74)


Acrescente-se, da nossa lavra, que nas fotos nº 56 e 64 vê-se o pau da bandeira e, na sua base, um pequeno monumento de homenagem à CART 1687 (Cachil e Cufar, 1967/69). 
Na foto nº 57  é visível um posto de vigia no alto de uma árvore, com uma escada de acesso. Devia ter uma bom ângulo de visão.

 
(i) Mário Fitas
  • Foto nº 62 > À esquerda identifica-se a pista de Cufar em terra batida, inaugurada em 1957 pelo então presidente da Republica Craveiro Lopes na sua visita à Guiné. Esta pista tinha na altura mil e novecentos metros de comprimento. No começo da pista ficava a entrada principal do aquartelamento. Ao fundo vê-se a mata de Cufar Novo, de onde foram extraídas as palmeiras para construção dos abrigos do novo aquartelamento. Do lado direito, vislumbra-se a mata de Cufar Nalu onde existia uma importante base do PAIGC e que foi tomada em 15 de naio de 1965 na operação "Razia". É bastante visível no sentido descendente a estrada para o cais do rio Manterunga.
  • Foto nº 56 > É a parada com o pau de bandeira, que não consigo identificar, se é o cibe que nós lá colocamos. Ao lado direito a Capela construída pelos "Lassas" e que posteriormente por outra companhia foi transformada em armazém.
  • Foto nº 64 > Parada, vendo-se ao fundo a antiga fábrica de descasque de arroz do sr. Camacho, e que em seu redor em abrigos cavados no chão era o aquartelamento que existia. De março a maio de 1965 foi um trabalho de loucos, para não sermos apanhados pelas chuvas nos buracos.
  • Foto nº 65 > Esta foto foi tirada do varandim da habitação da antiga quinta e transformada em habitação e funcionamento do comando.
  • Foto nº 66 > Julgo tratar-se da fachada norte do comando onde existia a tabanca dos milícias do João Bacar Jaló.
  • Foto 60 > Varandim do comando, vendo-se ao fundo a casa do gerador. Na altura da CCaç 763, de permeio, existia o canil.  
(ii) Eduardo Campos (esteve em Cufar apenas 4 meses em diligência, ao serviço do Cop4 e adido a CCAC 4740.)

  • Foto nº 57 e 62 > "O que a foto 57 nos mostra, tenho a certeza que já não existia, no meu tempo, pois pela sua originalidade eu jamais poderia esquecer o engenho e obra de arte que a mesma transmite."
  • Foto nº 62 > É Cufar, mas quando lá cheguei em 1972 o 'aglomerado residêncial' era muito maior. Do lado esquerdo da foto, parecer ser a pista em terra (quando lá cheguei já era em alcatrão) e saída para Catió e Matofarroba. Lado direito, o que parece ser uma estrada, seria a picada que ia para o porto no rio Combijã.
  • Fotos nºs 56, 64 e 65 > Recordo, aqui sem dúvidas, que são de Cufar. As restantes fotos não me recordo. Quanto a boas recordações de Cufar, direi que sim foram mesmo muitos boas: manga de ataques com foguetões (...), dois ataques de armas ligeiras ao arame, dormir numa tenda de campanha em que o colchão foi feitas de folhas de árvores e ainda alguma fominha á mistura. 40 anos depois e podendo até ser irónico, tudo isso para mim hoje, são mesmo boas recordações. As restante fotos não consigo identificar (...), mas por breves momentos voltei a Cufar, o que por si foi bom.

(iii) António Graça de Abreu

  • Fotos nº 57, 63 e 65: Não é uma terra portuguesa, é Cufar, com certeza. Mas Portugal andou por lá. Cufar é, na Guiné o único lugar onde eu gostava de regressar. Sofri em Cufar tanta, tanta dor, coisas que não tenho vergonha de contar seja a quem for. Adiante, camarada, ávante. Sou tão português que ainda gosto de sofrer, como se está a ver. 
  • Na foto 63, a tabanca mais à esquerda foi a minha casinha durante uns quatro meses. Os bidons cheios de terra eram uma segurança nas flagelações, mas havia muitas valas. O poleiro alto na foto 57 já não existia em 73/74. 
  • Mas a capela lá estava  (foto  65) e foi usada, infelizmente com demasiada frequência para guardar corpos de militares falecidos em combate, antes de vir o cangalheiro para depois seguirem de DO ou Noratlas para Bissau.



Guiné > Região de Tombali > Cufar > CART 2477 (1969/71) > O Jorge Simão, 
 residente em São João da Madeira, foi 1º Cabo Escriturário, CART 2477, Cufar, 1969/71. Aqui junto ao edifício da secretaria... Várias companhias por aqui passaram, além da CART 2477: CCAÇ 763, CCAÇ 1621, CART 1687...  Na foto de cima, uma vista aérea de Cufar...


Fotos (e legenda): © Jorge Simão (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

3. Comentários adicionais de Armindo Batata: 

(i) Olha o Jorge Simão !!! Um abraço,  caro Jorge. A secretaria era ao lado do meu quarto. Tinha de facto uma 'chaise long'  à porta. Seria aquela?


(ii)  Caros Mário Fitas e Eduardo Campos: Disseram tudo o que era importante. Deixem-me só acrescentar dois pormenores: Foto nº 60 > Do lado de cá do extintor é a porta da secretaria e do lado de lá, a do meu quarto; Foto nº 57 >  Era um posto de vigia, raramente ocupado, junto ao canhão s/r e do lado de Cufar Nalu.

13 de outubro de 2012 às 21:37



Comentário do nosso leitor Henrique Reis, um "cufarense":

Feliz por estar aqui a conhecer a história duma tabanca/aldeia onde cresci (por meu pai lá ter trabalhado 5 anos pós a guerra colonial), anos e anos depois da vossa vida lá.

Vendo os vestígios da guerra colonial mas sem poder interpretar ou melhor conhecer bem a história, claro, ninguém podia nos contar. Conheço bem a pequena tabanca/aldeia de Cufar, vi os vestígios (sucatas de carros queimados logo depois do quartel e atrás a casa de gerador tínhamos sucatas de carros queimados... de balas de armas pequenas e grandes por todo e quanto é lado em Cufar, os restos do barco queimado ainda até a data está lá a ponta do barco no pequeno porto...o quartel ainda lá está). E vou lá de quando em vez visitar e prometo ainda dentro de dias poder ir visitar de novo e, se possível, vos trazer fotos daquela pequena aldeia/tabanca de Cufar que conheciam.

Meus muito obrigado à todos vocês.
"Cufarense"
Henrique Reis

8 de agosto de 2019 às 03:56

sábado, 6 de abril de 2024

Guiné 61/74 - P25347: Reordenamentos (5): Nalus para Cacine e biafadas para Gadamael, na sequência da retração dos aquartelamentos de Sangonhá e Cacoca, em 29 de julho de 1968


Guiné > Região de Tombali > Sangonhá, a sul de Gadamael-Porto > c. 1967/69  > Vista aérea do destacamento e da sua pista de aviação, de terra batida (como em todo o lado), na altura em que estava a chegar uma coluna militar [visível no lado esquerdo]. Foto tirada de uma aeronave DO 27 (nº 3490 ?). (*)


Guiné > Região de Tombali > Gadamael - Porto > s/d > Tabanca, reordenada pelas NT.

Fotos: Autor desconhecido. Álbum fotográfico Guiledje Virtual.

Fotos:  © Pepito/ AD - Acção para o Desenvolvimento (Bissau) (2007).  Todos os direitos reservados (Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.L.G.).


Guiné-Bissau > Bissau > AD - Acção para o Desenvolvimento > Foto da semana >  Título da foto: Morreu Salifo Camará, Rei dos Nalus; Data de Publicação: 30 de Janeiro de 2011; Data da foto: 22 de Janeiro de 2011; Legenda:

"Salifo Camará, rei dos Nalus, sábio, filósofo e combatente da independência da Guiné-Bissau, despediu-se desta vida no dia 21 de Janeiro de 2011, em Cadique, onde sempre viveu" (...) . (****)

Foto (e legenda): Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2011) (com a devida vénia...)


1. Mal tomou posse, em finais de maio de 1968, o novo governador e com-hefe da Guiné, o brig António Spínola,  prodeceu ao "reajustamento do dispositivo", com destaque para a região de Tombali, no sul,  e com implicações em muitas das suas guarnições (Aldeia Formosa, Sangonhá, Cacoca, Gadamael, Cacine, Ilha do Como, Empada, Ualada, Gubia, Cabedú, Guile, Mejo, Gandembel,  etc.)

Pode ler-se no livro 2 da CECA, relativo à atividdae operacional no CTIG (de 1967 a 1970) (pp. 170/171);

(...) Pela Directiva n° 3/68 (sem data) é imposto ao CTIG, ouvido o Comando local, que proceda a um estudo sobre a possibilidade de reajustamento a curto prazo do dispositivo das NT, no 'corredor' do Guileje, à luz do princípio da concentração de meios.

Em continuação da alteração do dispositivo, é difundida a Directiva nº 4/68 (sem data) - reajustamento do dispositivo nas áreas de Sangonhá - Cacoca e do Cantanhez, a qual fixa ao CTIG o estudo, emcolaboração com o Comando local, da possibilidade de recuperar a Companhia implantada na área de Sangonhá - Cacoca e idêntico procedimento à Companhia implantada na área de Cabedú.

Igualmente em sequência do tema da Directiva n° 4/68 e no que diz respeito ao reajustamento do dispositivo na área de Sangonhá- Cacoca e reordenamento das populações prescreve a Directiva n° 14/68, de 25jun,  que:

 "Os aquartelamentos de Sangonhá e Cacoca serão abandonados em Jul/Ago próximo quando da rendição da CCaç 1621.(*)

"As populações de Sangonhá e Cacoca devem ser deslocadas desde já, por forma a que possam ainda cultivar as terras das regiões de Cacine e Gadamael.

"Em princípio, as populações de Sangonhá devem recolher à área de Gadamael, e as de Cacoca à área de Cacine, procurando-se paralelamente aproveitar este reagrupamento das populações para resolver o litígio da sucessão em Sangonhá, transferindo os Nalús para Cacine e os Beafadas para Gadamael. [... ]"

Os reordenamentos de Gadamael e Cacibe, ara realogar as popukações de Sangonha e Cacoa, respetivamente, deve, ter começado logo no 2º semestre de 1968. 

Segundo informçõ do nosso amigo e camarada cor art ref António J. Pereira fa Costa, "em Maio/Junho de 1968, o brig Spínola determinou o abandono dos quartéis de Sangonhá e Cacoca. Houve que transportar, para Gadamael e Cacine, a população que ali residia e que, em Cacine, ficou instalada na antiga Missão do Sono que agora já não existia, visto que a doença estava erradicada.

"Foram feitas mais de 30 colunas em pouco mais de 15 dias. À chegada foi necessário construir as casas com o auxílio do pessoal da CART 1692. Pela sequência das fotos é possível ver que se podem construir casas a partir do telhado. A qualidade das fotos não será a melhor, mas este poderá ter sido o primeiro Reordenamento da Guiné" (**).

Em 13 de julho de 1968, a CCAÇ 1621 ainda estava em Sangonhá, com um pelotrão destacado em Cacoca, a sul de Gadamael- Porto, junto à fronteira com a República da Guiné.


Guiné > Mapa geral da província ( 1961) > Escala 1/500 mil > Posição relativa de Sangonhá e Cacoca,  a sul de Gadamael e a leste de Cacine. na estrada fronteiriça Aldeia Formosa-Cacine...  

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2024)

 Fonte: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico- Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 6.º Volume - Aspectos da Actividade Operacional: Tomo II - Guiné - Livro 2 (1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2014, 604 pp.)

(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos, itálicos: LG)
__________


(**) Vd, poste de 2 de julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3013: Reordenamentos Populacionais (1): Gadamael, o primeiro, na sequência da retirada de Sangonhá e Cacoca em meados de 1968 (António J. Pereira da Costa)

(***) Último poste da série > 6 de abril de  2024 > Guiné 61/74 - P25344: Reordenamentos Populacionais (4): Uma perspetiva mais "securitária", no final do mandato de Arnaldo Schulz: em março e abril de 1968, foram deslocadas e reagrupadas cerca de 3 mil pessoas do "chão balanta"

(****) Vd. 22 de fevereiro e 2011 Guiné 63/74 - P7836: (In)citações (26): A morte de Salifo Camará, rei dos nalus, e pai espiritual adoptivo do nosso amigo Pepito (Luís Graça)

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Guiné 61/74 - P23802: In Memoriam (461): Braima Baldé morreu, aos 78 anos, no passado dia 18, foi meu soldado em Cufar, na CCAÇ 1621 e um amigo para a vida(Hugo Moura Ferreira)

 

Tabanca da Linha > Algés > Restaurante Caravela De Ouro > 48º Convívio > 19 de maio de 2022 > O Braima Baldé (1944-2022) e o Hugo Moura Ferreira.


Foto (e legenda): © Manuel Resende (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


Lisboa > Chelas > Restaurante "Pelicano Dourado" > 1 de dezembro de 2007 > Almoço-convívio  de antigos combatentes da Guiné (de um lado e do outro).   O restaurante "Pelicano Dourado" era então propriedade de Joaquim Djassi  (imfelizmente já falecido em 19/12/2010)  ficava na Zona J de Chelas, em Lisboa. A cozinheira era a esposa do Djassi, a dona Leontina Pontes, natural de Catió.

Da esquerda para a direita: A. Marques Lopes, o António Pimentel, o Xico Allen (falecido esre ano), o Braima Baldé, o Hugo Moura Ferreira. A foto deve ter sido tirada pelo Joaquim Djassi com a máquina do Hugo Moura Ferreira..



Lisboa > Chelas > Restaurante "Pelicano Dourado" > 1 de dezembro de 2007 > Almoço-convívio de antigos combatentes.

Na foto, da esquerda para a direita: António Pimentel, Marques Lopes, Braima Baldé (de pé) e Joaquim Djassi. A foto deve ter sido tirada pelo Xico Allen. Inimigos de ontem, amigos de hoje: o fula Braima Baldé foi ferido em combate em Buba, foi soldado na CCAÇ 763, entretanto substituída pela CCAÇ 1621 onde esteve o Hugo Moura Ferreira... Por sua vez, o biafada Joaquim Djassi foi um guerrilheiro do PAIGC

Foto (e legenda): © Hugo Moura Ferreira  (2007). Todos os direitos reservados.  



Cascais > Carcavelos > Junqueiro > Hotel Riviera > Magnífica Tabanca da Linha > 32º almoço-convívio > 20 de julho de 2017 > Em primeiro plano, o Braima Baldé, seguido do Hugo Moura Ferreira e o Marcelino da Mata (1940-2021)... O Zé Manel Diniz (1948-2021), de pé, em segundo plano. Náo sabemos de quem é a foto. E
m princípio, deve ser atribuída ao Hugo Moura Ferreira, ex-alf mil CCAÇ 1621, Cufar, CCAÇ 6, Bedanda, e 1º Rep/QG/CTIG, Bissau, 1966/68.


1. A triste notícia foi-nos dada pelo o nosso camarada Hugo Moura Ferreira, na sua página do Facebook,  em 18/112022, às 00:01:

Caros Amigos,

Estou triste! Faleceu hoje o meu Amigo, que também fazia parte deste "Magnífico Grupo de Pessoas". [Referência à Magnífica Tabanca da Linha]. O Baima Baldé, que faria 79 anos em Janeiro de 2023. Tenho conhecimento que faleceu em casa, sem sofrimento, na Paz de Deus.(*)

Foi meu soldado em 1966, em Cufar, na CCaç 1621 e mantivemos uma amizade profunda e longa que envolvia as respetivas Famílias.

Deixo-vos 3 fotos de confraternizações, acima reproduzidas

(i) Uma em Chelas, há uns anos, no restaurante "O Pelicano Dourado" (**), do Joaquim Djassi, que já partiu (***), onde alguns de nós fazíamos encontros, com receitas guineenses.

(ii) Outra de um dos nossos convívios em que ainda tínhamos entre nós o José Diniz e o Marcelino da Mata [Achamos que a foto é do 32º almoço-convívio da Tabanca da Linha, realizado em 20 de julho de 2017 no Hotel Riviera, Junqueiro, Carcavelos, Cascais.. O editor LG ];

(iii)  e mais uma do nosso 48º Convívio, no Restaurante Caravela d' Ouro, em Algés

Pode ser que se encontrem no Além e consigam fazer uns Convívios de vez em quando!

2. Comentário do editor LG:

Em nome de toda a Tabanca Grande, apresento os meus sentidos pêsames à família do Braima Baldé e aos seus camaradas e amigos mais íntimos, a começar pelo Hugo Moura Ferreira. 

Embora fosse membro da Tabanca da Linha, o Braima não pertencia formalmente à Tabanca Grande, como a generalidade dos nossos amigos e camaradas guineenses, que vivem na diáspora, e momeadamente em Portugal. 

Há barreiras a vencer, a começar pela tão falada "infoexclusão"...Há barreiras económicas, técnicas, sociais, culturais, linguísticas, que os impedem de participar das nossas iniciativas, dos convívios ao blogue... 

Sabem lidar com o telemóvel, mas têm mais dificuldade em chegar ao nosso blogue. Se calhar, devíamos fazer muito mais por eles...que nem sequer sabemos por onde andam, onde vivem, o que fazem, como vão sobrevivendo. 

Têm  que ser os seus amigos, e antigos camaradas dearmas, como o Hugo Moura Ferreira, a dar-nos notícias deles... Infeliuzmente, esta é muito triste. A da última despedida do Braima Baldé. Fica, em todo o caso, registada no blogue dos amigos e camaradas da Guiné.

Há 3 referências, no nosso blogue, a um outro Braima Baldé, que foi alf mil 'comando', na 1ª CCmds Africanos e depois na CCAÇ 21,  citado pelo Amadu Djaló (aqui n blogue, em depoimento recolhido pelo Virgínio Briote).

O Braima Baldé (1944-2022) será referenciado no nosso blogue como Braima Baldé (II) (descritor). Mas como não teve qualquer interaçao directa connosco,  não tomamos a liberdade de o integrar na Tabanca Grande, a título póstuo, como temos feito nalguns casos. A menos que o Hugo MouraFerreira tenha fotos e histórias do Braima como combatente,  que queira e possa partilhar connosco. De qualquer modo, o Braima não fica na vala comum do esquecimento. 

__________

domingo, 4 de setembro de 2022

Guiné 61/74 - P23587: (Ex)citações (414): Um "presente envenenado": a minha transferência da CCAÇ 1621 para a CCAÇ 6, em 1/7/1967, em substituição do alferes miliciano acusado de roubar o arroz às "mulheres do mato" (Hugo Moura Ferreira)



Nota de 11 de julho de 1967, da 1ª Rep/QG/CTIG, com a ordem de transferência do alf mil Hugo Fernando Moura Ferreira, da CCAÇ 1621 para a CCAÇ 6.

Foto ( e legenda): © Hugo Moura Ferreira (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem, de hoje, às 9h36,  do nosso amigo e camarada, um histórico da Tabanca Grande (de que é membro desde 22/12/2005), Hugo Moura Ferreira, ex-alf mil CCAÇ 1621, Cufar, CCAÇ 6, Bedanda, e 1º Rep/QG/CTIG, Bissau, 1966/68:

Assunto  - "Panteras à Solta" e outras coisas

Olá, Luís Graça.

Desejo que as melhoras estejam a ser constantes e sentidas!

Já comecei a ler o livro "Panteras à Solta", de Manuel nrdezo, pseudónimo literário do ten gen ref Aurélio Manuel TRindade, ed. autor, 201o, 399 pp.) que me está a entusiasmar. 

Há coisas que desconhecia e outras de que apenas ouvi falar nelas de forma superficial, mas algumas conheço-as bem. Nomeadamente aquela em que tu mencionas no P23565 (*):

"... quando um dos seus alferes milicianos, feito com um comerciante local, roubou arroz às mulheres do mato. Foi exemplarmente punido com 3 dias de prisão simples, expulso da companhia e transferido para Catió" (...).

Ora, eu acabei pro ser um interveniente directo, nessa hist´roia, como te comprovo com o documento anexo. O facto é que,  devido à ocorrência, fui eu que acabei por ser colocado na CCaç 6, quando a minha CCaç 1621 foi transferida de Cufar para o Cachil.

No fundo, analizando bem a situação, o prevaricador que era o Alf  Mil______________ [omite-se o nome, por razões óbvias, LG] acabou por sair beneficiado, pois deixou de integrar uma unidade altamente operacional, para integrar uma de quadrícula "vulgar de Lineu" que por essa razão viu a sua comissão reduzida em 4 meses. 

Como deves saber, as Companhias formadas na Metrópole tinham uma comissão de 18 a 20 meses e os militares das Companhias da Guarnição Territorial, que ali eram colocados em rendição individual, "abichavam" 24 meses.

Foi isso que me aconteceu a mim, que não tinha sido castigado e acabei por sê-lo. porque a minha CCaç 1621, regressou em Agosto/1968 e eu acabei por embarcar em Novembro.

E a recordação leva-me à altura em que recebi a carta que te envio em anexo. Toda a malta, me veio dar os parabéns, por ter sido escolhido entre tantos alferes pertencentes ao Batalhão de Catió, que eu, sabendo a fama operacional que a CCaç 6 tinha, sempre fui respondendo com um "Xiça".

E lá fui... E não me arrependo, pois fiquei "agarrado" àquela terra e àquela gente precisamente por esse facto. Tal nunca teria sucedido se eu me tivesse mantido na minha Companhia de origem.

Mas quando fui, tomei uma posição que me levou a apresentar-me ao Major Monteny, Chefe da Rep. do Pessoal, do QG, colocando-lhe a questão da injustiça da situação. Felizmente ele compreendeu e aceitou o meu pedido(!) de que, quando a CCaç 1621 fosse para Bissau a aguardar embarque, eu também seria transferido para a capital, deixando Bedanda.

Isso veio a verificar-se. Eles no QG cumpriram o prometido.

Mas (há sempre um mas!) quando me apresentei no Quartel General, foi em má altura. Como o AlferesTesoureiro, da Chefia da Contabilidade, tinha ficado "cacimbado" e evacuado para Lisboa, a vaga estava ali mesmo à minha espera. Agora, imagina um atirador, sem formação contabilística, económica ou financeira, a ocupar o lugar do Tesoureiro do QG, para toda a Guiné.

Aqui tenho que fazer justiça a dois camaradas que muito me apoiaram. Foram o Alf Verde e o Alf Oliveira (filho dos donos das máquinas de costura Oliva, de São João da Madeira). Ao ponto de passarem a última noite, antes do meu embarque, na pesquisa de um erro de contas de 20 centavos, para eu poder passar o serviço e as contas em condições e ser autorizado a regressar. Não os esquecerei!

Mas foram 4 meses interessantes. A minha Mulher, com quem tinha casado 2 meses antes de embarcar para a Guiné, depois de 8 anos de namoro, com quem não tinha podido gozar a Lua de Mel, dado que estava no IAO, quando formei companhia, em Abrantes, no RI2, acabou por ir viver comigo esses 4 meses. E acompanhou-a o meu filho mais velho, que nasceu precisamente em Julho/67, coincidindo com a minha mudança da CCaç 1621, para a CCaç 6. 


Guiné > Região de > Cufar > CCAÇ 1621 (1966/68) > s/d > Coluna de Sangonhá para Cacine> Foto disponibilizada por pessoal da CCAÇ 1621, por ocasião do  convívio de Junho de 2006).

Foto  (e legenda): © Hugo Moura Ferreira (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

(...) Tenho outras questões que aqui vou focar, embora de forma sucinta.

1ª - Curiosidade;

Quando os alunos da Academia Militar terminavam os cursos, vulgarmente eram destacados, por 1 ano, para as Companhias, a fim de fazerem o Tirocínio. Foi o que aconteceu ao Cap Gastão Silva, que criou o "Sete do Cantanhez". Esteve comigo, uns anos antes, como Alf do quadro, na Ccaç 6. Tal como ele passou um outro Alf que já está na reserva como Cor., era o Alf Paninho Souto.

2ª - Curiosidade;

No meu tempo, apenas um ou dois meses, após a saída do Cap Aurélio Trindade, que eu não conheci, já não havia destacamento na povoação comercial.

À entrada da povoação existia, sim,  uma casa junto à Ultramarina, do Saldanha, onde dormiam 2 ou 3 Alferes. Já não me lembro. Eu sei que dormia ali!

3ª - Curiosidade:

Quanto à questão das Panteras 'versus' Onças, não sei exatamente o que se passou e levou o Cap Renato Vieira de Sousa (que sucedeu ao Aurélio Manuel Trindade) a proceder a essa alteração, mas irei tentar saber junto dele e depois informarei.

Por hoje aqui me fico, enviando um Abraço amigo! (**)

Hugo Moura Ferreira.
______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 29 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P23565: Notas de leitura (1481): "Panteras à solta", de Manuel Andrezo (pseudónimo literário do ten gen ref Aurélio Manuel Trindade): o diário de bordo do último comandante da 4ª CCAÇ e primeiro comandante da CCAÇ 6 (Bedanda, 1965/67): aventuras e desventuras do cap Cristo (Luís Graça) - Parte III: O Tala Djaló, cmdt do Pel Mil 143 e depois fur grad 'comando' da 1ª CCmds Africana, que virá a ser fuziladdo em Conacri, na sequência da Op Mar Verde

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Guiné 63/74 - P16164: Dossiê Guileje / Gadamael (27): Tenho cada vez mais a certeza de que andaram a gozar comigo - ou connosco - durante 13 anos (António J. Pereira da Costa, cor art ref (ex-alf art, CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art e cmdt, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74)


Guiné > Região de Tombali > Sangonhá, a sul de Gadamael-Porto > c. 1967/68 > Vista aérea do destacamento, "uma espécie de fortim do faroeste", com um heliporto, uma pista de aviação, barracões e três poilões... Na altura  estava a chegar uma coluna militar [lado esquerdo]. Foto, provavelmente tirada de uma aeronave DO 27, de autor desconhecido. Proveniência: Álbum fotográfico Guiledje Virtual. Cortesia do nosso saudoso amigo Pepito (1949-2014), cofundador e líder da AD - Acção para o Desenvolvimento (Bissau) até à data da sua morte (, em Lisboa)

Foto: ©  / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados (Edição e legendagem: L.G.).




Guiné > Mapa da província > Escala 1/500 mil (1961) > Detalhe: Posição relativa de Sangonha e Cacoca, as nossas posições mais próximas da fronteira com a Guiné-Conacri, a sudeste. Estes dois destacamentos e tabancas foram abandonados pela CCAÇ 1621 em 29/7/1968, por ordem de Spínola.

Infogravura: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2015)


1. Comentário de António José Pereira da Costa ao poste P16152 (*)

Cor art ref (ex-alf art , CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art e cmdt, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74)

Olá,  Camaradas:

Considero que o abandono controlado de Sangonhá, Cacoca e, posteriormente, Ganturé, preparou o que viria a suceder em 1973. 

Sei, porque assisti à reunião, que o brigadeiro Spínola queria recuperar tropa da quadrícula para a intervenção e, por isso, contra a opinião do "meu capitão", determinou o abandono imediato de Sangonhá e Cacoca. Por fim, já em janeiro de 1969, Gandembel foi-o também e Mejo, onde chegou a haver uma companhia sediada, já o tinha sido. 

Podemos dizer que, em janeiro de 1969, a extremidade sul  da Guiné estava guarnecida por Cacine, Cameconde, Gadamael e Guileje o que é manifestamente pouco, até em termos de apoio mínimo. 

Tenho para mim que o controlo da estrada Cacine-Guileje era essencial para a manobra das NT, mas muito difícil de obter e manter. A superioridade do In em termos de apoio de fogo (artilharia) foi sendo cada vez maior (parece que com apoio topográfico e observação) e a possibilidade de cada uma das companhias actuar, com êxito, no seu sector, restringindo a passagem ao In era muito pequena. Além disso, o In não necessitava de residir na área, a não ser a sul de Cacine onde se estabelecera desde o início e ficou. 

A situação táctica tornou-se numa bomba-relógio que teria de explodir, mais tarde ou mais cedo.
Saliento que a capacidade de actuação do Comando do COP 5 era mínima, com três companhias dispersas, sem cavalaria (necessária para a movimentação das unidades) e sem qualquer unidade de intervenção que pudesse lançar no terreno numa acção mais elaborada. Podemos dizer que para além de boas(?) comunicações nada tinha que justificasse a sua existência. 

Já tenho pensado que alguém estava à espera de um "desenlace"...  Mas isto já é teoria da conspiração. 

Cacine era um bom local para desembarque de reabastecimento, especialmente material pesado, e juntamente com Gadamael concedia domínio sobre o rio e possibilidade de apoio de vária ordem.
Quanto à reunião de 15 de maio de 1973 só peca por tardia e eu não vejo como é que se poderia alterar de modo tão drástico e em tão curto espaço de tempo a FAP que operava na Guiné. A substituição das metralhadoras por canhões era elementar. Nunca supus que cada avião fosse tão mal armado, neste campo.

Sabemos que desde o começo se queria "embaratecer a guerra". Assim chegou-se, de facto a um pacto de silêncio em que a alta hierarquia das FA e "os políticos". Creio que aqueles não queriam levantar ondas junto daquelas. Já me referi ao facto de a nossa artilharia ser ceguinha e surda, respondendo a olhómetro às iniciativas do In. Já nesse tempo existiam radares contra-morteiro e referenciação pelo som e luz, só que...

E outro exemplo é o radar ANTPS-1D da BA 12, que repousava tranquilamente a 12 metros de altura. Já se perfilava então a possibilidade de sermos atacados com os tais MIG e nas condições que o António resume. Para lhes fazer frente nada melhor que três unidades AA da II GM. Pode não ser eficaz, mas é histórico.

Isto se não acontecer um ataque aéreo com qualquer teco-teco ou com um Antonov a largar bombas à mão, pela porta do fundo, sobre um pequeno quartel da periferia. Não se riam porque isto foi feito na Guiné... pelas NT. Nunca entendi aquela da contracção do dispositivo nem vejo quais as vantagens. Será que se esperava que se pudesse vir a expandi-lo? Boa táctica esta do encolher para, mais tarde, esticar...

Kandianfara era já nossa conhecida, em 1968, assim como o Porto de Camassó (no Quitafine), mas não era atacável por estar fora do TN [, território nacional]! Outra coisa que não entendo, mas aceito.

Já noutro lugar escrevi que não houve guerra e que Portugal nunca declarou guerra a nenhuma potência estrangeira e, por isso,  o Senegal e a República Guiné eram países contra os quais só "para gastos de casa" havia acusações. 

O emprego de tropa especial [, BCP 12,] naquele sector, "só depois da casa roubada", causa-me apreensão. Será que o comando empenhou todas as suas reservas e não tinha nenhuma para acorrer a uma nova situação? Ou estabeleceu prioridades e só actuou no Sul de pois de ter resolvido (?) o problema do Norte.

De qualquer modo parece que ficou provado que uma boa antecipação ou, no mínimo, uma resposta pronta, poderia ter resolvido os problemas no Sul, no Norte e no Leste. Assim, foi sempre que atamancada uma solução, com as consequências que se conhecem. 

Tenho cada vez mais a certeza de que andaram a gozar comigo - ou connosco - durante 13 anos (11, no caso da Guiné).  Mas felizmente houve o 25 de Abril, senão teríamos outra Índia. Pior e não é difícil ver porquê. Na Índia éramos prisioneiros de um exército regular de matriz britânica. Na Guiné éramos os colonialistas, salazaristas, imperialistas e lacaios de qualquer coisa que não me ocorre, o que era um problema, já que o nosso governo era relapso a aceitar os seus falhanços e adorava heróis mortos.

Um Ab e desculpem qualquer coisinha. (**)
António J. P. Costa
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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Guiné 63/74 - P15226: (Ex)citações (296): O abandono de Sangonhá e Cacoca, pela CCAÇ 1621, foi a 29 de julho de 1968 (Mário Gaspar, ex-fur mil art MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68)


Guiné > Regão de Tombali > c. agosto de 1968 > Sangonhá destruída. Aqui está a prova do que restou de Sangonhá. Esta foto tem Direitos de Autor. Foi tirada com uma CANON

Foto (e legenda): © Mário Gspar (2015). Todos os direitos reservados (Edição:: L.G.).



Guiné > Região de Tombali > Sangonhá, a sul de Gadamael-Porto > c. 1967/68 >  Vista aérea do destacamento e da sua pista de aviação, na altura em que estava a chegar uma coluna militar [lado esquerdo]. Foto provavelmente tirada de uma aeronave DO 27. (*)

Foto: Autor desconhecido. Álbum fotográfico Guiledje Virtual.  Cortesia de: © Pepito/ AD - Acção para o Desenvolvimento (Bissau) (2007) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados (Edição e legendagem: L.G.).




1. Mensagem, com data de 6 do corrente, do Mário Gaspar [ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68]

Assunto - Abandono de Sangonhá e Cacoca

Camarada Carlos

Penso ser preferível indicares a data de 29JUL68, visto ser a data oficial da CCAÇ 1621.

Na História da CART 1659 pode-se ler somente:

“300 Indivíduos vindos de Sangonhá e Cacoca para Gadamael durante o mês de JUL68 onde construíram 44 moranças”. Não refere a data.

Não fica mal acrescentares as Histórias das Companhias 1620 e 1621 – paguei as cópias no AHM.


Julgo não ficar mal publicar-se este último texto e com a minha dúvida.

Tenho a certeza que no dia que abandonei a segurança foi o abandono de Sangonhá, Cacoca e a CART 1659 foi atacada.

Um abraço, Mário Vitorino Gaspar




Guiné > Mapa da província >  Escala 1/500 mil (1961) > Detalhe: Posição relativa de Sangonha e Cacoca, junto à fronteira com a Guiné-Conacri, a sudeste. Estes dois destacamentos e tabancas foram abandonados pela CCAÇ 1621 em 29/7/1968

Infogravura: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2015)


2. O abandono de Sangonhá e Cacoca, pela CCAÇ 1621, foi em 29 de julho de 1968:

Caros camaradas

Para que o assunto fique esclarecido, em relação à extinção de Sangonhá e Cacoca, dou o meu parecer. A vista de avião da Região de Tombali - Sangonhá, deve ser de 1967/68. 

A CCAÇ 1620,  comandada pelo cap mil inf  Fernando António de Magalhães Oliveira foi rendida pela CCAÇ 1621, comandada por cap mil inf  Eduardo de Oliveira e Silva e cap graduado  art Artur Olímpio Sá Nunes, e foi esta Companhia, a CCAÇ 1621, a abandonar estes aquartelamentos, portanto em 29JUL1968, foi a retirada das forças estacionadas em Sangonhá e Cacoca e consequente extinção daquele Subsector.

Em 26JUL68 numa coluna de reabastecimentos, efectuada por elementos da CART 1659 a Guileje, rebentou uma mina A/C e tivemos um ferido grave e 7 feridos ligeiros e perdemos uma GMC. Não estive na mesma,  como é de calcular, montava a tal segurança.

Sucede que na História da Unidade da CCAÇ 1621 consta o abandono a 29JUL78 – é erro de certeza – e será 29JUL68.

Tenho dúvidas, julgo ter sido em 28JUL68, mas é para esquecer. Carlos,  podes não publicar esta parte.

Estive a comandar segurança – não sei bem quantos dias – enquanto 300 civis vindos de Sangonhá e Cacoca transferiram os seus haveres para Gadamael Porto, onde construíram 44 moranças. Os restantes civis foram para Cacine e não sei se seguiram alguns para Cameconde.

Na tal data, a data de 29JUL68, quando passava por mim a última viatura de Sangonhá, perguntei ao condutor se era mesmo a última, e era. Esperei por ordens de Gadamael para abandonar a segurança. O Radiotelegrafista estava junto e aguardava por ordens. Como não as recebesse,  chamei os amigos e camaradas Furriéis Milicianos e resolvemos – já que era eu que comandava o dispositivo de segurança – que regressássemos. Assim foi, mas desconfiado, resolvi dizer ao pessoal que ao chegarmos a Gadamael, e por brincadeira:
– Fazem um batimento com o pé esquerdo e corram!

Assim sucedeu, dei mais uns passos e o Radiotelegrafista acompanhou-me, tendo o Capitão, que não devia estar a ver bem me dissesse:
– Quem lhe deu ordens para abandonar a segurança? – Respondi:
– Fui eu, se era quem comandava!
– Vai chamar os homens e regressa à segurança!

Respondi que não o faria, tinha palavra e mandara os homens embora e para o banho e jantar. Então respondeu um Capitão que não era a mesma pessoa que conhecera, eu fui decerto o primeiro elemento da CART 1659 que ele, meu amigo, conheceu:
– Então vá sozinho!

Avancei e o Radiotelegrafista acompanhou-me,  pedindo que regressasse, eu sempre em frente e o meu camarada não me deixou, perguntando o que faríamos se surgisse o PAIGC. Sem querer tinha ao meu lado um elemento de ligação com Gadamael. Aproximou-se uma viatura com uns homens comandados por um camarada e amigo Furriel Miliciano que transmitiu ter o Capitão dito para eu regressar a Gadamael. Recusei dizendo que só recebia ordens pelo rádio. No cruzamento com o destacamento de Ganturé, o Alferes Miliciano que comandava o Grupo de Combate do nosso destacamento em Ganturé, diz-me para regressar. Continuei a andar, acompanhado pelo Radiotelegrafista, mais os homens de Gadamael e Ganturé.

Então recebo ordens para ir para as origens e assim fiz. Ao chegar a Gadamael, estava o Capitão que nada disse. Fui beber as minhas sete cervejas de seis decilitros fresquinhas, tomei banho e sentei-me para jantar.

Somos atacados com fúria e desandaram. Será que não passámos por eles? Acredito que sim.

Estávamos quase no final da comissão. O amigo Capitão devia estar noutra.

Mário Vitorino Gaspar

Furriel Miliciano, Atirador e Artilharia e MA
Gadamael Porto
CART 1659 – JAN67 a OUT68

PS - Voltei a comandar militares da CART 1659, pouco tempo depois da retirada, após escutarmos em Gadamael Porto, fortes e prolongados rebentamentos em Sangonhá: ainda hoje os tenho na memória, fomos a Sangonhá. O que vimos: restavam restos de paredes, um cão e também um gato. O cão por lá ficou, o gato depois de beber leite condensado com água, morreu em Gadamael. Aqui está a prova do que restou de Sangonhá. [Vd. foto acima].




Guiné > Região de Tombali > Sangonhá > CCAÇ 1621 (1966/68) > 1968 > Picada de Sangonhá para Cacine.

A CCAÇ 1621, que esteve antes em Cufar e Cachil, terminou a sua comissão em Sangonhá[, em 29 de julho de 1968, data do abandono  do aquartelamento e tabanca. Seis meses depois, os guerrilheiros do PAIGC foram, massacrados pela FAP,  em 6 de janeiro de 1969, quando atacavam Ganturé,  apartir da antiga pista de Sangonhá. Terá havido 36 mortos, e muitos feridos.


Guiné > Região de Tombali > Sangonhá > 1968 > Mulheres de Sangonhá, ao tempo da CCAÇ 1621.



Guiné > Região de Tombali > Sangonhá > CCAÇ 1621 (1966/68) > Coluna de Sangonhá para Cacine (1) . 


Guiné > Região de Tombali > Sangonhá > CCAÇ 1621 (1966/68) > Coluna de Sangonhá para Cacine (2).





Guiné > Região de Tombali > Sangonhá > CCAÇ 1621 (1966/68) > Coluna de Sangonhá para Cacine (3): ao centro, o ex-fur mil Correia Pinto.

Depois de estar em Cufar e Cachil, a CCAÇ 1621 foi terminar a comissão em Sangonhá, que ficava a sul de Gadamael-Porto. O aquartelamento (e a tabanca) foram abandonados pelas NT em emados de 1968.

Estas fotos foram cedidas por antigos camaradas de armas ao Hugo Moura Ferreira, entre eles o ex-Fur Mil Correia Pinto. Foram-nos enviadas em julho de 2006, na sequência do convívio anual do pessoal da CCAÇ 1621, em 2 de julho de 2006.

O Hugo Moura Ferreira esteve na Guiné de novembro de 1966 a novembro de 1968, como alf mil inf, primeiro na CCAÇ 1621, em Cufar e Cachil (de novembro de 1966 a junho de 1967), e depois na CCAÇ 6, em Bedanda (de julho de 1967 a julho de 1968). O Hugo já não acompanhou a companhia, com destino a Sangonhá, por ter sido transferido para Bedanda (CCAÇ 6 - antiga 4ª Companhia de Caçadores) . A grande maioria do pessoal desta unidade era do Minho e Trás-os-Montes. O Hugo esteve pela primeira vez com eles, no convívio de 2 de julho de 2006  (***)..

Fotos (e legendas): © Hugo Moura Ferreira (2006). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]

3. Fichas de unidade: As páginas 360 e 361 da Resenha Histórico Militar da Guiné das Companhias:

Companhia de Caçadores N.º 1620

Identificação CCAÇ 1620

Unidade Mobilizadora: RI 1 – Amadora

Comandante: Capitão Miliciano de Infantaria Fernando António de Magalhães Oliveira Divisa: -

Partida: Embarque em l2NOV66; desembarque em 18NOV66

Regresso: Embarque em 16AGO68

Síntese da Actividade Operacional

Em 18NOV66, substituiu a CCAÇ 762 nas suas funções de segurança e protecção das instalações e das populações da área de Bissau, na dependência do BCAÇ 1876, efectuando, simultaneamente, uma instrução de adaptação operacional na região de Nhacra, de 25NOV66 a Dez66.

Em 05JAN67, rendendo, por troca, a CCAÇ 799, assumiu a responsabilidade do subsector de Cameconde, com um pelotão destacado em Cacine, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 1861 e depois do BART 1896.

Em 01AGO67, por rotação com a CART 1692, assumiu a responsabilidade do subsector de Sangonhá, com um pelotão destacado em Cacoca, mantendo-se no mesmo sector do BART 1896.

Em 20MAR68, por troca com a CCAÇ 1621, assumiu a responsabilidade do subsector de Cachil, ficando então integrada no dispositivo e manobra do BART 1913, tendo entretanto, cedido um Grupo de Combate para reforço de forças daquele batalhão em operações, de 22MAR68 a 27ABR68.

Em 1JUL68, por retirada das forças aquarteladas em Cachil e consequente extinção do subsector, recolheu a Bolama, onde permaneceu até ao embarque de regresso.

Observações: Tem História da Unidade (Caixa n.º70 2.ª Div./4.ª Sec. Do AHM)

Companhia de Caçadores N.º 1621

Identificação: CCAÇ 1621

Unidade Mobilizadora: RI 2 – Abrantes

Comandante: Capitão Miliciano de Infantaria Eduardo de Oliveira e Silva e Capitão Graduado Artur Olímpio de Sá Nunes

Divisa:

Partida: Embarque em 12NOV66; Desembarque em 17NOV66

Regresso: Embarque em 18AGO68.

Síntese da Actividade Operacional

Em 19NOV66, foi colocada em Cufar, a fim de efectuar a instrução de adaptação operacional com a CCAV 1484. Seguidamente assumiu, em 27NOV66, a responsabilidade do referido subsector de Cufar, em substituição daquela subunidade, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAÇ 1858 e depois do BART 1913.

Em 09JUL67, por rotação com a CART 1687, assumiu a responsabilidade do subsector de Cachil, no mesmo sector.

Em 20MAR68, por rotação com a CCAÇ 1620, assumiu a responsabilidade do subsector de Sangonhá, com um Pelotão destacado em Cacoca, passando a integrar o dispositivo e manobra do BART 1896 e depois do BCAÇ 2834.

Em 29JUL68 (a) por retirada das forças estacionadas em Sangonhá e Cacoca e consequente extinção daquele subsector recolheu a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso

Observações: Tem História da Unidade (caixa n.º 74 – 2,ª Div/4.ª Sec do AHM)

(a) – Consta, por lapso,  "1978",  na História da Unidade.


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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 29 de setembro de 2015> Guiné 63/74 - P15176: A guerra vista do outro lado... Explorando o Arquivo Amílcar Cabral / Casa Comum (14): Uma "visita de solidariedade" à Escola Piloto do PAIGC, em Conacri, dos "amigos suecos" Göran Palm e Beril Malmström, em novembro de 1969... Aparentemente não há qualquer relação com o episódio de Sangonhá, em 6/1/1969

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14479: (Ex)citações (271): Também estive na Op Bola de Fogo, de 8 a 14 de abril de 1968, no apoio à construção do aquartelamento de (e depois nos reabastecimentos a) Gandembel (Mário Gaspar, ex-fur mil MA, CART 1659, Gadamael, jan 67 / out 68)

1. Comentário de Mário Gaspar ao poste P14478 (*):

Camaradas e Amigos

Estive lá, nessa Operação…Esqueceram-se da CART 1659 ? (*)

Em determinadas circunstâncias fico bastante magoado, escrevi um livro, “O Corredor da Morte”, sem a intenção de ser Prémio Nobel, mas para falar sobre aquilo que me atormentava e atormenta que é o escândalo da História da Guerra Colonial não ser contada e ficar escondida e perdida. 

Ao editar o livro, já o poderia ter feito em 1996, e tinha editora, pretendi narrar, principalmente as situações em que participei, nunca como observador. O livro surge por solicitação, e nunca me preocupei com o português usado, mas com o que sentia e sinto. Cometi erros e assumo. Se existir uma outra edição, possivelmente vai existir, porque fiquei engasgado, atravessado na garganta, [farei as necessárias correções].

Vamos acreditar nas historietas que nos narram, ou seremos nós que devemos fazer a História ? Se não tivermos capacidade para o fazer,  vamos pedir ajuda a um amigo. Editei o livro para que surjam outros rostos para escreverem sobre as experiências do “G” de Guerra e “G” de Gadamael Porto, Guidage,  Ganturé, Guileje,  Gandembel e outos “G”. Ser chamariz.


Sobre a “Operação Bola de Fogo”, falo resumidamente
no meu Livro “O Corredor da Morte”,  nas páginas 172 e 173. Pois estive na “Operação Bola de Fogo”, de 8 a 14 de Abril de 1968, a Implantação de um aquartelamento no “corredor de Guileje” ou “corredor da morte”, Gandembel. 

Almocei, jantei e bebi cervejas, com o Furriéis Milicianos que iam abastecer-se a Gadamael Porto. Estivemos (eu também) nas descargas de todos os reabastecimentos e material destinados às forças empenhadas na operação e à montagem do novo aquartelamento, e apoiámos ao transporte dos mesmos até Guileje, com viaturas e respectivos condutores, em todas as colunas que, de Guileje, se efectuaram para Gandembel. Depois seguiu-se a Operação “Boa Farpa” a 5 e 6 Junho  (Reajustamento do dispositivo e escolta à coluna de reabastecimento no itinerário Guileje-Gandembel e inverso). Tivemos um condutor ferido e evacuado. 

A CART 1659 fez com a CCAÇ 1621, 12 colunas de reabastecimento de Abril a Julho de 1968 a Guileje. Na 11.ª coluna, efectuada em 28 de Junho, fomos vítimas de uma emboscada na via Ganturé-Guileje,  tendo o PAIGC sofrido 8 mortos confirmados e feridos. 

Na 12.ª coluna, efectuada em 26 de Julho de 1968, a CART 1659 foi vítima no rebentamento de uma mina A/C e accionada uma outra de que resultou e destruição de 1 viatura GMC e 1 ferido grave e 7 ligeiros, para as NT. Tenho fotos dele e do Cruzamento, num dia que apoiámos Guileje após um ataque do PAIGC. 

Sobre a construção da padaria em Gandembel foi o Soldado n.º 00747866, António Manuel Magalhães Mendes Cerejo, que era da minha Secção,  que colaborou no mesmo. Um bom soldado reguila, atrevido, mas um grande soldado. Conheci-o bem, ajudei um pouco para que melhorasse. Sei que foi um bom elemento que debaixo de fogo ajudou a construir o forno. 

Terminámos a Comissão em Outubro.
Tenho muito que contar, mas só pretendo dizer que sinto-me honrado por ter conhecido alguns desses homens, o sofrimento. Contarem os segundos de não escutar um simples tiro. Estive tempos infinitos no Cruzamento de Guileje para Gandembel. 

Escrevam, cada um de vós tem um pouco de história. (**)

Mário Vitorino Gaspar, 
Furriel Miliciano da CART 1659,
Gadamael Porto, de JAN67 a OUT68

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Notas do editor:


sábado, 24 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13189: Memória dos lugares (267): Cachil, na ilha de Caiar, a sudoeste de Catió, na margem esquerda do Rio Cobade



Guiné > Mapa da província > 1961 > Escala 1/500 mil > Pormenor > Posição de Cachil, na ilha de Caiar, a sudoeste de Catió... As ilhas de Caiar, Como e Catunco, estavam separadas do continente, a norte pelo Rio Cobade, a oeste pelo Rio Tombali, a leste pelo Rio Cumbijã, e a sul pelo oceano Atlântico... A ligação de Cachil (na margem esquerda do Rio Cobade)  a Catió fazia-se de barco, pelo Rio Cobade e depois pelo seu afluente, o Rio Cagopère (em cuja margem direita se  situava o porto exterior de Catió).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014)



Guiné > Ilha do Como > 1964 > Op Tridente (de 14 de Janeiro a 24 de Março de 1964)

Infografia: © Mário Dias (2005). Todos os direitos reservados


"A designada Ilha do Como é, na realidade, constituída por 3 ilhas: Caiar, Como e Catunco mas que formam na prática um todo, já que a separação entre elas é feita por canais relativamente estreitos e apenas na maré-cheia essa separação é notória.

"Na ilha não existia qualquer autoridade administrativa nem força militar pelo que o PAIGC a ocupou (não conquistou) sem qualquer dificuldade em 1963. As tabancas existentes são relativamente pequenas e muito dispersas. Possui numerosos arrozais, o que convinha aos guerrilheiros pois aí tinham uma bela fonte de abastecimento, acrescido do factor estratégico da proximidade com a fronteira marítima Sul e o estabelecimento de uma base num local que facilitava a penetração na península de Tombali e daí poderia ir progredindo para Norte.

"Não tinha estradas. Apenas existia uma picada que ligava as instalações do comerciante de arroz, Manuel de Pinho Brandão (na prática, o dono da ilha) a Cachil. A partir desta localidade o acesso ao continente (Catió) era feito de canoa ou por outra qualquer embarcação. A casa deste comerciante era, se não estou em erro, a única construída de cimento e coberta a telha.

"Portugal não exercia, de facto, qualquer espécie de soberania sobre a ilha. Tornava-se imperioso a recuperação do Como. Foi então planeada pelo Com-Chefe a Operação Tridente na qual foram envolvidos numerosos efectivos, divididos em 4 Agrupamentos (...), num total de cerca de 1200/1300 homens"


Fonte: Mário Dias > Guiné 63/74 - CCCLXXII: Op Tridente (Ilha do Como, 1964): Parte I (Mário Dias) (15 de Dezembro de 2005)


Guiné > Região de Tombali > Carta de Catió > 1956 > Escala 1/50 mil >  Posição relativa da Catió, com os seus portos, interior (no Rio Cadime, afluente do Rio Capère) e exterior (no Rio Cagopère, afluente do Rio Cobade, que por sua vez liga(va) o Rio Tombali ao Rio Cumbijã).

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2014).





Guiné > Região de Tombali > Ilha de Caiar > Cachil > CCAÇ 617/BCAÇ 619, Catió, Ilha do Como e Cachil (1964/66) > Desembarque no Cachil,  a norte da iha de Caiar,  princípio de Dezembro de 1965


Guiné > Região de Tombali > Ilha de Caiar > Cachil > CCAÇ 617/BCAÇ 619, Catió, Ilha do Como e Cachil (1964/66) >  O cais de abicagem, feito de troncos de palmeira... Na foto,  a mascote da companhia, o Toby, de raça boxer, ferido em combate. .  Fotos do álbum do ex-alf mil João Sacôto).

Foto: © João Sacôto (2011). Todos os direitos reservados



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Porto interior (no Rio Cadime, afluente do Rio Cagopère) > Álbum fotográfico do nosso saudoso camarada Victor Condeço (1943-2010) > Foto 1 > " Aproximação ao porto interior de Catió no rio Cadime da lancha de transporte LP2, que fazia o reabastecimento diário do pão e da água ao Cachil na Ilha do Como [1967/1968]. ".



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Porto interior (no Rio Cadime, e não Cadima, afluente do Rio Cagopère) > Álbum fotográfico do Victor Condeço> Foto 2 > "- Lancha do Cachil LP2, em manobra de atracação ao cais do porto interior de Catió no rio Cadime. Neste dia [11 de Julho de 1967] os passageiros eram um pelotão da CArt 1687 em trânsito do Cachil para Cufar, onde renderia por troca outro pelotão da CCaç 1621, concluindo-se assim a troca das companhias".

Fotos (e legendas): © Victor Condeço (2010). Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:

Último poste da série > 24 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13188: Memória dos lugares (266): Cachil, o meu suplício de Sísifo durante 30 dias (Benito Neves, ex-fur mil, CCAV 1484, Nhacra e Catió, 1965/67)