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terça-feira, 29 de outubro de 2019

Guiné 61/74 - P20288: Agenda cultural (708): Conferência "História da China: Relações Portugal-China", pelo prof António Graça de Abreu, dia 30, 4ª feira, às 17h45, no Campus de Carcavelos, NOVA School of Business and Economics

1. Mensagem do nosso camarada António Graça de Abreu [ ex-alf mil SGE, CAOP 1 (Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74). membro sénior da Tabanca Grande, com c. 240 referências no nosso blogue]


Date: quinta, 24/10/2019 à(s) 13:42

Subject: Conferência Relações Portugal-China

 São todos muito bem vindos à minha conferência 4ª feira, dia 30 de Outubro, às 17,45 na NOVA School of Business an Economics, Carcavelos, sobre "Chinese History: China-Portugal Relations". A conferência é em inglês, organizada pela NOVA China Club.

Nova China Club will organize the lecture "Chinese History: China-Portugal Relations". Gain insights into the past 500 years of Sino-Portuguese relations that are crucial to understand the modern bilateral relations. This means understanding how Portugal and China strengthen their ties through mainly cultural and economic exchanges.

The lecture will be held by Prof. António Graça de Abreu, former teacher at Chinese Culture and History at Universidade NOVA de Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Lisbon and currently in Universidade de Aveiro.

He has published more than 20 books and lived
Fonte: António Graça de Abreu (2019) 
in China in the end of 1970's and beginning of the 1980's witnessing the transformation of the Chinese society first-hand. Since 1990, he has worked as a teacher of the annual courses in Chinese Culture and Civilisation, History of Macau and Chinese History at the Macau Mission in Lisbon and at Fundação Oriente.

The lecture will be hold at Nova SBE (School of Business and Economics, in Carcavelos) on Wednesday, October 30 at 17:45. Sala B 005. Please note that with your registration, you commit to attend the conference.

We are looking forward to welcoming you at the event!

Thank you/ Muito obrigado/ 谢谢! (#)

___________

(#)  Tradução [Google / LG]

O 'NOVA China Club'  vai organizar a palestra "História da China: Relações China-Portugal". Conheça os últimos 500 anos das relações sino-portuguesas que são cruciais para se entender as  relações bilaterais de hoje.  Isso significa entender como Portugal e China fortalecem os seus laços através de trocas principalmente culturais e económicas. 

A palestra será realizada pelo Prof. António Graça de Abreu, ex-professor de História e Cultura Chinesa da Universidade NOVA de Lisboa, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Lisboa e atualmente na Universidade de Aveiro. 

Publicou mais de 20 livros e viveu na China no final dos anos 70 e início dos anos 80, testemunhando ao vivo  a transformação da sociedade chinesa. Desde 1990, trabalha como professor dos cursos anuais de Cultura e Civilização Chinesa, História de Macau e História Chinesa na Missão de Macau em Lisboa e na Fundação Oriente. 

A palestra será realizada na NOVA School of Business and Economics, anteriormente Faculdade de Economia , em Carcavelos) na quarta-feira, 30 de outubro, às 17:45. Sala B 005. 
e
Tome nota que, com sua inscrição, compromete-se  a participar da conferência. Estamos ansiosos para recebê-lo no evento!  Muito obrigado.

_____________

Nota do editor:

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Guiné 61/74 - P18362: Agenda cultural (629): Conferência Internacional "Amílcar Cabral: O 'Combatente Anónimo' pelos Direitos Fundamentais da Humanidade". Lisboa, 1, 2 e 3 de março de 2018, Universidade NOVA de Lisboa, Instituto de História Contemporânea, Av Berna, 26 C


Organização: Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade NOVA de Lisboa,
e Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20) da Universidade de Coimbra.

 A conferência procura "promover o diálogo entre os estudos mais recentes que exploram as inúmeras facetas de Amílcar Cabral". Infelizmente não conseguimos apurar se o evento é aberto ao público não académico, se há inscrições prévias, como é nornal,  etc. Lamentavelmente, os académicos funcionam às vezes "em circuito fechado", falando apenas uns para os outros... 

Tentei, esta tarde, ligar, em vão, para o nº de telefone do IHC: Tel.: +351 21 7908300 ext. 1545 / Email: ihc@fcsh.unl.pt.

Aqui  fica o programa do evento que nos pediram para divulgar. Aqui fica também a página do Instituto de História Contemporânea.da NOVA .


Amílcar Cabral: O “Combatente Anónimo” pelos Direitos Fundamentais da Humanidade

Conferência Internacional
Lisboa, Portugal
Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa
Salas Multiusos 3 e 2, Edifício I&D, Piso 4
1, 2 e 3 de março de 2018

PROGRAMA

1 de março, 5* feira


9:00h-9:30h – Sessão de abertura

9:30h-10:15h – Conferência inaugural

Julião Soares Sousa – Universidade de Coimbra; Universidade Nova de Lisboa
Amílcar Cabral, a “Justum Bellum” e o Direito (Jus) dos Povos Oprimidos à Solidariedade e à Felicidade

10:15h-10:30h – Coffee break

10:30h-11:30h – Painel I

Helena Wakim Moreno – Universidade de São Paulo
Amílcar Cabral na Casa dos Estudantes do Império: Circulação de Ideias, Atividade Política e Produção Literária

Luciana Bastos – Universidade de Lisboa
Entre Vários Fogos: O Lugar da Ideologia Marxista no Discurso de Amílcar Cabral

11:30h-12:30h – Painel II

Aharon Grassi – University of California
Amílcar Cabral as an Early Engaged Political Ecologist: Relational Studies of Lusophone Land, Production and Capital Circulation, 1948-61

Maria-Benedita Basto – Institut des Mondes Africains
(Título a definir)

12:30h-14:00h – Almoço livre


14:00h-15:00h – Painel III


Suzana Martins – Universidade de Coimbra; Universidade Nova de Lisboa; Escola Superior de Educação de Lisboa
Amílcar Cabral e a Construção da Unidade Contra o Colonialismo Português


Artemisa Monteiro e Basualdo Gomes – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Processo de Mobilização para Adesão à Luta Armada do PAIGC


15:00h-16:00h – Painel IV


Branwen Gruffydd Jones – Cardiff University
The Weapon of Culture: Anticolonial Thought and Practice from Paris and Dakar to Havana and Algiers

Vincenzo Russo – Universidade de Milão
“A Resistência Continua!”: Amílcar Cabral e o Terceiro-Mundismo da Esquerda Italiana

16:00h-16:15h – Coffee break

16:15h-17:00h – Conferência final

Mamadou Kabirou Gano – Université Cheikh Anta Diop
Amílcar Cabral, Anthropologue de la Tension

2 de março, 6ª feira


9:00h-9:45h – Conferência de abertura

Mustafah Dhada – California State University
Amílcar Cabral as an Object of Academic Studies

9:45h-11:10h – Painel V

Luís Carvalho – Universidade Nova de Lisboa
Sofia Pomba Guerra, Uma Mulher Portuguesa na Oposição ao Colonialismo e a Relação de Amílcar Cabral com o Movimento Operário Português

João Manuel Neves – Université Sorbonne Nouvelle-Paris 3
Amílcar Cabral, o Homem: Um Testemunho de Tomás Medeiros


José Augusto Pereira – Universidade Nova de Lisboa
Amílcar Cabral e a Luta de Libertação Nacional nas Ilhas de Cabo Verde na Encruzilhada da(s) Memória(s)

11:10h-11:30h – Coffee break

11:30h-12:50h – Painel VI


Frank Gerits – Utrecht University; University of the Free State 
Amílcar Cabral, the Diplomat and the PR Threat (1964-1974)

Marcos Cardão – Universidade de Lisboa
Amílcar Cabral, PAIGC e os Black Panthers. História de uma Ligação Imaginária

Leonor Pires Martins – Universidade Nova de Lisboa
As Pequenas Biografias de Cabral


12:50h-14:00h – Almoço livre

14:00h-15:20h – Painel VII

Renata Flavia da Silva – Universidade Federal Fluminense
De Nunga a Himba: A Propósito do Homem Novo

Erica Bispo – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro
Cabral Vive: A Permanência do Discurso de Amílcar Cabral na Literatura da Guiné-Bissau

Jusciele Oliveira – Universidade do Algarve
”Nossa Inspiração Deve Vir dos Aspectos Positivos da Nossa Sociedade”: Discurso e Memória de Amílcar Cabral nas Representações Cinematográficas de Flora Gomes

15:20h-16:00h – Conferência final
Natalia Telepneva – Warwick University
Amilcar Cabral and the Socialist Countries: New Findings

16:00h-16:15h – Coffee break


16:15h-17:00h – Filme
Apresentação: Rui Lopes – Universidade Nova de Lisboa
Labanta Negro (1966) – Pierro Nelli

3 de março, sábado


9:00h-9:45h – Conferência de abertura

Ângela Coutinho – Universidade Nova de Lisboa
Amílcar Cabral e a Participação de Mulheres no Movimento Independentista Liderado pelo PAIGC (1963-1973)

9:45h-10:45h – Painel VIII


Redy Lima – Universidade Nova de Lisboa; Universidade de Lisboa; Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais
“Street Soldjas”: Uma (Re)Leitura do Pensamento de Cabral a Partir das Narrativas dos Jovens em Situação de Marginalidade em Cabo Verde

Davidson Gomes e Paulino Canto – Universidade de Cabo Verde
O Legado de Amílcar Cabral Reproduzido em Jovens Líderes Comunitários Cabo-Verdianos


10:45h-11:00h – Coffee break

11:00h-12:20h – Painel IX

Adilson Barbosa A. Neto – Universidade de Cabo Verde
A Integração Económica dos Estados da África Ocidental na Perspetiva de Amílcar Cabral: O Exemplo da Unidade Guiné-Cabo Verde

Sílvia Roque – Universidade de Coimbra; ISCTE-Instituto Universtário de Lisboa
Amílcar Cabral: Memórias Transgeracionais

Paulo Cunha e Catarina Laranjeiro – Universidade de Coimbra
Amílcar Cabral: Representações, Imagem e Memória no Cinema


12:20h-14:00h – Almoço livre


14:00h-14:30h – Painel X


José Neves – Universidade Nova de Lisboa
Apresentação do Projecto “Amílcar Cabral, da História Política às Políticas da Memória”


14:30h-17:00h – Mesa Redonda: Fontes e Preservação da Memória de Amílcar Cabral

Moderador: António Leão Correia e Silva – Universidade de Cabo Verde
Pedro Verona Pires – Fundação Amílcar Cabral
Alfredo Caldeira
Centro de Investigação Para o Desenvolvimento Amílcar Cabral
Leopoldo Amado

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Nota do editor:

Último poste da série >  18 de fevereiro de 2018 > Guiné 61/74 - P18330: Agenda cultural (628): Apresentação do livro "Guiné-Bolama, História e Memórias", da autoria de Fernando Tabanez Ribeiro, dia 26 de Fevereiro de 2018, pelas 15 horas, no Salão Nobre do Palácio da Independência, Largo de São Domingos, 11 em Lisboa (António Estácio)

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Guiné 61/74 - P17711: Efemérides (264): O antropólogo e professor doutor Mesquitela Lima, natural do Mindelo, São Vicente, que eu conheci na Academia Sénior de Lisboa... Morreu há 10 anos (Mário Gaspar, ex-fur mil at art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68)


O antropólogo e professor doutor Mesquitela Lima (1929-2007), que começou como funcionário colonial, e  que eu tive o privilégio de conhecer na Academia Sénior de Lisboa



Texto de Mário Vitorino Gaspar




1. O
antropólogo e professor Augusto Mesquitela Lima nasceu a 10 de janeiro de 1929, no Mindelo,  na ilha de São Vicente, em Cabo Verde.

Neto de um antigo governador de Cabo Verde (Bernardo Mesquitela), fez o liceu, no Mindelo, e começou a trabalhar aos 20 anos, como escriturário das alfândegas. Em 1952, está em Angola como chefe de posto da Inspecção dos Serviços Administrativos e Negócios Indígenas. En 1959 vem para Lisboa licenciando-se em Estudos Políticos e Sociais do Ultramar no Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (ISCSPU, hoje ISCSP / Universidade de Lisboa).

Volta para Angola – de onde era a sua mulher – e dirige em Luanda o Museu de Angola. É fundador também, em Lunda Norte, do Museu do Dundo, da Diamang. Estudou diversos grupos étnicos, com especial destaque para os Kyaka, antes da independência de Angola, então colónia portuguesa.

Faz um Mestrado em Antropologia Cultural, na École de Hautes Etudes en Sciences Sociales, em Sorbonne,  1969. Fez seguir, em 1977, o  Doutoramento de Estado em Antropologia, também em Paris, na Univeesidade X, Nanterre.

Em 1978, cria na Universidade NOVA de Lisboa o departamento de antropologi, Fez a Agregação na Universidade em 1982.Chega a professor catedrático de Antropologia Cultural da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.da NOVA. É considearado o responsável pelo aparecimento de um grupo de antropólogos que mudaram a antropologia em Portugal. Jubilou-se em 1999.

Funcionário público, investigador,  escritor, autor, tradutor e docente universitário, trabalhou para além de França, África e Portugal, também na Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, México, Brasil, China e Índia,  entre outros.

Ficou conhecido pela vasta obra que publicou, com cerca de três dezenas de trabalhos científicos e 25 livros.

Mesquitela Lima faleceu, a 14 de Janeiro de 2007, vítima de pneumonia, em Lisboa, aos 78 anos, quando era Director do Instituto Superior de Gestão.

Citando a notícia necrolígica de A Semana:  "O que é 'invulgar na experiência colonial portuguesa é o cruzamento entre a experiência prática e uma formação académica que chega ao doutoramento de Estado em Paris0, diz Rui Pereira, colega no Departamento de Antropologia. 'Mesquitela Lima começa como funcionário e administrador colonial. Como fruto desse convívio diário, cria um interesse pragmático e procura ter uma formação académica de alto nível. Trabalhou com Lévi-Strauss em Paris na Sorbonne.' Ou, como diz Jorge Crespo, também colega no Departamento de Antropologia, 'volta ao terreno já com novos instrumentos de investigação, com uma preparação moderna no domínio das ciências sociais' ".

2. Conheci-o na Academia Sénior de Lisboa, onde foi professor de Antropologia. Aprendi com este Senhor. Um dia, convidou-nos, a  mim e ao Doutor Inês Gonçalves, presidente da Associação Cultural e Social de Seniores de Lisboa (ACSSL) ou Academia de Seniores de Lisboa, para visitarmos a sua casa.

Inacreditável!... Salas repletas de relíquias e de encantos. Impossível descrever. Esquecera-se de reservar espaço para si. As preciosidades envolviam-nos. E que riqueza! Notei no rosto de sua mulher, uma senhora bastante simpática, algumas reservas decerto motivadas pelo pouco espaço que restava para si e para seu admirável marido naquela casa, naquele Museu do Professor Mesquitela Lima.

O grito do Professor era “O Caois", as aulas na Academia não tinham outro tema. Disse-nos que gostaria de visitar a Índia, adoeceu, uma pneumonia. Ainda voltou à Academia.


Era conhecido mundialmente pela coleção de máscaras africanas.

Para além destas, espalhadas pelas salas, corredores e quartos, era um baú de recordações das suas viagens. Tivemos a oportunidade única de ver: – desenhos de mulheres africanas; miniaturas de peças artesanais, pinturas executadas por amigos. Tinha em cada pintor africano um amigo. Destacava-se o trono de um rei africano; livros já sem espaço (perto de 30 mil); muitas obras de vários pintores consagrados; muitas mais peças de arte adquiridas em todo o mundo e uma secretária com um computador onde um dos filhos (tinha três filhos) memorizava todo o seu espólio.

Talvez fossem as máscaras a  fascinação de Mesquitela Lima, Não é por acaso que surge, na sua obra, um poeta da sua terra terra natal. Dos seus livros gostaríamos justamente de destacar "Uma Leitura Antropológica da Poética de Sérgio Frusoni" (1992).

Quem é Sérgio Frusoni, praticamente desconhecido até então fora do Mindelo ? “Conhecendo e amando Cabo Verde, é fácil entender o sentimento” (Sérgio Frusoni). O cantor Bana cantou “Uma vez São Cente era sabe”, versos de Sérgio Fursoni (Mindelo, 1901- Lisboa, 1975)


Em homenahem ao professor Mesquitela Lima e à sua terra, aqui fica o poema de Sérgio Frusoni, em versão bilingue (crioulo e português):


Presentaçom

por Sérgio Frusoni


Quem mi ê? Um fidje de Sanvcênte.
Nascide, crióde, lá na ponta d' Praia.
Lá ondê que mar tâ sparajá debóxe de bôte,
moda barra dum saia.
Cs' ê que m' crê? Cantá nha terra!
Companhal na sê dor;
na nôbréza d' sê alma;
na pobréza d' sê vida!



Versão em português:

Quem eu sou? Um filho de São Vicente.
nascido, criado, lá na Ponta da Praia.
lá onde o mar se espreguiça debaixo dos botes,
como a barra de uma saia.
O que eu quero? Cantar a minha terra!
Acompanhá-la na sua dor;
na nobreza da sua alma;
na pobreza da sua vida!


in LIMA, Mesquitela - A poética de Sérgio Frusoni: uma leitura antropológica. Lisboa:  Instituto de Cultura e Língua Portuguesa; Praia: Instituto Caboverdiano do Livro e do Disco, 1992.


Mário Vitorino Gaspar, 28 de agosto de 2017

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Nota do editor:

Último poste da série > 28 de agosto de  2017 > Guiné 61/74 - P17708: Efemérides (263): morreu há 17 anos, a 22 de agosto de 2000, a dra. Dalila Augusta Carneiro Azevedo de Brito Barros Aguiar, psicóloga clínica, precursora no diagnóstico e tratamento do stress pós-traumático de guerra, cofundadora da associção "Apoiar", minha grande amiga (Mário Gaspar, ex-fur mil at art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15767: Agenda cultural (465): Encarceramento colonial no século 20: uma abordagem comparativa no 80º aniversário do campo do Tarrafal (Cabo Verde) | Conferência Internacional, Museu do Aljube, Lisboa, 21-22-23 Julho 2016: chamada de comunicações até 28/2/2016



Encarceramento colonial no século 20: uma abordagem comparativa no 80º aniversário do campo do Tarrafal (Cabo Verde) > Conferência Internacional, Museu do Aljube, Lisboa, 21-22-23 Julho 2016


1. Mensagem de ontem, de Helena Pinto Janeiro

Caro Luís Graça

Após a muito proveitosa troca de ideias sobre o campo prisional da Ilha das Galinhas (*), volto ao contacto consigo para pedir a preciosa ajuda do seu blog para a divulgação desta chamada para comunicações junto de colegas que tenham investigações em curso ou estejam interessados em desenvolver investigação sobre prisões e prisioneiros políticos nos impérios britânico, francês, holandês, belga, alemão e português, no século 20.

São especialmente bem-vindos olhares transversais e transnacionais sobre o encarceramento político em situação colonial. 

As propostas de comunicações podem ser enviadas, em português ou em inglês, até 28 de Fevereiro de 2016.(**)

Muito obrigada!


Campo de São Nicolau, Angola, maio de 1974 (Foto do Arquivo Nacional da Torre do Tombo)



2. Apresentação [, com a devida vénia...]

Em inglês / English version

A historiografia sobre o encarceramento colonial no período do colonialismo europeu moderno, de finais do século 19 até às independências do século 20, tem manifestado uma vitalidade assinalável nos últimos anos, com uma explosão de estudos empíricos e novas abordagens teóricas. Um dos casos mais estudados é o da África do Sul, onde se criaram os primeiros campos de detenção de prisoneiros políticos no seguimento da guerra Anglo-Boer. A investigação sobre outros contextos coloniais europeus no império britânico, francês, holandês, belga e Italiano também revelou a utilização frequente de campos em África e Ásia para o encarceramento de membros da oposição política perseguidos em contextos metropolitanos e coloniais.

No caso do III Império Português, o encarceramento de opositores é geralmente identificado com a Ditadura Militar e o Estado Novo, que criou campos especiais de detenção para este efeito nas colónias de então. O campo de prisioneiros do Tarrafal na Ilha cabo-verdiana de Santiago é o caso mais notório, denunciado internacionalmente como o primeiro campo de concentração português. Pese embora os africanos que também aí estiveram detidos já em plena guerra colonial, é a sua ligação à política metropolitana que lhe tem conferido um maior peso simbólico e visibilidade. Se alargarmos o foco a todo o império, verificamos que, exceptuando alguns estudos recentes, a história dos campos coloniais portugueses de detenção política no século XX se encontra ainda largamente por explorar. A historiografia crescente do encarceramento colonial tem-se sobretudo focado outros impérios europeus em África e Ásia.

O Instituto de História Contemporânea (Universidade NOVA de Lisboa) e o Museu do Aljube – Resistência e Liberdade pretendem marcar o 80º aniversário da abertura do campo do Tarrafal em Cabo Verde através da organização de uma conferência sobre o encarceramento político em colónias europeias durante o século XX. São bem-vindas propostas com investigações em curso sobre prisões e prisioneiros políticos nos impérios britânico, francês, holandês, belga, alemão e português, bem como olhares transversais e transnacionais sobre o encarceramento político em situação colonial. Uma selecção das comunicações apresentadas será incluída num número especial de uma revista internacional de revisão por pares.


Campo do Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, s/d  (Foto de José Gabriel L. de Magalhães,  Arquivo Nacional da Torre do Tombo). Sobre o Tarrafal temos doze referências no nosso blogue.
______________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

16 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14370: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (26): Letra (em crioulo e português) e vídeo da canção "Djiu di Galinha", de José Carlos Schwarz (Helena Pinto Janeiro / António Estácio)

16 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14374: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (27): Ainda sobre o cantor José Carlos Schwarz (Bissau, 1949 - Havana, 1977) e a letra da canção "Djiu di Galinha" [, Ilha das Galinhas] (Helena Pinto Janeiro, historiadora)

(**)  Último poste da série > 12 de fevereiro de 2016 >  Guiné 63/74 - P15740: Agenda cultural (464): Lançamento, em Paris, no Museu de Arte e História do Judaísmo (MAHJ), dia 18, 5ª feira, da edição francesa do livro de Samuel Schwarz (1880-1963), "Os cristãos-novos em Portugal no séc. XX" (1ª ed, 1925) (João Schwarz)

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Guiné 63/74 - P13667: In Memoriam (196): Claúdia Sousa (1975-2014), estudiosa do dari (chimpanzé) do Cantanhez, morre aos 39 anos, de doença. O funeral é amanhã, na Figueira da Foz


Título e toto: Recorde do jornal Público, 29 de setembro de 2014.  (Com a devida vénia...)



1. Foi o João Graça, amigo da Tabanca Grande, médico e músico, que esteve em dezembro de 2009, na Guiné-Bissau e teve o privilégio de ver, ao vivo, no seu habitat natural  o chimpazé (ou dari) do Cantanhez, quem me deu a triste notícia: a professora e investigadora Cláudia Sousa morreu de cancro, esta segunda feira, aos 39 anos.

Não conhecia, pessoalmente, a Cláudia mas sabia que ela era uma jovem e promissora cientista portuguesa que se dedicava ao estudo dos chimpanzés. Era, de resto, minha colega, pertencendo, desde 2001,  à Universidade Nova de Lisboa (NOVA), Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), Departamento de Antropologia [Vd. aqui o seu currículo académico].

Segundo Teresa Firmino, jornalista do Público, que assina o artigo acima citado, "Cláudia Sousa doutorou-se em 2003 na Universidade de Quioto [, Japão,] sob orientação de Tetsuro Matsuzawa, uma autoridade mundial em primatologia. A sua tese de doutoramento versava sobre a capacidade cognitiva de os chimpanzés acumularem capital ou, por outras palavras, de fazerem um mealheiro. Para tal, em experiências no Instituto de Investigação de Primatas da Universidade de Quioto, a investigadora deu aos chimpanzés tokens (objectos que têm um valor simbólico) para pedirem frutas em troca – e que eles guardavam e só trocavam por alimentos quando queriam.

"Na sua tese de doutoramento Cláudia Sousa mostrou que o sistema dos tokens constituía uma nova metodologia para avaliar as capacidades cognitivas dos chimpanzés. Em particular, observou “a emergência de um comportamento único – ‘economizar’”, lê-se no resumo da tese. Ou seja, compreendem e têm noção do valor simbólico de certos objectos." (..:)

Cláudia Sousa (1975-2014).
Foto: cortesia  da FCSH/NOVA
Para além de experiências em laborório, também fez trabalho no terreno, tendo ido à Guiné-Bissau e à Guiné-Conacri, por diversas vezes,  em expedições científicas. Viu chimpanzés em estado selvagem, pela primeira vez, na sua quarta visita à Guiné-Bissau, acompanhada por Catarina Casanova, outra primatóloga portuguesa. Entre 2007 e 2011, Cláudia Sousa foi presidente da Associação Portuguesa de Primatologia que ajudou a fundar.

Segundo o diretor da FCSH da NOVA, João Costa, em comunicado recolhido pela jornalista do Público, "a professora Cláudia Sousa deixa-nos um testemunho importantíssimo de amor à ciência e entusiasmo pela investigação. Mesmo muito fragilizada pela doença, nunca parou de trabalhar com um entusiasmo contagiante e com projectos sempre novos (...). “A sua produção científica foi sempre notável, sendo este ano a vencedora do Prémio Santander de Internacionalização da Produção Científica, que será atribuído postumamente na Festa da FCSH.”

A notícia da sua morte entristece-nos a todos, aqueles de nós que são amigos da Guiné, e todos aqueles que amam a ciência que se faz em Portugal e nos demais paíes lusófonos. Ficamos todos mais pobres,  a começar pela população (ameaçada) de daris da Guiné-Bissau e da Guiné-Conacri...

O corpo encontra-se em câmara ardente na Igreja Matriz da Figueira da Foz, donde a Cláudia era natural. O funeral realiza-se amanhã, terça-feira,  à tarde.



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Parque Nacional do Cantanhez > Madina > 10 de Dezembro de 2009 > 7h32 > Um dari (chimpanzé) descendo uma árvore ... Este grande símio (o mais aparentado, do ponto de vista genético, ao ser humano) é muito difícil de observar e fotografar... Contrariamente a outros primatas que existem no Parque, com relativa abundância com o macaco fidalgo (fatango).

Foto: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados [Edição e legendagem:  L.G]

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Nota do editor:

Útimo poste da série > 25 de setembro de 2014 > Guiné 53/74 - P13650: In Memoriam (195): Cap art Manuel Carlos da Conceição Guimarães (1938-1967), morto na estrada Geba-Banjara, região de Bafatá... As suas irmãs, Teresa e Ana descobrem agora, emocionadas, as referências sobre ele no nosso blogue e encontraram-se há dias, em Lisboa, com o A. Marques Lopes, seu amigo e companheiro de infortúnio

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10379: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (9): associações de militares e ex-militares, procuram-se (Valdemar Reis, doutorando em Ciência Política pela NOVA)








Lista (simplificada) das 123 associações militares, inventariadas pelo investigador Valdemar Reis. (Clicar nas imagens para ampliar)


1. Mensagem de Valdemar Reis, com data de 5 de julho pp.:

Exmº Sr.
Dr. Luís Graça

Tomo a liberdade de o incomodar com a seguinte questão:

Encontro-me a frequentar o curso de doutoramento em Ciência Política, na FSCH  [Faculdade Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa] (Aluno nº3949 ) e necessito de recolher um conjunto de dados sobre as associações de militares e ex-militares, a fim de as poder caracterizar sob vários pontos de vista, nomeadamente o institucional.

Da recolha já efectuada através da Net, consegui obter alguns elementos muito úteis para os meus objectivos. No entanto, há um conjunto significativo de associações, sobre as quais não consigo qualquer informação.

Pergunto-lhe se me podia ajudar a identificar a situação dessas mesmas associações. Caso esteja de acordo, enviar-lhe-ia a lista, bem como as variáveis que pretendo trabalhar.

Agradeço a atenção dispensada e reitero  o pedido de desculpa pela maçada.
Valdemar Reis


2. Resposta de L.G.,com data de 13 de julho:

Valdemar: Posso fazer a um apelo ás centenas, milhares, de ex-combatentes que nos leem... Mande a lista... Saudações académicas. LG


3. Resposta do doutorando Valdemar Reis, em 16 de julho:

Boa tarde, Dr. Luís Graça

Obrigado pela sua resposta. Junto envio o mapa das associações militares que já consegui recensear, que inclui alguma informação recolhida na Net.

De acordo com a informação disponível, distribuí as associações por três níveis: a) formal; b) semi-formal e c) informal.

No primeiro caso incluem-se as associações legalmente constituídas: CAE [, código de atividade económica]; estatutos publicados; órgãos dirigentes eleitos e publicitação das decisões (actas).

No segundo caso incluem-se aquelas de que apenas se conhece o CAE. Por fim, no terceiro caso, incluem-se aquelas de que não se dispõe de nenhuma destas informações.

Nesta altura não disponho do ano de fundação de um número significativo de associações que, em princípio, se encontrarão no nível c), dificuldade que não consigo ultrapassar com o recurso apenas à Net.
Agradeço a atenção dispensada e retribuo as saudações académicas.

Valdemar Reis

4. Pedido aos leitores do blogue, incluindo todos os membros (registados) da Tabanca Grande (n=577):

Amigos e camaradas: 

É possível dar uma ajuda a este investigador português, Valdemar Reis,  doutorando em Ciência Política pela minha universidade, a NOVA, respondendo a algumas das nas suas necessidades de informação ?

Indiquem por favor o nome de associações (de militares ou de ex-militares) de que façam parte (ou tenham feito parte) ou que conheçam,  ano de fundação, código de atividade económica (CAE: por ex., 94995), sede (concelho/distrito), data de publicação dos estatutos, contactos (nº telefone, email), página na WEB ou no Facebook, situação atual (com ou sem atividade ou sem atividade)... E outras informações que acharem úteis.

Contacto do Valdemar Reis: clicar aqui. Podem também enviar-nos cópia do mail para a caixa de correio do nosso blogue. Ou deixar as vossas informações na caixa de comentários. Os ex-combatentes são homens (e algumas mulheres, as enfermeiras paraquedistas) que valorizam e apoiam a investigação feita pelos nossos jovens sobre a instituição militar, os combatentes e ex-combatentes, as guerras do séc. XX, a nossa história recente, a nossa presença em África e no resto do mundo... Para que Portugal não morra, pelo menos,  de amnésia! (LG)
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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10318: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (8): Porto de Bissau: ponte-cais... (Luís Calafate, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto)