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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21913: Tabanca Grande (513): Os últimos cinco camaradas de armas que ficam no talhão dos que da lei da morte já se libertaram: João Cupido (nº 831), Mamadu Camará (nº 832), Manuel Amaral Campos (nº 833), Marcelino da Mata (nº 834) e Paulo Fragoso (nº 835)


João Cupido (1936-2021), natural de Mira
ex-cap mil art, CCAÇ 2753, 
"Os Barões do K3" (1970/72) (*)



Mamadu Camará (c.1940 - 2021), 
ntural da Guiné-Bissau, 
ex-sold 'comando', 
 Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 
1966/70,  e 2ª CCmds Africanos, 
Bissau, 1970/74)
(**)


Manuel Amaral Campos (1945-2021), 
natural de  Vieira do Minho,
ex-Sold Rec Inf , 
CCS/BART 1913 (Catió, 1967/69) 
 (***)



Marcelino da Mata (1940-2021),
natural da Guiné-Bissau,
ten cor inf, reformado, (****).
Tem cerca de meia centena 
de referências no nosso blogue.




Paulo Fragoso (c. 1947-2021), 
natural de (ou residente em) Lisboa,
ex-Sold At Inf , CCAÇ 2616 (Buba, 1969/71) 
(*****)

Fonte: Blogue Luís Graça  & Camaradas da Guiné (2021)

1. Vários antigos combatentes da Guiné, nossos camaradas de armas, tombaram, recentemente, vítimas da pandemia de Covid-19 que está a ser o maior desastre sanitário  e demográfico do séc. XXI, tal como  o foi a pneumónica ou "gripe espanhola" em 1918/19. Ou a epidemia de cólera de 1833, em plena guerra civil.

Sabemos da morte de alguns, aqui já evocados no nosso blogue, na série In Memoriam, por camaradas, membros da Tabanca Grande, que os conheceram, que com eles combateram, ou quem conviveram nas nossas Tabancas. Só nas últimas semanas foram cinco. Recordeamos acima  os seus nomes, por ordem alfabética.

Outros mais  terão morrido,  sem o sabermos, vítimas de Covid-19 ou de outras doenças, nestes dois terríveis meses do ano de 2021.Todos estes nossos cinco camaradas, enquanto antigos combatentes no TO da Guiné, entram a título póstumo para a Tabanca Grande, sendo  devidamente lembrados no respetivo talhão, que dedicamos justamente àqueles de nós que "da lei da morte já se foram libertando", pelo lhes atribuímos os seguintes lugares, à sombra do nosso poilão, respeitando a ordem alfabética: 

João Cupido, nº 831; Mamadu Camará, nº 832; Manuel  Amaral Campos, nº 833; Marcelino da Mata, nº 834: e Paulo Fragoso. nº 835.

O último poste da série "Tabanca Grande", foi o P21875, de 9 do corrente (******).

Que Deus, Alá e os Bons Irãs nos protejam.
____________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:





terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21908: In Memoriam (396): João [Domingues da Rocha] Cupido (1936-2021), ex-cap mil art, CCAÇ 2753, "Os Barões do K3" (1970/72), e ex-presidemente da Câmara Municipal de Mira, aqui evocado pelo seu irmão, e também antigo combatente, Mário Cupido


Diário de Coimbra, 2 de fevereiro de 2021


1. Mensagem de Mário Cupido, irmão de João Cupido e, também ele, ex-combatente:

 
Date: segunda, 15/02/2021 à(s) 23:21
Subject: Óbito de João Domingues da Rocha Cupido 


Boa noite

Desculpe antes de mais a ousadia de o contactar sem o conhecer e ainda por cima nestas circunstâncias.

Chamo-me Mário Cupido e sou irmão do falecido  (*). Tive ontem acesso à "Tabanca Grande" através dum colega amigo da Murtosa que esteve convosco na Guiné e comigo numa União de Cooperativas Leiteiras com sede em Aveiro (Lacticoop). 

Também eu fui combatente no ultramar mas em Angola como comandante de pelotão num Batalhão de Cavalaria que escolhi na qualidade de voluntário para não cair no CPC como o meu irmão (o que lhe deu cabo da vida). 

Sendo o melhor classificado do curso de Operações Especiais de Lamego iria estar condenado a dar algumas recrutas para acabar de novo em Mafra. Assim à 2ª recruta optei por escolher o batalhão com um comandante tido como exigente (Duarte Silva,  da Cavalaria de Santarém) e que ia para Angola onde já tinha estado e deixado namorada (hoje minha mulher). 

Houve algum tempo em que o João estava na Guiné, eu em Angola e ainda outro irmão (que também ainda está vivo) no norte de Moçambique em simultâneo. Pobre mãe !.... 

O João só tinha um filho que é arquitecto no Porto e a mulher está acamada na Associação de Idosos de Mira onde eu integro a Direcção. Naturalmente tentei ajudar o meu sobrinho numa hora tão difícil e garantir o mínimo de dignidade das cerimónias em tempo tão complicado. Mas penso que conseguimos com a prestimosa colaboração das Instituições por onde ele tinha andado como a Câmara Municipal (a Bandeira Municipal esteve a meia haste), os Bombeiros Voluntários, Filarmónica, Grupo Coral e Caixa de Crédito. 

E ele deve estar contente depois de tanto ter sofrido com a incúria e desleixo que vão marcando este país que tão mal trata quem tão bem o serviu.

Agradeço o vosso empenho e atenção. Fico muito contente por saber que ainda há quem tem coragem de recordar e divulgar um tempo passado que não deve ser ignorado nem escondido. Parabéns e Obrigado. (**)

Para vosso conhecimento remeto publicação do óbito no Diário de Coimbra [, de 2 do corrente]. Fico por Mira ao vosso dispor.

2. Comentário do editor Luís Graça:

Caro Mário, caro camarada:

Fico-lhe muito grato pela sua mensagem, evocando a memória carinhosa do seu mano. Ao publicá-la, sem a sua expressa autorização, juntamente com o recorte que me mandou, espero ter interpretado bem a sua intenção. Mas em qualquer altura posso eliminra o poste, se o Mário o achar inconveniente ou inoportuno.
 
O Mário não só acrescenta algo mais sobre o João como também acaba por nos contar, em termos breves, a odisseia da família Cupido, transformando-a nós numa pequena homenagem à vossa família que chegou a ter  três filhos, ao mesmo tempo, em três teatros de operações diferentes da guerra do ultramar/guerra colonial. Os nossos filhos e netos devem poder conhecer esse período da nossa história.

Tudo o que temos feito para manter viva a memória dos nossos camaradas que passaram pelo TO da Guiné (, sem esquecer Angola, Moçambique,Índia,Timor..), entre 1961 e 1974, ainda vivos ou que já tinha morrido, não é muito. De facto, temos, a nossa geração, "o direito e o dever de memória"... E o nosso blogue é isso, a partilha de memórias, sem juizos de valor e sem a contaminação, tanto quanto possível, da atualidade política dos nossos países (Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, etc.).

Transmita, por favor, ao resto da família o sentimento de pesar pela perda de mais um camarada da Guiné, cuja memória eu gostaria que perdurasse no nosso blogue. E nessa medida eu ia pedir, a si ou ao seu sobrinho, para nos mandar, digitalizadas, algumas fotos do álbum da Guiné do nosso capitão João Cupido. Não tive o prazer de o conhecer pessoalmente, embora contemporâneos na Guiné (eu, em 1969/71, ele em 1970/72) mas basta-me a justa evocação que dele faz o meu camarada, membro da Tabanca Grande, o "barão do K3" José Carvalho.

Dou conhecimento deste mail aos três "barões do K3" que nos honram, com a sua presença, no blogue da Tabanca Grande: além do José Carvalho, o Vitor Junqueira e o Francisco Godinho

Um alfabravo (ABraço) fraterno, Luís Graça 

PS - Tenho em Mira parentes, longínquos, os Maçaricos, que terão saído daqui, de Ribamar, Lourinhã, no séc. XIX. E o engº Domingos Maçarico, vosso conterrâneo, também é membro da nossa Tabanca Grande. Esteve na Guiné em 1967, tendo sido aí gravemente ferido e evacuado para Lisboa.

_________

Notas do editor:


domingo, 14 de fevereiro de 2021

Guiné 61/74 - P21900: In Memoriam (394): João Domingues da Rocha Cupido, ex-Cap Mil Art, CMDT da CCAÇ 2753 - "Os Barões do K3" (Guiné, 1970/72) (José Carvalho, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2753)

IN MEMORIAM

Ex-Cap Mil Art João Domingues da Rocha Cupido
CMDT da CCAÇ 2753/BII 17/CTIG 1970/72



1. Mensagem do nosso camarada José Carvalho, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2753 (Brá, Bironque, Madina Fula, Saliquinhedim e Mansabá, 1970/72), com data de 10 de Fevereiro de 2021 com a notícia do falecimento do ex-Cap Mil Art João Domingues da Rocha Cupido, Comandante d'Os Barões do K3.

Caro camarada e Amigo Luís,

Hoje, é com tristeza que venho informar, todos os que privaram ou que conheceram, o João da Domingues da Rocha Cupido, ex-Cap Mil Art, Comandante dos Barões do K3, que nos deixou para sempre, muito recentemente, nos últimos dias de Janeiro.

Mantendo contactos com o João Cupido, conhecia a existência de alguns problema de saúde que enfrentava, tendo-me informado em meados de Janeiro, que estava no Centro de Reabilitação da Tocha, por necessitar de cuidados de fisioterapia.

Sempre que falávamos e uma vez mais neste último telefonema, manifestava o enorme desejo de concretizarmos a realização de mais um almoço, com alguns ”Barões”, na sua Mira, que se adiava desde o inicio da pandemia, também pelos frequentes internamentos no Hospital de Coimbra, durante o ultimo ano. Lamentavelmente jamais se realizará!

O João Cupido foi o grande Comandante, que fazia por passar despercebidas essas funções, sendo tão-somente o camarada mais velho, mais experiente e com todas as responsabilidades, naquela fantástica companhia de jovens.

Respeitado e admirado por todos os seus subordinados, jamais presenciei qualquer posicionamento de autoritarismo, sendo um excelente dialogante e contemporizador nas mais difíceis situações.

À Família e amigos apresento as minhas sentidas condolências.

Envio em anexo duas fotografias, onde o João Cupido está, tiradas em Angra do Heroísmo, poucas semanas depois da sua chegada, para tomar conta da CCAÇ 2753.

Muita força para os tempos actuais e muita saúde, é o que eu desejo para todos.

Abraço do
José Carvalho


********************

Angra do Heroísmo, berço da CCAÇ 2753

Em Abril de 1970, em Angra de Heroísmo, no campo de futebol da cidade, uma equipa de oficiais mobilizados do BII17.

Na foto, doze oficiais milicianos (dois Capitães e dez Aspirantes) e um oficial do quadro.
Em pé a partir do lado esquerdo: Carlos Oliveira, Fernandes, Cap. Mil. Cav. Calvão Silva, Cap. de Inf. Sérgio Crespo, Cândido Pereira, Cap. Mil. Art. João Cupido, Santos, Vítor Junqueira. À frente: Costa, José Carvalho, ?, Sousa Pinto, Jorge França. Este último seria mais tarde meu colega na Escola Superior de Medicina Veterinária – Lisboa – onde também se licenciou.


Em Janeiro de 1970, naquela unidade foram incorporados os recrutas, que deram origem a três Companhias Independentes de Caçadores, tendo duas como destino a Guiné (CCaç  2753 e 2754) e uma Moçambique, CCaç 2755.

Nesse inicio de ano chegou ao BII 17 uma dúzia de Aspirantes a Oficiais Milicianos, que tinham saído de Mafra, duas semanas antes e que enquadraram as referidas companhias.


Os oficiais que inicialmente enquadraram a CCAÇ 2753, junto de uma peça de artilharia, na Fortaleza de São João Batista, também referida como a fortaleza do Monte Brasil. Construída no século XVI, pelo Rei Filipe I de Portugal, Filipe II de Espanha.

Em Março de 1970, os Aspirantes a Oficiais Milicianos, Vítor Junqueira, José Carvalho, Cândido Pereira e Sebastião Sousa Pinto. Ao centro Cap. Mil. Art. João Domingos da Rocha Cupido

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2. Nota do editor:

Em nome da tertúlia e dos editores deste Blogue, deixámos à família do nosso camarada João Domingues da Rocha Cupido, os mais sentidos votos de pesar, entensivos à "família" dos Barões do K3.

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Nota do editor

Último poste da série de 12 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21888: In Memoriam (393): Marcelino da Mata (1940 -2021), ingloriamente morto por tiro traiçoeiro da Covid-19 (Ramiro Jesus, ex-fur mil 'comando', 35ª CCmds, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73; Manuel Resende, régulo de A Magnífica Tabanca da Linha)