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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Guiné 61/74 - P27392: Efemérides (471): Convite do Presidente da Liga dos Combatentes, Tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, para a cerimónia Comemorativa do 107.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra e 51.º Aniversário do fim da Guerra do Ultramar, que se realiza no dia 18 de novembro de 2025, pelas 10h00, no Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa, durante a qual será condecorado, com a Medalha de Honra ao Mérito, grau Ouro, da Liga dos Combatentes, o nosso editor Luís Graça


DIA DO ARMISTÍCIO

18 DE NOVEMBRO DE 2025
Convite

O Presidente da Liga dos Combatentes, Tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, tem a honra de convidar V. Ex.ª para a cerimónia Comemorativa do 107.º Aniversário do Armistício da Grande Guerra e 51.º Aniversário do fim da Guerra do Ultramar, que se realiza no dia 18 de novembro de 2025, pelas 10h00, no Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa


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Nota do editor CV:

Embora a cerimónia seja aberta ao público (e em especial a todos os antigos combatentes), este convite foi expressamente enviado ao nosso editor Luís Graça, em nome do tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes.

Em contacto telefónico prévio do secretário geral da Liga, cor Faustino Hilário, o nosso editor foi informado que fora escolhido para, no decurso daquela cerimónia, ser condecorado com uma medalha da Liga por bons serviços prestados à causa dos antigos combatentes.

O nosso editor aceita a distinção, com a ressalva de que, a haver mérito pessoal no seu trabalho em prol da salvaguarda e divulgação das memórias dos antigos combatentes, ele tem de ser também associado a um vasto coletivo, que são todos os editores, colaboradores permanentes, autores, comentadores e outros que desde 2004 produzem, diariamente, o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.

O blogue não tem, naturalmente, o estatuto jurídico de pessoa coletiva.
 

domingo, 2 de novembro de 2025

Guiné 61/74 - P27378: Efemérides (470): Romagem aos Talhões existentes no Cemitério n.º 1 de Leça da Palmeira e Cemitério de Sendim de Matosinhos para homenagear os matosinhenses caídos na guerra do ultramar (Carlos Vinhal)

Realizou-se no Dia de Finados uma romagem aos nossos talhões existentes nos cemitérios de Leça da Palmeira e de Matosinhos (Sendim), onde foram homenageados os matosinhenses que tombaram pela Pátria.

A cerimónia teve o seu início no talhão do cemitério de Leça da Palmeira, pelas 10h30, com a deposição de uma coroa de flores, seguindo-se o toque de homenagem aos mortos e uma evocação religiosa pelo Diácono Raul Borges.

Em Matosinhos, no cemitério de Sendim, pelas 11h15, depôs-se uma coroa de flores no Talhão, a que se seguiu o toque de homenagem aos mortos e foi lida a prece do Exército.

Posteriormente, no mesmo cemitério, os participantes dirigiram-se para o Memorial aos 70 Combatentes Mortos na Guerra do Ultramar, onde se procedeu à deposição de uma coroa de flores, seguindo-se o toque de homenagem aos mortos e a leitura da prece do Exército.

Os toques nas cerimónias foram executados por um elemento da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça da Palmeira. Estiveram presentes nas cerimónias a Presidente da Câmara de Matosinhos, Dra. Luísa Salgueiro, os Presidentes das Juntas de Leça da Palmeira e de Matosinhos, respetivamente o Dr. Plácido Santos e o Sr. Paulo de Carvalho, membros dos Órgãos Sociais, muitos sócios, combatentes e familiares e público em geral.

Leça da Palmeira > Cemitério n.º 1 > Talhão da Liga dos Combatentes
Guarda de Honra composta por Antigos Combatentes > Vista parcial
Momento da deposição de uma coroa de flores no Talhão > Tenente-Coronel Armando Costa, Liga dos Combatentes; Dra. Luísa Salgueiro, Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos e Dr. Plácido Santos, Presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos.
Momento religioso a cargo do Diácono Raul Borges, também ele um Antigo Combatente

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Matosinhos > Cemitério de Sendim > Talhão da Liga dos Combatentes
Guarda de Honra composta por Antigos Combatentes > Vista parcial
Momento da deposição de uma coroa de flores no Talhão > Em primeiro plano o senhor Paulo Carvalho, Presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos

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Cemitério de Sendim > Monumento aos 70 Combatentes do Concelho de Matosinhos caídos em Campanha > Momento da deposição de uma coroa de flores.
Na foto: Porta-Guião, Neves, Antigo Combatente; SAj Joaquim Oliveira, que conduziu as cerimónias e Francisco Silva, Clarim dos Bombeiros Voluntários Matosinhos-Leça, que executou os toques.

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Texto: Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes
Fotos: © José Trindade.
Fixação do texto; selecção, edição e legendagem das fotos: Carlos Vinhal

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Nota do editor

Último post da série de 18 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27329: Efemérides (469): Parabéns, Vilma e João, unidos com a benção de Deus, em 12 de Outubro de 2025, na igreja eslovena de São Ciro, Nova Iorque

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Guiné 61/74 - P27317: Convívios (1043): Rescaldo do Encontro dos Antigos Combatentes de Meimoa na Guerra do Ultramar, levado a efeito no passado dia 4 de Outubro (Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav)



1. Mensagem do nosso camarada Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav, CMDT do Pel Rec Daimler 2208 (Mansabá e Mansoa) e Rep ACAP - Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica, (Bissau) (1970/1971), com data de 13 de Outubro de 2025:

Caros amigos
Votos de ótima saúde

Realizou-se em Meimoa em 2025.10.04 um convívio de ex-combatentes.
Meimoa é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Meimoa (20,58 km² de área e 307 habitantes - censo de 2021) do Município de Penamacor, concelho de Castelo Branco.

A freguesia da Meimoa fica a cerca de 12 Km a norte de Penamacor. Da sua fundação pouco ou nada se sabe. Presume-se que terá sido muito importante no tempo dos romanos devido à existência da ponte Romana / Filipina, erguida sobre a ribeira da Meimoa. Para a origem do seu nome aponta-se a mesma que a do Meimão. Segundo Frei de Sousa, o nome Meimão e Meimoa, são de origem árabe e derivam de Mamona, nome próprio de mulher, cujo significado é, estar segura, firme, constante, conservada, etc. Pinho Leal diz que a mais provável origem destes nomes (Meimão e Meimoa), é a palavra Mâmoa (monumento funerário). Tempos depois os romanos chamavam-lhe mamona, pela semelhança que tem com o peito da mulher (Junta de Freguesia Meimoa).

A minha presença foi proporcionada pelo amigo General João Afonso Bento Soares, ao qual estou grato.
O convívio, salutar, foi precedido de missa na Igreja Matriz de Meimoa (construída em 1673 e reconstruída em 1770, em 1905 e em 1917. Apresenta uma planta longitudinal composta por uma nave, uma capela-mor mais estreita e uma sacristia e uma torre sineira adossadas. No exterior, destaque para um cruzeiro construído reaproveitando um antigo silhar romano com inscrição votiva), em que participou na celebração o amigo Pe José Torres Neves.

Aproveitei o ensejo para entregar ao Zé Neves o texto que redigiste (Luís), com elogio mais que merecido, e, pelo qual ele ficou sensibilizado.
Anexo algumas fotografias bem como o discurso do amigo Gen. João Afonso, do evento, para postagem se for esse o vosso entendimento.

Um grande abraço,
Ernestino


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ALMOÇO DOS ANTIGOS COMBATENTES DA MEIMOA NA GUERRA DO ULTRAMAR

4 DE OUTUBRO DE 2025

VOCATIVOS

A Missa é o momento mais alto e solene dos nossos convívios em que evocamos a memória dos ex-combatentes falecidos.

1 - Quero assim agradecer a disponibilidade do nosso Pároco Rui Manique por ter podido conciliar, dentro dos seus muitos afazeres, a sua realização: Bem-haja, Pe Rui Manique.
Do mesmo jeito, agradeço a pronta aceitação do Pe Zé Torres Neves para concelebrar, ele que foi capelão militar na Guiné (aliás num tempo em que também eu lá estive como capitão, cumprindo a minha 1.ª comissão de serviço no Ultramar): Bem-hajas, Zé Torres


2 - Para além desta importante presença do Clero quero também saudar a presença da JF da Meimoa na pessoa do nosso Presidente que muito tem contribuído para dignificar os nossos encontros, quer aquando da recomposição do Painel tríptico no adro da Igreja, quer oferecendo há 2 anos atrás as T-shirts e também este ano as lembranças distribuídas: Bem-haja, Zé Madeiras

3 - Invocados os poderes religioso e administrativo da nossa terra, permitam-me também referir as gratas presenças de representantes do poder judicial, pois entre os tantos filhos brilhantes que a Meimoa deu ao país, temos hoje entre nós o juiz Desembargador Celestino Bento, meu companheiro da Comissão Organizadora e também o juiz Conselheiro Messias Bento, ambos jubilados.
Bem-hajas Celestino que tiveste a maior parte do trabalho organizativo deste Encontro e Bem-hajas, Messias que muito nos honras com a tua vinda (com a preciosa ajuda, já se vê, do filho Dr. Miguel) que igualmente cumprimento.


4 - Quero ainda referir a presença, pela primeira vez entre nós, do Dr. Ernestino, também ele um ex-combatente na Guiné, que ali conheceu e conviveu com o nosso Pe Zé Torres, nas bandas duma terra chamada Mansoa.

5 - E a TODOS VÓS meu povo, ex-combatentes, familiares, Amigos e COMPANHEIROS (do latim “cum panis”, como aqui está agora mesmo acontecendo), eu saúdo e peço vénia para dizer umas palavras.

Vou então ler uns dizeres, porque acaba por ser mais rápido, mas adianto desde já que as considerações que vou fazer se situam ao nível da rememoração dos Valores Pátrios e da Saga lusa, adiantando a significação deste tipo de Encontros (levados a cabo de Norte a Sul do país) e apresentando algumas citações, à volta do tema, por personagens ilustres. Saliento que está ausente do meu espírito, toda e qualquer conotação partidária, aliás, completamente alheia e, tão pouco, permitida à minha condição castrense, enquanto oficial General do nosso Exército.
Missa
Painel
Aperitivos
Almoço


Almoço-Convívio dos Antigos Combatentes Meimoenses – 4OUT2025

Gostaria de vos fazer uma pergunta retórica: Sabem porque eu estou aqui? Pois bem, responderia: Porque ainda estou vivo e juntamente com outros que andámos na GU, compete-nos contribuir para a preservação da memória e do respeito pela Pátria Lusa…

Neste Verão de 2025, agora findo, completaram-se 80 anos sobre o fim da II Guerra Mundial, em 2SET1945. Uma data, por todo o mundo celebrada, em que se homenageiam todos os que nela morreram. Portugal conseguiu ficar neutro nesse flagelo, mas uns 16 anos mais tarde, em 1961, viu-se envolvido no conflito da GU que teve a duração de 13 anos e ao qual, na sequência da Revolução de 25ABR74, se conseguiu por termo. Já passaram, portanto, 51 anos, mas ainda estamos vivos alguns antigos combatentes desse fatídico evento.

Na GU, de uma maneira ou de outra, todo o povo português esteve envolvido, pois foram cerca de 800.000 homens enviados para defender a Pátria nos vários TO – Teatros de Operações (Guiné, Angola e Moçambique). Tivemos cerca de 9.000 mortos e uma dessas vítimas foi um filho da Meimoa, na pessoa do Alf. Cmd João José Fonseca Nabais, cujo féretro levámos aos ombros, a inumar no nosso cemitério, no Verão de 1974. O fim da GU (com o 25ABR74) foi levado a cabo por militares do meu tempo. Embora, o fim do conflito fosse um bem reclamado por todo o Povo, não se esconde que a forma como tal aconteceu, face à gestão política da Revolução, implicou muitos transtornos para os portugueses residentes nas províncias ultramarinas e que ali tinham a sua vida montada. De facto, acabaram por ser obrigados a regressar de mãos vazias, e vieram a constituir um êxodo que se estima em mais de 600.000 concidadãos, designados de “Retornados”, mas, melhor dito, de autênticos “Refugiados”. Nesse chamado Verão Quente de 1975, estando eu a cumprir uma comissão de serviço, no comando de uma Unidade na capital de Angola, ainda pude prestar algum auxílio, nessa altura precioso, para vários portugueses desesperados ali residentes, alguns dos quais nossos conterrâneos.

É por mor de preservar a memória desses difíceis tempos que aqui nos reunimos anualmente, pelo menos enquanto um de nós, Antigos Combatentes da GU, estiver vivo (e daí, a pergunta-resposta que inicialmente vos dirigi: “Sabem porque estou aqui”?). Quero, no entanto, acreditar que mesmo quando já não restar vivo nenhum dos veteranos do conflito, os seus familiares e amigos haverão de lembrar e, quiçá, prolongar no tempo a memória destes encontros-convívio.

É bom ter em mente que “uma Nação que esquece o seu Passado, não tem Futuro” (já Churchill assim dizia). Nessa ordem de ideias, é com grande tristeza, diria até estupefação, que vejo algumas entidades responsáveis (ou pseudo-responsáveis), posicionadas em altos níveis da política e da cultura, quererem refazer a história em franco e inconcebível desprezo pela saga lusitana de outrora, cujo mérito é, aliás, amplamente reconhecido por inúmeros historiadores (portugueses e estrangeiros) de que vou dar alguns exemplos:
- Ainda recentemente li um artigo intitulado “Portugal esquece os seus soldados” da escritora Isabel Stilwell, uma insigne jornalista e escritora portuguesa, onde, em dada altura, ela dizia (e cito):
“…em Portugal recordamos pouco e temos uma dificuldade enorme em falar dos nossos soldados mortos no Ultramar, ou que ainda hoje sofrem sequelas profundas daqueles combates.
Quando não recordamos e não homenageamos aqueles que deram a vida pelo seu país, roubamos sentido à dor e traímo-los. Os combatentes em África, por força de um volte-face político, não tiveram direito a ser tratados como heróis”.


- No mesmo sentido vêm as palavras publicadas a 01 de Junho de 2013 pelo historiador inglês Jonathan Llewellyn num seu artigo terminando assim:
… “Em resumo, territórios portugueses foram atacados por forças de guerrilha treinadas, financiadas e armadas por países estrangeiros.
Segundo o Direito Internacional, Portugal estava a conduzir uma guerra legítima. E ter combatido em três frentes simultâneas, durante 13 anos, … é um feito que, militarmente falando, é único na História contemporânea.
Então, porque é que os portugueses parecem ter vergonha de se orgulharem do que conseguiram?"


Sou, portanto, levado a concluir que não tem havido a capacidade/lucidez política para distinguir:
- por um lado, a óbvia caracterização de falha de justeza dessa guerra (ou de qualquer outra guerra, porque não há guerras justas);
- e, por outro, a generosidade de quem cumpriu o seu dever.

Corroborando o atrás dito, um país que não é capaz de recordar e honrar a sua memória é, paradoxalmente, um país sem futuro.

Citei exemplos de historiadores nacionais e estrangeiros que enalteceram a História Lusa em contraponto a algumas teses correntes defensoras do politicamente correcto (e do wokismo*), as quais se afadigam a denegrir a epopeia histórica portuguesa. Todavia, felizmente, ainda há e sempre houve vozes que defendem a saga lusa com seus heróis e entre estes os seus valorosos elementos das FA.

Neste particular, posso destacar palavras do ex-PR, Jorge Sampaio, quando em Abril de 2004, deslocando-se ao Mosteiro da Batalha para celebrar o Dia do Combatente, proferiu um discurso, de que cito as seguintes passagens (que, de alguma forma, traduzem o real significado deste nosso Convívio). Dizia o ex-PR:
“Agradeço o convite que a Direcção da Liga dos Combatentes me dirigiu para presidir a esta cerimónia do Dia do Combatente. Faço-o com muito gosto, com a convicção de que cumpro um dever para com Portugal e os portugueses e para com a memória de todos quantos deram a sua vida ao serviço do País. Lembramos hoje todos aqueles que combateram em nome de Portugal. O que somos hoje como Nação e como País depende, em larga medida, do contributo que deram para ultrapassar os momentos mais difíceis da nossa História e garantir a perenidade da nossa identidade nacional. A República não esquece, nem pode esquecer, a dedicação e o sacrifício de todos esses portugueses, e por isso lhes presta esta sentida homenagem… E, mais à frente, conclui:
…Homenageamos assim todos os militares que, ao longo dos séculos, caíram por Portugal, ao serviço da perenidade da Pátria. É esta a forma de os lembrarmos, de os honrarmos, de reiterarmos a confiança no nosso desígnio nacional e de, ao mesmo tempo, motivarmos a juventude portuguesa para servir o País também nas fileiras das suas Forças Armadas de que todos, legitimamente, nos devemos orgulhar…. (fim de citação)

Mas, para terminar num tom menos saudosista e mais motivador, quero acreditar que embora na Europa e por esse mundo fora se estejam vivendo guerras trágicas e muitas situações de conflito, neste cantinho à beira-mar plantado, ainda vamos vivendo uma situação de Paz e, em particular, aqui na nossa santa terrinha estamos hoje convivendo e fruindo um momento de verdadeira Felicidade.

Dentro deste tom, permitam-me concluir com uns poéticos dizeres a que já vos habituei, e a que chamei: “Berço Beirão”

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Nota*: A doutrina woke (ou, à letra "estar acordado") refere-se a uma consciência política e social sobre as injustiças e desigualdades raciais e sociais, originária da comunidade afro-americana e ampliada para incluir o ativismo feminista, LGBT e outras causas identitárias. Enquanto alguns a veem como uma busca por justiça social, outros a criticam, usando o termo de forma pejorativa para descrever o que consideram fanatismo, imposição de ideias progressistas e uma suposta superioridade moral.


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BERÇO BEIRÃO

(À Meimoa, minha terra natal)

Em ti moram meus sonhos de menino,
É forte o chamamento a que me atenho,
Nem fria noite, nem o sol a pino
Abalam o amor que por ti tenho.

A ti sinto agarrado o meu destino
Ligado a um querer em que me empenho;
Um grito de alma, se converte em hino,
Ou simples Graça vinda por engenho.

Percorri teus caminhos e veredas,
Bebi teus cheiros e comi azedas,
Mergulhei no açude da Ribeira…

Sou grato à sorte, ou divina virtude
Por ter vivido a minha juventude
Nesta Princesa da Cova da Beira.


Cumprimentando o povo da Meimoa,
seus ex-combatentes,
familiares e amigos.

João Afonso Bento Soares
Meimoa, aos 4 de Outubro de 2025

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Nota do editor

Último post da série de 10 de outubro de 2025 > Guiné 61/74 - P27305: Convívios (1042): 62º almoço-convívio da Magnífica Tabanca da Linha, quinta feira, 23/10/2025, Algés; há já 44 inscritos...Camarada, sê mais um "magnífico", junta-te aos "magníficos" (Manuel Resende, régulo)

sábado, 19 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P27034: Efemérides (463): No passado dia 28 de junho de 2025, a Comissão dos Antigos Combatentes de Barroselas – Viana do Castelo, homenageou os antigos combatentes vivos e falecidos (Sousa de Castro)

A COMISSÃO DOS ANTIGOS COMBATENTES DE BARROSELAS, HOMENAGEOU OS SEUS COMPANHEIROS VIVOS E FALECIDOS

No passado dia 28 de junho de 2025, como vem sendo hábito desde 2001 aquando da inauguração do Monumento aos Combatentes do Ultramar, a Comissão dos Antigos Combatentes de Barroselas – Viana do Castelo, homenageou os antigos combatentes vivos e falecidos.

Às 11:00 horas hasteamento da Bandeira Nacional no mastro junto ao monumento, seguido de missa na Capela de S. Sebastião da mesma localidade. Após término da missa, junto ao monumento usaram da palavra, para além de um antigo combatente de seu nome Rogério Pereira, o sr. Presidente da Junta de Freguesia, Rui Sousa e a vereadora da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Fabíola Oliveira.
Seguidamente foi colocado na base do monumento uma coroa de flores ao som do toque de silêncio pelo agrupamento 85 dos Escuteiros de Barroselas.


FOTOGALERIA
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Nota do editor

Último post da série de 15 de julho de 2025 > Guiné 61/74 - P27018: Efemérides (462): No passado dia 12 de Julho de 2025, a União das Freguesias de Lavra, Perafita e Santa Cruz do Bispo, do Concelho de Matosinhos, homenageou os seus Combatentes mortos na Guerra do Ultramar (Núcleo de Matosinhos da LC / Carlos Vinhal)

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Guiné 61/74 - P27004: Efemérides (461): Foi inaugurado no passado dia 6 de Julho de 2025 um Memorial dedicado aos antigos Combatentes da guerra do ultramar da freguesia de Areias de Vilar, concelho de Barcelos (José Morgado, ex-Soldado CAR)

1. No seguimento desta mensagem enviada em 8 de Julho de 2025, ao Blogue, através do Formulário de Contacto, por José Morgado:

Não sei se há enquadramento e interesse em divulgar a inauguração de mais um Memorial para memória futura, dedicado a todos os ex-Combatentes da minha Freguesia de Areias de Vilar em Barcelos. O tempo exige que se registe os quantos passaram por Angola Guiné Moçambique, para que os mais novos saibam mais sobre a história da sua localidade.
Tenho imagens do memorial e da cerimónia que foi presidida pelo Núcleo da Liga dos Combatentes do qual faço parte, e demais entidades.

Cumprimentos,
José Morgado


Recebemos nova mensagem em 10 de Julho, do nosso camarada José Joaquim Martins Morgado, ex-Soldado Condutor Auto Rodas da 2.ª CART/BART 6521/72 (, 1972/74):

Viva Amigo, Carlos Vinhal.
Sim, sou um Camarada de armas em tempo na Guiné, como Soldado Condutor nos anos 72-74 do BART 6521, localizado no Pelundo, e da 2.ª Companhia à qual pertencia, destacada na região de Có.
No decorrer do tempo como missão, houve vários ataques ao quartel e à estrada, das quais, numa delas houve baixas das nossas tropas, da parte da Milícia um morto e sete feridos graves. Das nossas tropas, um oficial, um sargento, um 1.º cabo e dois soldados feridos e evacuados para Bissau. Da população que viajava na coluna militar, houve 10 mortes e 13 feridos em estado grave.

No mesmo ano de 73, fomos mais uma vez atacados ferozmente à estrada, onde nos esperava o IN para atacar o grupo de Marcelino da Mata. Circulava apenas uma viatura entre Có e Bula sendo eu o condutor, onde sofremos uma baixa mortal do Grupo do Marcelino e 3 feridos evacuados para Bissau do aeródromo de Bula.

Foi um mau tempo no ano 73, durante seis meses com bastantes movimentações de patrulhamento quer apeados quer de carro, durante a noite. Patrulhamento destinado aos treinos de formação do Grupo Alferes Marcelino da Mata, por todos sobejamente conhecido.


Falando agora do Memorial inaugurado no dia 6 de Julho de 2025, ele foi erigido a meu pedido, em nome de todos os Camaradas ex-Combatentes nas várias colónias ultramarinas, concretamente Angola, Guiné e Moçambique, desta freguesia.
Em fim de mandato e na hora certa, propus ao atual presidente da União de Freguesias de Areias de Vilar e Encourados, a edificação de algo que preservasse no tempo e na memória de quem com tanto sacrifício se debateu por uma causa, que hoje passados 51 anos do nosso regresso, morre no esquecimento das atuais gerações e de sucessivos governos! mas que não morra nos locais, nas famílias que com tanto sofrimento nos viram sair e que muitos já não voltaram mais.

Assim, o Presidente da Junta de Freguesia, José António Coelho, delegou-me para que construísse o projeto assim como o local a implantar.

Sendo eu formado com uma licenciatura e mestrado na área de Design Industrial, reuni objetivos para a construção com três pontos fundamentais. O primeiro em que não faltasse o nome de ninguém na inscrição que tenha ido ao ultramar, o segundo a recriação como prece das Mães à Sra. do Socorro, lugar onde foi edificado, porque era o local onde as Mães acorriam aos domingos rezando o terço. E em terceiro lugar na face central do Memorial a demonstração daquilo que fomos… o esboço de um soldado com uma arma.

Como sócio da Liga dos Combatentes e de outras, recorri a esta para a aquisição do brasão, que me foi oferecido, assim como todo o apoio necessário se fizesse falta.

Requeri para a inauguração a presença de uma força militar do Regimento de Cavalaria de Braga, e a presença do Liga dos Combatentes do núcleo de Braga, que não falta da força militar por razões evocadas não foi possível estarem presentes sendo assim a inauguração foi presidida pelo Excelentíssimo presidente da Liga de Braga Coronel António Manuel Estudante Mendes de Oliveira acompanhado por mais 2 oficiais, o Presidente da Freguesia Sr. José António Coelho e membros da assembleia da união de freguesias da UAV.

A cerimónia iniciou-se às 16h00 com Missa pela comunidade e por todos os ex-Combatentes já falecidos presidida pelo nosso Pároco Reverendo Walter Torres, onde esteve presente a comunidade das duas freguesias Areias de Vilar e Encourados.

Inauguração às 17h00 onde se aguardava a presença anunciada do Presidente da Câmara de Barcelos Dr. Mário Constantino, o que não veio a acontecer.

Num âmbito pessoal e geral, fico satisfeito por ter levado ao fim esta minha pretensão da edificação deste Memorial, por estarmos na Guiné praticamente ao mesmo tempo dois irmãos, sendo eu mais novo.

Algum pormenor que faça falta, é só dizer que estarei à disposição!
Com elevada estima, subscrevo-me,
Abraço,
José Morgado

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Nota do editor

Último post da série de 30 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26970: Efemérides (460): Rescaldo da cerimónia de inauguração do Memorial em homenagem aos Combatentes de Leça da Palmeira caídos em campanha na guerra do ultramar

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Guiné 61/74 - P26970: Efemérides (460): Rescaldo da cerimónia de inauguração do Memorial em homenagem aos Combatentes de Leça da Palmeira caídos em campanha na guerra do ultramar


CERIMÓNIA DE INAUGURAÇÃO DE MEMORIAL EM HOMENAGEM AOS COMBATENTES DE LEÇA DA PALMEIRA MORTOS NA GUERRA DO ULTRAMAR

O Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes promoveu, em colaboração com a União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, a cerimónia em epígrafe, que contou com as presenças do Presidente do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, Tenente Coronel Armando Costa, do Presidente da União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira, Sr. Paulo de Carvalho, da Presidente da Câmara, Dra. Luísa Salgueiro, membros do Executivo, membros dos Órgãos Sociais do Núcleo, sócios da Liga, familiares e amigos e cidadãos de Leça da Palmeira, o clarim dos Bombeiros de Matosinhos-Leça da Palmeira, o Porta Guião do Núcleo, num total de dezenas participantes.

Pelas 10H00, iniciou-se a cerimónia militar na entrada do parque público Fernando Pinto de Oliveira, em frente ao edifício da Junta de Freguesia de Leça da Palmeira, com a concentração dos presentes em frente ao Memorial, onde se encontram os nomes dos combatentes leceiros que tombaram pela Pátria.

O orador da cerimónia, Tesoureiro da Direção, Sargento Mor David Caetano, deu início à leitura do Guião da cerimónia a que se seguiu a audição e entoação do Hino Nacional por todos os presentes e a inauguração e bênção do Memorial pelo Rev. Padre Francisco Andrade.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Núcleo, Sr. Ribeiro Agostinho, fez a chamada de todos os combatentes mortos da freguesia na Guerra do Ultramar, seguindo-se a deposição de uma coroa de flores e o Rev. Padre Francisco Andrade proferiu uma evocação religiosa.

A cerimónia prosseguiu com os respetivos toques de homenagem aos mortos e, após um minuto de silêncio, o clarim dos Bombeiros de Matosinhos-Leça da Palmeira fez o toque de alvorada. De seguida, foram proferidas alocuções alusivas ao ato pelo Presidente da Direção do Núcleo, pelo Presidente da Junta e pela Presidente da Câmara.

Por último, ouviu-se o Hino da Liga dos Combatentes.

Para além da inauguração de mais um Memorial aos Combatentes do Ultramar no concelho de Matosinhos, esta atividade teve igualmente o objetivo de levar à prática o Programa Estruturante da Liga dos Combatentes “Conservação das Memórias”.


Antigos combatentes e autoridades
Sargento Mor David Caetano, orador da cerimónia
Porta-Guião do Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes
Clarim dos Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça
Momento da inauguração do memorial com os nomes dos leceiros caídos em campanha
O Rev. Pe. Francisco benzendo o memorial
O Combatente Ribeiro Agostinho fazendo a chamada dos leceiros caídos em campanha
Momento da evocação religiosa aos mortos pelo Rev. Pe. Francisco
O combatente Daniel Folha declama dois poemas de sua autoria, um dedicado às Mães e o outro dedicado aos combatentes da guerra do ultramar
O Presidente do Núcleo de Matosinhos da LC no uso da palavra
O Presidente da União de Freguesias Matosinhos-Leça da Palmeira, dirigindo-se aos combatentes presentes
A Dra. Luísa Salgueiro, Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, falando aos presentes

Texto do Núcleo de Matosinhos da LG
Fotos: José Trindade, editadas e legendadas por CV

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Nota do editor

Último post da série de 12 de junho de 2025 > Guiné 61/74 - P26913: Efemérides (459): Discurso de Lídia Jorge, Presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do 10 de Junho de 2025, em Lagos